Alexandre Affonso - nadaver.com
30 novembro 2007
29 novembro 2007
É este o frio de que te falava, aquele em cujas noites fazes ainda mais falta na minha cama. O frio que afugentas de mim quando a tua língua na minha pele deixa um rasto de arrepio, um arrepio que não é já de frio mas de prazer puro que, aos poucos, se transforma em antecipação de um outro prazer, diferente mas igualmente intenso e completo; o prazer que se continua quando mergulho dentro dos lençóis que entretanto aquecem com o calor dos nossos corpos, e nesse mergulho encontro o teu pénis e é então ele que mergulha na minha boca e aí se vem.
Priguntas do Nelo
Melhéres, éi Nelo cu lhis prigunta:
Nam asham ca minha Efigénia shtá uma bileza?
Agora quela çe deichôu déça percaria das dietas.
(Fó-fó-fó, dietas. Que noijo!)
Imagineim çe ela ficáçe cumo as lambisgoitas tarrincaspinhas
açim cumo eça queu mostro aí em baicho neça
fodografia tirada numa festa de anus...
Eça galdéria, per acazo hera a anusversariante...
Uma tronga que me levôu o meu ingate, um home bom pró broshe,
a beim dezer, directamenti do meu pacote prás covas dela... sniff
Nam asham ca minha Efigénia shtá uma bileza?
Agora quela çe deichôu déça percaria das dietas.
(Fó-fó-fó, dietas. Que noijo!)
Imagineim çe ela ficáçe cumo as lambisgoitas tarrincaspinhas
açim cumo eça queu mostro aí em baicho neça
fodografia tirada numa festa de anus...
Eça galdéria, per acazo hera a anusversariante...
Uma tronga que me levôu o meu ingate, um home bom pró broshe,
a beim dezer, directamenti do meu pacote prás covas dela... sniff
Sexo seguro..
Pela enésima vez, o gajo insistiu com a loira boazona para fazerem sexo.
Então, finalmente, ela disse:
- Eu só faço se tu fizeres um exame de sangue e provares que não tens SIDA!
Com o resultado do teste provando que estava limpo, ela concordou, e foram para cama, no mesmo dia.
Mais tarde, depois de uma sessão de sexo maravilhoso e selvagem, ela disse:
- Desculpa-me ter pedido para fazeres o teste, mas é que eu morro de medo de apanhar aquela merda de novo...
28 novembro 2007
Momento ramalhete rubro
Julgo que o facto do calor dilatar os corpos nos encostou no elevador que ninguém resiste à canícula tropical que se faz sentir tanto mais que o dito espaço nem estava assim tão apinhado. As calças de tecido fino não escamotearam as dimensões do seu músculo eriçado e objectivamente reclinado contra a película da saia que me cobria as nádegas, nem as oscilações à esquerda e à direita dos meus glúteos foram movimentação da crosta terrestre.
Os dias seguiram com os seus dedos esguios a avançarem como formigas pelo carreiro das minhas pernas e sem o encarar, passei a espalmar a mão entre as suas pernas em busca de correr o fecho que dava acesso ao mantimento prometido. E numa espiral febril arrimámos as bocas uma contra a outra dando espaço aos meus dedos para lhe esganar o apêndice num trajecto de ascensor enquanto os seus eram bichos carpinteiros nos grandes e pequenos lábios.
Mas o momento ramalhete rubro ocorreu quando a desoras da madrugada me fez uma moderna serenata de aparelhagem transmitida pelo telemóvel e repetidamente me acordou para dizer não importa que pintelhice a camuflar a corriqueira expressão de amo-te que nos proibimos de pronunciar porque aí senti o palpitar das suas veias todas na minha pele e estremeci na intimidade de não nos estarmos a incomodar.
Os dias seguiram com os seus dedos esguios a avançarem como formigas pelo carreiro das minhas pernas e sem o encarar, passei a espalmar a mão entre as suas pernas em busca de correr o fecho que dava acesso ao mantimento prometido. E numa espiral febril arrimámos as bocas uma contra a outra dando espaço aos meus dedos para lhe esganar o apêndice num trajecto de ascensor enquanto os seus eram bichos carpinteiros nos grandes e pequenos lábios.
Mas o momento ramalhete rubro ocorreu quando a desoras da madrugada me fez uma moderna serenata de aparelhagem transmitida pelo telemóvel e repetidamente me acordou para dizer não importa que pintelhice a camuflar a corriqueira expressão de amo-te que nos proibimos de pronunciar porque aí senti o palpitar das suas veias todas na minha pele e estremeci na intimidade de não nos estarmos a incomodar.
Soprava o vento pela fresta....
Soprava o vento pela fresta
A menina comia nêspera
Antes de dar em segredo
O níveo corpo ao folguedo:
Mas antes provou ter tacto
Pois só o queria nu no acto
Um corpo bom como um figo
Não se vai foder vestido.
Para ela em tempos de ais
Nunca o gozo era demais.
Lavava-se bem depois:
Nunca o carro antes dos bois.
Poema de Bertolt Brecht, gravura de Pablo Picasso
Tuppersexo continua em Portugal
"Procuramos mulheres dinâmicas, capazes de falarem abertamente sobre sexualidade e sensualidade… procuramos donas de casa, administrativas, psicólogas ou mães…" é o convite da Maleta vermelha
Outras Coisas [via]
Outras Coisas [via]
27 novembro 2007
O creme
– Comprei o creme – sussurrou ela com um risinho, enquanto se sentava numa cadeira ao sol.
A amiga ajeitou as pontas da toalha, limpando um pouco de areia que um dos filhos pequenos levantara em corrida desenfreada à procura da sombra do toldo e deitou-se de barriga para baixo para se secar do banho de mar.
– Foi? – perguntou a mulher deitada, enquanto baixava as alças do fato de banho dos ombros para os braços.
– Foi – confirmou ela sem levantar a voz, enterrando os dedos dos pés na areia escaldante.
– Aquele que eu te disse?
– Sim – respondeu baixinho, sem conseguir descolar o sorriso meio idiota que ostentava desde a primeira frase.
– É muito bom, não é?
Ela olhou em volta e falou ainda mais baixo. A outra não a conseguiu perceber e reclamou sem levantar a cabeça da toalha:
– Não percebi nada, Maria. É bom?
– É – disse ela, levantando a voz, contrariada. – Muito bom.
– Espalhaste bem? – quis saber a outra.
Ela arqueou as sobrancelhas à pergunta, mas a mulher deitada não viu. Estranhou e não respondeu logo. Colocou as palmas das mãos nos braços da cadeira plástica e corrigiu ligeiramente a posição em que estava sentada, assentando mais peso sobre a nádega esquerda. Suavemente, ergueu e desenterrou as pontas dos dedos dos pés, inspeccionando à distância de uma perna esticada a perfeição do verniz vermelho que emergia da areia fina. Sorriu, gostava, sempre gostara, e desde que se lembrava tinha orgulho no perfeito alinhamento em escada dos seus dedos dos pés.
– Se espalhei bem? – inquiriu, retomando a conversa.
– Sim – respondeu o perfil esquerdo da mulher deitada. – Espalhaste bem?
– Acho que sim – informou, olhando para a amiga deitada, esperando um sorriso, que não apareceu.
– É importante – comentou a outra, desinteressadamente. – Por vezes pensamos que as partes mais expostas à agressão…
– Agressão?! – interrompeu estupefacta a mulher sentada, que já se esquecera da simetria que antes apreciava no conjunto dos seus dedos dos pés. – Agressão? – balbuciou, repetindo-se.
– Pois. – A mulher deitada juntou as mãos, sobrepôs uma sobre a outra e apoiou o queixo nas costas da mão direita. Pela primeira vez, olhou para a amiga sentada, que esperava a explicação que ela se preparava para dar e continuou: – Não penses que a coisa se dá só no sítio exposto à…
– Agressão? – sugeriu a mulher sentada, que ainda não digerira a palavra.
– Sim, pode chamar-se assim – disse a outra. – É uma agressão, no sentido em que é uma coisa fora do normal…
A outra concordou com um aceno ligeiro.
– Sim, visto assim – murmurou.
– E nós não passamos a vida nisso, não é? – perguntou a mulher deitada.
A mulher sentada, sem baixar as sobrancelhas arqueadas, limitou-se a concordar:
– Não, não passamos.
A outra ergueu a cabeça e piscou-lhe o olho:
– Não era mau, quero dizer, mas era capaz de cansar. Eu, pelo menos, fico extenuada.
– Ficas?
– Tu não?
– Eu gosto e o creme ajuda…
– É bom – concluiu a deitada – mas o creme não resolve tudo.
– Resolve a parte principal…
– Hum… mas ao fim de um tempo já nem é preciso.
– Não?
– Claro que não. – A mulher deitada fincou os cotovelos na areia, enfiou os dedos no cabelo e baixou a cabeça ao mesmo tempo que deslocava as mãos do centro para os lados penteando-se, ajeitou as alças do bikini, que já haviam subido para os ombros, e sentou-se na toalha olhando em volta. – Estás a vê-los?
– Os miúdos?
– Sim.
– Estão ali – apontou a mulher sentada, desviando o olhar para os respectivos maridos que, do outro lado do toldo, riam à gargalhada.
Rita, a mulher na toalha, acompanhou o olhar de Maria e comentou:
– Ah… mas se fosse pelo Tó… Ele não quer outra coisa…
– Não?! – pasmou Maria.
– O Quim não? – Rita sorria, sem perceber o espanto da amiga.
Maria fixou-se no marido, que lhe sorriu e, depois de devolver o sorriso, voltou-se para Rita, falando em tom meramente informativo:
– Ele gosta mas acho que não é tarado por isso…
– Tarado?! – interrompeu Rita. – O Tó não é tarado!
– Se não quer outra coisa… – depreciou a amiga. – O Quim gosta mas não quer sempre isso…
– Isso o quê?
– Isso… – Maria continuava espantada com a altura a que a amiga falava e agora mais surpreendida ainda com a expressão irada e o tom brusco. – Isso… O creme! – acabou por exclamar o mais baixo que conseguiu.
Rita ouviu e baixou a cabeça. Esticou as pernas, endireitou a toalha e, levantando a cabeça, perguntou mordendo os lábios para não rir:
– Estás a falar de que creme?
A amiga tornou a mudar de posição na cadeira, passando o peso do corpo para a nádega direita.
– E tu?
A amiga não se conteve e deixou escapar uma forte gargalhada.
– Eu… – respirou fundo para se controlar mas percebendo a posição torcida em que a outra se sentava, não aguentou e continuou a rir. – Tu estavas a dizer que compraste… que compraste…
Maria corou. Rita continuava a rir.
– E eu…
– Tu estavas a falar do creme para o sol – ajudou Maria, acompanhando-a nas gargalhadas. – Do protector… Do protector solar…
A amiga ajeitou as pontas da toalha, limpando um pouco de areia que um dos filhos pequenos levantara em corrida desenfreada à procura da sombra do toldo e deitou-se de barriga para baixo para se secar do banho de mar.
– Foi? – perguntou a mulher deitada, enquanto baixava as alças do fato de banho dos ombros para os braços.
– Foi – confirmou ela sem levantar a voz, enterrando os dedos dos pés na areia escaldante.
– Aquele que eu te disse?
– Sim – respondeu baixinho, sem conseguir descolar o sorriso meio idiota que ostentava desde a primeira frase.
– É muito bom, não é?
Ela olhou em volta e falou ainda mais baixo. A outra não a conseguiu perceber e reclamou sem levantar a cabeça da toalha:
– Não percebi nada, Maria. É bom?
– É – disse ela, levantando a voz, contrariada. – Muito bom.
– Espalhaste bem? – quis saber a outra.
Ela arqueou as sobrancelhas à pergunta, mas a mulher deitada não viu. Estranhou e não respondeu logo. Colocou as palmas das mãos nos braços da cadeira plástica e corrigiu ligeiramente a posição em que estava sentada, assentando mais peso sobre a nádega esquerda. Suavemente, ergueu e desenterrou as pontas dos dedos dos pés, inspeccionando à distância de uma perna esticada a perfeição do verniz vermelho que emergia da areia fina. Sorriu, gostava, sempre gostara, e desde que se lembrava tinha orgulho no perfeito alinhamento em escada dos seus dedos dos pés.
– Se espalhei bem? – inquiriu, retomando a conversa.
– Sim – respondeu o perfil esquerdo da mulher deitada. – Espalhaste bem?
– Acho que sim – informou, olhando para a amiga deitada, esperando um sorriso, que não apareceu.
– É importante – comentou a outra, desinteressadamente. – Por vezes pensamos que as partes mais expostas à agressão…
– Agressão?! – interrompeu estupefacta a mulher sentada, que já se esquecera da simetria que antes apreciava no conjunto dos seus dedos dos pés. – Agressão? – balbuciou, repetindo-se.
– Pois. – A mulher deitada juntou as mãos, sobrepôs uma sobre a outra e apoiou o queixo nas costas da mão direita. Pela primeira vez, olhou para a amiga sentada, que esperava a explicação que ela se preparava para dar e continuou: – Não penses que a coisa se dá só no sítio exposto à…
– Agressão? – sugeriu a mulher sentada, que ainda não digerira a palavra.
– Sim, pode chamar-se assim – disse a outra. – É uma agressão, no sentido em que é uma coisa fora do normal…
A outra concordou com um aceno ligeiro.
– Sim, visto assim – murmurou.
– E nós não passamos a vida nisso, não é? – perguntou a mulher deitada.
A mulher sentada, sem baixar as sobrancelhas arqueadas, limitou-se a concordar:
– Não, não passamos.
A outra ergueu a cabeça e piscou-lhe o olho:
– Não era mau, quero dizer, mas era capaz de cansar. Eu, pelo menos, fico extenuada.
– Ficas?
– Tu não?
– Eu gosto e o creme ajuda…
– É bom – concluiu a deitada – mas o creme não resolve tudo.
– Resolve a parte principal…
– Hum… mas ao fim de um tempo já nem é preciso.
– Não?
– Claro que não. – A mulher deitada fincou os cotovelos na areia, enfiou os dedos no cabelo e baixou a cabeça ao mesmo tempo que deslocava as mãos do centro para os lados penteando-se, ajeitou as alças do bikini, que já haviam subido para os ombros, e sentou-se na toalha olhando em volta. – Estás a vê-los?
– Os miúdos?
– Sim.
– Estão ali – apontou a mulher sentada, desviando o olhar para os respectivos maridos que, do outro lado do toldo, riam à gargalhada.
Rita, a mulher na toalha, acompanhou o olhar de Maria e comentou:
– Ah… mas se fosse pelo Tó… Ele não quer outra coisa…
– Não?! – pasmou Maria.
– O Quim não? – Rita sorria, sem perceber o espanto da amiga.
Maria fixou-se no marido, que lhe sorriu e, depois de devolver o sorriso, voltou-se para Rita, falando em tom meramente informativo:
– Ele gosta mas acho que não é tarado por isso…
– Tarado?! – interrompeu Rita. – O Tó não é tarado!
– Se não quer outra coisa… – depreciou a amiga. – O Quim gosta mas não quer sempre isso…
– Isso o quê?
– Isso… – Maria continuava espantada com a altura a que a amiga falava e agora mais surpreendida ainda com a expressão irada e o tom brusco. – Isso… O creme! – acabou por exclamar o mais baixo que conseguiu.
Rita ouviu e baixou a cabeça. Esticou as pernas, endireitou a toalha e, levantando a cabeça, perguntou mordendo os lábios para não rir:
– Estás a falar de que creme?
A amiga tornou a mudar de posição na cadeira, passando o peso do corpo para a nádega direita.
– E tu?
A amiga não se conteve e deixou escapar uma forte gargalhada.
– Eu… – respirou fundo para se controlar mas percebendo a posição torcida em que a outra se sentava, não aguentou e continuou a rir. – Tu estavas a dizer que compraste… que compraste…
Maria corou. Rita continuava a rir.
– E eu…
– Tu estavas a falar do creme para o sol – ajudou Maria, acompanhando-a nas gargalhadas. – Do protector… Do protector solar…
Leite de Burra
e) Para amaciar a pele e manter-lhe a elasticidade:
(…)
Leite de burra. POPPEA, mulher de NERO, levava consigo sempre em todas as viagens quinhentas burras com leite, tomando todos os dias banhos dele. (pág. 33)
Leite de burra. Conta-se que certas mulheres se locionavam* setecentas vezes com ele por dia, observando escrupulosamente este número. POPPEA, mulher de NERO, pôs o leite de burra em moda. Tomava banhos inteiros neste leite, para o que possuía quinhentas burras, como já acima apontámos. O leite de burra destruía as rugas por completo, conforme se dizia, etc. (pág. 35)
in AGUIAR, Asdrúbal de (1935) Estudos sobre Roma nos tempos antigos
Lisboa: Imprensa Nacional.
* Locionar - Aplicar loção.
(…)
Leite de burra. POPPEA, mulher de NERO, levava consigo sempre em todas as viagens quinhentas burras com leite, tomando todos os dias banhos dele. (pág. 33)
Leite de burra. Conta-se que certas mulheres se locionavam* setecentas vezes com ele por dia, observando escrupulosamente este número. POPPEA, mulher de NERO, pôs o leite de burra em moda. Tomava banhos inteiros neste leite, para o que possuía quinhentas burras, como já acima apontámos. O leite de burra destruía as rugas por completo, conforme se dizia, etc. (pág. 35)
in AGUIAR, Asdrúbal de (1935) Estudos sobre Roma nos tempos antigos
Lisboa: Imprensa Nacional.
* Locionar - Aplicar loção.
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