29 novembro 2007

É este o frio de que te falava, aquele em cujas noites fazes ainda mais falta na minha cama. O frio que afugentas de mim quando a tua língua na minha pele deixa um rasto de arrepio, um arrepio que não é já de frio mas de prazer puro que, aos poucos, se transforma em antecipação de um outro prazer, diferente mas igualmente intenso e completo; o prazer que se continua quando mergulho dentro dos lençóis que entretanto aquecem com o calor dos nossos corpos, e nesse mergulho encontro o teu pénis e é então ele que mergulha na minha boca e aí se vem.

Rosa

Priguntas do Nelo


Melhéres, éi Nelo cu lhis prigunta:
Nam asham ca minha Efigénia shtá uma bileza?
Agora quela çe deichôu déça percaria das dietas.
(Fó-fó-fó, dietas. Que noijo!)
Imagineim çe ela ficáçe cumo as lambisgoitas tarrincaspinhas
açim cumo eça queu mostro aí em baicho neça
fodografia tirada numa festa de anus...
Eça galdéria, per acazo hera a anusversariante...
Uma tronga que me levôu o meu ingate, um home bom pró broshe,
a beim dezer, directamenti do meu pacote prás covas dela... sniff


Potencial Linguístico


Outras Coisas [via]

Tour des Artes



Sexo seguro..


Pela enésima vez, o gajo insistiu com a loira boazona para fazerem sexo.
Então, finalmente, ela disse:
- Eu só faço se tu fizeres um exame de sangue e provares que não tens SIDA!
Com o resultado do teste provando que estava limpo, ela concordou, e foram para cama, no mesmo dia.
Mais tarde, depois de uma sessão de sexo maravilhoso e selvagem, ela disse:
- Desculpa-me ter pedido para fazeres o teste, mas é que eu morro de medo de apanhar aquela merda de novo...

28 novembro 2007

Momento ramalhete rubro


Julgo que o facto do calor dilatar os corpos nos encostou no elevador que ninguém resiste à canícula tropical que se faz sentir tanto mais que o dito espaço nem estava assim tão apinhado. As calças de tecido fino não escamotearam as dimensões do seu músculo eriçado e objectivamente reclinado contra a película da saia que me cobria as nádegas, nem as oscilações à esquerda e à direita dos meus glúteos foram movimentação da crosta terrestre.

Os dias seguiram com os seus dedos esguios a avançarem como formigas pelo carreiro das minhas pernas e sem o encarar, passei a espalmar a mão entre as suas pernas em busca de correr o fecho que dava acesso ao mantimento prometido. E numa espiral febril arrimámos as bocas uma contra a outra dando espaço aos meus dedos para lhe esganar o apêndice num trajecto de ascensor enquanto os seus eram bichos carpinteiros nos grandes e pequenos lábios.

Mas o momento ramalhete rubro ocorreu quando a desoras da madrugada me fez uma moderna serenata de aparelhagem transmitida pelo telemóvel e repetidamente me acordou para dizer não importa que pintelhice a camuflar a corriqueira expressão de amo-te que nos proibimos de pronunciar porque aí senti o palpitar das suas veias todas na minha pele e estremeci na intimidade de não nos estarmos a incomodar.

Soprava o vento pela fresta....



Soprava o vento pela fresta
A menina comia nêspera
Antes de dar em segredo
O níveo corpo ao folguedo:

Mas antes provou ter tacto
Pois só o queria nu no acto
Um corpo bom como um figo
Não se vai foder vestido.

Para ela em tempos de ais
Nunca o gozo era demais.
Lavava-se bem depois:
Nunca o carro antes dos bois.

Poema de Bertolt Brecht, gravura de Pablo Picasso

Tuppersexo continua em Portugal

"Procuramos mulheres dinâmicas, capazes de falarem abertamente sobre sexualidade e sensualidade… procuramos donas de casa, administrativas, psicólogas ou mães…" é o convite da Maleta vermelha








Outras Coisas [via]

crica para visitares a página John & John de d!o

27 novembro 2007

O creme

– Comprei o creme – sussurrou ela com um risinho, enquanto se sentava numa cadeira ao sol.
A amiga ajeitou as pontas da toalha, limpando um pouco de areia que um dos filhos pequenos levantara em corrida desenfreada à procura da sombra do toldo e deitou-se de barriga para baixo para se secar do banho de mar.
– Foi? – perguntou a mulher deitada, enquanto baixava as alças do fato de banho dos ombros para os braços.
– Foi – confirmou ela sem levantar a voz, enterrando os dedos dos pés na areia escaldante.
– Aquele que eu te disse?
– Sim – respondeu baixinho, sem conseguir descolar o sorriso meio idiota que ostentava desde a primeira frase.
– É muito bom, não é?
Ela olhou em volta e falou ainda mais baixo. A outra não a conseguiu perceber e reclamou sem levantar a cabeça da toalha:
– Não percebi nada, Maria. É bom?
– É – disse ela, levantando a voz, contrariada. – Muito bom.
– Espalhaste bem? – quis saber a outra.
Ela arqueou as sobrancelhas à pergunta, mas a mulher deitada não viu. Estranhou e não respondeu logo. Colocou as palmas das mãos nos braços da cadeira plástica e corrigiu ligeiramente a posição em que estava sentada, assentando mais peso sobre a nádega esquerda. Suavemente, ergueu e desenterrou as pontas dos dedos dos pés, inspeccionando à distância de uma perna esticada a perfeição do verniz vermelho que emergia da areia fina. Sorriu, gostava, sempre gostara, e desde que se lembrava tinha orgulho no perfeito alinhamento em escada dos seus dedos dos pés.
– Se espalhei bem? – inquiriu, retomando a conversa.
– Sim – respondeu o perfil esquerdo da mulher deitada. – Espalhaste bem?
– Acho que sim – informou, olhando para a amiga deitada, esperando um sorriso, que não apareceu.
– É importante – comentou a outra, desinteressadamente. – Por vezes pensamos que as partes mais expostas à agressão…
– Agressão?! – interrompeu estupefacta a mulher sentada, que já se esquecera da simetria que antes apreciava no conjunto dos seus dedos dos pés. – Agressão? – balbuciou, repetindo-se.
– Pois. – A mulher deitada juntou as mãos, sobrepôs uma sobre a outra e apoiou o queixo nas costas da mão direita. Pela primeira vez, olhou para a amiga sentada, que esperava a explicação que ela se preparava para dar e continuou: – Não penses que a coisa se dá só no sítio exposto à…
– Agressão? – sugeriu a mulher sentada, que ainda não digerira a palavra.
– Sim, pode chamar-se assim – disse a outra. – É uma agressão, no sentido em que é uma coisa fora do normal…
A outra concordou com um aceno ligeiro.
– Sim, visto assim – murmurou.
– E nós não passamos a vida nisso, não é? – perguntou a mulher deitada.
A mulher sentada, sem baixar as sobrancelhas arqueadas, limitou-se a concordar:
– Não, não passamos.
A outra ergueu a cabeça e piscou-lhe o olho:
– Não era mau, quero dizer, mas era capaz de cansar. Eu, pelo menos, fico extenuada.
– Ficas?
– Tu não?
– Eu gosto e o creme ajuda…
– É bom – concluiu a deitada – mas o creme não resolve tudo.
– Resolve a parte principal…
– Hum… mas ao fim de um tempo já nem é preciso.
– Não?
– Claro que não. – A mulher deitada fincou os cotovelos na areia, enfiou os dedos no cabelo e baixou a cabeça ao mesmo tempo que deslocava as mãos do centro para os lados penteando-se, ajeitou as alças do bikini, que já haviam subido para os ombros, e sentou-se na toalha olhando em volta. – Estás a vê-los?
– Os miúdos?
– Sim.
– Estão ali – apontou a mulher sentada, desviando o olhar para os respectivos maridos que, do outro lado do toldo, riam à gargalhada.
Rita, a mulher na toalha, acompanhou o olhar de Maria e comentou:
– Ah… mas se fosse pelo Tó… Ele não quer outra coisa…
– Não?! – pasmou Maria.
– O Quim não? – Rita sorria, sem perceber o espanto da amiga.
Maria fixou-se no marido, que lhe sorriu e, depois de devolver o sorriso, voltou-se para Rita, falando em tom meramente informativo:
– Ele gosta mas acho que não é tarado por isso…
– Tarado?! – interrompeu Rita. – O Tó não é tarado!
– Se não quer outra coisa… – depreciou a amiga. – O Quim gosta mas não quer sempre isso…
– Isso o quê?
– Isso… – Maria continuava espantada com a altura a que a amiga falava e agora mais surpreendida ainda com a expressão irada e o tom brusco. – Isso… O creme! – acabou por exclamar o mais baixo que conseguiu.
Rita ouviu e baixou a cabeça. Esticou as pernas, endireitou a toalha e, levantando a cabeça, perguntou mordendo os lábios para não rir:
– Estás a falar de que creme?
A amiga tornou a mudar de posição na cadeira, passando o peso do corpo para a nádega direita.
– E tu?
A amiga não se conteve e deixou escapar uma forte gargalhada.
– Eu… – respirou fundo para se controlar mas percebendo a posição torcida em que a outra se sentava, não aguentou e continuou a rir. – Tu estavas a dizer que compraste… que compraste…
Maria corou. Rita continuava a rir.
– E eu…
– Tu estavas a falar do creme para o sol – ajudou Maria, acompanhando-a nas gargalhadas. – Do protector… Do protector solar…

Leite de Burra



e) Para amaciar a pele e manter-lhe a elasticidade:
(…)
Leite de burra. POPPEA, mulher de NERO, levava consigo sempre em todas as viagens quinhentas burras com leite, tomando todos os dias banhos dele. (pág. 33)

Leite de burra. Conta-se que certas mulheres se locionavam* setecentas vezes com ele por dia, observando escrupulosamente este número. POPPEA, mulher de NERO, pôs o leite de burra em moda. Tomava banhos inteiros neste leite, para o que possuía quinhentas burras, como já acima apontámos. O leite de burra destruía as rugas por completo, conforme se dizia, etc. (pág. 35)

in AGUIAR, Asdrúbal de (1935) Estudos sobre Roma nos tempos antigos
Lisboa: Imprensa Nacional.

* Locionar - Aplicar loção.

Colete Salva-vidas Bay Watch

Mais informações [via]






















Outras Coisas