07 agosto 2006
Tocante
Quem faz do contador o seu corpo, vive excitado. Ansioso quando lhe tocam. Sôfrego por ser tocado.
06 agosto 2006
Dia de treino - por João Abreu
"Enquanto descasca as batatas semi-moles e cheias de grelo, Rosa pensa em como foi injustamente apelidada de puta infiel pelo marido, pela família e por toda a gente que conhece. De pé junto à pia da loiça em mármore azul impecavelmente limpa, vai limpando as lágrimas que lhe caem pela cara abaixo com as costas da mão que segura a pequena faca de cabo de madeira.
Ela não compreende como um sacrifício que fez para proporcionar bem estar e felicidade ao seu bem amado se tornou na ruína da sua reputação, na ruína da sua vida pessoal e profissional.
Tudo começou há um ano atrás.
Rosa terminou o curso de engenharia do papel juntamente com o seu mui amado noivo, um tanso que terminou a sua licenciatura em engenharia do parqueamento. Radiantes, os dois pombinhos fazem promessas de futuro e outras balelas do género.
Entretanto, surge uma oportunidade de estágio em Moçambique que Rosa não pode desperdiçar. Cinco mil euros por mês com tudo pago durante um ano era o que precisava para começar a vida com o noivinho.
Vai para Moçambique e lá começa a trabalhar. Mas há algo que a atormenta. Algo que a deixa desesperadamente ansiosa e que teme que venha a ser um handycap na sua relação futura com o parolo do noivinho: a sua fraca performance sexual por falta de treino.
Ao que parece, o totó do sujeitinho com quem ela se viria mais tarde a casar, era demasiado devoto e amigo da castidade. Mas estranhamente, existem histórias de um episódio sinistro num balneário masculino duma equipa de voley em que ele foi um dos protagonistas.
O noivo gostava de ficar durante longos minutos debaixo do chuveiro de água escaldante com os braços abertos a esfregar-se com uma esponja tunisina. O pessoal da equipa de voley já estava todo a secar-se e a vestir a roupa quando entra o Leôncio, um angolano com dois metros de altura que chegou atrasado para o banho.
(...)"
O que irá acontecer ao nosso herói no chuveiro já nós adivinhamos...
Podes ler o resto do dia de treino aqui, na versão final.
Este conto foi originalmente publicado aqui, no blog Jukinha Má-Onda.
em tempo de praia, de ondas e de mar...
Ondulações
O ritmo abrandou...
Na gruta formada por nossos rostos
com paredes feitas do meu longo cabelo
o mesmo ar partilhado
ora estava no meu peito, ora no teu…
Contemplei o teu rosto sorridente
ofegante e infantilmente tranquilo...
Onda de ternura me invadiu…
Seguiram-se mil carícias
mil beijos inacabados…
ora sonoros, ora sugados
lambidos, mordidos
engolidos, devorados…
Acho sempre graça
quando em ti me reencontro.
O meu cheiro
impregnado nas tuas barbas…
o meu sabor
misturado na tua saliva…
Beijei-te o nariz
os olhos semi-cerrados
e os desejos na tua testa aflorados…
Deixei-me ondular suavemente
em carinhosa cadência
sobre o teu corpo suado.
ondinha vai… ondinha vem…
ondinha vai... ondinha vem...
e vai… e volta….
e vai…
Começaste a mordiscar
a crista das minhas ondas…
cada vez mais… e mais….
Então
a gruta desfez-se...
o mar, agitou-se…
o vento, tornou-se VENTANIA….
A "tempestade"...
................................tinha recomeçado !!!....
Papoila_Rubra
07/02/2006
05 agosto 2006
O teu presente
Meu querido
Não sei quando receberás esta carta, o correio não chega em dias certos aqui.
Quando recebi o teu bilhete a dizer que partias comecei a chorar, a chorar, e não conseguia parar, e até a minha mãe disse para a vizinha, esta moça ainda se afoga em tantas lágrimas ou se engasga com tanta mágoa e desconsolo. E para esconder choro e razões sentava-me num canto da varanda olhando a rua por onde antes chegavas e as plantinhas que me tinhas dado, e que me disseste eram especiais porque só cresciam à noite com o brilho da lua, como o nosso amor, e secavam e definhavam se expostas ao sol e aos olhares de outros, como o nosso amor, e por isso as escondia de dia como me pedias. Mas quando partiste eu só via escuro e era sempre noite e não guardava as plantas como antes fazia, e cresceram tanto com as minhas lágrimas e a minha saudade que toda a gente dizia que a minha varanda era a mais bonita, e as vizinhas pediam, vizinha pode dar-me um pezinho das suas plantinhas? E passado um tempo todas as varandas, de todas as casas, tinham plantas verdes que reguei com lágrimas e cresciam tanto como o meu amor por ti.
E um dia à rua onde tu chegavas, e era um jardim verde dedicado a ti, chegou a polícia e levou as plantas e levou-me a mim e à minha mãe e às minhas vizinhas…
Meu querido, não sei quando receberás esta carta, o correio não chega em dias certos aqui.
Sei que não sabias o que eram as plantinhas e que eram ilegais como o nosso amor.
Faltam só dois anos para acabar de cumprir a pena.
Meu querido, esperas por mim?
Foto: Karina Barańska
CISTERNA da Gotinha
Quem é que não gosta de um bom filme de cowboys?!
Esta moçoila só pode mesmo ser do Benfiquista dos quatro costados.
Heidi Klum está semi-nua na revista Jane. [Egotastic]
Esta menina deve ser cliente aqui da Funda São pois não larga os cortinados.
Vacuum-Packed: eu até fico sem ar só de olhar para isto.
Os tomates
Ele começou a evocar os encontros e desencontros da vida até desembocar num pedido para que fizesse desfilar os meus ex-apóstolos, o que encarei como sinal de lucidez, entendendo eu que somos a nossa história de vida e que aquele gajo me queria efectivamente conhecer.
Comecei a enumerá-los sucintamente, destacando apenas um defeito e uma qualidade, com o refrão da gota de água que fez transbordar o copo em cada relação. Só que à passagem do quinto, notei que ele se mexia muito na cadeira e já só balbuciava. Ao sétimo, apresentava um semblante mais carregado que os últimos dias de trovoada enquanto os seus dedos tamborilavam a caneca.
Já a minha rica avozinha dizia que não há boa cozinha sem tomates e os guisados triviais, os ensopados e as caldeiradas estão aí a prová-lo, tal como era para mim evidente que a ideia de paraíso daquele mânfio era a mesma de Adão: a existência exclusiva do seu par de tomates.
O novo jogo deste Verão!
Gravura de Viset, 1900
Pequena variação do popular jogo Emboca-bola, cujo nome poderia ser Espeta o nabo (aceitam-se sugestões). Vai ser sensação este Verão e torná-lo ainda mais escaldante...
04 agosto 2006
Qrònica do Nelo
Asdespois duma çemana terrivem, ashei de repenti cu o Lalito andava metidu cum a cablrereira que levou u fartum da minha vezinha do andar debaicho per caza do maridu que paçava us dias a arranjar o cabelu e açim.
Vi-ó entrar e iço, e fiquei cum a purga atrás da vermelha, e fui spreitar...açim deçimuladamenti como um Jeimes Bonder, pocheti dum ladu pra u otro, e as mãus a abanari de dedus mindinhus espetadus no ar e çó criosidade...çó criosidade.
Ai melhéres! Çe à coiza queu çô é uma melhér pesseçiva, mash çe u Lalito andaçe metidu cum uma gaija, já neim impurtava melhéres.
Mas nam! Intam nam éi quele çe meteu cum u gabirú que hera u namuradu dela e cu Lalilo conhesseu num dia em quela nam stava?
Hora hora...Ai que bisha bi seksualona e traissoeira fofas, cu me saiu o Lalito, a trair-mi cum um home mejmo debaicho dosh més apozentos.
É quele à com cada coiza que uma melhér nem vendo çe acerdita, mazeu apanhei-us doish e foi o boi e u benzido!
Ai iço é que foi!
Queu çô munto home, e quande ponhu a pocheti na meza e a mãu na anca, e me shega o moscardo ao xafarish, digu tudu cumós Cucus!
Diçe-lhe tudo u cu me veio à cabessa. Desjde us papeish do clube Suingue Bisha e u dinhero quele me levô a dezer quera prás Finansas, e quére mintira e açim, e cagora tinha as multas pra pagari. Fóra u queu lhe diçe sobre as traissões e as vezis em quele me robô a pocheti. Olheim melhéres...foi uma picharada daz antigas. Nu fim fui-mimbora aburrecida melhéres, cu Lalito fasia aquela cara de Margarina Derretida, e inté prassia que çe ria pra mim...irra....
Çaí porta fora pusseça melhéres, e fui dar uma volta pra estrair.
Cumo agora é Verão pinçei em ir dar uma ida há praia, cuma melhér çempre ve uns enxumassos nos calsões dos homes bons que lá andom.
Mas asdepois pinçei melhór, éu tenhu uma peli munto fina e açim, e per caza du buracu na cambada do ozório, ashei melhór ir ao cafei da Belinha e cumer uma banana splique.
Ai u que uma melhér çe regala com uma bela banana splique....
Quereim um pôco?
Nam nam...
Ai que guelozas!
Çó cunvide os homes deste broche...
Venhom-çe dái, cu Nelo cunvida...hiihiihiiihihi