10 abril 2008

Despertar em ti

Foto: daqui


Há um dia
em que o sol
a romper o horizonte,
resume toda a eternidade
na espera desse instante
para o qual foi programado.
Esteiras de fogo estendem-se até à praia
e o dia já não existe mais,
Todo o corpo é pasto do mar
e as estrelas sabem
que são a areia do céu
perdidas em brilhos
sob o suave toque duma mão.

E das ondas que remansam,
quentes na pedra fria dos corpos,
sobe um fio do olhar...
Finam-se em gotas
os restos de lua.
E tudo sobra
Nos lábios
onde o horizonte
se afoga no sonho dos lagos...


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O Falcão dá-lhe com o verdasco:
"Ouve lá ó Charlie, meu caralho! Tu andas bem, foda-se?! Mas que caralho de poesia é esta? Vá! Toma lá uma e aprende, caralho!

Aqui há atrasado,
quando ia pró pinhal
Encontrei uma cachopa
Filha do Toino. Sabeis; a tal.
Tinha farta pintelheira.
Mas é coisa do passado
Desde que dum dia foi ao Porto,
Veio de lá com o pito rapado.
Deu-me certa confusão
Logo na primeira vez
Mas depois de a papar
E tornar o pito comer
Já me dá o tal tesão
que tinha de antemão,
quando o pito era de ver.
E lá fomos pró barraco
onde tenho um belo pipo
A chouriça é por lá mato
A broa intão, nem lhes digo,
O esperar, é um castigo
e logo pimba, dei-lhe o trato.
Foi um pingo de verdasco
e dentada em gosto de fumeiro
depois da broa ter sido primeiro,
repetiu-se a rodada
e foi foda bem mandada
no sofá que era braseiro
E é disto que o Falcão gosta
Dumas fodas do caralho
E não de coisas que apostam
em lagos, luas, sol e lagos

Ora toma lá e aprende, cum filha da puta, caralhos te fodam e refodam, ó Charlie do caralho."

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