19 novembro 2008

Relato desportivo


Com secretárias tão próximas era impossível não reparar que ele se movimentava com dificuldade na cadeira com rodinhas como quem acabou de ser operado a um quisto no cu e lá confessou que estava todo partido que depois dos quarenta elas já moem apesar dos olhos como duas pérolas negras não se cansarem de saltitar de alegria.

Lá lhe afiancei que o espírito olímpico tinha inundado os portugueses e sua pele estava mais esticada, pudera e radiosa que tais tratamentos são muitos eficazes na manutenção da mente sã em corpo são e convém é ir treinando perante os seus resmungos de que o riso ainda lhe fazia doer mais os músculos do abdómen.

Notei-lhe a rouquidão na voz e ficámos mais uns minutos a debater a causa do silêncio ou dos grunhidos sumidos quando esfolamos o ganso ou esfregamos o corredor a sós negligenciando o relato do golo.

Estas orações são bem mais entesantes

Recebido de fresco da Índia para a minha colecção, este carro que é um objecto de culto utilizado para as orações (puja) onde estão representados Nandi (touro que é companheiro constante de Shiva, de quem é montada, camarista e músico) e o Lingam (sim, sim, o caralho).
O carro abre-se e tem um espaço para as oferendas: arroz, flores, mel, leite...





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A propósito de cordelinho: ainda estás a tempo de te inscreveres para o 10º Encontra-a-Funda nas Caldas da Rainha, já neste fim de semana.

18 novembro 2008

Que Rica Novela de Merda

Quem é que aqui lê o jornal "Metro"... vá dedinhos no ar? Ninguém? Boa. Sendo assim vou-vos mostrar o que andam a perder. As minhas manhãs são cada vez mais coloridas. O motivo? A fotonovela que visa consciencializar as pessoas para a foda e tudo o que está ligado com foda. Nunca vi coisa igual. Só aqui podem ver a expressão "Cardozo Alez" associada a uma banda-desenhada sobre espancar o macaco. Cliquem no caralho da imagem para ficar maior. Cá vai...

(...) é que nem sei o que dizer. Mas esperem porque há mais...

Lindo? Genial? Fantabulástico? Ou simplesmente absurdo? Um bocadinho de tudo. Gostava de saber quem é a mente brilhante que pensa nisto. E o que é que preciso dizer à Sílvia Rizzo para entrar nesta merda? E o Carlos Areias? Eu a pensar que era impossível descer o nível depois dos Malucos do Riso e ele faz isto? Ele não tem vergonha na cara? A vida tá assim tão difícil? Se ó menos fosse uma história porno... agora esta merda? O puto tava a esgaçar o pessegueiro e a Sílvia Rizzo quando entrava dizia "Oh Miguel! Que coisa tão grande que tu tens aí espetada na barriga, a do teu pai não é assim" e depois começava uma música cheia de pujança. Isso sim valia a pena. Bem, um dia destes trago-vos mais uma fornada. Desta vez o tema é uma reunião de Tupper-Sex. Sabem o que é? Eu também não, quero ser surpreendido.

Acrobacias



via Hemaworstje

Porta dos fundos

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17 novembro 2008

Um Outro Enredo


Pic2


O filme que passou na tela naquela noite? Não sei contar...
Mas sei ainda ao pormenor os caminhos traçados pela minha saliva.
Quero lá saber se perco o início da história!
O calor da tua língua no meu pescoço e...
Safado...! Sabes bem que não te resisto!
Ergues o braço da cadeira e puxas-me para o teu colo.
Enlouqueceste?! Há gente sentada lá mais abaixo. Não podemos!
Mas quero... Oh como quero!
E essa roupa tua que me separa da tua pele...
E esta roupa minha que sufoca o meu desejo...
Desaperta os botões da minha roupa....
O teu toque de mestre, o teu cheiro de macho, o tesão que me dás...
Isso, puxa as tuas calças para baixo... assim, só um bocadinho.
Sei bem o que esperas e sabes bem o que vou fazer. Adoro, adoro...
Nem imaginas o prazer de enlouquecer, enlouquecendo-te.


O filme? Lembras-te do filme que não vimos naquela noite?


(Crimes Perfeitos)

Vão ao Estúdio Raposa

e deliciem-se ouvindo Luis Gaspar a apresentar-nos e a ler-nos excertos do livro «Beija-me», numa edição da “101 Noites”.

A atracção das roupas

Anúncio extraordinário da empresa russa Sela - Wear & Accessories.


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16 novembro 2008

Ripa na rapaqueca


Ele apresenta o onze inicial com os dedos no baixo ventre a abrirem o fecho das calças e a posicionarem o goleador num esquema táctico de 5-5-1. Ela faz saltar uma mama para fora do decote e apresenta-a no terreno de jogo. Bem jogado. Ele desaperta os botões da camisa e mostra-se de peito feito em campo. Passa a bola. Ela atira com a blusa num remate ao nariz do adversário e em meneios de ancas faz escorregar a saia pelas pernas abaixo. Ele sacode a perna para libertar-se das calças e chuta-as com as meias para canto. Vai fazer a cobrança. Aproxima-se da grande área. Cheira o relvado e gira a bolinha nos lábios entre os postes das pernas dela. Excelente visão de jogo. Ela apoia-se nas omoplatas dele e desliza para o contra-ataque avançando de língua em riste para o ponta de lança. Apito na boca. Vamos embora rapaziada. Sobreposição de campos e grande versatilidade em foras de jogo sucessivos. Ela passa a bola e ele domina o terreno de jogo. Vamos embora. Vai que não é para ganhar na secretaria. Só falta marcar. A bola começa a subir. Encosta à zona de penalty. Pontapé vai ser levantado e sai uma paradinha. Aguentar a pedalada. Vai lá uma trivela ou um efeitozinho para suar a camisola. Coração da área...e é golo, golo, golo, golo, golooooooooooooooo.

E agora vou ali buscar um rebuçadinho do doutor Bayard que estes relatos dos vizinhos que não correm as persianas deixam-me rouca.

Caroline Miranda e MC Lip - "Meu Selinho"



Esta menina assegura que é virgem e aceitou fazer um filme porno. O título? «Fiz pornô e inda continuo virgem». Dá pr'acrêditá?

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15 novembro 2008

«A minha primeira vez» - por Florinha

"Olá!
Este assunto trouxe-me à memória a minha primeira vez. Tinha 17 anos e passava férias numa aldeia transmontana, em casa de uma coleguinha do colégio interno onde fui educada.
Pertenço a uma família onde era tradição as meninas estudarem em colégios internos. Lá conheci uma menina da minha idade cuja família possuía uma mansão em Trás-os-Montes. Um ano, por altura das férias grandes, a família da minha amiga convidou-me para passar um mês na casa deles. Os meus pais concordaram e então lá fui. A propriedade dos pais da minha amiga era enorme, com imensos empregados, alguns idosos, outros menos e dois jovens da minha idade, que eram irmãos. A Rabiça e o Tóino.
A Rabiça estava encarregue de ajudar as mulheres da quinta nos trabalhos doméstico e o Tó de ir levar e trazer as vacas do pasto.
Um pouco afastada do casarão da minha amiga, passava uma ribeira de água transparente, bordejada por arvoredo frondoso. Uma tarde em que fazia bastante calor, a minha amiga convidou-me para ir dar um passeio junto à ribeira.
Fomos por um caminho em terra, ladeado por castanheiros e nogueiras, que nos ofereciam a sua fresca sombra. Chegadas à beira da ribeira, sentámo-nos na relva verdinha que atapetava o chão. À nossa volta só se ouvia o ligeiro movimento da folhagem, embalada pela leve brisa, o quase inaudível correr manso das águas e o chilrear da passarada. Passados alguns segundos, deitámo-nos ao lado uma da outra, olhando as núvens que vagarosamente iam passando sobre as nossas cabeças e a conversa entre as duas direccionou-se para assuntos passados no colégio que foram sucedendo no decorrer do ano.
Falámos dos professores, dos que tinhamos gostado mais e menos, das colegas, das com quem tínhamos mais afinidades e menos, até que a minha amiga ficou repentinamente silenciosa. Estranhei a sua atitude e perguntei-lhe se tinha dito alguma coisa de que não tivesse gostado.
Sacudiu a cabeça e garantiu-me que não, para não ser tolinha. Mas como continuasse silenciosa, voltei a perguntar se alguma coisa a incomodava.
Então, voltando o rosto para mim, exibindo um sorriso, onde detectei uma lágrima, respondeu-me:
- Nada, nada, simplesmente saudades.
- O quê? Saudades do colégio? - e, acompanhando a frase com uma gargalhada, acrescentei:
- Por nada deste mundo iria ter saudades daquela prisão!
- Não compreendes - retorquiu a minha amiga - não é do colégio que sinto saudade.
- Ah não? De que é então?
Manteve-se em silêncio durante mais uns segundos e depois acrescentou:
- É de alguém, parvinha!
- De alguém?!
Dei de imediato um pulo e sentei-me:
- De quem? De quem? Tens um namorado? Conta-me, conta-me.
A minha amiga manteve-se impávida olhando o céu e como que ignorando a minha presença.
- Vá lá, então, tens de contar - apressei-a.
Finalmente olhou na minha direcção e perguntou:
- Se eu te contar, juras que não contas a mais ninguém?
- Parva! Achas-me capaz de trair a confidência de uma amiga?
- Juras? - Repetiu ela.
- Se achas que é preciso, sim, juro. Agora vá, conta-me tudo. Tens um namorado?
- Sim! Quer dizer, não!
- Bom, não percebo, afinal, tens um namorado, sim ou não?
- Tenho, mas não é um namorado.
- Não? Então?
- É uma namorada!
A revelação que a minha amiga acabava de me fazer deixou-me de olhos arregalados e de boca aberta. Era capaz de jurar que no meu cérebro não acontecia um único pensamento.
- Ficaste surpreendida? - Perguntou-me ela.
Gaguejei:
- Sim, claro, é evidente que sim.
- Evidente porquê? Também és das pessoas que discriminam duas pessoas do mesmo sexo que se apaixonam uma pela outra?
- Se discrimino? Sei lá. Fazes-me cada pergunta. Mas tu não és uma pessoa qualquer, és minha amiga há quase dez anos, nunca pude pensar que tu...
- Mas afinal o que é que eu tenho assim de tão extraordinário que me impeça de sentir paixão por alguém do mesmo sexo? Repara, Florzinha, não sei se já pensaste algum dia nisso, mas o amor, a paixão, não é algo que tenha a ver com diferenças entre os sexos.
- Quê? Que raio de baralhada estás para aí a dizer?
- Baralhada é o que vai dentro da tua cabeça, relativamente ao que pensas de ti e daqueles com quem partilhas a vida. E, sabes que mais? Estava convencida que eras minha amiga. Afinal, vejo que também tu és dominada pelos preconceitos retrógrados da sociedade em geral.
Dizendo isto, a minha amiga levantou-se e afastou-se, sem me voltar a olhar.
Ainda paralizada pela surpresa deixei-me ficar sentada na relva, enquanto a minha amiga se afastava por entre os arbustos.
Os pensamentos absurdos começaram a fervilhar dentro do meu espírito, tentando mentalmente compreender a atitude da minha amiga e, em simultâneo, tentar concluir quem seria a colega por quem se teria apaixonado.
Não me recordo de quanto tempo permaneci estática, sentada à beira daquela ribeira de águas cristalinas, os pensamentos em alvoroço e a curiosidade a espicaçar-me. Quando voltei à realidade, levantei-me e decidi encontrar a minha amiga, seguindo na mesma direcção que ela havia tomado.
Fui andando pelo mesmo carreiro que ela seguiu quando se afastou. Passados poucos minutos, comecei a distinguir o som não muito distante do tilintar de sininhos. Um pouco mais adiante, abria-se um verde prado cercado por arbustos silvestres e alguns choupos e olmeiros. Espalhadas pelo prado, apascentando bucolicamente, um rebanho de pachorrentas vacas leiteiras, ia pastando as verdes ervas. Com a minha chegada, a curiosidade fez com que alguns dos animais levantassem a cabeça e, olhando para mim, soltassem alguns mugidos, como que de boas-vindas.
Confesso que o quadro tão simples, calmo e natural afastou por completo as imagens suspeitadas da minha amiga nos braços de outra rapariga, que até há instantes ocupavam por completo o meu pensamento.
Parei extasiada olhando os animais, rindo até do ar intrigado com que as vacas me olhavam. Depois, ao prescrutar o espaço para lá do prado, pareceu-me reconhecer ao longe a figura da minha amiga, andando em sentido contrário ao ponto onde me encontrava. Estava longe demais para me ouvir se a chamasse. Voltei a pensar na conversa que tínhamos tido e agora, um pouco mais de cabeça fria, decidi que devia ter uma conversa com ela. Não para lhe criticar as decisões e escolhas, mas sim para lhe manifestar a minha solideriedade e também para lhe oferecer o apoio que começava agora a perceber ela estaria a necessitar.
Decidi então atravessar o prado, de forma a poder alcançar a minha amiga mais rapidamente.
Contudo, quando o comecei a fazer, notei que as vaquinhas se começaram a movimentar na minha direcção. Lentamente, mas sempre no meu sentido.
Confesso, assustei-me bastante e quase que paralisei, sem saber para onde me dirigir.
Nesse momento, um assobio estridente e ordenativo rasgou os ares. Surpreendida, olhei na direcção de onde me pareceu que o assobio tinha partido e então o meu olhar encontrou a figura esguia do Tóino, encostado ao tronco de um frondoso castanheiro, de cajado na mão, no seu posto de guardador das vacas.
Uma imensa sensação de alívio invadiu-me os sentidos, quando reconheci o Tóino, reforçada pelo facto de aquele assobio ter feito as vaquinhas mudarem automáticamente de atitude.
Sem querer dar a impressão de que já começava a ficar em pânico, dirigi-me ao Tóino, como que para o cumprimentar.
- Olá, Tóino, estás bom?
O Tóino corou com a minha presença e meio atabalhoadamente respondeu retirando a boina da cabeça:
- Estou xim, menina, obrigado.
Ri-me, ainda denotando os restos do nervoso que sentira e respondi-lhe:
- Ora Tóino, não me trates por menina, trata-me por Flor, ou Florinha, como preferires.
Tóino não respondeu, mas pareceu que ruborizara um pouco mais.
- Diz-me uma coisa, Tóino. A minha amiga passou por aqui há pouco?
Tóino abanou ligeiramente a cabeça de forma afirmativa.
- E falou contigo?
- Não, menina, atravessou pelo meio das vacas e seguiu sempre.
- Ó Tóino, já te pedi para não me tratares por menina. Não podes fazer o favor de me tratar pelo nome?
Tóino mexeu-se, demonstrando algum desconforto e limitou-se a abanar de novo a cabeça de forma afirmativa.
Aproximei-me mais dele e colocando-lhe uma mão sobre o ombro disse-lhe:
- Não precisas de me tratar com essa deferência, Tóino. Afinal, somos da mesma idade e não há nada que nos impeça de sermos amigos.
A companhia envergonhada, mas simples e simpática do Tóino, levou-me a decidir adiar o encontro e a conversa com a minha amiga. Pensei... afinal, vou-lhe dar mais algum tempo para que possamos tanto ela como eu assentar um pouco melhor as ideias. Talvez logo, quando nos encontrarmos ambas sozinhas no quarto, ou então amanhã, encontre uma oportunidade favorável para conversarmos.
Voltei a concentrar a minha atenção na pessoa do Tóino e quis saber pormenores acerca de como eram passados os seus dias ali na quinta.
Penso que o assunto de conversa lhe agradou, pois senti que se começou a sentir um pouco mais à vontade a conversar. Passado um bocado, sentei-me ao lado do tronco do castanheiro e convidei-o a sentar-se ao meu lado. Toino desfiava o nome de cada uma das vacas que guardava. Sabia o nome de todas sem excepção, o que constituiu grande admiração para mim.
- Como é que consegues saber o nome de tantas vacas sem trocar um único? Ou estás a inventar nomes como se fossem realmente esses?
Tóino soltou uma risada e retorquiu:
- A menina Flor não conhece também de cor o nome das ruas de Lisboa?
- Bom, isso é outra coisa.
- Outra coisa como?
- Então repara, Tóino. Para mim estas vacas são todas iguais, por isso estranho que não as confundas entre si.
Tóino soltou uma gargalhada ainda maior:
- Desculpe, menina Flor., Para mim, as ruas de Lisboa é que são todas iguais, uma confusão, mas as minhas vacas não. A Malhada é completamente diferente da Estrelinha e da Teimosa e da ...
- Pára, pára, acho que já entendi perfeitamente o teu ponto de vista. Realmente tens razão, apesar de não conseguir distinguir uma das outras.
Rimos ambos com satisfação e, sem querer, encostámos os ombros e a cabeça um ao outro.
Este gesto íntimo durou breves segundos, os suficientes para que uma sensação de conforto e bem estar me invadisse por completo.
Contudo, Tóino imediatamente se afastou e, muito vermelho, fez imediatamente menção de se levantar enquanto pedia desculpas.
- Que é isso agora, Tóino? Não sejas pateta. - Disse-lhe estendendo-lhe a mão e convidando-o a sentar-se de novo ao meu lado.
Tóino hesitou, manteve-se de pé sem se mover, olhando-me surpreendido.
Vá lá, Tóino, senta-te aqui e continuemos a nossa conversa que me estava a agradar bastante.
Voltou a sentar-se, ajeitou a boina e evitou olhar-me de novo, fingindo que prestava atenção ao movimento das vacas no pasto.
- Ainda não me disseste de que forma passas os teus dias aqui na quinta. Tens amigos?
- Só na aldeia. Quando lá vou aos domingos é que os vejo e conversamos. Na altura das festas vamos às outras aldeias.
Respirei fundo e pensei no contraste entre a vida de um rapaz do campo e da cidade.
De súbito, saíu-me uma pergunta intuitiva, em que não tinha pensado sequer e que não me deu tempo de suster:
- Tens namorada, Tóino?
Florinha"