19 julho 2006
Qrónica das trazeras
Mash tem çido us cabus dus trabalhus, a perparari o méu clube e açim.
Agora que já acabô póço dezer que no gerali valeu a pena.
Ouve uns mumentos altos mas neim tude foi bom.
Nam gestuei munto dalgumas coizas cu per lá vi.
Per ixemples: O seksu alterativo nam tem u mejmo dirêto?
Intam çe teim, perqueim é que erá çó Stirp Tizes com as gaijas a faserem babar os homes, que nem viom cá o Nelo que lhes trasia as bejekas?
E ishto pra nam falari daquela gaija, melhéres, a Çónia que inté prassia uma loja de ferrajens tantó ferru meteu pra dentro das covas... ts ts... Nu sigundo dia forão vinti e três metros... Tive fasendo as contas melhéres, e nem que o Baldéi me foçe ao pacote sinco anus seguidos conçeguia uma prueza açim...irra que à com cada cova máis funda!...
Olheim fofos, guestei pois guestei das maçajens... çim é bom e uma melhér feicha os olhos e imagina açim uns homes de çonhos... e ai melhéres... o pior ei quande acaba e fica çabendo a pôco....
Mash çe quereim çaber, o cu me valeo foi mejmo o pavilhaom do Suingue melhéres.
Ai caleim-çe daí que çe nam foçe iço, nem lhis conto...Esta Eispo Foda, hera uma boa percaria... Fó fó fó... çó gaijas e maísh gaijas e coizas prós homes por nas pilas para ireim ainda mais pras covas das gaijas, e uma melhér açim cumo eu a penari e a sofreri com auzênsias, e vendo us homes todus perdidus neça temozia dir çempre hás gaijas cumo çe nam houveçe másh nada ao simo da terra cus podesse fazer felises.
Hora hora ....Na próssima Eispo Foda ezijo cája uma seksão bisha cumo deve çer, cuma melhér cumo eu tamém tem o direto a çer felish.
Mash nem çó de tristesas vive uma melhér, e um mumento altu foi com o Pedro Tinjarina.
Andava a veri uns livrus de tezão e iço e repari neli quande ele se afiambro pra tirar umas fodografias juintamenti cum o Joãu Albuqerki a uma gaija toda de covas e mamas e asdpois me vierom conatari quera um matulão, açim dus que nam sam bichas cumo eu, mas mais que çe trasformam e fasem operasão e põeim armónicas prás mamas e iço.
Ai u que me farti de rir melhéres asdpois quando stava a buberi uma bijeka cum o Tinjarina e açim e lhe vierom diser a nuticia hihihihih
Ai melhér... Cá com cada coiza...
Ouve melhér... Tinjarina: Au menus o Nelo nam te ingana melhér... Çô uma bisha leal hihihih nam me disfarso de gaija...
E a porpósito, Pedro, já te dei o méu cunvite pró méu Clube Suingue Bisha? Çe nam te dei spera çó um poco queu paço-te ó pé da porta e deicho-te um cartãu...
Éi que a Eispo-Foda éi çó pró Anu, e um home nam é de ferro....
Tensh o Nelo hás ordes melhér, pra todo o çervisso... hihiihihih
Inté maish veri, piçoal deshte broche...
Nelo
18 julho 2006
A SIDA E O PRESERVATIVO
Não há vacina para a Sida, não há cura para a Sida, por isso protejam-se!
O grupo etário acima dos 70 está a aumentar...
Fomos a uma multinacional portuguesa e à saída não nos apertaram a mão...
Existem muitas pessoas que são despedidas do seu trabalho...
A discriminação faz-se sentir ainda muito... embora não tanto como há 25 anos...
O vírus social por vezes magoa mais e traz mais sofrimento do que até o outro vírus!
A grande frustração da Liga é cada pessoa que passa aqui levar um ou dois preservativos... e pedir-nos vinte...
É com pessoas como vocês, mass media, comunicação social, que conseguimos passar a mensagem!
...são excertos da entrevista abaixo... vale a pena ouvir...
(entrevista da Liga Portuguesa Contra a Sida à "aFundaSão")
Ela:
Foda-se mais o verão.
A outra:
A que propósito vem agora isso?
Ela:
Opá, com calças e tal, isto ainda vai. Mas chega o verão, a gente começa a olhar-se melhor ao espelho e é uma foda.
A outra:
Não te estou a perceber. O que é que é uma foda? O verão?
Ela:
O verão, os trinta, o que quiseres. A verdade é que o rabo começa a ficar mais descaído, a barriga mais flácida, as mamas sem firmeza.
A outra:
A mim o que me parece é que te está a faltar elasticidade no cérebro.
Ela:
Elasticidade?
A outra:
Ou isso ou uma boa foda de verão.
Damas de Copas.
- Copa A de "Ai, que queridinhas..."
- Copa B de "Bem boas! Belo par."
- Copa C de "Caramba! Até os Culhos batem palmas!"
- Copa D de "Deus existe afinal! Divinais."
- Copa E de "Ena! Enormes!"
E quem contesta que atire a primeira fotografia!
As fodografias do Salão Erótico de Lisboa
Aprecia as imagens da ExpoFoda
Ao Pedro Laranjeira, decidi por unanimidade (esta é muito boa) atribuir a Funda Medalha de Mérito (que tem as mesmas forma, aplicação e funcionalidade dos saudosos - quem ainda se lembra? - botões de cu).
ÚLTIMO DIA - O FIM DA FESTA!
Para o encerramento, deixaram-se ficar os que não tinham a certeza se queriam ir, os mais tímidos até que a oportunidade se esvaísse, os que não tinham mais nada que fazer e, claro, os que planearam mesmo que iam no domingo...
Foi um público algo diferente - sábado foi o grande dia.
Ainda assim, encheu, mas não tanto como na véspera.
Talvez por isso, os espectáculos também foram mais curtos e espaçados.
A luta na lama fez hoje apenas dois shows. Devo dizer que fiquei desiludido... o espaço terá sido difícil de montar, razão porque desistiram em 2005, concordo, mas aquilo não era lama nem nada, era pouco mais que água suja cheia de bocadinhos de espuma de borracha para dar consistência (...)
...e a luta era tudo menos aquilo que se vê nos filmes. Mesmo assim, conseguiram uns voluntários para participar na coisa.
Fracasso assumido foram os "touros mecânicos", no caso uma figura de mulher preparada para a "canzana", e um rapagão com um falo que nem a Sonia Baby...
Estiveram os quatro dias quase a tempo inteiro sem clientes - lá apareceu um gajinho ou um gajinha que se aventuraram, mas foram raros. Uma hora antes do encerramento já estavam desmontados.
O rapaz das massagens, que não tinha podido vir nos primeiros dois dias e emprestou o stand à equipa da pintura corporal, ocupou o espaço durante o fim de semana, de modo que não houve mais pinturas a passear-se pela feira... pena, que tinha sido bonito e bem aceite...
Mas o stand não esteve às moscas, houve clientes para a massagem.
Também houve clientes para os "privados" e o porta-voz da Megasex/HotGold disse-me que fizeram alguns para senhoras (eles tinham um tal de Gaúcho que elas até passavam a língua pelos bêços quando olhavam para ele)!
Finalmente, apareceram travestis... em 2005 houve muitos mais, todos os dias...
Este foi também o dia dos "estilos alternativos" - para além do pessoal que assistiu ao lançamento da "Dominium" na 6ª feira, não houve nenhuma enchente no stand do Clube Bizarre, mas hoje sim, visitantes com o seu trajar identificativo andaram por lá, interessados e conversadores.
(conversadora não estava a anfitriã do espaço, que se baldou à entrevista, mas estava lá um rapaz espanhol que me contou tudo)
Também fiquei a saber que a banda desenhada, erótica e não só, está de muito boa saúde em Portugal.
Podem ter sido menos pessoas, mas julgo que hoje as compras dispararam... para os expositores, foi um bom negócio.
Ao todo, visitaram o Salão cerca de 40.000 pessoas, algo como 15% de aumento sobre os números do ano passado.
Acredita-se que o grande boom vá ser 2007, com muita coisa nova, tanto em termos de ousadia como das artes ligadas ao erotismo, este ano timidamente a espreitar mas ainda sem grande peso no certame.
A vossa Funda São lá estará! Prometido!
Já se fala em encontrar uma portuguesinha que encerre a sessão de poesia erótica de 6ª feira introduzindo na vagina 23 poemas de autores portugueses - e, se tiver êxito, no dia seguinte, que será sábado, tentará bater o record subindo para os 30, com a adição de poetas consagrados da lusa cultura, que já não podem assistir ao evento...
Os autores portugueses presentes receberão depois, cada um, a folhinha com o seu poema que, então, será ainda mais um poema carregado de erotismo.
Para 2007, prevê-se uma programação em que o público seja mais participativo, de uma forma que dispense convite e os próprios visitantes se sintam compelidos em fazer também o colorido da festa... surpresas!
Nas artes, o lançamento do livro de Ana Lopes "Trabalhadores do Sexo, Uni-vos" deverá ser um dos pontos altos, dada a actualidade e interesse do tema - os direitos dos trabalhadores do sexo - a polémica que já se gera à volta das teses da autora e o facto de ser lançado simultaneamente em vários países e em várias línguas.
De um modo geral, para tentar resumir a impressão global que nos fica da passagem por Lisboa deste evento, direi que foi uma interessante alternativa ao que por cá já se vê, entre concertos e congressos, espectáculos e exposições.
Foi diferente da rotina, importante pelo que de humano interesse mostrou despertar, nada polémico, completamente pacífico e muito bem enquadrado num povo e numa sociedade que se mostra moderna e civilizada, neste jardim à beira-mar plantado.
Como evento social, ficou-me uma recordação viva de uma coisa que reparei, em cada um dos quatro dias do Salão: as portugusesas são bonitas, sabem que são, e arranjaram-se para que isso se visse!
Não de uma forma espalhafatosa, pelo contrário até bem discreta, mas claramente sensual, nada como o que usam para ir ao cinema ou até mesmo à discoteca!
Vi centenas de mulheres bonitas, interessantes, sem nenhum recurso ao silicone ou à tinta cosmética, mas que sabiam mostrar a beleza mais adivinhada que exposta de corpos ávidos de vida, com serenos olhares carregados daquela sensualidade que só as portuguesas sabem vestir, meio escondida, velada mesmo, mas quente e exuberante, anímica, interior, pronta a explodir...
...e porque nem toda a pornografia é pornográfica, nem todo o erotismo é explicitamente sexual, não quero deixar de partilhar convosco um pequeno conto que hoje positivamente me "inundou" e ilustra bem a riqueza de pode encontrar-se onde menos se espera, da forma que menos se espera... se souber estar-se atento e receptivo...
Trata-se de "A Bela Livreira - breve crónica de um dia na Feira do Sexo,", por Valmont, que me chegou das mãos de uma das maravilhosas personagens da aFundaSão, a LolaViola. (obrigado, Lola).
Muita coisa ficou por dizer, como seria inevitável, mas outros temas e muitos pormenores irão aparecendo na secção de "Artigos", para quem quiser entrar em detalhes e cuscar mais coisas deste Salão a que carinhosamente chamamos
...e foi mesmo, uma ExpoFoda, para muita gente, que deve andar fodida por não ter tido razão nos seus agouros moralistas... que foda, não houve escândalos, que foda, ninguém se portou mal, que foda, ninguém se queixou, mas que foda, ninguém, afinal, disse mal daquilo! Que foda, vamos ter que levar com a puta da feira outra vez pró ano...!
Pois é, é uma foda quando alguém quer discutir o direito dos outros aos seus gostos e preferências!
Não esqueçam: a liberdade de cada um acaba onde começa a do próximo!
Venha 2007... que nós prometemos vir-nos também!...
Pedro Laranjeira
17 julho 2006
A Bela Livreira
by Valmont
Latex, vinil, silicone e polipropileno preenchiam o proclamadíssimo Salão Internacional Erótico de Lisboa reverberando nos empreendedores, chulos, voyeurs, repórteres digitais, cabrochas brasileiras e putanas espanholas um brilho fanqueiro de desejo prometido, de incomparável volúpia, de narcisismos dominadores, enfim de um pretenso glamour eroticocêntrico.
Enfastiado por tanto produto chinês, banha da cobra espanhola e pontapé no português, refugiei-me em local seguro, rodeado dos amigos de sempre, na minúscula ilha-stand da Editora Europa-América, que naquele locus infectus prometia algum descanso, bom senso e bom gosto consultando a fantástica colecção de Clássicos Eróticos.
Do lado de lá do improvisado balcão, uma donzela de ar reservado acolhia com candura no prudente gesto os visitantes, bastas vezes bestas alarves e ululantes.
Um obeso tatuado bramia a meu lado “Estes livros são só palavras, nem uma foto têm”, arremessando um exemplar do “Turco devasso” de novo para o escaparate. Ela sorriu e baixou-se para apanhar o livro, deixando antever uma curva do generoso seio. Devagar, recolocou o livro vilipendiado na prateleira, distante uns metros.
Então reparei que estava descalça, as sandálias altas e finas dormiam junto à banca. Aqueles passos gráceis e breves supunham uma gentileza e sensibilidade anacrónicas naquele antro.
Adentrei-me irresistivelmente naquele espaço, indagando isto e aquilo desta e da outra obra, e a formosa fêmea a tudo respondeu com diligência, doçura e simpatia, enquanto mirava de soslaio o strip no stand vizinho.
Acabei por escolher dois volumes, que mereceram a aprovação da semi diva, que murmurou com um sorriso cúmplice, ao dar-me o saco: “Terá mais gozo nestes dois livros, seus e em sua casa, do que com 10 daqueles videoclips ali do lado”, apontando com o queixo para as stripers do Cat’s.
Sorri, e disse: Pode crer, bela Leonor, pode crer….E abalei, animado com a única erecção da noite, dedicada à sensualíssima livreira, a única que não estava à venda, e que, provavelmente, mais teria para dar de si a quem escolhesse entregar-se.