05 outubro 2007


Bom fim de semana


Foto: Martin Kovalik

Ata

Ata olhou uma vez mais para o vulto que a noite absorvia com uma quase sofreguidão à medida que ele se afastava um pouco destacado no grupo dos outros homens.
Na caverna, de repente tornada enorme, os restantes membros da tribo ajeitavam-se em redor dos restos das fogueiras, projectando efémeras e grotescas sombras pelas paredes. Enormes e assustadores espíritos emergindo de impensáveis ancestralidades, eternos e intemporais...

Org voltou-se, fitando o olhar de Ata por um breve instante antes de sumir-se na escuridão que uma lua cheia prestes a romper o horizonte ainda não iluminava.
Iam para a caçada. Preparar as armadilhas para onde encaminhavam as peças a abater em salvas de flechas e machadadas. Todas as luas eles saíam passando vários dias e noites fora. Regressavam depois com a carne que elas, as mulheres, depois preparavam nas fogueiras.
Inspirou fundo e olhou mais uma vez para Cuítsh. Era jovem, tão jovem quanto ela e por isso ainda não ia às caçadas.
Org tinha-a trazido para ali trocando-a por outras mulheres da sua tribo, como de resto era hábito no vale onde ela tinha nascido. Chegara um dia ao acampamento onde vivera sempre com os pais. Com ele tantas mulheres como dedos ela tinha numa mão e, após longa discussão e entrega de objectos e amuletos de parte a parte, sentiu-se de repente no meio do grupo juntamente com mais quatro moças que com ela tinham crescido. Quase de imediato Org pegara-lhe no braço e pelo cabelo rindo-se enquanto no meio das lágrimas ela olhara numa súplica para a sua mãe que lhe acenara sem expressão alguma no rosto. O coração batera-lhe com violência e inicialmente, durante dias a fio, chorara no fundo da caverna sem comer nem beber e sem, ao menos, levantar os olhos de entre os braços onde mergulhara a cabeça.
Org era um homem bastante mais velho. Chegara por ferozes disputas a chefe da tribo e apresentava o corpo coberto de cicatrizes. Brusco e dominador, não se lhe conheciam filhos. Havia experimentado muitas mulheres e nunca alguma lhe dera descendência. Agora porém, desta vez estava exultante. Ata começara a mudar as formas do seu abdómen, tinha outro cheiro, e Org não cabia em si de contente. Nas últimas luas tinha aumentado a quantidade de caça trazida. Presenteava-a com as melhores partes das peças abatidas, saía para trazer-lhe frutos de cheiro e sabores doces e preparara-lhe agora um recanto com peles e penas confortáveis.
Suspirou mais uma vez e olhou para Cuítsh, disfarçando um curto sinal por entre as expressões veladas do rosto...

A lua enchia agora todo o vale a seus pés. Bem lá ao fundo, por entre ramos da vegetação algo rasteira, via-se por uma nesga a entrada da caverna.
Deitados ao lado um do outro, Cuítsh e Ata, de corpos gratos e suados, miravam o infinito sob o céu estrelado enquanto ela, de mão sobre o ventre, afagava o Neolítico em suaves passagens de Eternidade e poesia...

fracassados

Mamilos

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Outras Coisas

Mungu e Cíclope



Alexandre Affonso - nadaver.com

04 outubro 2007

lugar à Ciência

Sergei Korolev foi o pai do Sputnik, um dos tais grandiosos passos da Humanidade em direcção ao desconhecido, de que estamos a comemorar os 50 anos.

Ao ouvir as notícias de hoje na Antena 1 (pelas 9 horas), a pronúncia do nome do engenheiro ucraniano, por parte do jornalista comentador, abriu uma janela no meu espírito, que aqui partilho:

- Na grafia ocidental, o nome do cientista (Королëв) apresenta-se como Korolyov, tendo o jornalista – que se admite tenha aprofundado a matéria - pronunciado, reiterada e claramente, o nome com uma sonoridade que apontava para Caralhov, como se poderá confirmar em gravação da emissão…

Se articularmos isto com o facto de se saber que o satélite Sputnik – denominação redundante, pois o termo russo significará, por si mesmo, satélite – manifestava um pi-pi constante que deu brado em todo o mundo (tendo sido até ferozmente contestado por uma luminária portuguesa, à época), acabamos por concluir novos e desvairados desenvolvimentos nesse tal passo da Humanidade, ainda para mais num país e num momento em que a Revolução Sexual estava na ordem do dia.

É isto o que eu mais aprecio nas Ciências: quando julgamos, nesciamente, que algo se descobriu, logo constatamos que tudo está por desvendar!

Entrei na cidade já depois de o sol se pôr, mas pouco depois, de camisola preta, desnudados os ombros como se quisesse zombar deste outono que zomba de nós aquecendo-nos como no verão.
Tu esperavas-me desse outro lado do rio onde quase parece que o único calor provém de ti.

Sorriste-me mordendo os lábios e eu fui-me chegando a ti, desequilibrando-me nos meus saltos altos.

Levaste-me para tua casa e bebemos vinho. Fumei um cigarro apressado na tua varanda, enquanto esperavas por mim na tua cama.

Depois, de janela fechada, mascarámos de amor a foda urgente.

Eu é mais bolos...

Apesar de ser mais bolos, também sou chocolate (a temperaturas quentes derreto-me todinha). Por isso, e como não poderia deixar de ser, dou aqui a conhecer o melhor chocolate de todos os tempos, especialmente concebido para mulheres que sabem o que querem: Flake.

Em 1969, talvez motivado pelos dois últimos dígitos da data, foi assim:


(O cavalo também me sugere ideias, porcas, claro, mas fiquemos por aqui)

1985 – No campo é que é bom!


(Cavalos, novamente)

1991 – Banho, banheira, seguro, sem perigo de cair.



Seja em que ano for, quando estão numa oral, atendem o telefone? A Sarina Potgieter, não.



2007 - Alyssa Sutherland à chuva. Sensualíssimo, não concordam? Reparem bem aos 40"...



E, como não poderia deixar de ser, a justificação empírica de como é um chocolate para mulheres (e homens sensíveis).


(Lembrei-me! "Feios, brutos e a cheirarem a cavalo." Eis a razão! Ou será apenas uma informação sublimar quanto ao tamanho? Fica a incógnita).

Oremos

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