17 julho 2007

Conto da madrugada

foto: jan mlcoch

Pego na máquina, tiro os filtros, disponho os adereços. Olho em meu redor e não me apetece este trabalho. A esta hora preferia uma esplanada, uma boa conversa. Mas a mensagem reclamava urgência "será caso de morte ou de vida?"
A modelo também não me sugeria bons ângulos e não lhe esperava qualquer expressividade digna de registo.
Quando abro a porta surpreendo-me "admirado?" com a roupa que trajava, os modos que assumia. Não era um retrato que desejava, percebi. "Como é que quer que me coloque?", joga-me, arrancando-me do estado de confusão em que me havia deixado a sua entrada. Assumi um ar natural, pergunto "para que efeitos?" e a resposta não poderia ter sido diferente: "seduzir, cativar o meu marido".
Desejei naquele momento não perceber nada de iluminação, focos, aberturas, velocidades e sentar-me pacientemente a ouvir contar a história de uma vida. Pedi-lhe que se despisse, se sentisse à vontade.
A fotografia poderá não ter atingido os seus objectivos, mas eu fiquei contente com o meu trabalho.

portrait of mephisto | retrato de Mefistófeles


portrait of mephisto

by Shanghai born artist maleonn

• a devilish post by fluffy Lychees

o erecto feminino

Sonhar com as Férias...


Marzia


crica para visitares a página John & John de d!o

16 julho 2007

Ainda estou toda ensopadinha desde ontem...

... e não vale dizerem que estava a chover, porque estava mesmo... mas não foi por isso.
Eu conto: ontem estiveram na FNAC de Coimbra os Vozes da Rádio, para divulgarem o seu mais recente CD («Sete e Picos, Oito e Coisa, Nove e Tal»), de homenagem ao Conjunto António Mafra. Se alguém não conhece os Vozes da Rádio não sabe o que está a perder. Procurem no YouTube por «Vozes da Rádio» e poderão apreciar pérolas deles, algumas com outros artistas bem conhecidos.
Eles aceitaram o nosso convite para almoçarem comigo (estavam em pulgas - pelo menos coçavam-se, discretamente mas eu vi, que sou uma gaja muito presp... perps... ai, a porra, perspicaz - para me conhecerem) e com a Tuna Meliches, antes do espectáculo. Foi muito divertido, incluindo a versão da Tuna Meliches para a «Margarida», dos Vozes da Rádio. Podem ver os videos do ensaio antes e a sério (?!) depois, no blog da Tuna Meliches.
Mas perguntam-me vocês e o manager dos Vozes da Rádio:
- Som [é São em sotaque da Imbicta]... Sonzinha... o que é que isto tem de erótico?
Tudo! Além de serem os cinco muito bem apessoados, prestaram-me uma homenagem no palco da FNAC. Ora apreciem as fodografias e digam lá se não tenho razão para estar toda molhadinha:


crica na imagem que aquilo aumenta
Antes de uma das últimas músicas que cantaram, viraram-nos as costas, nos seus impecáveis fatos pretos da Zara...


crica na imagem que aquilo aumenta
... tiraram os seus casacos...


crica na imagem que aquilo aumenta
... e mostraram a toda a gente o que traziam vestido...


crica na imagem que aquilo aumenta
... no corpo e no coração (para ficarmos por aqui).


crica na imagem que aquilo aumentacrica na imagem que aquilo aumenta
crica na imagem que aquilo aumentacrica na imagem que aquilo aumentacrica na imagem que aquilo aumenta

São Fixes! São Bons! São Formidáveis! São Extraordinários! São...
São Rosas

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Se não encontrares o CD deles à venda, envia-lhes o pedido para este e-mail.
E para comprares estas e outras t-shirts minhas tens aqui a informação toda.

CISTERNA da Gotinha


A Simony Copter tem pinta de fogosa. Não acham, meninos?!

Três espertalhões querem ser os Playboy Mansion Pool Boys.

Animais e
sexo: o que é natural é bom!

A
vulva em 3D: sugestão da Fresquinha.

faça você mesmo: uma pila de ferro


Se precisares de ajuda, é só clicares aqui

14 julho 2007

Estes hoje é que se vão divertir


Fete La Boum - Bastille Day Bachanal

ao alto amar - resposta ao Orca




O Prazer do Encontro

Debaixo da chuva que molha o alcatrão de uma cidade vazia, acordava a ânsia do encontro. Um olhar furtivo na janela da rua mais feliz da cidade esperava um sinal. O cheiro da castanha assada afogava as narinas, o bater compassado das asas dos pombos ensurdecia. Eram quase dez para as nove mas o tempo não passava. O relógio parado no pulso dos meus afectos, a manhã que se abria lenta e azul, e a memória dos outros dias ..., as mãos que procuravam calar os meus silêncios, e a terra abandonada nos sapatos. Esperava-te. Era tarde.
Era tarde na vida. Eram os restos que sossobravam de vidas já moldadas por martelos e bigornas acesas, cravados no peito da alma de quem apenas viveu, entregue a destinos impostos, outros feitos, outros desfeitos. E restava a esperança de quem se bate nas frentes de muitas guerras, e a vontade de tudo refazer como se esse fosse o primeiro dia das páginas limpas.
Às vezes, sentimos falta de nós. Procuramos em vão nas vielas do encontro e partimos com a mesma falta que nos trouxe ali.
Sentamo-nos em frente a uma alma tão só, como se de nós se tratásse. E reconhecemos, ou não, aquela imagem de nada, que apenas nos traz a pausa dessa busca incessante do que perdemos de nós.
Sorrimos com a timidez de quem não se reconhece, cruzamos sentidos, trocamos os sonhos na espera de um final que não se toca, que não destrói quem participa, mas que também não edifica. Bebemos o café da conversa, procuramos a cumplicidade no que partilhamos, e sentimo-nos tão perto de sermos aquele que procuramos.
E na rua molhada e no alcatrão de duas sobras de coisas, nasce a cidade cheia, mas tão vazia como dantes.

fresquinha