21 fevereiro 2007
A arte de Fazer o Amor, por mostrengo Adamastor
Uma animação do ternurento Bill Plympton.
A igreja e o carnaval
Para quem, como eu, caíu num caldeirão de igreja na sua meninice, é muito difícil encontrar dentro da instituição igreja exemplos a ouvir com atenção e muito menos a seguir.
Surpreendeu-me, por isso, este texto do Padre Mário de Oliveira, feito no seu diário numa quarta-feira de Cinzas: «Deus gosta mais do Carnaval» [site www.esquerda.net]
Eis alguns excertos (mas recomendo que leiam mesmo o texto todo):
"Ontem foi o dia de Carnaval. E, hoje, é o dia de Quarta-feira de cinzas. Entre um e outro, qual será o dia que Deus prefere? Tenho para mim, que Deus gosta mais, muito mais, do dia de Carnaval, do que do dia de Quarta-feira de cinzas, apesar deste ser iniciativa da Igreja."
"(...) Mas como é que Deus poderia gostar mais do dia de hoje, Quarta-feira de cinzas, do que do dia de ontem, Carnaval? Não é Ele o Deus da Alegria e da Festa? Não é Ele o Deus da Vida e dos Vivos? Não é Ele o Deus da Plenitude e da Abundância? Não é Ele o Deus do Excesso e da Ressurreição?"
"(...) Ora, se ontem foi o dia da Folia e do Erotismo sem barreiras, hoje, por determinação da nossa Igreja católica romana, é o dia da Tristeza e do Sacrifício. Se ontem foi o dia da expansão da vida humana, hoje, é o dia da repressão da vida humana. Se ontem, as pessoas foram águias e puderam voar até à exaustão, hoje, não passam de galinhas de capoeira, condenadas a olhar para o chão, com a cabeça coberta de cinza. Se ontem os corpos humanos se mostraram nus e esbeltos, numa proclamação sem tabus da beleza erótica e da vida chamada à ressurreição, hoje são corpos sobre cujas cabeças, os clérigos - são, felizmente, cada vez menos os seres humanos que ainda se prestam a esse papel à frente das paróquias - depositam ritualmente cinza, ao mesmo tempo que dizem, "Lembra-te, ó homem, que és pó e em pó te hás-de tornar" (as mulheres, pelos vistos, não são tidas nem achadas, não são sequer nomeadas e, por isso, parece que poderiam e deveriam continuar o Carnaval sem qualquer interrupção; mas, por mais estranho que isso seja, a verdade é que são as mulheres quem, hoje, ainda mais corre a receber a cinza e a escutar estas absurdas palavras que o texto do Ritual católico se «esqueceu» de endereçar também a elas!). Ou seja, se ontem tudo nos dizia que a vida humana é bela e é para ser vivida até à exaustão, hoje, tudo nos diz que a vida humana não presta para nada e, por isso, o melhor é mesmo renunciar a crescer em idade, em estatura, em sabedoria e em graça - coisa que Jesus de Nazaré nunca fez, antes pelo contrário (cf. Lucas 2) - para apenas crescermos em derrota e em fracasso, até que a morte nos reduza a pó, a cinza, a nada."
"Está visto que, com as coisas assim, Deus só pode gostar do Carnaval e detestar o dia de hoje, Quarta-feira de cinzas, bem como a quaresma que com ela se inicia. Por sinal, a humanidade, cada vez mais liberta da nefasta influência do clero católico e da sua ideologia moralista, também gosta mais do Carnaval, do que da Quarta-feira de cinzas."
"(...) Só mesmo uma Igreja que, depois da derrocada do Império romano, se transformou em poder eclesiástico e em império religioso-católico, é que foi e é capaz de sentir sádico prazer em reprimir as pessoas que a integram e as populações em geral. E em castigá-las com cilícios. Com jejuns. Com abstinências. Com longas listas de pecados, cada qual o mais grave e o mais feio, a ter de confessar, de joelhos, aos pés de um clérigo que se deixou, ingenuamente, convencer de que Deus delegou nele o poder de perdoar pecados. Mas não só. Também com a sádica repressão dos corpos."
"(...) Mais. Se assim é, e é de facto, então, tudo isso que a Igreja católica tanto valorizou, são falsos valores, são manifestações concretas duma cultura desumanizada, repressiva, anti-humana, duma falsa cultura, duma cultura que tem tudo a ver com o culto dos deuses e das deusas do Paganismo politeísta e idolátrico, nada tem a ver com Jesus de Nazaré e com o Deus que se nos revelou definitivamente na sua prática de vida e na sua palavra, uma e outra, radicalmente libertadoras e promotoras da vida humana em plenitude e em abundância. E, igualmente, nada tem a ver com cultura verdadeiramente humana e humanizadora. (...)"
Surpreendeu-me, por isso, este texto do Padre Mário de Oliveira, feito no seu diário numa quarta-feira de Cinzas: «Deus gosta mais do Carnaval» [site www.esquerda.net]
Eis alguns excertos (mas recomendo que leiam mesmo o texto todo):
"Ontem foi o dia de Carnaval. E, hoje, é o dia de Quarta-feira de cinzas. Entre um e outro, qual será o dia que Deus prefere? Tenho para mim, que Deus gosta mais, muito mais, do dia de Carnaval, do que do dia de Quarta-feira de cinzas, apesar deste ser iniciativa da Igreja."
"(...) Mas como é que Deus poderia gostar mais do dia de hoje, Quarta-feira de cinzas, do que do dia de ontem, Carnaval? Não é Ele o Deus da Alegria e da Festa? Não é Ele o Deus da Vida e dos Vivos? Não é Ele o Deus da Plenitude e da Abundância? Não é Ele o Deus do Excesso e da Ressurreição?"
"(...) Ora, se ontem foi o dia da Folia e do Erotismo sem barreiras, hoje, por determinação da nossa Igreja católica romana, é o dia da Tristeza e do Sacrifício. Se ontem foi o dia da expansão da vida humana, hoje, é o dia da repressão da vida humana. Se ontem, as pessoas foram águias e puderam voar até à exaustão, hoje, não passam de galinhas de capoeira, condenadas a olhar para o chão, com a cabeça coberta de cinza. Se ontem os corpos humanos se mostraram nus e esbeltos, numa proclamação sem tabus da beleza erótica e da vida chamada à ressurreição, hoje são corpos sobre cujas cabeças, os clérigos - são, felizmente, cada vez menos os seres humanos que ainda se prestam a esse papel à frente das paróquias - depositam ritualmente cinza, ao mesmo tempo que dizem, "Lembra-te, ó homem, que és pó e em pó te hás-de tornar" (as mulheres, pelos vistos, não são tidas nem achadas, não são sequer nomeadas e, por isso, parece que poderiam e deveriam continuar o Carnaval sem qualquer interrupção; mas, por mais estranho que isso seja, a verdade é que são as mulheres quem, hoje, ainda mais corre a receber a cinza e a escutar estas absurdas palavras que o texto do Ritual católico se «esqueceu» de endereçar também a elas!). Ou seja, se ontem tudo nos dizia que a vida humana é bela e é para ser vivida até à exaustão, hoje, tudo nos diz que a vida humana não presta para nada e, por isso, o melhor é mesmo renunciar a crescer em idade, em estatura, em sabedoria e em graça - coisa que Jesus de Nazaré nunca fez, antes pelo contrário (cf. Lucas 2) - para apenas crescermos em derrota e em fracasso, até que a morte nos reduza a pó, a cinza, a nada."
"Está visto que, com as coisas assim, Deus só pode gostar do Carnaval e detestar o dia de hoje, Quarta-feira de cinzas, bem como a quaresma que com ela se inicia. Por sinal, a humanidade, cada vez mais liberta da nefasta influência do clero católico e da sua ideologia moralista, também gosta mais do Carnaval, do que da Quarta-feira de cinzas."
"(...) Só mesmo uma Igreja que, depois da derrocada do Império romano, se transformou em poder eclesiástico e em império religioso-católico, é que foi e é capaz de sentir sádico prazer em reprimir as pessoas que a integram e as populações em geral. E em castigá-las com cilícios. Com jejuns. Com abstinências. Com longas listas de pecados, cada qual o mais grave e o mais feio, a ter de confessar, de joelhos, aos pés de um clérigo que se deixou, ingenuamente, convencer de que Deus delegou nele o poder de perdoar pecados. Mas não só. Também com a sádica repressão dos corpos."
"(...) Mais. Se assim é, e é de facto, então, tudo isso que a Igreja católica tanto valorizou, são falsos valores, são manifestações concretas duma cultura desumanizada, repressiva, anti-humana, duma falsa cultura, duma cultura que tem tudo a ver com o culto dos deuses e das deusas do Paganismo politeísta e idolátrico, nada tem a ver com Jesus de Nazaré e com o Deus que se nos revelou definitivamente na sua prática de vida e na sua palavra, uma e outra, radicalmente libertadoras e promotoras da vida humana em plenitude e em abundância. E, igualmente, nada tem a ver com cultura verdadeiramente humana e humanizadora. (...)"
CISTERNA da Gotinha
Universo de Druuna: BD erótica
Faz o teu próprio vibrador vegetariano.
Vergonha elevada ao expoente máximo.
Quem quer ajudar este menino a despir-se?...
Eva Longoria fez a capa da revista "Man".
20 fevereiro 2007
Preta Gil
O Carnaval também é uma causa pela qual vale a pena lutar
Preta Gil é brasileira, cantora e actriz, filha de Gilberto Gil. Ela própria conta no seu blog a origem do seu nome.
Este ano foi a madrinha de bateria da escola de samba da Mangueira. E o que é que isso tem de especial? Muito! É que a Preta Gil sai - e sai-se muito bem - dos pseudo-padrões de beleza a que os meios de comunicação (e, em especial, a publicidade) nos habituaram. Vejam-se algumas das estrelas do Carnaval do Rio de Janeiro: Ângela Bismarchi; Cláudia Leite e Ivete Sangalo; Adriane Galisteu; Juliana Paes; Luciana Gimenez... entre tantas beldades mediáticas por minutos... ou um pouco mais... ou menos (fotos da Globo.com).
Felizmente, há quem não tenha complexos com quilinhos a mais. Como titula esta notícia do Estadao.com.br: "Entre musas e siliconadas, os ‘sem neura com o corpo’ se divertem". Mérito do Carnaval, se outros não tivesse.
Deixei hoje uma mensagem no blog de Preta Gil, que se «queixa feliz», como qualquer ser humano que passasse por aquele desfile: "até agora parece que foi um sonho, só não parece mais por causa das bolhas no meu pé e as feridas no corpo". A minha mensagem foi esta:
"Olá, Preta Gil. Enquanto ainda está com os pés doridos, envio-lhe um abraço com muito afecto e apreço de Portugal. Já é tempo de a beleza não ser regida por padrões completamente fora do «mundo real»."
É decerto uma causa pela qual vale a pena lutar.
Preta Gil é brasileira, cantora e actriz, filha de Gilberto Gil. Ela própria conta no seu blog a origem do seu nome.
Este ano foi a madrinha de bateria da escola de samba da Mangueira. E o que é que isso tem de especial? Muito! É que a Preta Gil sai - e sai-se muito bem - dos pseudo-padrões de beleza a que os meios de comunicação (e, em especial, a publicidade) nos habituaram. Vejam-se algumas das estrelas do Carnaval do Rio de Janeiro: Ângela Bismarchi; Cláudia Leite e Ivete Sangalo; Adriane Galisteu; Juliana Paes; Luciana Gimenez... entre tantas beldades mediáticas por minutos... ou um pouco mais... ou menos (fotos da Globo.com).
Felizmente, há quem não tenha complexos com quilinhos a mais. Como titula esta notícia do Estadao.com.br: "Entre musas e siliconadas, os ‘sem neura com o corpo’ se divertem". Mérito do Carnaval, se outros não tivesse.
Deixei hoje uma mensagem no blog de Preta Gil, que se «queixa feliz», como qualquer ser humano que passasse por aquele desfile: "até agora parece que foi um sonho, só não parece mais por causa das bolhas no meu pé e as feridas no corpo". A minha mensagem foi esta:
"Olá, Preta Gil. Enquanto ainda está com os pés doridos, envio-lhe um abraço com muito afecto e apreço de Portugal. Já é tempo de a beleza não ser regida por padrões completamente fora do «mundo real»."
É decerto uma causa pela qual vale a pena lutar.
Apitó comboio - por Zé
"Uma vez, em Moçambique, trouxe uma daquelas mestiças de cabrita e monhé das redondezas da Beira e aquilo começou logo a pegar fogo...
O sítio mais próximo e mais encoberto (e seguro) era mesmo ali na linha de comboio que passava perto e tinha uns tufos altos de capim.
Vai daí, deita a minina ao comprido e... zás!
Mas porra, quando estávamos no melhor da festa, começa a ouvir-se o comboio a apitar, a apitar, e eu a acelerar... e ela também e o comboio a chegar e um gajo nunca mais se vinha, de tal forma que o comboio parou a uns metros, com o maquinista a rezingar «Foda-se práqui, foda-se prácolá» (a farda ajudava e as divisas) e eu não lhe consegui dizer mais do que isto:
- Ó homem, eu estava-me a vir, ela estava-se a vir, foda-se, pára quem tem travão!
E assim acabou..."
Zé
a propósito da noite de verão do George Coast em Koln nas margens ajardinadas do Reno a olhar para a Cathedral
Pirguntas du Nelo...
Mélheres?....
Isto éi um çintoma da gripa das aveins nos homes?
Ou çerá cus homes perdeim a cabessa no Carnival?...
Queim çabe a risposta?
O Nelo quer çaber...
Toma lá que o OrCa ode-te (e a gente sabe que tu gostas, melhér):
de garganta estrangulada
lá pelo meio da queca
fica-lhe a crista entalada
se lhe sobe o sangue às pontas
ficarão duras e tesas
e o Nelo fará de contas
que dentro dele sente frezas...
é o que se leva da vida
emoções fortes e puras
o que nela é bem vivida
ó Nelo... mas não tão duras!..."
19 fevereiro 2007
O leite de figo
Li com atenção os comentários a este post, em que vários visitos mencionaram o leite de figo, dando a entender que é algo de afrodisíaco. Será que já experimentaram?
É que o Zé Papas, rapaz aventureiro dos meus tempos de infância, experimentou. E, como já descrevi aqui, o repórter não estava lá mas sabe
quando o Zé Papas foi tomar banho à ribeira com a malta
Era uma altura em que cada um tentava mostrar aos outros que era o mais macho e mais precoce. Pois o Zé Papas queria mostrar que "já fazia fio": enquanto os outros se banhavam no açude, o Zé Papas apanha sorrateiramente um figo propositadamente verde, baixa os calções... espreme umas gotas do leite do figo para a ponta da gaita...
... e desata a berrar "Ai que eu morro!"... "Caralho!"... "Está a arder!"... "Ai! Ai! Ai!" enquanto mergulha na água e agita o pirilau para o enxaguar.
Quem lá estava diz que a todos doeu. Até a mim, e só me contaram...
É que o Zé Papas, rapaz aventureiro dos meus tempos de infância, experimentou. E, como já descrevi aqui, o repórter não estava lá mas sabe
quando o Zé Papas foi tomar banho à ribeira com a malta
Era uma altura em que cada um tentava mostrar aos outros que era o mais macho e mais precoce. Pois o Zé Papas queria mostrar que "já fazia fio": enquanto os outros se banhavam no açude, o Zé Papas apanha sorrateiramente um figo propositadamente verde, baixa os calções... espreme umas gotas do leite do figo para a ponta da gaita...
... e desata a berrar "Ai que eu morro!"... "Caralho!"... "Está a arder!"... "Ai! Ai! Ai!" enquanto mergulha na água e agita o pirilau para o enxaguar.
Quem lá estava diz que a todos doeu. Até a mim, e só me contaram...
CISTERNA da Gotinha
Katrine Smolly é uma moçoila com curvas e formas, o que é algo cada vez mais raro de encontrar no universo feminino de tábuas rasas.
Há por aí algum fétiche com contorcionistas?! Se sim, apresento-vos a Zlata.
Strip for Pain: eles dizem que é muito perigoso.
Ainda um calendário 2007: Gemma Atkinson.
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