16 agosto 2006

Brincos de ignição


A culpa é das cerejas. Foi por as ter comido que o caso me saltou de uma gaveta da memória. Aquele par de olhos verdes coruscantes captaram-me a atenção. E cada dia mais difícil era esquecê-los já que eles se lembravam dos meus pratos predilectos e da minha antipatia por batatas fritas, trocando-as antecipadamente por outro acompanhamento, para além de terem memorizado todas as minhas alterações à ementa usual e me aconselharem as sobremesas acabadas de confeccionar ou as frutas mais frescas.

Com o passar do tempo, o tratamento por você passou a um tu cá, tu lá, sobretudo após a confidência de que havia sido embarcado, com longos meses no mar e um dia, no regresso a casa, a mulher optara por outro inquilino com uma profissão das nove às cinco. As nossas mãos começaram a cruzar-se assiduamente nos pires de azeitonas ou dos queijinhos e a tocarem-se, nos bordos das taças de sobremesa e nas asas das chávenas de café.

E quando chegou a época, pedi cerejas e ele trouxe uma cesta delas. Pegou em dois pares unidos pelo caule e pendurou-mas nas orelhas, feito espelho mágico a reflectir a mulher mais linda do seu universo. Segurou-me em ambas as mãos, beijou-as e articulou umas frases que me soaram a compromisso, pelo que esbocei um sorriso titubeante e lhe respondi que, como com qualquer motor, era suposto começar por fazer um test driving.

vá lá... deixaaaaa....


Cheguei de mansinho...

Mantém-te sentado
mas de olhos fechados...

Deixa que te ate as mãos
atrás das costas
Sente-te prisioneiro de ti mesmo...
Mas
abandona-te de corpo inteiro
ao meu desejo...
Sente a minha presença
a minha boca
o meu beijo...

Sente no teu rosto
a flor que te acaricia
suave e perfumadamente...

Deixa que o meu dedo
delineie cada milímetro
dos teus lábios...

Deixa que sinta a tua barba
picotando todo o meu rosto
o meu pescoço
os meus ombros…

Deixa chupar cada lábio
à vez
como ventosa
com ruído e gulodice...
Quero que fiquemos com marcas
chupões arroxeados...

Deixa lamber esse teu queixo
sugando-o deliciada
ensalivando-o na minha boca
deslizando-o sob os meus lábios
brincando com a língua
degustando nela o picar feroz
de cada pêlo em crescimento...

Deixa entrar nessa tua boca
sentir bem a sua textura
o seu calor
o seu sabor
ora suavemente
ora com sofreguidão…

Deixa cobrir-te de beijos
escalando o nariz
pousando suavemente nos olhos
esquiando nas orelhas e cabelo…

Deixa que o meu beijo
ponha todos os teus sentidos
em FESTA

Quero que o meu beijo
fique entranhado em ti
fazendo parte da memória
das células da tua pele e mente

Permaneço em ti
trazendo-te comigo...

Desprendo-te as mãos
beijo-as...
Beijo-te a testa ...

Saio de mansinho...

Já podes abrir os olhos!!!

Papoila_Rubra
29/04/2006

crica para visitares a página John & John de d!o

15 agosto 2006

Somos do mesmo mar...

Olhei junto a ela para a vastidão da distância que cabia toda num olhar.
As almas unidas num só gozo nesse maravilhoso poema de sermos as asas que por cima de nós criavam as pontes abertas para o infinito.
Até onde a vista alcançava, fundindo-se no horizonte que abria a porta do mais além, inventávamos o Mundo. Com as cores dos nossos sorrisos, iluminado com o brilho que o sol tomava emprestado aos olhos, os teus e os meus, e com os sons das ondas que estalavam nos picos das cristas em línguas e lábios.

- Sabes que gosto cada dia mais de ti, meu amor? – Riu-se e encostou o corpo mais a mim, os cabelos negros junto à minha face que eu afagava em beijos suaves. Senti-lhe o sexo, desejoso e macio, e as formas e aromas do seu corpo de mulher a inebriar-me os sentidos. Meu Deus como eu a amo! Saibam que nunca amei um ser humano com a intensidade e querer com que me entrego a ela, com a vontade infinita de possui-la uma e outra vez, sem cansaço, sem espera. Com uma dedicação completa e desejo de mais e mais amor que me surpreenderiam não fora a sensação única de ter descoberto naquela mulher a minha predestinação como homem. Enquanto nos encostávamos bem um ao outro num mesmo abraço firme perdidos na enorme imensidão do amor, num só desejo de nunca mais sermos encontrados, deixava o espírito voar pela paisagem infinita que do cimo da falésia conquistava todo o universo.
Tenho uma relação com o mar que me vem nos genes. Nasci junto ao mar, e foi o mar o meu primeiro contacto com o infinito e com o sonho.
Lembro-me da primeira impressão que estreou o álbum interior das minhas lembranças duradouras. Há factores que nos ficam na memória com uma força tremenda. Foi o que decorreu dum acontecimento numa manhã, era eu então ainda criança de meses.
Pus-me de pé pela primeira vez na cama e pela janela aberta, descobri a imensidão do mar. Estive, sei lá quanto tempo, fitando o azul-turquesa transparente desses mares quentes do sul que se diluíam na distância em tons progressivamente mais carregados e que recortavam depois, numa linha fina, a clareza novamente azul em luz do céu.
Não guardo memórias de sons, de rostos, de cheiros ou gostos dessa idade. Nem me lembro, dessa altura da vida, sequer muito nitidamente do rosto da minha mãe, nem de coisas que aconteceram antes ou depois. Só me lembro desse mar imenso que trago na minha alma desde então e que fez de mim um solitário a navegar na vida procurando a outra alma que estivesse navegando sob a profundeza do mesmo olhar...
Olhei para ela e disse-lhe isso mesmo. Os nossos olhares gémeos, a emoção do infinito sonho lavado em espuma e azul. Beijámo-nos ternamente no alto da falésia, num pico do Mundo. Depois peguei-a ao colo e ela pôs-me os braços à volta do pescoço.
- O meu pai era marinheiro…- Segredou-me ao ouvido enquanto os sons da sua voz se misturavam com o vento de sabor a sal na sinfonia das cordas e velâmes que os fios dos seus cabelos infinitavam.
Encostámo-nos bem um ao outro, num abraço sem fim, de olhos fechados e abertos para o interior, para a mesma alma, para o mesmo desejo.
Mergulhámos no mar alto e amámo-nos toda a tarde, uma e outra vez na viagem deste veleiro sem fim rumo à Eternidade. Com a força com que o mar se entrega em orgasmos infindos contra as rochedos, onda após onda, maré após maré, num naufrágio contínuo, num eterno renascer…


* *

Publicidade deliciosa à Playboy


vista no WebPark pela Gotinha

14 agosto 2006

CISTERNA da Gotinha


Fotografias da Sexy Alessandra Ambrosio.


Jennifer Ellison decidiu vestir apenas a bandeira. Muito patriótica!!


A Sexy
Kim Smith terá saudades da Primavera?!


Snakes On A Babe: um jogo.


A
Cassy gosta muito dos seus caracóis dourados.


Esta
rapariga não tem gosto para escolher sofás..

5 minutos de pura magia


«Luís de Matos?! Qual Luís de Matos?!»


(enviado por Jotakapa)

(se o link de cima não funcionar experimenta aqui)

Cristalização


Irritava-me solenemente que ele repetisse que me queria ver como eu tinha vindo ao mundo. Nem tanto pela falta de pêlos que qualquer depilação resolve mas mais pelas ganas que me dava de lhe aparecer à frente depois de despejar cabeça abaixo o saco de sangue que vinha com a galinha do supermercado e de lhe colocar a questão óbvia de como preferia que eu cortasse as mamas que desde o fim da infância me tinham crescido.

Ele exasperava com os meus resmungos e protestos contra as suas frases feitas tal qual roupa de pronto-a-vestir cómoda de usar, em vez de estar a matar a cabeça em provas de alfaiate. Encolerizava-o a importância que eu atribuia às palavras como se elas não fossem apenas pedras do jogo da comunicação mas barro moldável às nossas sensações de ocasião.

Assim e na diplomacia do salvo melhor opinião, para evitar uma sanguinolência pela casa fora e a trabalheira que seria limpá-la como o Pulp Fiction claramente mostra, sempre que ele repisava que me queria como vim ao mundo, eu desejava-lhe que ao contrário do anis, nunca se lhe escarchassem os espermatozóides.

Maria Árvore - Chez Maria

OrCa - " eu sei que a maria-arvore não estava nesta quando esgalhou este belo texto, mas provocou-me alguma evocação de berço:

como se vem ao mundo...

depilado
pequerrucho
engelhado e meio murcho
entre as pernas um repuxo
e no toutiço um espicho
no dedo a chucha
e a estucha de ser lambido a preceito
por beijos de velharia que te esmaga contra o peito...

ah
se não fosse mais nada
além da boa mamada
do leite do meu deleite

mas não...
beliscões e coceguinhas que torturam a barriga
da criancinha ensonada

pois que não há paciência...
e contra tal violência resta-nos só a ciência
de arrear jiga e cagada!"

A importância de uma boa perspectiva…

13 agosto 2006

Fotografia em Português




João Pedro Sousa

Parte 1; Parte 2; Parte 3

ai melhér... cóçiguinhas nu... Nelo... :)

Nelo, tendo conhecimento das tuas carências
e porque respeito e aceito todas as tendências sexuais
permite-me:

Motivada pela tua foto
colocava-te em decúbito ventral...

Sobre essas belas costas em "V"
passearia
su-a-ve-men-te
uma madeixinha do meu longo cabelo...

Com ela desenharia linhas errantes
percursos incertos
costas acima..
costas abaixo...
construiria
sinuoso labirinto
de deliciosas sensações...

Se gemesses
de dentes cerrados
repetiria
insistiria
saciando essa zona carente
e adoraria ouvir e ver-te
contorcendo-te... de prazer...

Encaminhá-la-ia para os ombros
e braços...

Ai os teus braços!...
Como deve ser envolvente o teu abraço!...

Abraço de tenaz... de alicate...
Por favor, eu quero o teu abraço!

Parte-me os ossos!... Eu deixooooo!...


Papoila_Rubra
21/11/2005

Chuveirinho


Uma mulher surpreende o marido no duche a bater uma punheta e diz:
- Que é isto?
Ele responde:
- O que é? Já não se pode lavar o caralho à velocidade que se quer?