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08 janeiro 2009
07 janeiro 2009
Bolachada
Não sei que raio de magnetismo o meu rabo tinha na sua mão que a menos de 30 centímetros era certinho como as uvas que atraía palmada. Só se evitasse o contacto visual dele com os meus quartos traseiros é que desactivava este reflexo condicionado.
Em abono da verdade até que esta atenção desenfreada a uma parte de mim me eriçava cada pelinho sobretudo quando a mãozinha marota resvalava encosta abaixo para fazer dos seus dedos canoístas das zonas húmidas mas a inevitabilidade rotineira parecia castigo como os que o seu paizinho lhe dedicara em miúdo nas orelhas, na cara e no cu. Espantava-me que um homem tão organizado na contabilidade pessoal que semanalmente media o seu atleta esticado para o salto e cuidadosamente anotava que não era querubim mais as vezes em que não tinha tido uma nega que eu bem vi num bloquinho de capa preta descoberto no armário da casa de banho atrás do perfume ainda na caixa por estrear precisasse ainda de testar a sua força nas minhas nádegas cada dia mais avessas a excursões punitivas.
Até que ontem na cozinha quando senti mais uma a ribombar enquanto procurava a lata do esparguete virei-me num repente e dei-lhe um pacote de bolacha maria porque já que não lhe faltava manteiga nas mãos sempre podia ir fazer um bolo de bolacha.
Em abono da verdade até que esta atenção desenfreada a uma parte de mim me eriçava cada pelinho sobretudo quando a mãozinha marota resvalava encosta abaixo para fazer dos seus dedos canoístas das zonas húmidas mas a inevitabilidade rotineira parecia castigo como os que o seu paizinho lhe dedicara em miúdo nas orelhas, na cara e no cu. Espantava-me que um homem tão organizado na contabilidade pessoal que semanalmente media o seu atleta esticado para o salto e cuidadosamente anotava que não era querubim mais as vezes em que não tinha tido uma nega que eu bem vi num bloquinho de capa preta descoberto no armário da casa de banho atrás do perfume ainda na caixa por estrear precisasse ainda de testar a sua força nas minhas nádegas cada dia mais avessas a excursões punitivas.
Até que ontem na cozinha quando senti mais uma a ribombar enquanto procurava a lata do esparguete virei-me num repente e dei-lhe um pacote de bolacha maria porque já que não lhe faltava manteiga nas mãos sempre podia ir fazer um bolo de bolacha.
06 janeiro 2009
Dia de Reis em Nossa Senhora do Vale da Penha Maior de Cima.
Por Manuel Falcão
Ena cum milhão e meio de caralhos! Faço um brinde aqui no meu sofá, cum caneco deste verdasco de lavrador quinté estala!
Cumo ides, murcões e murconas? Desde o ano passado, cum filhas da puta, que num lhes punha as calças em cima, que é cumo quem diz, num os via, caralho! Já vos estavas a rir, seus trambalazanas, danados que sois prá cambolhota. Ehehehehe.
Inté já os estou a ver cumo intraste o Ano; capão ou peru, ou papar enchidos, bacalhau e arroz de polvo intornados em verdasco e pingos do alambique.
Aposto que intalastes morcelas e salpicões, cum caralho! E a broa? A bela broa molhada no azeite e o caralho quinté escorrega? E o mulherio mais os bolos...
Bem, foda-se que para entrada do ano já tem que chegue, só que ide-vos foder que as festas inda num acabaram e ainda falta os Reis.
Num sei cumo foi a vossa noite de consoada, mas a minha foi do caralho.
Podeis imaginar: O prior da Freguesia, esse caralho com quem ando há que tempos de candeias às avessas, veio aqui há atrasado, cum isso de fazer um presépio ao vivo para Natal e os Reis. Vai daí foi toda a canalha da freguesia a querer entrar. Ena cum caralho, quande soou que haveria daí a dias esta fantochada, inté andaram à lambada porque queriam todos ser São José, e num havia quem quisesse fazer de camelo ou de burro. Foda-se que chegou a hora e chegaram a olhar para minhe, mas eu sem dizer água vai, mandei-os foder, mais o caralho e vim-me de fininho Igreja fora.
Benhe! Adiante! Estava eu no meu barraco a intornar um verdasco a fazer tempo que acabasse a missa para irmos à consoada junto ao madeiro em brasa no largo da Igreja, quande a filha do Toino a quem ando a comer o pito, me veio porta adentro, toda vermelha e mal conseguindo respirar, dizer: - Ai senhor Manuel... Senhor Manuel... -
Bem! Vinha já vestida cum a roupita de Virgem Maria. A cachopa tem uma tojeira farfalhuda cumo um Homem do Norte gosta, e mandei-a logo sentar-se-me ao melhor colinho do Norte: - Diz lá o que te aflige, minha Santa... - disse-lhe eu enquanto lhe metia a mão entre as pernas.
- Ai... agora nãoe, senhor Manuel, agora nãoe... Sabe? Venho agora da Igreja e intão num é que o senhor prior disse a toda a gente da freguesia que lá estava na missa que o senhor Manuel não se deveria ter vindo embora porque é quem vai fazer de burro? Eu faço de Virgem Maria, o meu conversado faz de São José, o ti Balbino da Horta dos Tomazes faz de... -
Foda-se que interrompi-a com um estrondo do caralho! : - O quê? Esse filha da puta quer que eu faça de burro? Burro será ele mais a mãe que o há-de parir, cum filha da puta! Eu sou o Manuel Falcão, rei das bouças! -
Ena que fiquei fodido pra caralho, cum mais essa tirada do Padre, foda-se!
Mas depois... sabeis cumo é... Um home perante um pito, cumo a filha do Toino, assim rosadinha de ter vindo a fugir para me contar a novidade.
Já estais a ver.
Num pude ver a cachopa assim meio triste por num ter essa figura no presépio onde ela ia fazer um papel principal. Acabei no sofá no pinanço cum ela a dizer-lhe que sim e dizer cá pra minhe:
- Isso Manuel, que de burro, cum esse pau que Deus te deu, num estás mal. O Padre, já vou ter cum ele pra dizer-lhe que eu faço de burro e que ele pode ir pra camelo e pró caralho.-
E lá fomos de volta, estava tudo ensaiado, já havia dias, só faltava o burro que num precisava de ensaios.
Agora vai repetir-se tudo cum a chegada dos Reis, e já ando cum um filha da puta dum tesão do caralho, que num vejo a filha do Toino desde essa noite, primeiro no sofá do barraco, e depois na missa, olhando cumo burro pra ela e vendo cumo ela era boa, raio da cachopa, foda-se que me deu ali mesmo novamente vontade de pinar!
E ao cunversado deste pito, que fode cuma puta que a pariu, num lhe disse nada, mas enquanto eu fazia o papel de burro e olhava benhe pra ele ali ao lado da virgem achei que estando bem cumo S. José, teria ficado muito melhor no papel de Boi.
Ai isso é que ficava.
E quanto ao Padre, esperem que eu já o fodo, mais o caralho!
Ahhhhhh... belo verdasco, caralho!... À nossa...
Manuel Falcão.
CISTERNA da Gotinha
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05 janeiro 2009
O xarope para a tosse é vasodilatador!
Ele sente o pingo cair sobre o lençol. Passa a mão pela testa e fica com a mão encharcada. Sente o cabelo a escorrer. Desvia a cabeça para o lado, coloca as mãos abertas na cama e, sem parar, queixa-se:
– Não sei de onde é que isto vem.
– O quê? – pergunta ela.
– Este suor, este suor todo.
– Está calor – sugere ela, despreocupada.
– Sim, mas isto é não é normal.
– Eu também estou a suar.
– Estás? – Ele vê-lhe o cabelo desgrenhado, a testa ligeiramente brilhante e a face afogueada, sente o excesso de calor de ambos os corpos e imagina que há uma poça de água na barriga dela sob a barriga dele. Afasta a imagem nada erótica e fixa-se no brilho dos olhos dela e na fina película de suor que lhe plastifica o rosto. – Mas eu estou a destilar – protesta.
– Estás a fazer mais esforço – propõe ela com um sorriso.
– Esforço? – Ele finge-se ressentido mas sorri. – Não estou a fazer esforço nenhum.
– Não é isso... – refila ela, satisfeita. – Estás a mexer-te mais do que eu.
– Não consigo parar.
– Estou a ver... e a gostar.
– Parece que tenho um elástico nas ancas.
– Um elástico?
– Que me mantém neste movimento pendular.
– Como o alfa?
– Qual alfa? – pergunta ele, espantado mas sem parar. – O dos lobos?
– Quais lobos?
– Queres que pare?
– Não – responde ela, pronta e convictamente. – Sabe-me bem… Sabes-me bem.
– Eu não consigo…
– E os lobos? – questiona ela, entre meios suspiros de prazer. – Estavas a falar de que lobos?
– Lobos? – estranha ele, limpando o suor que continua a aparecer na testa. – Tu é que falaste no macho alfa, que é o macho dominante na alcateia.
– Eu? – suspira ela. – Eu quero lá saber dos lobos… Ah!...
Ele continua os movimentos rítmicos, entre suor, sorrisos, palavras, suspiros, suor...
– Eu estava a falar do alfa pendular – esclarece ela, sumidamente.
– Do comboio?
– Sim… – ela crava-lhe ligeiramente as unhas nas nádegas, passa-lhe as mãos pelas costas, sorri e dá-lhe uma palmada na nádega esquerda e depois na direita. – Não te vens?
– Mais?
– Já te vieste?
– Já.
– Então?
– Então, o quê?
– Não paras?
– Queres que pare?
– Não!
– Estou a sentir-me bem…
– Ninguém diria… A suares dessa maneira…
– Acho que é do xarope… – Ela dá-lhe uma palmada forte na nádega esquerda, ele finge que se queixa. – Foda-se!
– Caralho!
– Gosto de te foder!
– Eu gosto que me fodas, que me continues a foder, que tenhas um elástico nas ancas… Fode-me, caralho, fode-me!
– E de dizeres asneiras?
– Também, foda-se! E tu?
– Nem por isso.
– És um “granda” menino, foda-se!... Força! Força! Fode-me, fode-me com força, caralho!... Deixa-me virar! Levanta-te!
Ele levanta-se, põe-se de pé. Ela põe os pés na cama e deita o corpo sobre o colchão. Ele continua a suar. Cospe na palma da mão, que passa no caralho, lubrificando-o. Penetra-a. Ela põe o indicador e o dedo médio da mão direita na boca, chupa-os, molha-os e masturba-se enquanto ele ganha alento, força e velocidade, seguindo os gemidos dela, o ritmo que ambos seguem.
– Dá-me palmadas, caralho – pede ela, quase sem descerrar os dentes.
A cama move-se com as estocadas dele, ela não pára. Ele também não. Seguem a cama.
Ele sua. Ela vêm-se. Ele vêm-se. Ela não pára.
– Bendito xarope! – grita ela.
Ele faz um esgar de esforço em vez de um sorriso. A cama foge.
– Fode-me! Fode-me!
– Foda-se! – Ele ouve a sua própria voz, os seus gemidos, o som das palmadas nas nádegas, que vê irem e virem, chocarem contra si, chocar contra elas. – Foda-se!
Ele deixa correr um fio de saliva que se aloja entre as nádegas dela. A mão dela não pára. O suor continua a cair. As costas dela brilham. As nádegas brancas estremecem. Ele sai e entra. Entra e sai. Gosta de o ver, ainda duro, ainda pronto. Vazio mas sem vontade de parar, sem conseguir parar.
“Bendito xarope para a tosse!”
Ela abre um pouco mais as pernas, baixando-se, oferecendo-se… Ele gosta, cospe na mão, molha o sexo. A mão direita dela não pára. A esquerda aperta as mamas. Suam. Gemem. Há sons primordiais. Não reconhecem as próprias vozes. Ele penetra-a…
– Devagar… – sussurra ela. – Fode-me o cu devagar.
Ele tenta conter-se. Entra e sai mas não todo. Ainda lhe dá palmadas nas nádegas, de baixo para cima, de lado. Nem sempre saem bem, nem sempre sabem bem. Ela geme, ele geme…
– Foda-se! – Solta ele como se estivesse aflito. – Foda-se!
Há cheiros, há sensações primitivas, há um frenesim de ancas, de nádegas. Ela de joelhos fincados na cama, de mão estendidas agarrando os lençóis. Os movimentos aceleram. As estocadas são mais fortes. Ele cruza os braços, a mão esquerda na anca direita, a direita na anca esquerda, puxando-a mais para si. Ela acompanha, fortalece o ritmo, os movimentos, o choque…
E há um momento final.
– Foda-se – diz ela, estendida na cama, sentindo-o cair ao seu lado –, mas que espécie de xarope é que tomaste? Tens a certeza que era para a tosse?!
– Não sei de onde é que isto vem.
– O quê? – pergunta ela.
– Este suor, este suor todo.
– Está calor – sugere ela, despreocupada.
– Sim, mas isto é não é normal.
– Eu também estou a suar.
– Estás? – Ele vê-lhe o cabelo desgrenhado, a testa ligeiramente brilhante e a face afogueada, sente o excesso de calor de ambos os corpos e imagina que há uma poça de água na barriga dela sob a barriga dele. Afasta a imagem nada erótica e fixa-se no brilho dos olhos dela e na fina película de suor que lhe plastifica o rosto. – Mas eu estou a destilar – protesta.
– Estás a fazer mais esforço – propõe ela com um sorriso.
– Esforço? – Ele finge-se ressentido mas sorri. – Não estou a fazer esforço nenhum.
– Não é isso... – refila ela, satisfeita. – Estás a mexer-te mais do que eu.
– Não consigo parar.
– Estou a ver... e a gostar.
– Parece que tenho um elástico nas ancas.
– Um elástico?
– Que me mantém neste movimento pendular.
– Como o alfa?
– Qual alfa? – pergunta ele, espantado mas sem parar. – O dos lobos?
– Quais lobos?
– Queres que pare?
– Não – responde ela, pronta e convictamente. – Sabe-me bem… Sabes-me bem.
– Eu não consigo…
– E os lobos? – questiona ela, entre meios suspiros de prazer. – Estavas a falar de que lobos?
– Lobos? – estranha ele, limpando o suor que continua a aparecer na testa. – Tu é que falaste no macho alfa, que é o macho dominante na alcateia.
– Eu? – suspira ela. – Eu quero lá saber dos lobos… Ah!...
Ele continua os movimentos rítmicos, entre suor, sorrisos, palavras, suspiros, suor...
– Eu estava a falar do alfa pendular – esclarece ela, sumidamente.
– Do comboio?
– Sim… – ela crava-lhe ligeiramente as unhas nas nádegas, passa-lhe as mãos pelas costas, sorri e dá-lhe uma palmada na nádega esquerda e depois na direita. – Não te vens?
– Mais?
– Já te vieste?
– Já.
– Então?
– Então, o quê?
– Não paras?
– Queres que pare?
– Não!
– Estou a sentir-me bem…
– Ninguém diria… A suares dessa maneira…
– Acho que é do xarope… – Ela dá-lhe uma palmada forte na nádega esquerda, ele finge que se queixa. – Foda-se!
– Caralho!
– Gosto de te foder!
– Eu gosto que me fodas, que me continues a foder, que tenhas um elástico nas ancas… Fode-me, caralho, fode-me!
– E de dizeres asneiras?
– Também, foda-se! E tu?
– Nem por isso.
– És um “granda” menino, foda-se!... Força! Força! Fode-me, fode-me com força, caralho!... Deixa-me virar! Levanta-te!
Ele levanta-se, põe-se de pé. Ela põe os pés na cama e deita o corpo sobre o colchão. Ele continua a suar. Cospe na palma da mão, que passa no caralho, lubrificando-o. Penetra-a. Ela põe o indicador e o dedo médio da mão direita na boca, chupa-os, molha-os e masturba-se enquanto ele ganha alento, força e velocidade, seguindo os gemidos dela, o ritmo que ambos seguem.
– Dá-me palmadas, caralho – pede ela, quase sem descerrar os dentes.
A cama move-se com as estocadas dele, ela não pára. Ele também não. Seguem a cama.
Ele sua. Ela vêm-se. Ele vêm-se. Ela não pára.
– Bendito xarope! – grita ela.
Ele faz um esgar de esforço em vez de um sorriso. A cama foge.
– Fode-me! Fode-me!
– Foda-se! – Ele ouve a sua própria voz, os seus gemidos, o som das palmadas nas nádegas, que vê irem e virem, chocarem contra si, chocar contra elas. – Foda-se!
Ele deixa correr um fio de saliva que se aloja entre as nádegas dela. A mão dela não pára. O suor continua a cair. As costas dela brilham. As nádegas brancas estremecem. Ele sai e entra. Entra e sai. Gosta de o ver, ainda duro, ainda pronto. Vazio mas sem vontade de parar, sem conseguir parar.
“Bendito xarope para a tosse!”
Ela abre um pouco mais as pernas, baixando-se, oferecendo-se… Ele gosta, cospe na mão, molha o sexo. A mão direita dela não pára. A esquerda aperta as mamas. Suam. Gemem. Há sons primordiais. Não reconhecem as próprias vozes. Ele penetra-a…
– Devagar… – sussurra ela. – Fode-me o cu devagar.
Ele tenta conter-se. Entra e sai mas não todo. Ainda lhe dá palmadas nas nádegas, de baixo para cima, de lado. Nem sempre saem bem, nem sempre sabem bem. Ela geme, ele geme…
– Foda-se! – Solta ele como se estivesse aflito. – Foda-se!
Há cheiros, há sensações primitivas, há um frenesim de ancas, de nádegas. Ela de joelhos fincados na cama, de mão estendidas agarrando os lençóis. Os movimentos aceleram. As estocadas são mais fortes. Ele cruza os braços, a mão esquerda na anca direita, a direita na anca esquerda, puxando-a mais para si. Ela acompanha, fortalece o ritmo, os movimentos, o choque…
E há um momento final.
– Foda-se – diz ela, estendida na cama, sentindo-o cair ao seu lado –, mas que espécie de xarope é que tomaste? Tens a certeza que era para a tosse?!
Sim, sim, fui lá jantar...
... e recomendo. É em Estremoz, dentro das muralhas, junto à Pousada. Se gostas de doces faz como eu e pede um bocadinho de tudo.
04 janeiro 2009
Me muero
Me muero en un lamento,
contagiada por el miedo
a no sentir asco,
aunque quiero.
Me abandono estremecida
a la incandescente mirada
que me abrasa,
en un suplicio de piropos
violentos.
Mi obscenidad es un grito
latiendo,
en un instante
eterno.
El artista desnudo
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