01 maio 2007

As noites claras III

por Charlie

... Amo-te como nunca amei mulher alguma...
Guardou a nota de duzentos €uro, dada pelo cliente da noite anterior, novamente na bolsa do telemóvel e continuou crescendo para o dia. Narciso a cobrir-se de folhas e pétalas diante do espelho, terminando por dar, em passo de dança, uma volta completa em frente dele seguindo a imagem, uma vez finalizada a toilette em toques suaves de maquilhagem.
Saiu do quarto em direcção à sala. Em cima da mesa estava um papel estrategicamente colocado ao canto da mesma de forma que ela o pudesse ver quando se deslocasse para a porta da rua. Tinha um recado escrito por ele, qualquer coisa a dizer que traria algo para almoçarem juntos.
Experimentou aquela velha mas sempre estranha sensação. Um misto de emoções complexas, controversas. Atravessadas pelos fantasmas dos sorrisos das descobertas da adolescência, alternando as clareiras de sol com névoas já esgotadas e secas de amargura.
Lembrou-se novamente destes últimos meses. Desde a noite em que o conhecera e dos dias seguintes. E dos outros e outros que se lhe seguiram. Das suas juras de amor eterno e incondicional. Da inquietação que lhe angustiara a alma perante a intensidade da paixão, entrega e doçura daquele homem.
A verdade é que se sentira com ele de novo no princípio, nos anos da magia, embora mantivesse o sentimento sob uma capa de cinza parca e apenas morna. Deixou o coração só levemente aflorar o desejo que todos temos de nos entregar sem limites à fogueira dum grande amor na infinita paixão da primeira vez.
Contudo, ela acumulara todas as experiências que acabam por moldar e endurecer o carácter de quem faz da vida o seu modo de vida.
Surgia-lhe diante dos olhos lembranças dos caminhos percorridos.
Inicialmente perdendo-se pelos desvios, atalhos terminando em becos, que derivam das ingenuidades de principiante. Das paixões intensas dos primeiros tempos, estrelas brilhantes que se desfaziam em céus de nada, desilusões e mágoas. Dos homens que lhe haviam jurado a Eternidade e a Lua esfumando-se depois na esteira dum cigarro. Dos que a haviam agredido, das taras e manias e dos tristes e impotentes. Dos pais de família que acabavam por mostrar as fotos da mulher e filhos que traziam na carteira e que a faziam sentir-se mal, enojada consigo própria por aflorar uma estória que não era dela. Da sensação da alma trocada por um prato de lentilhas. Por tudo isto passou, vencendo etapas, circulares e concêntricas, fechando o coração cada vez mais atrás de cada sorriso estudado e de efeito conseguido.
Até arrefecer de um todo com o tempo, até tornar-se indiferente à partilha das emoções. Até ser só ela, afinal e por fim, o centro do mundo, o único ser vivo que importava à face da Terra, abocanhando o viver perigoso como o peixe em vertigem morde o ar em saltos de queda livre fora de água.
Ela dissera-lhe isto diversas vezes, tentando dissuadi-lo.
Afirmara-lhe então que tudo não passava de uma ilusão e que já não tinha espaço para amar e estabelecer laços de afecto com mais ninguém. Dissera-lhe em tom frio que jamais poderia ser de um homem só. Que não queria prisões e que vivia só para ela. Que era a única forma de não ficar a sofrer; a sua defesa. Que a esquecesse. Que ele não passava dum cliente como tantos outros. Um mais entre tantos que se tinham apaixonado por ela e que tão pronto arrefecesse a chama que o enlouquecia, deixa-la ia como os outros num passeio qualquer passando para a puta seguinte.
Mas ele, passando por todas as provas a que uma mulher pode sujeitar um homem, acabara por conseguir que viesse viver consigo.
- Vem! – Dissera com os olhos rasos de lágrimas. – Amo-te! Amo-te como nunca amei mulher alguma. Vem viver comigo. Gosto de ti como és, e nunca te imporei nada. És livre para fazer o que quiseres. Só preciso de sentir-te junto a mim. Cuidar de ti, dar-te o meu calor nas noites de descanso. Afogar-te em amor. Ver-te nas manhãs e…-

Acabou por vir terminar primeiro algumas noites em casa dele, um porto de abrigo e mais tarde deixou-se ficar embora tivesse mantido o seu apartamento próprio onde repousava de vez em quando; o seu reduto de solidão. Soubera-lhe bem ao início ter este homem que cuidava dela. Respondia à sua dedicação com momentos fugazes e, de longe em longe, a partilha de um ou outro dia de descanso em que ele regozijava com a graça concedida de tê-la só para si...

Afastou o pensamento e deu um último toque no seu aspecto ao espelho do bar ao canto da sala. Sob uma outra luz, a maquilhagem parecia-lhe agora um pouco desequilibrada. Retocou, rodando a face enquanto os olhos seguiam fixos a imagem reflectida.
Voltou a ler o bilhete, inspirou fundo, e saiu para o dia a transbordar de azul.
O Verão estaria aí, não tardaria.
Ligou o telemóvel e marcou um número, desligando quase de seguida, elevando os olhos.
Ao cimo da rua o Mercedes cor de prata descia devagar. Acenou com os óculos de sol e apressou o passo, toda tomada de um sorriso aberto e cheio de luz.
Era ele, o novo cliente…

Em Teerão cortam os seios aos manequins das montras

«Manequins de lojas com os seios cortados são mais um efeito da lei que entrou em vigor há uma semana na capital do Irão, Teerão, com o objectivo de repreender as mulheres que desrespeitarem as regras de vestuário islâmicas.

Um lojista ouvido pela BBC disse ter recebido a ordem de cortar os seios das bonecas à mostra na vitrine da sua loja por serem muito "reveladores". Vários outros estabelecimentos foram fechados por venderem roupas consideradas muito "ocidentais".»

BBC Brasil via O Jumento

Mais novidades do reino dos bicos

Obrigada, Cine XL Blog, Tecnologia de Desinformação e Hélio "LemoN" Martins por divulgarem as t-shirts da funda São.

A malta fixe da eXTreme-Computers já vai em cinco páginas de comentários sobre a t-shirt «Faz-me um Bico». Num deles, o FxDi@mOnD comentou: "A menina que está por detrás do e-mail é bastante prestável. Encomendei, escolhi o tamanho, chegou ainda esta semana. Perfect mesmo!". Eu nasci assim.

A Querida Marta, de Cascais, esclareceu o Alberto, de Beja:
P: Querida Marta, desde que adquiri esta T-shirt e a comecei a usar, noto que as mulheres olham para mim de maneira mais interessada, principalmente as casadas. O que quererá isto dizer? Haverá interessadas em me fazer um bico? Não fazem bicos aos maridos delas? Pensam que eu sou TS?
Alberto, Beja
R: Amigo Alberto, com essa T-shirt e como se diz aí no Alentejo, "parecem as moscas atrás do carro do petróleo!" Aproveite, não tenha vergonha, atire-se prá frente... muitas dessas tipas além de mal fodidas, têm vergonha de fazer um bico aos maridos mas fazem-no sem qualquer pudor a um tipo qualquer que lhes caia no goto. O que não falta por aí são puritanas em casa e desabochadas fora! Bons bicos!
Nos comentários a este post, fiquei a saber pelo Manecas do Estoril: "Parece que a criadora dessa camisola gere uma casa de putas em Leiria". Estamos sempre a aprender na internet... e na (má) vida!

Primeiro prémio de originalidade (e sorte) - houve quem criasse o blog faz-me-um-bico para demonstrar que a t-shirt faz um grande sucesso:



Já sabes: os detalhes destas t-shirts estão todos aqui.

Anacin - dores de cabeça nunca mais


Poster publicitário


Outras Coisas

30 abril 2007

Filme - por Kimikkal

A padaria da Didas é um local de culto e de cultura.
Nestes comentários a um post dela que até já publiquei aqui, li esta pérola do Kimikkal, do blog 7 Meses:
"Lembrei-me de uma cena num filme em que um gajo de 1,55 metros estava a disfrutar de sexo pago com uma cavalona de 2 metros.
A câmara filma de baixo para cima e mostra-o todo entusiasmado com a cena.
O plano continua a subir, passa a cabeça dele e chega à zona do pescoço da meretriz.
Aí, começamos a ver a morenaça escultural arranjando as unhas enquanto o tipo fazia o serviço.
Depois de olhar para o relógio, a morenaça deve ter achado que era tempo de despachar o cliente e grita:
- Ai, ai! Tens uma piça* de cavalo e uns tomates** de um touro!
Ao ouvir aquilo, o cliente começa a urrar tipo homem das cavernas, para poucos segundos depois acalmar, cansado da refrega.
Nesta altura a matrona encolhe os ombros e empurra-o para o lado."


* P*** no original
** T****** no original

CISTERNA da Gotinha


Paulo Carrasco - fotógrafo português com um trabalho fantástico.

Este fulano gosta mesmo do seu
macaquinho.

Será que se a coisa aquecer muito começam a
saltar pipocas?! E vinham logo com caramelo líquido...

Faça sexo para ser saudável: É a proposta de uma campanha para combater doenças cardíacas.

Fotos
gigantes para quem gosta dos detalhes.

Quadro a óleo da minha colecção


«Actuação» - Ioana Sfaiter

óleo sobre tela
(Roménia>

XXXitchen

Vários objectos de cozinha com dupla utilização. Mais coisas de cuzinha aqui



















Outras Coisas

29 abril 2007

A linha humana do tempo




por Milo Manara
via Sexoteric

Carraspana de ancião


A porra era a imagem do meu pai ali a passear-se à minha frente como um andor que o tapava mas lá negociei com o meu querido fantasma que ele me fazia feliz e lá por ter idade para ser meu progenitor isso era apenas uma formalidade impressa em documentos legais.

O seu sorriso maroto luzia como o de um adolescente e nunca me passou pela cabeça emprestar-lhe o meu champô colorante para os brancos que lhe saltavam da barba, tanto mais que nunca houve vez em que o primeiro abraço de encontro e beijo encarchado até às amígdalas acompanhado pelas minhas ancas dançantes na costura do seu fecho éclair tenha dado sinal de picha murcha. É uma por dia e acabou-se a papa doce mas tivesse eu euros como a quantidade de gajos novos que fazem isso e estava milionária.

E depois o vagar com que me despe e me deixa despi-lo sem a disfunção de ejacular logo ali que já se faz tarde e aí estendemos os braços como tentáculos no corpo um do outro como se não soubéssemos de cor onde está o macio das costas ou das nádegas e como numa surpresa de miúdos ele descobre o rebuçado entre as minhas coxas e eu lambareira me apego ao chupa-chupa.

Finalmente pegamos no cinzeiro para se juntar a nós a aparar as cinzas das nossas intermináveis conversas que nem o tempo ainda conseguiu gastar até o João Pestana nos entaramelar a língua e adormecermos anichados como dois anjinhos.

crica para visitares a página John & John de d!o

28 abril 2007

O Assis Matoso


Não é que eu não soubesse que filósofos são assim uma espécie estranha, uns escanzelados de figura mas com cabeleiras recheadas de ideias geniais, mentes abertas, se querem que vos diga. Embora mal alimentados, diria mesmo subnutridos, mas com a veia da criatividade a sair pelos poros, a carga do conhecimento a abater a linha dos ombros, o brilho da reflexão profunda a angustiar as olheiras… ou era o que eu pensava antes de conhecer o Assis Matoso.
E era aí que começava a estranheza, no raio do nome, porque o que ele era mesmo era Carlos Manuel. Mas pronto, eu fazia-lhe a vontade antes que ele se lembrasse que Witgenstein lhe assentava melhor, por via daquela obsessão de que não valia a pena indagar sobre os significados das palavras mas sim sobre as suas funções práticas. Tinha sido essa dica que me tinha feito arrebitar a orelha - a das coisas práticas.
Por exemplo “charro”, dizia ele, podia ser tudo o que se quisesse, mas o melhor sempre era lançar-lhe o isqueiro e fazer dele uma forma de vida.
A mim arrepiava-me um pouco que tudo se resumisse a uma estrutura lógico-formal, tanto mais que ali a estrutura volátil era ele, a esfumar-se para dar lugar a um palavreado contínuo e empastelado. E aos poucos, obedecendo à minha lânguida inclinação para a intelectualidade, ia-lhe dizendo que podíamos conversar no quarto. Porém, o Carlos Manuel, do alto dos seus quase dois metros, olhava para a cama e dizia que a metáfora visual ali presente se desmaterializaria logo que o olhar dele se desviasse para outra realidade; e que o real não era apreensível a não ser pela crença.
Comecei por beber-lhe as imagens linguísticas, à falta de melhor uso do órgão da fala. Depois insisti que podíamos existir em comunhão de fenómenos, que são coisas percebidas pelo corpo. E ele, que não, que toda a coisa em si não passa de percepção da consciência. Mas sempre do lado de fora do quarto. Quase garanto que ele nem me ouvia, tal era a fluência do seu raciocínio filosofal.
Recitava Kierkegaad quando se dirigiu para mim de copo na mão, como se dentro do copo estivesse a incerteza objectiva e o processo de apropriação daquela interioridade passasse pela ingestão rápida do conteúdo, assim de uma assentada.
E foi de copo emborcado e olhos no além-tecto, que o vi tropeçar nos cabos que atravessavam o chão da sala e estatelar-se sobre uma pilha de livros abertos, dizendo ainda que só Wagner podia salvar a cultura alemã.
E a mim, já a salvo, do lado de fora da porta do apartamento, só me ocorreu a máxima da Madame de Stael, que lhe atirei pelo eco das escadas: “quanto melhor conheço os homens mais gosto dos cachorros”.

CISTERNA da Gotinha


Operadora de televisão e internet por cabo TvTel chegou a Lisboa: o sistema CON A X.

Ana Beatriz Barros: vídeo

Penis Power- "Remember, don't let every man hit the root of your vagina."

Há quem olhe para a roupinha e há quem olhe para o
modelo. Enfim... gostos!!