fotografia - Igor Amelkovich
12 janeiro 2007
O começo - por Leonor de Saint Maurice
Partíamos sim para encruzilhadas vadias, temendo o escuro mas acolhendo as madrugadas, debaixo das terras frias de uma parte qualquer do nosso universo. Calámos o amanhã em goles de vodka, riscámos calendários dos dias de nortes vários, abrigámos os silêncios em céus de estrelas. Era a nossa noite. A noite que dividia o passado do sabor dos dias, na manteiga mole das tuas febres, dos meus desvarios.
Passeámos na praia de todos os amores, agarrados à cintura das estrelas, dos caminhos simples de todos os amantes e mergulhámos nas histórias lindas de luzes explodidas à beira do rio. Eram músicas que nos acompanhavam no respirar das coisas, areias que invadiam os nossos lugares, laranjas que suavam odores de inverno, em paisagens carregadas de monotonia.
Era a vida que preenchia os nosso lugares vazios, preenchia as vontades de todas as mãos do corpo e devolvia o sabor das uvas ao passo dos pés cansados de quem o bebia.
Certo era, que todas as gaivotas que dormiam sobre as ondas daquele mar que nos guardava, calado e sapiente, eram testemunha das palavras escritas em ventos do lado de lá da margem, que nos separavam daqueles que apenas remam destinos rotulados e sempre mesmos.
Lá longe, um farol que lembrava as almas esquecidas de um temporal que resistia às veleidades terrenas e apontava a luz que nos entontecia, rosto no ventre, aquecido e apaziguado na calma da alma. Eram 8 da madrugada, e o que restava de uma noite vivida ao segundo, esvanecia-se na luz que nascia.
Permaneci sempre acordada, sentindo o pulsar da tua vida no meu peito, até ao sol nascer e acordar a cidade. E as gaivotas da nossa praia encontrada anunciavam uma nova alvorada. Uma vida levantava-se ao raiar de um ano que prometia sonhos e ilusões, mesmo ali, na ponta dos pés, despontava."
Leonor de Saint Maurice (a nossa Fresquinha)
Blog A Mulher do Próximo
CISTERNA da Gotinha
Apanhados com um fio dental.
Que não seja pela falta de exemplos...
Galeria fotográfica da cubana Eva Mendes.
A Jazmine Lyn enganou-se no tamanho da camisolita...
11 janeiro 2007
Sexualidade das pessoas com deficiência
O problema, segundo estes pais, é não haver grupos de auto-ajuda entre as famílias dos deficientes.
E, como refere a Matahary, "os deficientes são apenas mais um dos ramos dos esquecidos... depois há os velhos, os feios, os que «são mais bolos» e por aí fora..."
Não sei o que fazer concretamente em casos destes, mas concordo com o que diz a Matahary: "Se começássemos por consciencializarmo-nos que as pessoas deficientes também são compostas pela vertente sexual, à semelhança dos restantes homens e mulheres, já seria bom..."
É certamente uma causa pela qual vale a pena lutar!
Alguns links interessantes:
> «Autismo e sexualidade» por Demetrious Haracopos e Lennart Pedersen
> APPDA - Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo
> «Sexualidade e o adolescente com deficiência mental: uma revisão bibliográfica» de Olga Maria Bastos e Suely Ferreira Deslandes
e, também a propósito (digo eu):
> Beleza da mulher deficiente em concurso
Charlie: "A sexualidade, como expressão máxima do afecto... ou sexo só pelo sexo, como necessidade biológica e psicológica? É um assunto com um peso tremendo. Basta que nos imaginemos na pele dum deficiente e termos de passar por toda a sorte de limitações que o nosso viver quotidiano despreocupado de certos «pormenores» faz esquecer. Decerto que a frustração sexual não é a parte menor de quem se vê preso às limitações da sua deficiência. «Somos um todo, e só é possível sermos plenos se não nos compartimentarmos uns aos outros em várias categorias»"
Zé: "O que eu quero mais que tudo é não ser mal interpretado, dado que o Mundo não é um espaço aberto mas antes um círculo fechado. Alguém tem conhecimento de relacionamentos (casamento, união de facto) entre dois seres com deficiência mental? Conhecem o que diz a Lei sobre isso? Paremos um pouco para pensar: autismo - todos teremos uma noção do que representa, sobretudo para a família, pais, irmãos... e para o próprio? O desejo sexual ou a líbido assenta em determinadas zonas do cérebro afectas a esse sentir, mas nem os Damásios foram tão longe. Parece que seria o abrir de uma incomensurável Caixa de Pandora. Eu vivo muito perto de uma APPACDM que, segundo dizem, é das que melhor funcionam no país. Conheço quem a dirige e muitas outras pessoas a trabalhar lá ou a colaborar. As dificuldades são imensas (muitas vezes trabalha-se no escuro ou sobre o arame) e «os que lá estão» não merecem outra atitude que não seja carinho e compreensão... e muito, muito cuidado".
matahary: " (...)A verdade é uma: todo e qualquer deficiente, seja a que nível for, vê a sua sexualidade anulada; como se eles não tivessem direito a ela. Sim, como qualquer outro ser humano, «merecem carinho e compreensão... e muito, muito cuidado»... e respeito! Respeito pelas suas necessidades! As Instituições (incluindo a Familiar) preocupam-se com o comer, dormir, lavar e vestir. E então, o resto? Não falo apenas no desempenho a nível sexual; mas por exemplo, temo-nos preocupado em ensinar a serem assertivos no que respeita a essa temática? Não, por isso, por vezes ficamos tão chocados com o que vemos; nunca ninguém lhes ensinou o que é socialmente aceite, ou não, relativamente ao sexo. Sexo, é um assunto tabu; não se fala, não se ensina, para ver se eles se esquecem... Ora, não é isso que tentam fazer há séculos com a restante população?! Agora, podem imaginar o que não fazem, ou tentam fazer, com os deficientes".
Zé: "Já agora, diga-me lá (...) quantos casais casados ou a viverem em união de facto conhece ou ouviu falar que existem, com o pormenor de serem autistas? E diga-nos (...) como seria para si uma relação sexual entre dois seres autistas - mesmo admitindo que, entre eles, o amor existe e eles sabem, compreendem-se - pois, como sabe, é difícil a um autista fazer perceber estas coisas a nós, seres aparentemente normais? Já leu, por acaso, (...) o que é que uns portugueses radicados nos EUA há muitos anos e absolutamente respeitados pela comunidade internacional, que se dão pelos nomes de Hanna e António Damásio, escreveram sobre isto? O autismo afecta ou não e de que formas a parte do cérebro que (nas pessoas normais) está afecto à erogenia? Será que é mesmo possível dois seres autistas terem um relacionamento sexual explícito? Porque é que não faz a pergunta àqueles portugueses que nos enchem de orgulho e que são campeões mundiais de boccia, como é a vida sexual deles e por culpa de quem? E não estamos a falar de autistas, mas de paralisia cerebral em vários e diferentes graus. Sem querer ser professor e sem armar em mestre, o sexo não é tudo, nunca será tudo, será sempre uma parte excepcionalmente importante, para quem o compreenda, quem o entenda e quem o partilhe.Para isso, Deus deu-nos aptidões físicas e mentais:poderá dizer-nos se dois autistas têem condições físicas (não falo da parte mental) para ter sexo? Será que também sofrem de ejaculação precoce ou (no caso dos homens) têm poluções nocturnas?"
Pedro: "Jorge de Sena dizia que, sendo contra a prostituição, era a favor dela para estes casos. Estes e os outros, dos feios/feias e horríveis que (podendo...) teriam que pagar para ter direito a uma vida sexual. E relembro-vos uma série de artigos publicados pelo Diário de Notícias, em que se leu de tudo acerca deste caso. Desde pais que contratam regularmente prostitutas para estarem com o filho deficiente, até uma mãe que revelou que masturbava o filho amarrado a uma cama. E um dos artigos revelava que em certos centros, os/as próprios/as enfermeiros/as, não se assumindo como prostitutos/as (vade retro satanás!) admitiam certas práticas com os/as utentes. Até acho que se pode ver algum mérito em TODAS essas atitudes reveladas debaixo do anonimato..."
papoila_rubra: "A sexualidade das pessoas deficientes é sem sombra de dúvidas um tema muito vasto, por muitas e variadas razões. Mas perante um tema tão importante de modo algum posso ficar em silêncio. A minha opinião é ditada pela voz do coração. Tenho um filho deficiente motor, quase há 21 anos. Permanecemos ainda ligados pelo cordão umbilical. Frequentemente sou as suas mãos ou as suas pernas. Quando era adolescente, sempre fui sua cúmplice para colocar as cartinhas amorosas junto das suas «namoradas».Quando me apercebo que está em «intimidades» ao telefone ou computador, dou-lhe toda a privacidade. A sexualidade das pessoas deficientes tem de ser encarada tão natural como a de qualquer outra pessoa. Cada vez mais se defende uma sociedade inclusiva. Por acaso os asmáticos apenas se relacionam com os asmáticos? Porque haveria um deficiente de apenas se relacionar com outro deficiente? Todos somos seres sexuados. Dessa verdade ninguém escapa".
onanistélico: "Bem hajam, sábias opiniões sobre o ser-se diferente. Indiferente? Só à indiferença! Estas nossas sociedades (e todas) são, por muito que digam o contrário, eugenistas... a recusa da diferença assenta essencialmente no encobrimento de outrém. Enclausura-o e assim, esquecendo-se da sua existência, finge (e pior do que isso, age de acordo) ser normal. E o que é ser-se normal?"
OrCa: "Sobre o tema ocorreu-me um filme americano visto aqui há muitos anos - «Fim De Semana Alucinante» - que denunciava, nas entrelinhas do enredo, uma realidade ignorada: zonas recônditas da América reservadas a deficientes de vário tipo. Assim a modos que um enorme guetto em local desabitado onde se «soltavam» esses «incómodos sociais». O drama foi que a coisa deu para o torto já que os deficientes, especialmente prolíficos e soltos, reproduziram-se de forma, essa sim, alucinada e sem qualquer espécie de controle, transformando todo o projecto num caso sério e muito difícil de abafar ou, sequer, resolver sem recorrer a medidas drásticas. Na verdade, o assunto é de delicadeza extrema. E a humanidade da atitude - porque é disso que se fala - passa por os mais aptos auxiliarem os menos aptos, sem mais. Depois, tecnicamente, serão encontradas as formas de promover as soluções personalizadas. Porque, convenhamos, um dos grandes problemas consiste em que tanto avanço tecnológico não se repercute de forma equivalente em avanço de mentalidades. Exactamente porque apenas uma ínfima parte pode aceder a eles. E os «tabus» sociais, de que todos estamos mais ou menos imbuídos, dificultam sobremaneira a busca de soluções dignas e humanas - humanas, claro - para problemas deste tipo. Mas o mundo pula e avança..."
papoila_rubra: "Uma pessoa deficiente não é um marginal nem um fora de lei para merecer segragação social. Há quem já nasça deficiente, e há quem adquira deficiência numa fase da sua vida, quer por doença quer por acidente. Há um facto que geralmente não valorizamos e que é tão simples como isto: todos os rotulados de «não deficientes» são potentes candidatos à deficiência. Agora estou bem, mas o que me espera no momento ou dia seguintes, nós nunca sabemos. Já visitei um lar de raparigas deficientes mentais profundas. Raparigas com corpo de mulher e mente de quase bebé. Eu era rapariguinha ainda, mas tenho as imagens bem gravadas. Meninas rejeitadas pela famílias. Pessoas extremamente carentes de afecto. Tive empatia com uma delas. Não falava. Dizia apenas um sons imperceptíveis. Estava sentada no chão. Quando os nossos olhares se encontraram, prenderam-se. Estendeu-me os braços. Segurei-lhe as mãos. Não nos largámos mais. Ajoelhei à sua frente. Ela pousou a cabeça nas minhas pernas e fiquei todo o tempo da visita a acariciar-lhe o cabelo. Claro que sobre a sexualidade de uma pessoa com estas características, haveria muito que reflectir e descobrir. Penso que cada caso será mesmo um caso com direito a solução individual. Apesar de estar apta, eu não concordaria que esta rapariga procriasse. Penso no entanto que se ela convivesse com outras pessoas, traria as suas carências afectivas resolvidas e como é evidente, nada tem a ver com casamentos, namoros ou abusos sexuais. A expressão da sua sexualidade, poderia até não ir para além das carícias e beijos. Mas se fosse, entraria então a actuação da prevenção anticoncepcional. Mas nesta instituição que visitei, apenas funcionavam os cuidados básicos de saúde e higiene, feitos à porta fechada, isto é, à margem da sociedade. Os anos passaram. O que se passa actualmente em instituições semelhantes, eu desconheço".
10 janeiro 2007
Travessa escura
por Charlie
Saiu como tantas vezes fizera antes.
Quando as luzes se mostram cansadas de iluminar as pedras e estas sabedoras do cansaço da noite se mostram em brilhos acetinados e cobertas de suores.
Um ponto de luz na noite foi sempre a atracção esvoaçante que queima as asas ao sonho dos incautos, mas que importava isso para ela, agora com os olhos cheios de luz e alma sedenta de amar?
Iria como de costume entrar no bar duas ruas mais abaixo, pedir uma bebida, seduzir sem olhar e fazer o jogo sublime dos sinais que os corpos descodificam no despertar dos mundos interiores.
Por um instante riu-se docemente só para si mordendo os lábios e os olhos tomaram o abrir pleno da noite.
Passou debaixo do arco ao fim da rua, passagem simbólica para outra lado da vida.
A partir dali tudo mudava. A rua onde morava, onde durante o dia a claridade mostrava as recém chegadas rugas às vizinhas a quem não falava, e onde comia pão com manteiga por trás da porta entre aberta, dando os bons dias a si mesma quando o sol já percorrera mais de metade do seu percurso diário.
Essa rua, cheia de nada, ficava para trás quando na alta da noite ultrapassava o arco, atravessava a rua e descia a travessa escura e enviesada, meros dez metros seguidos da esquina morna de onde se adivinhava já o reduto dos jogos da eternidade encerrados no espaço do Bar onde era cliente fixa.
Era lua nova, e as noites escuras sem lua inquietavam-na de sobre maneira.
Rapidamente, acelerando o passo, fez por passar depressa pela travessa dos seus medos.
Estava quase a chegar ao meio, mais uns passos e o seu rosto iria encher-se da luz dos néons da rua contígua.
Mais uns passos e…
Foi quando sentiu de repente uma mão agarrar-lhe na boca e outra a puxar-lhe pela cintura. O seu coração pareceu de repente ir explodir. Lutou contra as mãos que a prendiam, o corpo de forte cheiro a suor azedo que a esmagava contra a parede. Sem saber como viu-se atirada ao chão duro e húmido. Sentiu uma dor intensa no seu flanco esquerdo, uma pedra mais saliente por entre as outras arredondadas das velhas calçadas. Sentiu um peso imenso em cima do estômago enquanto os joelhos daquele vulto enorme lhe prendiam as mãos.
Tentou gritar, sem sucesso. Um trapo seco, um lenço, sabia lá o quê foi-lhe introduzida na boca ao mesmo tempo que um sopapo violento a fez rodear de pontos luminosos, deixando-a meio zonza.
Depois, um puxão e sentiu a lingerie a desfazer-se sob a indelicadeza daquelas mãos grosseiras e ásperas que lhe arrancavam a roupa. Cuecas em baixo e um cheiro a álcool encheram-na de lágrimas quando sentiu estar a querer ser beijada. Desviou a cara enojada, estrebuchou uma e outra vez, pontapeou tentando libertar-se e levou outro sopapo.
Depois sentiu o afastar das pernas, a penetração sem mais. Bruscamente uma e outra vez sem qualquer preparação A sensação de morte que o chão frio e húmido lhe transmitiam ás costas e à nuca. A dor do corpo seco violentado, o nojo, o medo e a convulsão final do êxtase porco dentro de si, do orgasmo roubado como um bocado de carne levado na boca duma fera arrancada do seu íntimo com o mais cruel do sangue frio.
Sentiu-se esvair-se do fluido vital, a vida a abandonar o corpo e…
Rapidamente deu mais um passo e passou o limiar da travessa escura….
Havia já anos que ali passava e todas as noites sentia o mesmo calafrio quando se via tomada destes pensamentos.
Sorriu.
O rosto encheu-se de luz.
Vindo do Bar, ali mais à frente, já se ouviam os sons que faziam abrir as asas da noite
Cada tiro, cada melro
Ela fartava-se de me dizer que aquilo não era uma coisa muito certa e eu, à laia de Dupond e Dupont, diria mesmo que cada tiro, cada melro, pois num ápice foram três abortos, pagos com o dinheirinho de todos os familiares e amigos que eles nem um tostão tinham para mandar cantar um cego.
Resolveram tomar medidas mais drásticas e abasteceram-se de caixas e caixas de preservativos, de cremes espermicidas e até da velha tabelinha das temperaturas, de modo que quando iam para a cama mais parecia que estavam num bloco operatório a passar os instrumentos para uma cirurgia.
Mesmo assim ainda houve uma quarta ocorrência rapidamente tratada na clínica de um médico recomendado pela vizinha de cima que lá tinha ido por indicação de uma colega de trabalho que também o usara por conselho da irmã que possuía larga experiência na matéria.
E antes que as dívidas e o saldo bancário os afundassem de vez resolveram investir numa laqueação das trompas de Falópio que nem se pensava na vasectomia, esse papão que tira a pilinha aos meninos.
CISTERNA da Gotinha
Pamela Camassa faz a capa da revista FOX
Sumário da aula de hoje: Como tirar o soutien.
Vídeo: Vida Guerra na praia.
09 janeiro 2007
Desafio desportivo
E, cada vez mais, entendo que o único desporto completo e digno desse nome é o sexo.
Como podem ser considerados naturais os desportos de bola, quando o objectivo é enfiar a ou as bolas? Para já não falar do snooker, completamente anti-natura, já que o taco é usado para enfiar as bolas!
Há muito que faço um desafio para o qual ainda não tive uma resposta favorável:
Quem me consegue dizer um desporto que seja praticado com duas bolas?
Se houver, pode ser que ainda o pratique, nas horas... livres...
Contributos de membros e membranas:
MN: "Encontrei! «(...) each player is their own team and controls 2 balls»"
MN, é e não é. O bocceball, que na minha terra chamam o bolim, é jogado de facto com duas bolas por cada jogador. Mas nunca é jogado só com duas bolas (se fosse, seria uma pívia, Noé?) e sim com duas bolas por cada jogador. Não deixa de ser anti-natura, quando até as mulheres que jogam... têm um par de bolas iguais às dos homens?
zb: "Bilhar de bolso. Joga-se com duas bolas..."
Isso não vale. Falo (digo, testículos) de desporto de competição.
Barilman: "E que tal o jogo de berlinde? É no minímo com 2 bolas... e joga-se de cu pró ar..."
Zé: "Sugiro que visitem este site e depois quero saber o que é que ganho por ter descoberto um desporto que se joga com duas bolas. Visitem o capítulo 9 das regras. Tomem lá que é para aprenderem!"
Tens toda a razão, Zé. Nas páginas 131 e 132 do «Manual de Campanha C 20-20 - Treinamento Físico Militar, 3ª Edição, 2002» do Exército Brasileiro, consta a modalidade desportiva «Bola Militar»:
"9-5. BOLA MILITAR
a. Definição - Modalidade recreativa jogada com uma bola de «rugby» em um campo de futebol possuindo regras próprias e empregando grandes efetivos.
b. Regras gerais:
(1) é jogado em campo de futebol ou em uma área de aproximadamente 60x100 m, com efetivo de 20 a 80 homens de cada lado;
(2) pode ser jogado com duas bolas, quando o efetivo for de mais de 40 homens por equipe;
(3) quando jogado com duas bolas, um tento consignado com uma bola não suspende o jogo, que continua com a outra;
(4) quando jogado com duas bolas, deve haver dois juízes com apitos de sons diferentes e cada juiz acompanha uma bola; (...)"
Ganhaste, Zé. Nada, mas ganhaste!