20 julho 2007

A política pode ser altamente erótica...


"Ferreira Leite «é uma terceira via muito excitante»"
(título de uma notícia do Público de hoje,
sobre o que pensa António Capucho
do Conselho Nacional de amanhã do PSD)

... mas também pode ser (e é-o sobejas vezes) pornográfica:

"IVG: Alberto João Jardim admite que a lei está em vigor, mas não vai ser aplicada na Madeira por falta de verbas"
(dos jornais)

Bom fim de semana


Foto: Igor Amelkovich

uma carta

maurizio mauri

hoje resolvi escrever-te uma carta, não te vou escrever um poema
vou falar-te dos homens na minha vida, daqueles que não são como tu
estes gostam de sexo, gostam do meu corpo, gostam do prazer que lhes dou
tu também gostavas, também me desejavas...
mas abriste mão desses momentos de paixão que sentimos
as minhas estavam fechadas, apertadas, com medo que escorresses entre os meus dedos!
mesmo assim, não te consegui segurar...
fui tua, tão tua que nem podes imaginar!
a ti me entreguei, em ti me perdi, em ti vivi de sonhos
agora já não sou assim, agora já não me entrego
dou o meu corpo em troca de sensações
recebo desejo em troca de ilusões
e eles gostam...
imaginam que me conquistam, mas a conquista é minha
são um brinquedo nas minhas noites, perdem o interesse quando passa a novidade
eles pensam que o brinquedo sou eu...
palavras que pronuncio, gestos que exibo, olhares que desafio
provoco-os, seduzo-os, uso-os...
sem sentimentos, para além do bem estar, do prazer
a eles, não digo que amo... meu amor...

Publicado aqui a 26 de Janeiro de 2005

CISTERNA da Gotinha



Um livrinho para colorir : não aconselhado a crianças.


detalhes inesquecíveis.


Bar da Rodoviária: há muito tempo que não ando de autocarro mas não me lembro que fosse assim...

corpetes vaginais


19 julho 2007

Homo Erectus Abdominis


via Lola Gallery - Fine Art posters

- São palavras, senhor... E do seu regaço brotaram rosas.

Passeando pelo jardim d’A Funda, sorvendo o que por aqui floresce, lembrou-se a maria-árvore de nos relatar um amor de alto-lá-edifício, com Tejo ao fundo e Cristo-Rei à ilharga, talvez abençoando o evento ou para esconjurar uma sexta-feira treze. E estava criada a espiral.

Eu, OrCa, fiz uma lauda Ao Alto Amar, a que a Fresquinha logo replicou com um Prazer do Encontro (Ao Alto Amar – Resposta ao Orca), sendo assim geradas outras duas entradas no dia-a-dia da São – quem estiver muito interessado em conhecer todo o enredo pode ir procurar estes textos, recentemente publicados, para ficar com a colecção completa… Pelo caminho ficaram, em jeito de comentários, algumas pérolas e algumas pedras semi-preciosas, que não interessa desperdiçar e que aqui vos deixo.

O Alcaide reinventa a história num soneto que lá foi publicado, sequenciando a sexta-feira, mas logo depois dá-lhe outro entorno:

Alice... na cidade das maravilhas

Que vida tem história já sem vida?
Era uma vez a Luz. Morreu sem Lua.
Cidade já não canta, apaga a rua
Alice... ali fenece, ‘stá escondida.

Era uma vez mais tarde. Já esquecida.
Cidade está mais triste mas é sua,
a história vai correr mas não flutua,
no sonho dessa luz que foi perdida.

Dos braços que agarraram realidade,
dos lábios que beijaram no momento
dos corpos enlaçados na verdade,
apenas vive um sonho e o lamento...

Alice... maravilha da cidade!
E sua mão afagou meu pensamento.

Eu, OrCa, achei por bem ir-lhe no encalço. Pegando então em sugestões que por aí se deixam, lembrei-me da Invenção do Amor do Daniel Filipe:

e depois do afago fez-se a noite
que de claro o luar bem mais parecia
nada neles ser mais claro do que o dia
nem do amor gesto algum que não se afoite

e depois do lamento a ousadia
de não ter pensamento que se acoite
ou pecado que fustigue como açoite
por se darem um ao outro em alegria

e então o sonho riu da realidade
enlaçados os amantes perseguidos
quando esta pressentiu essa verdade

e o prazer e o amar já tão perdidos
despertaram-se um ao outro na cidade
de por entre esses dois corpos tão unidos.

O Alcaide achou por bem pegar no testemunho e dar mais uma volta à pista:

Depois, a noite passa...

E a noite da cidade amanheceu
e o torpor que nos corpos acontece
fez certa languidez que a noite tece,
e o sonho se acordou e reviveu

Sorri de olhos fechados como eu.
Só via um seio nu que aparece,
e o calor de uma coxa que apetece
e a língua nos seus lábios, prometeu.

E o Sol fez a cidade clarear
um corpo de dois corpos que se estreitam
um dique que se abriu de tanto amar.

Então são as cabeças que se deitam
no peito de uma paz e de um olhar.
E a vida a guerra e o medo não espreitam.

A Fresquinha olhou para a Alice (que o Alcaide entretanto inventara) olhos nos olhos e…

Cuida de ti, Alice!

Se por entre as rugas do lençol, que roça na pele o sal desse amante, encontrares a verdade do afago e o respirar incessante do pêlo e da ponta da língua,

Se por entre as pernas do desejo, que toca a alma no doce desse amante, encontrares o hino de uma paixão ardida, a dor do partir e não ficar, de o querer assim sem o ter,
Cuida de ti, Alice !

São mentiras que se atiram aos girassóis das janelas,
São mentiras que separam as estradas das vielas,
São mentiras que se erguem de portas sentinelas.

Cuida de ti, Alice...

dar à língua


VideoJug: How To Clap With Your Tongue

Amuletos fálicos da minha colecção


Amuletos fálicos em bronze
Tailândia

18 julho 2007

Tesão das compras


De ora em diante só queria calças de botões. Ou pelo menos enquanto se lembrasse da dor aguda a rasgar-lhe a pele ao entalar e ao desentalar do inominável fecho éclair. Resolveu também desistir por tempo indeterminado da equipa de futebol para manter o físico aprumado e despejar uns pontapés já que como não há uma sem duas, nem duas sem três, se prevenia para o azar de uma bolada nos acólitos. E antes que ferisse mais o seu delicado corpinho e por forma a evitar a visão da sua carne ensanguentada, cortou cerce o suplício diário de fazer a barba e deixou-a crescer.

Pouco me ralou uns dias de barba crespa que uma boa base pela manhã disfarça as faces encarniçadas e até deu azo para insistir nuns abdominais para me sugar os seios quando abancava a minha bacia no topo das suas coxas para comprimir em andamento allegro a sua batuta esponjosa.

Mas nem o seu ar ora aflito e cansado ora irritadiço e resmungão me demoveu de uma recusa. Não ia eu calcorrear lojas de roupa masculina em busca das protectoras calças com botões porque para começo, não lhe faltavam os pezinhos e depois, nas situações de prevenção de catástrofe também não lhe exigia que me fosse comprar tampões.

Tricotas?!

Hannah - Knitting Some Underpants,

originalmente carregada por merkley???.

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