13 abril 2008

Corriditas


O despertador tocava às 6 da matina e ele corria a vestir um fato-de-treino e num minuto estava na sala de desporto do último andar do prédio para a manutenção matinal de 10 minutos cronometrados. Regressava ao apartamento e punha a água a correr, tomava um comprimido amarelo e durante minuto e meio deixava-se amolecer de pé na banheira sob a água quente. Secava-se na máquina elétrica apropriada e apressava-se para a cozinha a retirar um copo de sumo de laranja da conduta do prédio para acompanhar uma torrada higienicamente embalada das que guardava na dispensa.

Enfiava-se num fato e com as palmas das mãos treinadas em poucos segundos espalhava à chapada perfume pelo pescoço abaixo e nas faces e rapidamente descia para as caves onde se introduzia na engenhoca transportadora, fazia o reconhecimento da sua impressão digital e inseria o destino pela opção dos destinos frequentes.

Chegado à cave do seu local de trabalho nos 7 ou 8 minutos seguintes que o sistema nem sempre estava bem calibrado usava o elevador que em dois minutos subia ao 35º andar onde trabalhava e sentava-se no seu posto, colocava os auscultadores, ligava o computador e o microfone e impreterivelmente às oito e trinta atendia a primeira chamada.

Pausava às onze e às dezasseis horas durante 5 minutos exatos para despejar o saco tecnoplástico de urina do fato e verificar o bom funcionamento da algália. Ele habituara-se a despachar aquilo em 2 minutos e antes de voltar a colocar a sonda engolia um comprimido amarelo. Rigorosamente às doze e trinta também suspendia o trabalho para consumir a refeição servida em embalagens térmicas na sala destinada para o efeito para não serem excedidos os quinze minutos regulamentares.

Regressava ao lar às vinte e quarenta e acionava o micro-ondas para aquecer uma refeição que depois de deglutida findava com o ritual da toma de um comprimido de malte. Às 21 horas em ponto estendia-se na cama e com a ajuda de água, ingeria mais um darwinista comprimido amarelo com o ar satisfeito de quem pensava vamos lá ter outro orgasmo.

ComuniStar Designer 2008














Coisas [via] [catálogo em PDF]

Comboio da Macacada

John & John vistos por cartunistas amigos do d!o


crica para visitares a página John & John de d!o

12 abril 2008

Helen Mirren defende prostituição legal e fala sobre o sex-appeal

Lido no CineCartaz do Público, a propósito do novo filme «Love Ranch», um filme baseado num caso real de um casal que abriu o promeiro bordel legal no Nevada (E.U.A.):
"Helen Mirren não tem dúvidas: a prostituição deveria ser legalizada. «Acho absolutamente que o caminho é a legalização da prostituição, dado o horrível, tremendo tráfico de mulheres e o perigo das raparigas andarem na rua, completamente vulneráveis aos chulos», diz a actriz (...)

O filme, realizado por Taylor Hackford, marido da actriz, e no qual entra também o actor Joe Pesci, conta a história de Joe e Sally Conforte, o casal proprietário do bordel. «Num bordel legal, as mulheres têm uma licença, são protegidas, e os homens que as usam também estão protegidos porque sabem que as raparigas têm exames médicos todas as semanas», afirma Mirren. Numa entrevista à Time, a intérprete de A Rainha, de 62 anos, diz também o que pensa sobre o sex-appeal. «Não acredito que as mulheres percam o chamado sex-appeal. Simplesmente, ele desloca-se para outro campo. O sex-appeal total é para os jovens, não há dúvida. É a natureza. E é assim que deve ser. Mas os homens e mulheres mais velhos quando falam em sex-appeal não me parece que estejam a falar de sexo». Na interpretação de Mirren, eles estão a falar «de algo indefinido que tem a ver com o saber apreciar a vida, a sabedoria e esse tipo de coisas. Devia haver uma palavra especial para descrever isso»."
Pois devia. Sugestões?

Pepa, Intimidade e Metempsicose


Sugiro que vás ouvir Luis Gaspar ao seu audio blog no Estúdio Raposa recitando três poesias eróticas de Antero de Quental.

"Metempsicose

Ausentes filhas do prazer: dizei-me!
Vossos sonhos quaes são, depois da orgia?
Acaso nunca a imagem fugidia
Do que fostes, em vós se agita e freme?

N'outra vida e outra esphera, aonde geme
Outro vento, e se accende um outro dia,
Que corpo tinheis? Que matéria fria
Vossa alma incendiou, com fogo estreme?

Vós fostes nas florestas bravas feras,
Arrastando, leôas ou pantheras,
De dentadas de amor um corpo exangue...

Mordei pois esta carne palpitante,
Feras feitas de gaze fluctuante...
Lobas! Leôas! Sim, bebei meu sangue!

Antero de Quental"

Pêlo sim, pêlo não


Alexandre Affonso - nadaver.com

11 abril 2008


Bom fim de semana


Foto: Pavel Kiselev

A respeito das mães


A mulher que é a obra mais perfeita da creação foi escolhida por Deus para conceber, nutrir e criar o homem, ella é a fonte de toda a felicidade, e berço da humanidade porque é em seu seio que se reproduz a semente das diversas raças que fazem a sociedade e perpetuam o genero humano e a sua grandeza.
Tornando-se mães, são as mulheres a obra prima do universo, porque ellas criam os homens de caracter, os genios, e dão origem a outras tantas mães que fazem a cadeia com que se prende o passado de trevas e captiveiro ao presente de conquistas e liberdade.
(…)
Deu-lhe o creador dois seios, é neles que ella
[a criancinha] tem alimento, e só delles que póde viver a pobresinha; para que ella sugue o leite, que é quasi o sangue materno, que logo depois vae sangue do filho, (…)
Como diz eloquentemente o Dr. Brochard, «uma das mamas está collocada sobre a região precordial, afim de que a mãe não possa amamentar seu filho sem o apertar sobre o seu coração,(…)


in Almanach Litterario de S. Paulo para 1880 – Publicado por Jose Maria Lisboa
S. Paulo: Typ. da «Provincia; V Anno – 1879. Pág. 43 e 50

Aquela zona húmida

Tudo estava assegurado. O cabelo bem cuidado e penteado, a barba aparada a régua e esquadro, o perfume AXE que, na TV, faz com que elas nos comam na via púb(l)ica, o vestuário criteriosamente escolhido de modo a dar um ar enigmático e altivo, embora ao mesmo tempo tentadoramente acessível. Ia finalmente chegar esse sítio recôndito, entrar naquela zona húmida tão bem guardada que poucos conhecem e da qual pressentia uma promessa de profundo deleite e encantamento...

Afinal... não passou de uma estimação prematura.


Herman Makkink
























Coisas [via] [+info]

10 abril 2008

Despertar em ti

Foto: daqui


Há um dia
em que o sol
a romper o horizonte,
resume toda a eternidade
na espera desse instante
para o qual foi programado.
Esteiras de fogo estendem-se até à praia
e o dia já não existe mais,
Todo o corpo é pasto do mar
e as estrelas sabem
que são a areia do céu
perdidas em brilhos
sob o suave toque duma mão.

E das ondas que remansam,
quentes na pedra fria dos corpos,
sobe um fio do olhar...
Finam-se em gotas
os restos de lua.
E tudo sobra
Nos lábios
onde o horizonte
se afoga no sonho dos lagos...


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O Falcão dá-lhe com o verdasco:
"Ouve lá ó Charlie, meu caralho! Tu andas bem, foda-se?! Mas que caralho de poesia é esta? Vá! Toma lá uma e aprende, caralho!

Aqui há atrasado,
quando ia pró pinhal
Encontrei uma cachopa
Filha do Toino. Sabeis; a tal.
Tinha farta pintelheira.
Mas é coisa do passado
Desde que dum dia foi ao Porto,
Veio de lá com o pito rapado.
Deu-me certa confusão
Logo na primeira vez
Mas depois de a papar
E tornar o pito comer
Já me dá o tal tesão
que tinha de antemão,
quando o pito era de ver.
E lá fomos pró barraco
onde tenho um belo pipo
A chouriça é por lá mato
A broa intão, nem lhes digo,
O esperar, é um castigo
e logo pimba, dei-lhe o trato.
Foi um pingo de verdasco
e dentada em gosto de fumeiro
depois da broa ter sido primeiro,
repetiu-se a rodada
e foi foda bem mandada
no sofá que era braseiro
E é disto que o Falcão gosta
Dumas fodas do caralho
E não de coisas que apostam
em lagos, luas, sol e lagos

Ora toma lá e aprende, cum filha da puta, caralhos te fodam e refodam, ó Charlie do caralho."

Deus Existe e é Homem

O dia não podia ter corrido melhor. Saio à rua e a primeira coisa que vejo são as maminhas e o rabinho da minha Lauzita...

... de ligas ainda para mais (o que ainda me deixa mais maluco). Uih ligas... aaaaah (estou-me a babar). Mas algo me deixa intrigado? Essa coisa verde na cara é mesmo necessária? Isto é uma publicidade a lingerie ou ao Shrek 4? Aaaaah... (agora não me estou a babar, estou a tirar uma conclusão brilhante), a não ser que isto seja um apelo às crianças para a prática da masturbação. Se assim for, acho muito bem. Apoiado! Se os miúdos se masturbassem mais, passavam mais tempo a mexer na pilinha em vez de mexer tanto no telemóvel.

(com voz inocente de criança do ecoponto) Lauzita... para a próxima podes ir toda nua para uma banheira cheira de pudim de chocolate, pode ser, pode? Vá lá! Eu juro que sou bom menino...