(dedilhado pela Gotinha)
27 março 2006
A evolução tem destas coisas...
A Vagina - por Maria Teresa Horta
É cálida flor
E trópica mansamente
De leite entreaberta às tuas
Mãos
Feltro das pétalas que por dentro
Tem o felpo das pálpebras
Da língua a lentidão
Guelra do corpo
Pulmão que não respira
Dobada em muco
Tecida em água
Flor carnívora voraz do próprio
suco
No ventre entorpecida
Nas pernas sequestrada.
Maria Teresa Horta
(obrigada, Miguel P., por nos relembrares esta delícia)
O Nelo usa o seu direito à indignação:
"Poizeu logo vi melhér quisto éra mais uma deças puezias prás covas da gaijas...
Çé foçe pueta, tamem fasia uma puezia parsida.
Buraco em fundo de umidades
Em vales redondos de pernas hirtas.
Entala, engole enormidades.
Melhor que qualquer melherzita
Nem çei como tanta coiza
Que sempre deu a Natureza
Fash creçer as letras doidas
Como se a cova foçe xperteza
A todos osh que perdem tempo
No andari sempre ao mêmo
Venhom uma ço vez veri
Como êu em verso os xprêmo...
Prontes já tá melhéres,
Çe foçe pueta screvia açim.
Agora çempre quer veri a Maria Tresa Orta a mandar viri com o Nelo..."
E o Alcaide vai aos refegos do Nelo, fazendo-o delirar com as cócegas:
"Ah!! se eu fosse poeta!! Já agora...
Buraco tem o Nelo... um girassol
De ouro as pétalas, linda flor até
Negro centro profundo... qual Baldé
Com um cheiro de estrume posto ao Sol
Mas Nelo goza nele e só um farol
Alumia o ser profundo que ele é
Quando lá encontra algum que põe de pé.
Ódio das melheres... também... do urinol!
Mas não se vão fiando, os incautos,
Porque sempre na vida há, um reverso
E de tanto procurar na fundaSão...
O Nelo sempre aqui... berra p'ros autos
Linda prosa perfeita, agora em verso
Que o desejo é espremer... mais um colhão!"
Alguém (de quem não digo os nomes) se fez passar por Maria Teresa Horta:
"Este Nelo de gostos tais
que confunde os seus instintos
Perde-se em choros e outros ais
nesse chão d´aroma absinto
Mas se é o que lhe sinto
E alma que prevejo,
Pense só uma vez mais
Que o sexo que almejo
Não mora em qualquer lugarejo.
ou num obscuro, perdido recinto
Está em voo por toda a parte
Aflora em pontos, peças d´arte
No seu corpo onde apraz
Ter-lhe aparecido atrás."
O Alcaide aproveita para fazer uma homenagem à Maria Teresa Horta:
"Depois a chuva passa
O Sol invade os pensamentos!
A harmonia, como nuvem espessa
cobre a fria e húmida terra
E a vida recomeça
O verde invade
A esperança vem depressa.
E a rotação dos ciclos traz a calma,
a aceitação das coisas como são,
A resignação!
A imagem.
O prazer.
O sonho... da imagem e do prazer
E a promessa
Este Chão vai viver
enquanto eu possa!
A espera... a transformação inexorável
a ideia que tudo é infindável
conforta a alma!
E renova a teimosia...
E agora? Que fazer agora?
Com alegria
sejamos práticos!
Secar um pouco esta Horta, este jardim,
como uma lágrima teimosa...
Limpar os cortes de uma poda
como se clareia um sonho sem fim!
Plantar... viver, sonhar... semear,
trabalhar este Chão eterno
com amor!
Pelas Luas que Deus der...
Para que te dês em colheita farta,
em beleza infinda... em flor!
E te possa colher... Mulher!"
E trópica mansamente
De leite entreaberta às tuas
Mãos
Feltro das pétalas que por dentro
Tem o felpo das pálpebras
Da língua a lentidão
Guelra do corpo
Pulmão que não respira
Dobada em muco
Tecida em água
Flor carnívora voraz do próprio
suco
No ventre entorpecida
Nas pernas sequestrada.
Maria Teresa Horta
(obrigada, Miguel P., por nos relembrares esta delícia)
O Nelo usa o seu direito à indignação:
"Poizeu logo vi melhér quisto éra mais uma deças puezias prás covas da gaijas...
Çé foçe pueta, tamem fasia uma puezia parsida.
Buraco em fundo de umidades
Em vales redondos de pernas hirtas.
Entala, engole enormidades.
Melhor que qualquer melherzita
Nem çei como tanta coiza
Que sempre deu a Natureza
Fash creçer as letras doidas
Como se a cova foçe xperteza
A todos osh que perdem tempo
No andari sempre ao mêmo
Venhom uma ço vez veri
Como êu em verso os xprêmo...
Prontes já tá melhéres,
Çe foçe pueta screvia açim.
Agora çempre quer veri a Maria Tresa Orta a mandar viri com o Nelo..."
E o Alcaide vai aos refegos do Nelo, fazendo-o delirar com as cócegas:
"Ah!! se eu fosse poeta!! Já agora...
Buraco tem o Nelo... um girassol
De ouro as pétalas, linda flor até
Negro centro profundo... qual Baldé
Com um cheiro de estrume posto ao Sol
Mas Nelo goza nele e só um farol
Alumia o ser profundo que ele é
Quando lá encontra algum que põe de pé.
Ódio das melheres... também... do urinol!
Mas não se vão fiando, os incautos,
Porque sempre na vida há, um reverso
E de tanto procurar na fundaSão...
O Nelo sempre aqui... berra p'ros autos
Linda prosa perfeita, agora em verso
Que o desejo é espremer... mais um colhão!"
Alguém (de quem não digo os nomes) se fez passar por Maria Teresa Horta:
"Este Nelo de gostos tais
que confunde os seus instintos
Perde-se em choros e outros ais
nesse chão d´aroma absinto
Mas se é o que lhe sinto
E alma que prevejo,
Pense só uma vez mais
Que o sexo que almejo
Não mora em qualquer lugarejo.
ou num obscuro, perdido recinto
Está em voo por toda a parte
Aflora em pontos, peças d´arte
No seu corpo onde apraz
Ter-lhe aparecido atrás."
O Alcaide aproveita para fazer uma homenagem à Maria Teresa Horta:
"Depois a chuva passa
O Sol invade os pensamentos!
A harmonia, como nuvem espessa
cobre a fria e húmida terra
E a vida recomeça
O verde invade
A esperança vem depressa.
E a rotação dos ciclos traz a calma,
a aceitação das coisas como são,
A resignação!
A imagem.
O prazer.
O sonho... da imagem e do prazer
E a promessa
Este Chão vai viver
enquanto eu possa!
A espera... a transformação inexorável
a ideia que tudo é infindável
conforta a alma!
E renova a teimosia...
E agora? Que fazer agora?
Com alegria
sejamos práticos!
Secar um pouco esta Horta, este jardim,
como uma lágrima teimosa...
Limpar os cortes de uma poda
como se clareia um sonho sem fim!
Plantar... viver, sonhar... semear,
trabalhar este Chão eterno
com amor!
Pelas Luas que Deus der...
Para que te dês em colheita farta,
em beleza infinda... em flor!
E te possa colher... Mulher!"
26 março 2006
CISTERNA da Gotinha
Menina de oiro.
Markus Amon: fotografia.
Fétiche dos pés.
Adult Toys no Japão.
Blog erótico: Le SenSorium.
Tocas piano e falas francês?!
Markus Amon: fotografia.
Fétiche dos pés.
Adult Toys no Japão.
Blog erótico: Le SenSorium.
Tocas piano e falas francês?!
Abraça-me!
– Então?! – Gritou ele do quarto. – Estás bem?
Ela absorta na sua solidão que, ao contrário da água, subia e se acumulava, perturbando-a cada vez mais, não lhe ouviu o primeiro grito, nem o segundo a corrigir o tom ansioso com que a chamara. Lembrara-se, mais uma vez, da frase "E sobretudo, é esta solidão que emerge à mistura com o vapor do duche, que, por mais que se esfregue, não sai, não nos abandona" concluiu, e ficara a sentir a água escorrer-lhe pelo corpo, esquecendo-se dele, nu na cama, à sua espera.
– Estás bem? – repetiu ele que, sem resposta, se obrigou a levantar, contrariado e com frio. Assomando à porta da casa de banho, sem entrar, tornou a perguntar: – Tudo bem?
Ela ficou sem saber se o ouviu ou se o sentiu no ligeiro movimento da húmida neblina que enchia a casa de banho e sem saber a pergunta respondeu o que, sabia-o, ele queria ouvir:
– Vou já!
– Está bem – disse ele, como se lhe fizesse um favor e, encostando a porta, correu ainda excitado para a cama.
Ela olhou o vapor que submergia toda a casa de banho e tornou a pensar na frase
"E sobretudo, é esta solidão que emerge à mistura com o vapor do duche"
que lera e agora lhe envenenava os banhos, a deixava sem forças, como se a água e o vapor a puxassem para o fundo da depressão em que ele, ELE, há anos a deixara.
Agora, tinha um homem à sua espera, à espera do seu corpo, mas também de si. Amava-a, dizia. Amava-o, retorquia ela, convicta. Convencendo-o. Quase se convencendo.
Mas, desde que lera a frase, os duches prolongavam-se para lá do razoável, não ligava o rádio e, quando se apercebeu que não ligando o aquecedor, o vapor era mais denso, mais uniforme, mais perfeito, deixou também de o ligar, o que aumentava o contraste entre o frio do seu corpo e a água quase a queimar que saía do chuveiro e que ela recebia como uma mortificação redentora.
Tinha passado duas horas debaixo do chuveiro, com a água a escorrer-lhe pelo corpo, sem se lavar, sem se esfregar, sem se sequer tocar. Ali ficara, sem reacção, sem vontade, sem uma ideia ou pensamento, que não fosse o de desaparecer na água, no vapor, na neblina, de se diluir e escorrer pelo ralo e juntar-se à água, só à água. Ser água e deixar de ser mulher.
Tinha sido assim, há dez anos, quando ele, ELE, lhe confessara a traição e, sem um gesto, sem uma palavra, sem nada, sem nada que se aproveitasse a deixara, sem amor.
"E sobretudo, é esta solidão que emerge à mistura com o vapor do duche, e no fim ficamos sempre sós. Sós, eu e a merda do vapor do duche!" pensou a gritar, de raiva, de desespero, de impotência.
– Mário! – gritou.
– Sim?
– Anda cá.
– Porquê?
– Vamos fazer amor!
– Aí?! – Ele levantou-se, surpreendido, e encaminhou-se para a casa de banho.
– Sim, aqui. Na banheira.
Ele entrou na casa de banho.
– Porra! Posso ligar o aquecedor?
– Podes. Anda!
– Mas eu estou seco!
– Molhas-te!
– Queres fazer amor na banheira, tens a certeza?
– Sim, porquê?
– És tão picuinhas com os banhos.
– Deixa-te de desculpas e anda! Anda abraçar-me!
Ela absorta na sua solidão que, ao contrário da água, subia e se acumulava, perturbando-a cada vez mais, não lhe ouviu o primeiro grito, nem o segundo a corrigir o tom ansioso com que a chamara. Lembrara-se, mais uma vez, da frase "E sobretudo, é esta solidão que emerge à mistura com o vapor do duche, que, por mais que se esfregue, não sai, não nos abandona" concluiu, e ficara a sentir a água escorrer-lhe pelo corpo, esquecendo-se dele, nu na cama, à sua espera.
– Estás bem? – repetiu ele que, sem resposta, se obrigou a levantar, contrariado e com frio. Assomando à porta da casa de banho, sem entrar, tornou a perguntar: – Tudo bem?
Ela ficou sem saber se o ouviu ou se o sentiu no ligeiro movimento da húmida neblina que enchia a casa de banho e sem saber a pergunta respondeu o que, sabia-o, ele queria ouvir:
– Vou já!
– Está bem – disse ele, como se lhe fizesse um favor e, encostando a porta, correu ainda excitado para a cama.
Ela olhou o vapor que submergia toda a casa de banho e tornou a pensar na frase
"E sobretudo, é esta solidão que emerge à mistura com o vapor do duche"
que lera e agora lhe envenenava os banhos, a deixava sem forças, como se a água e o vapor a puxassem para o fundo da depressão em que ele, ELE, há anos a deixara.
Agora, tinha um homem à sua espera, à espera do seu corpo, mas também de si. Amava-a, dizia. Amava-o, retorquia ela, convicta. Convencendo-o. Quase se convencendo.
Mas, desde que lera a frase, os duches prolongavam-se para lá do razoável, não ligava o rádio e, quando se apercebeu que não ligando o aquecedor, o vapor era mais denso, mais uniforme, mais perfeito, deixou também de o ligar, o que aumentava o contraste entre o frio do seu corpo e a água quase a queimar que saía do chuveiro e que ela recebia como uma mortificação redentora.
Tinha passado duas horas debaixo do chuveiro, com a água a escorrer-lhe pelo corpo, sem se lavar, sem se esfregar, sem se sequer tocar. Ali ficara, sem reacção, sem vontade, sem uma ideia ou pensamento, que não fosse o de desaparecer na água, no vapor, na neblina, de se diluir e escorrer pelo ralo e juntar-se à água, só à água. Ser água e deixar de ser mulher.
Tinha sido assim, há dez anos, quando ele, ELE, lhe confessara a traição e, sem um gesto, sem uma palavra, sem nada, sem nada que se aproveitasse a deixara, sem amor.
"E sobretudo, é esta solidão que emerge à mistura com o vapor do duche, e no fim ficamos sempre sós. Sós, eu e a merda do vapor do duche!" pensou a gritar, de raiva, de desespero, de impotência.
– Mário! – gritou.
– Sim?
– Anda cá.
– Porquê?
– Vamos fazer amor!
– Aí?! – Ele levantou-se, surpreendido, e encaminhou-se para a casa de banho.
– Sim, aqui. Na banheira.
Ele entrou na casa de banho.
– Porra! Posso ligar o aquecedor?
– Podes. Anda!
– Mas eu estou seco!
– Molhas-te!
– Queres fazer amor na banheira, tens a certeza?
– Sim, porquê?
– És tão picuinhas com os banhos.
– Deixa-te de desculpas e anda! Anda abraçar-me!
[a frase leu-a em Levemente Erótico]
de Garfiar, só me apetece
Se o Blogger não voltasse depressa a funcionar bem...
... não respondia pela minha Rosinha!
(Querida Gotinha, serias tu que m'herdavas o blog,
Imagem de Gabriela Schevach
25 março 2006
Publicidade
Este ano a Dove ataca de novo usando o mesmo conceito, mas não despindo as mulheres como no ano passado. Este ano veste-as. E veste-as com t-shirts que ostentam frases bem provocatórias. É possível comprar as ditas t-shirts e assim, contribuir para um fundo com o feliz nome «Fundo de Auto-Estima».
Um verdadeiro mimo!
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