24 abril 2007

Há hamburgers deliciosos, não há?



Foto: Martin Kovalikd

Falta de liquidez


Começou por me falar em sistemas de contas prometendo-me, pensava eu, umas dignas férias numa ilha tropical.

De facto eram generosas as referências aos auxiliares financeiros e às coberturas cruzadas e todos os cálculos tocavam nos fundos como só uma coisa sólida consegue, quase como se quisesse dizer-me que o seu background não oferecia razão para déficits de qualquer espécie.

Não lhe conheci vícios consumistas a não ser as gravatas, coisa que me agradava bastante pois esse acessório masculino passou a ser essencial para mim no dia em que lhe descobri as inúmeras aplicações, todas elas de elevado grau de perversidade; todas boas, portanto. Mas propriamente cativar, só cativou quando me falou na elasticidade da oferta, apresentando-me fórmulas graciosas que desafiavam a minha imaginação com detalhes equacionados em deltas. Dizia ele que a oferta podia ser rígida, unitária ou elástica. Claro está que entendi esta elasticidade como qualquer coisa que permitia dimensões infinitesimais e já me ia crescendo água na boca com a representação gráfica do ponto de equilíbrio. Isto para não falar da oferta rígida, mas essa estava assegurada à partida.

Não é que eu rejeitasse a concorrência perfeita, que nestas coisas as concentrações monopolistas trazem lucro mas só enquanto duram; o facto é que preferia qualquer holding, a ter de ser, quer pelo volume conseguido com a fusão vertical, quer pelo controlo à vista.

Bem, todas as minhas expectativas se viram frustradas quando ele me enunciou os limites ao mecanismo de troca directa: é que a existência simultânea de duas pessoas, cada uma delas querendo adquirir o bem possuído pela outra, podia ter funcionado se nos mantivéssemos no domínio das metáforas, como é do meu gosto. Contudo, o indivíduo tinha um espírito muito numérico e falava de sociedades por acções de forma a vir a usufruir de benefícios fiscais.

E eu? Feita a análise de risco, que valor acrescentado me traria esta cena?

Meu amigo – disse eu – a tua curva de Lorenz é coisa que fica muito aquém do meu valor facial e, como sabes, há muito que o sistema fiduciário deu o que tinha a dar.

E foi assim, por falta de liquidez, que o homem da bolsa se converteu, ali mesmo, em activo incorpóreo.

CISTERNA da Gotinha



Vídeo da Sexy Carmen Electra.

Hegre-Art no Algarve.

Gilles Berquet: fotógrafo.

Simony Dallas na passerelle só com fatos de banho e bikinis.

Shave your vagina: sugestão da Fresquinha.
(dâbliu dâbliu dâbliu ponto novasoportunidades ponto gove ponto pêtê)

Hurra!
A Mana Metralha já quase, quase concluiu a sua licenciatura.
Fazendo fé na campanha "Novas Oportunidades – aprender compensa", não tardará muito para ser possível vê-la (vestida e) de capacete na cabecinha realizando um sonho.

(Uma ideia original do Mano 1313)

Mots Cochons

O livro de Adeline Rognon à venda aqui
























Outras Coisas

23 abril 2007

Dia Internacional do Orgasmo Cósmico

Mais detalhes aqui










Outras Coisas

National Geographic - Episode Ten - A Simulação de Orgasmo e Afins

Pela Dra. Didas, PdA*

"Apesar do mito tão enraizado na sabedoria popular segundo o qual «até os bichinhos gostam», está hoje cientificamente provado (só não sabemos durante quanto tempo) que o único animal que pratica sexo com motivações na esmagadora maioria das vezes não procriativas é o humano. Por esse motivo, somos olhados com desconfiança pelos nossos gatos e cães, galinhas, porcos e coelhada, obviamente perplexos com a capacidade humana de se meter em sarilhos e chatices mais do que é estritamente necessário para poder comer, beber, dormir e continuar a espécie.
Este facto conduz-nos directamente ao tema central deste estudo científico que é, como o próprio título indica, a habilidade única de, com motivações várias e utilizando técnicas também elas variadas, conseguir disfarçar totalmente o sentimento de «seca» durante a prática sexual.
Ao contrário do que também é comummente aceite entre a populaça, esta capacidade de fingimento não é atributo apenas das fêmeas, embora nestas se manifeste como uma verdadeira forma de arte. A seguir iremos classificar as diferentes formas de simulação de vontade consoante o sujeito, a motivação e a técnica utilizada.

NAS FÊMEAS:

As técnicas mais utilizadas: Vantagens e inconvenientes.

1. A gritaria. Na maioria das vezes, de eficácia bastante satisfatória e por isso mesmo bastante utilizada. Trata-se uma técnica em que se confunde o cérebro do adversário ao ponto deste pensar que, porra, é tão bom que nem ele próprio sabia quanto. Os grandes inconvenientes deste método residem no risco bastante elevado de um abaixo-assinado do condomínio, de ficar conhecida no prédio por alcunhas pouco dignificantes ou de acordar as crianças.
2. A conversa de chacha. Menos utilizado pois exige a posse de um vocabulário mais alargado do que a média. Trata-se basicamente de um método de persuasão que consiste em convencer a vítima através de palavras bem seleccionadas como «és o maior» ou outras baboseiras do género. O grande inconveniente reside na incompatibilidade com um raciocínio útil como por exemplo «o que vou vestir amanhã» ou «como vou convencer este gajo a lavar a loiça que ficou de hoje».
3. A respiração ofegante. Tem a vantagem de não acordar a vizinhança nem os miúdos mas pode, se usado em exagero, ser confundido com um ataque cardio-vascular, o que não é bom.

As motivações:

A fêmea finge com diversas motivações, sendo a mais comum o «desengoma-te» ou «vê se acabas depressa com isso». O fingimento resulta quase sempre nestas situações, pois provoca no adversário a sensação de consciência tranquila.
A segunda grande motivação das fêmeas é o desejo de ser normal. A culpa desta merda é da porcaria das revistas femininas tipo Maria e outras que, embora nunca tendo inventado um termo para designar uma mulher que não goste de bifes mal passados, que não saiba jogar poker ou que não consiga aprender árabe, inventou um para as mulheres que não são apreciadoras de sexo: frígida. Este termo, ao longo dos anos, acabou por se tornar um insulto maior do que «dealer de droga» ou «falsificadora de dinheiro», pelo que se tornam compreensíveis as tentativas feitas para escapar ao rótulo.
Ao contrário do que pensa a maioria das pessoas, a motivação da fêmea raramente é a de obtenção de bens materiais, uma vez que para isso basta dizer «serve-te».

NOS MACHOS:

As técnicas mais utilizadas: Vantagens e inconvenientes.

Os machos, mais básicos em quase todas as suas reacções, utilizam apenas uma técnica: A do «sou muita macho e como tudo o que me aparece à frente», embora se saiba de fonte segura que, muitas vezes, lhes apetecesse mais estar a comer uma fatia de chocolate do que a levar com a vizinha da frente que lhe fez «olhinhos».

As motivações:

A motivação dos machos também é apenas uma: Que os amigos, vizinhos e conhecidos não lhe chamem maricas, epíteto quiçá pior do que «frígida» para as fêmeas, que leva toda a gente a pensar que, por esse motivo, ele é incapaz de coisas que não têm nada a ver como apertar os atacadores sozinho, aprender matemática ou ter uma actividade profissional.

Quanto a este tema ficamos por aqui aguardando as achegas dos leitores ávidos de conhecimento científico. Para a próxima, dedicar-nos-emos a outro fascinante tema.
Agradecemos a Fausta a inspiração para este estudo."


Didas
blog - Farinha Amparo
* PdA - Padeira de Aljubarrota... digo, Aveiro

Tira, Mete e Tira - Artur Gonçalves

A Jacky enviou-nos esta pérola da música portuguesa:


Aqui têm um blog sobre os discos deste artista.
E aqui têm uma página de recolha de relíquias musicais portuguesas.

22 abril 2007

O calendário

Por: Falcão

Ena cum filha da puta!
Faz já um caralho dum tempão que num via o Cartaxo.
Levei-o lá pró meu barraco construido na parte de trás da casa e onde tenho uns pipos de vinho e o caralho, e um sofá velho tapado cum umas mantas que é para o que vós já sabeis: os pitos…
- Então Cartaxo, caralho! Onde tens andado, cum filha da grande puta! Ninguém mais te pôs os olhos em cima desde que saíste aqui da freguesia meu grande murcão.-
E ele riu-se cumo fazia quando era assim um catraio, e mesmo já crescidote mantinha esse tom de meio sonso com que se ria agora para mim.
-Caralho que num mudaste nada.- Disse-lhe eu em jeito de pô-lo assim à vontade enquanto lhe aviava um verdasco e ele olhava para o mamaçal duma boazona, boa cumó caralho que está pendurada na parede do barraco.
- Foda-se, não mudei, nem nada mudou por aqui- Respondeu ele. – Oh Manuel. Tens este calendário....O calendário é de 1977! De Janeiro de 1977…-
Bem! Num me contive e dei-lhe uma palmada nas costas entre duas boas risadas, que ele quase que se engasgava.
-Oh Cartaxo, caralho! Caralhos te fodam e te refodam que ninguém dessa canalha do nosso tempo que vem aqui beber um pingo e comer uma chouriça alguma vez repararam nisso! Do mês ou ano ou o caralho! Só tu, hehehehe…Dizem que é um pito de estalo, que é boa e que lhe davam umas boas trancadas e vai mais um copo. Mas tu….Então a gaja num é boa, caralho! E por ser de setenta e sete num te serve? –
E com a resposta é que o murcão me fodeu:
- Ouve lá Manuel, tu que és Falcão de nome, e de bom golpe de vista, diz-me lá. Essa
cachopa boa como tudo, vê-se que é já não é catraia, é toda uma mulheraça. Que idade lhe dás?...Aí uns vinte e sete, vinte oito, talvez uns trinta não?-
Abanei cum a cabeça e pensei um pouco.
- Sim....deve ser dessas idades...trinta ainda não...aí uns vinte e oito....-
- Então ouve lá, estamos em 2007, ou seja mais de trinta anos depois. Achas que ela ainda está cumo mostra a fotografia? –
Bem! Caralhos me fodam e refodam que eu num gosto de perder nem a feijões, fiquei fodido e refodido, e num pude de deixar de fazer cumo o cabeçudo da rua, que o pai era sacristão na vila e que levava a bola para casa quando estava a perder porque a bola era dele.
- Ouve lá oh Cartaxo, meu caralho! Prontos. Já vi que estás mudado. Já num és o murcão de antes.
Que quando foste a primeira vez ao pito da Chica Zarolha, vieste todo fodido e suar e a tremer quando me perguntaste quem é que emprenhava: se era quem ficava por cima ou quem ficava por baixo.
E depois de teres dito que tinhas ficado em baixo e que se calhar estavas prenho, eu
disse-te o verso com que a canalha te fodia os cornos o tempo todo, meu grande murcão. Hehehehehe!
Lembras-te, caralho? Era assim:

Oh que já se fodeu o Zé Cartaxo
Ficou cum a zarolha por cima
E ela enfiou-lhe a cona, lampeirina,
Toda, pelo caralho abaixo!

Hehehehehe! Lembras-te meu caralho! Cuidavas que estavas prenho, oh grande murcão da puta que te há-de parir! Mas agora? Agora estás esperto cumo um alho. Até já vês que o pito do calendário tem mais trintas em cima.-
Fiquei olhando-lhe para a cara de fodido que me fazia rir e mais rir de satisfação da minha vingança e a gozar que nem um cristão...E o murcão que fodido que estava....
Foda-se mas somos amigos, e já reconfortado, lá bebemos mais um pico de verdasco a falar de outras coisas enquanto comíamos a broa cum a chouriça que até estava boa…
Depois de ele ir-se embora olhei mais uma vez para o calendário, e disse pra cumigo….
-Manuel! Falcão eu num seja…Cum esta é que o Cartaxo, grande filho duma puta, te mandou abaixo….Mas era um belo pito, foda-se....
Bem! Assim cumo assim, a tarde está fria e vou acender a lareira. Este papel bem seco de trinta anos deve pegar fogo à lenha cum uma pisga nas horas do caralho….-

Manuel Falcão

Priguntas do Nelo


Melherés....
Ponde de parte a percaria das covas da gaija. (Fó, que noijo...)
Çerá per iço que çe shama a isto:
Pau de Cabinda?
O Nelo quer çaber

Arqueologia sacra

(Foto © Patologista)

Em miúda, o que eu gostava de fazer furinhos naquelas caixas da Regina para saírem chocolates. Mas com o avançar do tempo passei antes a preferir a exaltação de usar a pressão dos meus dedos para fazer saltar aquele creme pastoso que sai das borbulhas.

E se ele outros predicados não tivesse bastar-me-ia este. Ele alongava-se de barriga para baixo expondo toda a sua pele macia e como um gato permitia que lhe afagasse todo o pêlo e até a traquinice de lhe tactear as bolinhas de râguebi enquanto a minha respiração acelerava sentindo na polpa dos dedos estendidos aquela suavidade e a mínima protuberância digna de extirpar, alucinada ainda mais pela visão daquele rabinho soerguido a que encostava as minhas ancas antes de me debruçar sobre ele a espremer cada um dos maravilhosos achados e creio mesmo que o ouvia ronronar.

Esgotado o espólio, serpenteava sobre o seu corpo e delineava-lhe um rasto de saliva da primeira vértebra cervical até ao sacro, murmurando que já lhe espetara um dorsal e podíamos começar a correr a maratona.


Maria Árvore
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E sai ode do OrCa:
"não guarda o homem recato
quando toca à evolução
se o macaco cata o chato
nós catamos borbulhão

no fundo tudo dará
no mesmo, tocando a afecto
um recebe o que outro dá
seja sebo ou seja insecto

que é um bem primordial
catarmo-nos com destreza
é tudo mais social
fica tudo... outra limpeza!"