foto: jan mlcoch
A modelo também não me sugeria bons ângulos e não lhe esperava qualquer expressividade digna de registo.
Quando abro a porta surpreendo-me "admirado?" com a roupa que trajava, os modos que assumia. Não era um retrato que desejava, percebi. "Como é que quer que me coloque?", joga-me, arrancando-me do estado de confusão em que me havia deixado a sua entrada. Assumi um ar natural, pergunto "para que efeitos?" e a resposta não poderia ter sido diferente: "seduzir, cativar o meu marido".
Desejei naquele momento não perceber nada de iluminação, focos, aberturas, velocidades e sentar-me pacientemente a ouvir contar a história de uma vida. Pedi-lhe que se despisse, se sentisse à vontade.
A fotografia poderá não ter atingido os seus objectivos, mas eu fiquei contente com o meu trabalho.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Uma por dia tira a azia