21 maio 2007
Blowjobs for the boys
Tania Derveaux candidata pelo partido belga NEE ao Senado, publicou fotos suas seminuas para divulgar sua campanha junto aos eleitores. As imagens, que estão no site do partido, foram publicadas num dos principais jornais italianos.Enquanto o partido maioritário, o VLD promete criar 200.000 postos de trabalho, a Tania, caso seja eleita, promete realizar 40.000 "trabalhos de sopro".
P.S.: O nosso primeiro só prometeu 150.000.
(furtado aqui)
Nota da editora - apreciem as condições de serviço.
CISTERNA da Gotinha
Bordel australiano oferece desconto para aposentados - sugestão da Fresquinha.
Jamie Hammer num longo e despido portfolio.
Guloseimas (sugestão de Jumento)
Jessica Alba na revista GQ - Junho 2007
Jamie Hammer num longo e despido portfolio.
Guloseimas (sugestão de Jumento)
Jessica Alba na revista GQ - Junho 2007
20 maio 2007
Série Postais I
Os postais que estão na barra do lado direito do blog [perfect.noire] estão, a partir de hoje, à venda.
Trata-se de uma série limitada de 10 cópias, constituída por 9 postais tamanho 10/15cm, pintados à mão em papel Canson para aguarela de 200g.
Cada postal está devidamente assinado pela autora e numerado no verso.
Valor unitário é de 5€, sem portes de envio.
A colecção pode também ser adquirida na totalidade com o valor de 40€.
Todos os pedidos podem ser feitos para perfect.noire@gmail.com.
Trata-se de uma série limitada de 10 cópias, constituída por 9 postais tamanho 10/15cm, pintados à mão em papel Canson para aguarela de 200g.
Cada postal está devidamente assinado pela autora e numerado no verso.
Valor unitário é de 5€, sem portes de envio.
A colecção pode também ser adquirida na totalidade com o valor de 40€.
Todos os pedidos podem ser feitos para perfect.noire@gmail.com.
As noites claras V
Episódios anteriores.
As noites claras ( I), ( II), (III) e (IV)
por Charlie
Entrou para o carro após ter apressado o passo numa quase corrida inconsciente que ela abrandou ao dar-se conta da mensagem que a sua pressa lhe poderia transmitir. Jamais deixaria passar-lhe a sensação de estar a sentir o fogo interior que a tomara desde esse instante na noite anterior, em que num redescobrir do mistério genuíno, ele lhe chegara ao pé, no Bar reservado da discoteca, e lhe oferecera uma bebida.
Há muito que não experimentara aquele formigueiro no estômago, aquele arrepiar de pele, subitamente recuperados dos anos doces da memória.
Agora que entrara no carro e se instalara delicadamente, fazendo o corpo deslizar sobre o tecido do banco, assentou. Levantou os olhos de expressão quase infantil e olhou para ele sem expor em demasia a sua verdade interior. Sorriu-lhe e cedeu, após uma pausa dramática simulando uma hesitação, ao beijo breve nos lábios que ele lhe ofereceu e que ela desejava intensamente.
Não podia estabelecer laços de afecto com os clientes neste viver que vivia paradoxalmente dos paradoxos dos afectos. Mas a verdade é que toda ela fervia por ele. Sentia o que há muitos anos deixara de experimentar. Verdadeiramente apaixonada.
Este homem, apenas mais um como ela fizera por pensar na noite anterior quando chegara a casa, mexera com o mais profundo que existe na alma humana. Franqueara fronteiras que ela de repente, ali sentada no carro, apesar de toda a sua experiência e postura interior, descobrira serem tão frágeis como no primeiro dia em que vira o sol nascer do lado contrário do mundo. A sensação eterna do primeiro beijo que se repete ao infinito quando os lábios tocam nos de quem de verdade se ama…
Sem saber porquê nem a que propósito, veio-lhe a imagem do seu avô à mente. Lembrava-se do dia em que ele morrera e da aflição da sua mãe a procurar em casa por todas as gavetas, colchões e tábuas de soalho, esconderijos onde pudessem estar escondidos maços de notas. Corria na Vila que ele, velho e avarento, tinha imenso dinheiro embora vivesse de forma parca e reservada. Em diversos lados encontrou notas em envelopes, mas procurava o que ela sabia existir em casa algures.
Sorriu com o reviver da imagem primeiro sorridente da sua mãe e depois de desconsolo quando, ao abrir a caixa finalmente encontrada sob um alçapão debaixo da mesa da cozinha disfarçado com uma carpete, repararam como uma fina camada de papel transformara uma fortuna num rendilhado, ora contínuo ora em peças soltas, obra prima dos ratos. Da caixa de dinheiro, apenas uma parte fora salva com idas ao Banco, diligências feitas junto ao gerente, muitas vezes repetidas, onde ela pela primeira vez descobrira ainda adolescente, a superior importância dum sorriso em contraponto às lágrimas com que a sua mãe lhe enchera o gabinete.
- Ai senhor Nunes. – Dissera chorando pela décima vez. - Se soubesse a falta que me faz esse dinheiro… Agora que ela vai daqui a um ano para Lisboa para os estudos na faculdade... Veja bem que estão aí as poupanças duma vida.-
Ele respondera-lhe – Minha Senhora, - Que tinha toda a razão. Mas que as notas já não corriam. Só no Banco de Portugal é que lhe poderiam trocar, além de que uma grande quantidade estaria irrecuperável por muitas peritagens que lhe fizessem. Poderiam salvar uma percentagem mas o que ali estava era, em boa quantidade quase apenas e só, pó de papel. Valera então nessa altura o olhar que ele pousara nas pernas de saia curta, demorando-se apenas um segundo, após o que subindo devagar pelo corpo e lhe colhera sorrisos e brilhos num rasgo de sonho efémero. Não compreendera muito bem na altura a sua mudança de atitude, subitamente mais prestável e solícito, assumindo as diligências necessárias para a recuperação das notas inutilizadas. Mas como ela agora via, vida de experiência feita e novamente de volta ao interior do Mercedes cor de prata, mais mexe com o mundo sonhar com o improvável tornado provável por uma hipótese remota ao alcance da mão que todos os oceanos de lágrimas chorados.
De repente, num gesto nervoso, voltou a pôr os óculos escuros. Numa atitude mal disfarçada de desconforto abaixou-se escondendo o rosto ao fingir procurar qualquer coisa dentro da mala. Ali mais à frente, à esquerda logo a seguir ao arco, um homem a olhar vaga e distraidamente para eles estava pondo a chave à porta, descansando os sacos que trazia no chão à entrada.
O carro passou lentamente deixando-o para trás.
Ela inspirou fundo, pousou a mala e encostou-se pondo-lhe a mão na perna. Mordeu-lhe levemente o ouvido e sussurrou:
- Querido... Apetece-me que me leves a almoçar ao Guincho…-
As noites claras ( I), ( II), (III) e (IV)
por Charlie
Entrou para o carro após ter apressado o passo numa quase corrida inconsciente que ela abrandou ao dar-se conta da mensagem que a sua pressa lhe poderia transmitir. Jamais deixaria passar-lhe a sensação de estar a sentir o fogo interior que a tomara desde esse instante na noite anterior, em que num redescobrir do mistério genuíno, ele lhe chegara ao pé, no Bar reservado da discoteca, e lhe oferecera uma bebida.
Há muito que não experimentara aquele formigueiro no estômago, aquele arrepiar de pele, subitamente recuperados dos anos doces da memória.
Agora que entrara no carro e se instalara delicadamente, fazendo o corpo deslizar sobre o tecido do banco, assentou. Levantou os olhos de expressão quase infantil e olhou para ele sem expor em demasia a sua verdade interior. Sorriu-lhe e cedeu, após uma pausa dramática simulando uma hesitação, ao beijo breve nos lábios que ele lhe ofereceu e que ela desejava intensamente.
Não podia estabelecer laços de afecto com os clientes neste viver que vivia paradoxalmente dos paradoxos dos afectos. Mas a verdade é que toda ela fervia por ele. Sentia o que há muitos anos deixara de experimentar. Verdadeiramente apaixonada.
Este homem, apenas mais um como ela fizera por pensar na noite anterior quando chegara a casa, mexera com o mais profundo que existe na alma humana. Franqueara fronteiras que ela de repente, ali sentada no carro, apesar de toda a sua experiência e postura interior, descobrira serem tão frágeis como no primeiro dia em que vira o sol nascer do lado contrário do mundo. A sensação eterna do primeiro beijo que se repete ao infinito quando os lábios tocam nos de quem de verdade se ama…
Sem saber porquê nem a que propósito, veio-lhe a imagem do seu avô à mente. Lembrava-se do dia em que ele morrera e da aflição da sua mãe a procurar em casa por todas as gavetas, colchões e tábuas de soalho, esconderijos onde pudessem estar escondidos maços de notas. Corria na Vila que ele, velho e avarento, tinha imenso dinheiro embora vivesse de forma parca e reservada. Em diversos lados encontrou notas em envelopes, mas procurava o que ela sabia existir em casa algures.
Sorriu com o reviver da imagem primeiro sorridente da sua mãe e depois de desconsolo quando, ao abrir a caixa finalmente encontrada sob um alçapão debaixo da mesa da cozinha disfarçado com uma carpete, repararam como uma fina camada de papel transformara uma fortuna num rendilhado, ora contínuo ora em peças soltas, obra prima dos ratos. Da caixa de dinheiro, apenas uma parte fora salva com idas ao Banco, diligências feitas junto ao gerente, muitas vezes repetidas, onde ela pela primeira vez descobrira ainda adolescente, a superior importância dum sorriso em contraponto às lágrimas com que a sua mãe lhe enchera o gabinete.
- Ai senhor Nunes. – Dissera chorando pela décima vez. - Se soubesse a falta que me faz esse dinheiro… Agora que ela vai daqui a um ano para Lisboa para os estudos na faculdade... Veja bem que estão aí as poupanças duma vida.-
Ele respondera-lhe – Minha Senhora, - Que tinha toda a razão. Mas que as notas já não corriam. Só no Banco de Portugal é que lhe poderiam trocar, além de que uma grande quantidade estaria irrecuperável por muitas peritagens que lhe fizessem. Poderiam salvar uma percentagem mas o que ali estava era, em boa quantidade quase apenas e só, pó de papel. Valera então nessa altura o olhar que ele pousara nas pernas de saia curta, demorando-se apenas um segundo, após o que subindo devagar pelo corpo e lhe colhera sorrisos e brilhos num rasgo de sonho efémero. Não compreendera muito bem na altura a sua mudança de atitude, subitamente mais prestável e solícito, assumindo as diligências necessárias para a recuperação das notas inutilizadas. Mas como ela agora via, vida de experiência feita e novamente de volta ao interior do Mercedes cor de prata, mais mexe com o mundo sonhar com o improvável tornado provável por uma hipótese remota ao alcance da mão que todos os oceanos de lágrimas chorados.
De repente, num gesto nervoso, voltou a pôr os óculos escuros. Numa atitude mal disfarçada de desconforto abaixou-se escondendo o rosto ao fingir procurar qualquer coisa dentro da mala. Ali mais à frente, à esquerda logo a seguir ao arco, um homem a olhar vaga e distraidamente para eles estava pondo a chave à porta, descansando os sacos que trazia no chão à entrada.
O carro passou lentamente deixando-o para trás.
Ela inspirou fundo, pousou a mala e encostou-se pondo-lhe a mão na perna. Mordeu-lhe levemente o ouvido e sussurrou:
- Querido... Apetece-me que me leves a almoçar ao Guincho…-
19 maio 2007
O empata - por Alcaide
O prédio é alto e antigo com entrada escura em mármore, e um elevador ainda de grades elegantes e barulhentas. Apressava-me para preparar uma reunião com um cliente, que não conhecia, para daí a sensivelmente uma hora, e aguardava o ronceiro elevador que descia com uma lentidão exasperante, mas familiar. Ao meu lado um sujeito olhou para mim esperando também a possibilidade de subida... Finalmente uma luz ténue e aquela caixa que se apressava no seu melhor ritmo.
Abri a grade, mal poisou com ruído e senti atrás de mim uma sensação de frescura e claridade que me levou a olhar. Era belíssima e elegante. De uma elegância fascinante e uns olhos que iluminaram a zona escura do meu cérebro. Terá acontecido qualquer coisa, pois durante alguns momentos os nossos olhos ficaram pregados um no outro, que se desviaram apenas pela entrada do sujeito que aguardava a subida do elevador. Dei a passagem à senhora, que sempre de soslaio me olhava. Entrámos e fechei a grade. Perguntei qual o andar que interessava e respondeu numa voz doce e que me pareceu provocante... "para o quarto". O sujeito nada disse e eu de olhos pregados, carreguei na tecla com o nº 4. Interessava-me o terceiro, mas aqueles olhos e aquela voz não me fizeram hesitar…
Bom… a viagem, embora curta, fez trocar mensagens e tocar campainhas adormecidas de uma loucura que não me acontecia há tanto tempo. E as promessas desse olhar e o sorriso só eram interrompidos pelo olhar de interrogação e de admiração do sujeito que nos acompanhava.
Chegámos. Dei a passagem à senhora e ao cavalheiro que ficou parado à saída. Naquela altura só queria que ele desaparecesse para eu poder dar largas ao meu interesse. Falar com ela. Mais não...
E foi ele que me seguiu em sentido oposto ao da senhora, rumo que eu tomei, para que pudesse despistá-lo e voltar a seguir os meus intentos. Olhei para trás e ela olhava, sorrindo de entontecer e, seguindo lenta e bamboleantemente, como que a dar-me tempo de solucionar o problema. Eu devia estar a fazer uma figura ridícula! Dei a volta ostensivamente como quem esqueceu qualquer coisa, e segui aquele corpo que balançava no corredor, na minha cabeça e na minha alma! Claro que senti passos atrás de mim. Rápidos. Era de certeza o “empata” outra vez! Tive vergonha e receio. A senhora entrou num consultório médico ficando a sorrir ao ver-me descontrolado, perseguido e sem um rumo definido. Passei pela porta do consultório, sem coragem para entrar, recebi um seu último sorriso e dei a volta para trás...
E ele lá vinha. Que coisa! Desisti! A reunião, o “empata”, a figura que eu fazia, e aquela mulher que desapareceu no consultório chamaram-me à razão. Desci as escadas de serviço, rapidamente, ruminando o mal dos meus pecados, e nem dei conta de que ao abrir a porta do meu escritório, uns passos já familiares se aproximavam. Era ele novamente…Fiquei possesso e olhei-o com ar de raiva e revolta. Todo o meu ódio subiu para o”empata”… Mas ainda deu para ouvir... "Desculpe, mas eu tenho marcada uma reunião neste escritório, para daqui a uma hora. Tentei vir mais cedo, pois interessa-me desistir do negócio e voltar ao meu trabalho. Se puder ser"...
Alcaide
Abri a grade, mal poisou com ruído e senti atrás de mim uma sensação de frescura e claridade que me levou a olhar. Era belíssima e elegante. De uma elegância fascinante e uns olhos que iluminaram a zona escura do meu cérebro. Terá acontecido qualquer coisa, pois durante alguns momentos os nossos olhos ficaram pregados um no outro, que se desviaram apenas pela entrada do sujeito que aguardava a subida do elevador. Dei a passagem à senhora, que sempre de soslaio me olhava. Entrámos e fechei a grade. Perguntei qual o andar que interessava e respondeu numa voz doce e que me pareceu provocante... "para o quarto". O sujeito nada disse e eu de olhos pregados, carreguei na tecla com o nº 4. Interessava-me o terceiro, mas aqueles olhos e aquela voz não me fizeram hesitar…
Bom… a viagem, embora curta, fez trocar mensagens e tocar campainhas adormecidas de uma loucura que não me acontecia há tanto tempo. E as promessas desse olhar e o sorriso só eram interrompidos pelo olhar de interrogação e de admiração do sujeito que nos acompanhava.
Chegámos. Dei a passagem à senhora e ao cavalheiro que ficou parado à saída. Naquela altura só queria que ele desaparecesse para eu poder dar largas ao meu interesse. Falar com ela. Mais não...
E foi ele que me seguiu em sentido oposto ao da senhora, rumo que eu tomei, para que pudesse despistá-lo e voltar a seguir os meus intentos. Olhei para trás e ela olhava, sorrindo de entontecer e, seguindo lenta e bamboleantemente, como que a dar-me tempo de solucionar o problema. Eu devia estar a fazer uma figura ridícula! Dei a volta ostensivamente como quem esqueceu qualquer coisa, e segui aquele corpo que balançava no corredor, na minha cabeça e na minha alma! Claro que senti passos atrás de mim. Rápidos. Era de certeza o “empata” outra vez! Tive vergonha e receio. A senhora entrou num consultório médico ficando a sorrir ao ver-me descontrolado, perseguido e sem um rumo definido. Passei pela porta do consultório, sem coragem para entrar, recebi um seu último sorriso e dei a volta para trás...
E ele lá vinha. Que coisa! Desisti! A reunião, o “empata”, a figura que eu fazia, e aquela mulher que desapareceu no consultório chamaram-me à razão. Desci as escadas de serviço, rapidamente, ruminando o mal dos meus pecados, e nem dei conta de que ao abrir a porta do meu escritório, uns passos já familiares se aproximavam. Era ele novamente…Fiquei possesso e olhei-o com ar de raiva e revolta. Todo o meu ódio subiu para o”empata”… Mas ainda deu para ouvir... "Desculpe, mas eu tenho marcada uma reunião neste escritório, para daqui a uma hora. Tentei vir mais cedo, pois interessa-me desistir do negócio e voltar ao meu trabalho. Se puder ser"...
Alcaide
18 maio 2007
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