02 dezembro 2006

Sexo, amor e foda

Foto de Sabine Schoenberger

Durante a minha adolescência não se dizia "fazer sexo", ou "ter sexo". Tinham-se "relações sexuais". E utilizava-se a expressão em termos técnicos, como a de "coito", sendo a de "fazer amor" aplicada para quando queríamos referir-nos de forma mais carinhosa aos actos envolvidos.
Acredito que tenha sido por economia de linguagem, e até para poupar caracteres nas revistas cor-de-rosa que incluem secções acerca, que a expressão das relações foi truncada e se passou a usar simplesmente "sexo" para referir o que tenha que ver com... trocar fluidos (e espero que não apenas a penetração! Mas isso é outra conversa...).
Lembro-me, sobre o amor, que numa versão muito visionária do que pode ser a educação sexual nas escolas, e independentemente de se concordar ou não, ter tido uma aula em que a professora (de ciências da natureza, penso eu), ter querido convencer-nos que "o amor está feito, não se faz".
Já lancei para aqui algumas questões que quero analisar.
E começo pelo fim: o amor está feito? Aonde? Guardado em alguma caixa que se tem em casa, ou é, exactamente, algo que se constrói também muito na cama, no sofá, no chão, no assento do carro, em elevadores, em camas de hotéis, na rua, na relva, no campo, no mar...? Eu senti, sempre que fiz amor, que ainda amava mais (o parceiro, o acto e a mim própria)! E quero continuar assim!
Agora, embora lá ao sexo.
Costuma dizer-se "fazer sexo". Neste caso é que eu não concordo! O sexo, esse sim, está mais do que feito; não é um sentimento, são órgãos e práticas. Assim, penso que será mais apropriado dizer-se "praticar sexo", ou... Não sei, aceitam-se sugestões... "Fazer tesão" seria uma hipótese?
Até aqui, tudo bem.
A complexidade vem com pensarmos diferenças e semelhanças entre praticar sexo, fazer amor, e, já agora... foder.
Foi, ou é, "só sexo", é o que habitualmente se diz de algo que aconteceu/acontece de forma inconsequente, sem amor, só por tesão, porque apeteceu/apetece, porque as feromonas chamaram/chamam...
E "fazer amor"? Quem utiliza, hoje em dia, a expressão? Caiu em desuso?
O que cabe em cada uma das categorias? O que é praticar sexo, foder e fazer amor?
Para mim, cabe tudo em tudo. Porque quando faço sexo com tesão, só pelo tesão, pode não haver amor, mas terá que haver muito envolvimento, muita paixão, muito desejo. E apetece fazer tudo! Se não for para isso, mais vale nem começar!
Quando amo, e por maioria de razão, também faço tudo. Nem que seja porque a disponibilidade recíproca para a construção do sentimento é maior...
E foder? É aí que cabem os palavrões?
Ora bem, quando faço amor (e, para simplificar, quando pratico sexo com a pessoa que amo), ele não me pode chamar puta e agarrar-me nos cabelos para me foder melhor a boca? Que pena...
E quando fodo, não posso agarrar-me muito ao corpo que tenho comigo, beijando-o avidamente com amor ao sexo que estou a praticar? O que eu ficarei a perder...
É muito confuso...
Por isso mesmo: não há diferenças nos actos e nas práticas; a diferença está no coração e na relação que se tem com o(a) parceiro(a). O coração tem que ser poupadinho quando estão a ser praticadas actividades que envolvem algum esforço físico. Por isso, deixemo-lo sossegado e aproveitemos os(as) parceiros(as). E, quanto mais variado for o sexo que se pratica com amor ao dito, melhor é a foda.

A 1ª versão do texto é de 2005

Tá de chuva!


foto: hotgrafx

Desejam-se boas abertas*.

*ou, em alternativa, boas e abertas!

Algumas

01 dezembro 2006

Postais de Natal I


Manhã de chuva.

por Charlie

O dia estava a despertar.

Não como nos dias vulgares em que sentimos o clarear a entrar pelas frestas das janelas, acariciando-nos a pele nos momentos anteriores à luz que nos tinge as pálpebras de bocejos, mas antes como um sonho indefinido a entrar pela vida dentro. Os vidros suavemente embaciados acentuavam o tom estranho mas maravilhosamente cinzento matizado que se filtrava da rua, acompanhado do ritmo irregular de uma chuvinha doce e mansa.
Tic... tic... tic... tic...
- Ai que maravilha, sentir a chuva lá fora, deitadinhos debaixo dos lençóis. – Pensei antes de voltar-me para ela.
Puxei um pouco a roupa de forma a enterrar-me todo dentro da cama, de nariz bem encostado aos seus ombros.
Como me sabia bem o seu cheiro de mulher. Passei um braço por cima dela e encostei bem o meu sexo ao seu corpo, mal atrevendo a pousar a mão em concha no peito pequeno de mamilos em poema*.
Assentei os lábios num beijo suave. Muito suave.
Gosto de ser meigo. O meu beijo foi só um toque dos lábios a emoldurar a língua húmida com que saboreei muito docemente o sal da minha vida.
Tenho gostos simples. Assim como este dar um beijo tão leve - quase só a ponta da língua - num ombro que lhe desperte apenas a transparência dum sorrir, como de quem acorda por dentro do sono para um novo sonho. Um mergulho brilhante no infinito. O sentir-se gota cheia de sol, voar sem tempo e ser-se estrela. . .
Gosto de dormir nu! Completamente nu, sentindo a frescura e o toque do tecido contra a minha pele. Prolongo-me pelo espaço e sinto a liberdade de me saber apenas um fragmento do Universo, um piscar no tempo. Um nada e, simultâneamente, no instante ínfimo que é a nossa vida, o ser tudo; o infinito.
Da primeira vez que dormimos juntos, pedi que dormisse nua também. Toda nua como eu. Fez uma cara meio esquisita. Não estava habituada.
Já lá vão uns quantos anos.
Como o tempo passa...
Encostei-me mais a ela.
De olhos fechados sentindo o calor do seu corpo contra a minha pele, respirava agora toda a sua poesia.
É tão bom acordar ao lado de quem se ama…
Voltou-se para mim.
De repente.
Senti-a fundir-se entre as minhas pernas e braços, os dois rodando num só corpo e as almas a convergir entre o sonho e o quase despertar.
Abriu ligeiramente os olhos e abraçou-me com força.
- Fode-me... - Disse ainda meio a dormir com aquela voz...
A mesma voz que me havia enchido o telefone de sensualidade da primeira vez que tínhamos falado e eu me sentira prisioneiro duma emoção indescritível.
Mordi-lhe docemente o pescoço e desci para os peitos. Muito devagar. Tínhamos todo o dia. Chupei os mamilos com a força que sabia exacta para a fazer estremecer, enquanto as mãos sondavam os mistérios do sonho feito corpo.
Encostámo-nos bem um ao outro e fechámos os olhos.
Lábios em descoberta, corpos em naufrágio, gotas de suor o nosso mar.
Lá fora, o dia escureceu.
A persiana abanou com uma súbita e breve passagem do vento.
Chovia agora com mais força...

___________________
* a propósito de mamilos em poema:

Esse sonho, mamilos em poema,
sublime suprassumo do verso
É sentir tudo em queima
Imersas mãos no mar imenso

É avançar sem terra à vista
Viagem em guia pelas estrelas
Ser navio e ser conquista
Ser nativo, e caravela.

É o céu de olhar fechado
de alma toda aberta em voo
E dizer sem som falado
Amo-te como ninguém te amou...

Que raio de publicidade a seguros!


Anúncio da seguradora inglesa Bennetts, especializada em seguros para motos e motoqueiros.
Se conseguiste ver este anúncio até ao fim, então toma lá outro e ainda mais outro. Mas não me perguntes que mensagem eles querem transmitir com aquilo...

Recordações

30 novembro 2006

Qrònica do Nelo

O Regréço do Nelo

....Im vez de me aviari, foi lá dentru ós gritos a fugiri shamar o marido, e fui posto na rua com uma biquerada......

Ai melhéres!
As coizas cuma melhér teim de fazeri çeim ter hás veses vontadí.
Intão nam ei ca minha Efgénia çe alembrou de ir faser uma operassão plásquita?
Çim! Ei iço mejmo que estam pinçando!
Cá per mim nam fasia falta ninhuma, quela com os çeus metro e sinquenta e sinco de altura e sento e dez quilos, mais a çua bela papada, stava munto beim pra mim!
Eu, açim cumo açim, çôu uma bisha, com uma pila me contento, e çe nam foçe o Lalito ter-çe metido feita cazamenteira a dezer que hera uma bom partido, melhér rica e çolteira, numca teria cazado. Mas já que stou cazado, melhéres, deicha star. – çempre vai dando prós alfinetes, dejde que ela nam me veinha com eças coizas que vossês çabeim-…hihihihi
Ai mas adiante. Fui ao strangêiro per cauza duma coiza quela arressebeu eim caza, um purspecto que dezia açim, em Spanhol e em Protuguês:

- Você quer recuperar as linhas que fizeram o seu par perder-se por si?
- Rejuvenescimento geral garantido.
- Emagrecimentos, cirurgias plásticas e correctivas, bandas gástricas, tonificação muscular. Conselhos íntimos. Melhoramentos da vida sexual. Tratamos impotência e desvios sexuais.
- Consultas grátis, clínica XXXXX Badajoz.-

Ai melhéres! Quande chiguei a caza e vi a minha Efigénia e o Alfredo, o nosso xofér, a fasereim as malas e as depois de ler o purspecto e açim, diçe logo:
- Nelo, melhér, aqui há coiza!…-
E houve mejmo!

- Bajadoz, Bajadoz,
Relvas há vista….
Çôu bisha fadista
Goste éi da conquista
e nam quero mudar…
la-la-lalara-lalala…

Açim ia eu cantando no carro a cansão do nóço Pato Banqueiro, eco môsso do Alintejo, inquanto a Efigénia ia olhando pra mim abanando a cabessa…
Ai mas felismente já paçôu que eu nam me dei nada beim per lá…ts ts ts.
Ainda me alembro du dia eim qui shiguei e intrei numa pastelaria e pedi, a uma lambisgoita que stava ao balcão, com u meu setaque spanhol, queu melhéres,çôu açim de bom ouvido e asdepois de oviri dez minutos de rádio no carro apanhei logo o jeito.
Entrei, pois entrei, olhei pró espositor no balcãu e diçe:
- Esciutie pior favior! Mi dei uni galión cliario e…..(deicha-me veri, melhér)… Uni mili fóias!-
- Perdón!- Diçe ela com uma cara de pouco amigos
- Puede Ud. repetir-lo por favor? Que no lo entiendo!
E eu melhéres que fui çempre çimpático, ri-mi e diçe:
- Cón certieza quieridia. Hihihihi...
Fóias, muliéri!
Fóias! Mili fóias.... Mili fóias! Priessiébi?-
Eu quierio di ustéi mili fóias, e ….uni…..…..
Ela, melhéres, neim me deichou acabar o pedido. Im vez de me aviari, foi lá dentru ós gritos a fugiri shamar o marido, e fui posto na rua com uma biquerada nus fundilhos melhéres, a shamar nomes há minha mãe e açim uns nomis que nam digo.
- Si tu quieres follas, pués que te vás com lá puta de tu madre, hijo de puta- Diçe ele ainda quando eu já tava na rua a sfregar o meu trazeiro…
Ai que feitios melhéres….deveim arranjar grandes freguezes açim com eshtes modos…
Ai ai …mas cumo a Ção Rozas me diçe pra screver qrònicas piquenas perque as piçôas deste broshe teim perguissa de lereim teistos grandes, deicho os permenores da clínica prá çemana.
Bom fim de çemana e bons broshes.

Nelo

Torso




Jean

Uma delícia holandesa para a minha colecção

Recebidinho de fresco, este dildo em porcelana com uma imagem de uma holandesa com um balde de leite e vaquinhas num prado. Segundo o seu criador, como o interior é oco e tem uma rolha de cortiça, pode-se encher com água quente ou gelada, conforme a sensação que se pretender na passaroca.crica para aumentares a bitola da coisa
"Dá ao rabo, dá ao rabo
linda vaquinha holandesa
mexe a língua neste nabo
que te entra na profundeza

nesse prado tão verdinho
onde pastas sem cessar
encontro sempre o caminho
para o teu rabo encontrar

e quando olho pró meio
entre as tuas coxas, vejo
um úbere rosado e cheio
onde deposito um beijo

Mas logo acima me atrai
essa tua cona carnuda
e a minha língua lá vai
em busca da febra desnuda

E o teu mugido tão doce
que me chama para a foda
pede-me que te adoce
e que meta a língua toda

Logo após longa trombada
e tu cheia de excita São
rebolas-te na relva molhada
suplicas pelo meu tesão

E eu logo rogado me faço
fingindo que não me apetece
mas tu, puxando-me pelo braço
entalas-me na fenda que estremece

e os queijinhos c'agentes faz c'a leitaça?
pouco bons, São...

Bartolomeu"


"Soube que deram à São
Objecto de mui fina porcelana.
Que ela usará ao serão
Até ver que a «coisa» engana!
O dildo terá muita utilidade
E pasmem: até água fria e quente.
Mas eu sei que a São terá saudade
Do tempo em que usava gente!
Só não reparei se o «bicho»
Trabalhava a pilhas ou corrente.
Porque se é manual, o «esguicho»
Vai cansar a mão da «gente»!
Mas o pior é se se parte
Naquela agitaSão frenética.
Há-de haver cacos que farte
Naquela função poética!...

"


"Melhéres a coiza mais entença
que aviam de inventar.
Uma pila de faiança,
faz melhéres uma festança
e deixóm o homem pra eu papar.
Beim çei que as á de corda,
com uma pilha ou intão.
Cumo esta que leva leite
Frio ó quente au gosto da Ção
E só mete-lu lá nas covas
nunca perde o tezão.
Vem-se tal e qualemente
basta dar-le um apertão.
Ai çim gaijas, ai ai çim,
Nam çe fassam de rogadas
Vãm pra cama discansadas
Deichem os homes deste broshe pra mim.

Nelo"

À «mais pedida» eu pedi - Bartolomeu

"À «mais pedida» eu pedi
um «aconchegante» agasalho
mandou-me para de onde eu vim
para não me mandar pró caralho

Mas eu disse, «bem-me-quer»
não sejas assim para mim
ela respondeu, vai-te foder
esta cona não tem esse fim

Dá-me a tua «bolsinha»
Dá-me esse «atelier»
supliquei eu de mansinho
só estou «querendo te fodê»

Esta «área de laser»
«carrinho de cachorro quente»
não vai ser «para tu foder»
vai ter que alimentar muita gente

Muito chateado e triste
com aquele imenso achaque
peguei no meu pau em riste
e fui fazer um «milkshake»

Bartolomeu"

Circuitos

29 novembro 2006

CISTERNA da Gotinha

Ai ai... que saudades do verão e das águas cálidas da piscina.

Convém saber estas coisas
...principalmente se formos pilotos da TAP... diz o MN!

Que belo
tronco, não concordam, minhas amigas?!

Lavagem de
carros em topless: quem precisa de ter o bólide bem polido?!