16 fevereiro 2009

A desterrada

De papo para o ar macerava com uma mão a cereja do monte de Vénus e com a outra introduzia numa cadência regular o objecto filiforme de borracha dentro de si chupando nos lábios os gemidos enquanto semicerrava as pálpebras para melhor ver os esgares na cara daquele gajo etéreo que a cobria. Até o barulho chapinhado aumentar de ritmo e num estertor de todo o corpo os músculos vaginais latejarem como um farol e naquela modorra espreguiçar um sorriso.

Bendita a hora em que comprara o dildo para não estar sempre a comprar pilhas que naquela terra certamente estranhariam ser consumidora habitual. Estava quase na hora de ir jantar qualquer coisa mas o telemóvel tocou e com um sorriso brejeiro atendeu o marido a interrogar que se ainda agorinha tinham acabado como já estava ele com saudades ao que ele retorquiu que lhe queria dar mais um toque que a pusesse a vibrar e seguiram para o desfiar das coisas corriqueiras em que ele a informou que o miúdo tinha tido uma diarreia mas nada que um ultra-levur não curasse e ela repetiu a queixa das milhentas papeladas e relatórios e grelhas que tinha de preencher para além das aulas. Ele prometeu ligar no dia seguinte à hora da deita acentuando a última palavra como passe para a masturbação a dois telemobilizada que sempre encurtava os quase 200 quilómetros de distância e os dias da semana.

Foi migar alface e nozes a que juntou rodelas de queijo fresco e tomate e enquanto mastigava frente ao ecrã das notícias resmungava consigo própria a escolha da profissão que fizera que só a deixava dormir com homens ao fins de semana.

Videoclip baseado na música «Fever» de Madonna



Um (excelente) trabalho do blog Garm's Kiss

Quem não tem um... olha pró das outras! - Namorados 3



15 fevereiro 2009

Ando de falas cortadas com o Orelhas de Podengo.

Minha fala, minha fala,
minha fala não é esta.
Minha fala era boa
ó meu lindo amor,
Est´agora já não presta...

(popular Alentejano)

Eh cabranagem!
Isto tá-se a compõr, tá-se, tá-se.
Nã estava a falar cá da força da verga que essa está sempre a pau de azinho.
Nã....
Era do tempo. O tempo dum cabrão que andava aí meio esquisito, ora chovia a cântaros com um cabrão dum vento gelado que se metia pelas ciroulas acima e ia até à tomatada, que nem pra mijar apetecia tirar a gaita pra fora, ora caía granizo e até ali mais adiante apareceu neve na Serra, que nem me assoma à alembradura de em Era alguma a ter visto!
O que vale aqui nessas ocasiões de má tempo, ei à noitinha, lá na taberna do Zé Manita, esse que tem umas orelhas de podengo, e que os má-linguas dizem que éi mó dos cornos que as empurram.
Como ia dizendo; na tasca do Zé Manita, a gente ajunta-se, aí uns quatro ou cinco manos e vá de copos de branquinho, a par dum queijinhito de cabra, um presuntito, uma linguicita e uma borda de pão, (já tavam a pensar que era uma borda de cona, malandros) e temos a nôite feita a contar umas partes e a mangar uns com os outros.
De modo geral a coisa nã corre mal, mas sonterdia, ele foi uma porra que mal chegui à taberna , - tinha eu acabado de fechar a cerca do gado -, e diz o Blé assim prós outros, como quem nã quer a coisa e modo que eu mal ouvisse:
-Xó... que cheiro a boi...-
Aghhhh.....que ele há coisas que um gajo nã pode ouvir sem le ferver o sangue, e já hà uns anos, quando eu lhe tinha tirado o sarro aos cornos lá na barraca das putas com duas bordoadas mó disso de me chamarem o Vintesete, ele se tinha estreado.
De modos que nã tive com meias medidas, e dando uma cachaporrada no cachaço da alimária, avancei logo com a tirada: - A mim tameim me cheirou mal entrei na porta.- E vá de rir...!
Bom moços! Quem nã gostou nada da minha saída em jeito de resposta ao Blé, foi o Manita, mó disso de dizerem que ele é cabrão, e vai daí sai de trás do balcão, arregaça as mangas e põe-se à minha frente: - Escuta lá ó VinteSete; essa conversa é pra queim?-
Pronto! Tava a merda feita. Se vossamecezes nã sabem fiquem sabendo, que nã se pode chamar cabrão a um gajo que o é. Nem sequer insinuar. Chama-lo sempre a quem nã o é.
E o bicho cum cabrão pensava que era mangação com ele, isso da minha resposta!
De modos que nã sou cá moço de mandar recado e disse-lhe logo que a conversa nã era com ele e que aviasse uma rodada.
Só que o filho dum cabrão, um cabrão daqueles, orelhas de podengo, disse-me logo que eu ali nã bebia mais nada.
Aghhh..moços! Se nã fosse o Blé mais os outros separarem tinha-lhe porrado os cornos com duas ou três bordoadas que é para ele nã ser cabrão.
Práli falaram, com o compadre Moquenco a pôr água na fervura e a coisa amainou.
No fim ainda bebemos um litrote mas as conversas com o Zé Manita acabaram nesse dia.

E é por isso que estou contente com o dia de Sol que está a fazer hoje.
Já vesti a minha roupita de Domingo, mais logo meto-me na minha motorizada até Castro Verde e depois apanho a camioneta prá cidade que isto hoje mete festa.
Soou-me que a velha tem carne fresca: Cranianas, ou Crunianas, ou Ucrunianas, ou lá o diabo que seja. Nã sei nem me interessa: O que eu quero é chegar lá, beber um copo e enterrar o vinte e sete na vinagreira.
Se querem vir, ainda tão a tempo.
Pode ser até que a gente se encontre e cá o compadre paga uma pinga.
Vá, que um dia nã são dias!
Atão: até já...


José Carlos Trambolica
(Zeca Tramelica, o VinteSete)

Vamos já treinar para o próximo Verão!


Zézé Camarinha
Put The Cream Game

crica para visitares a página John & John de d!o

13 fevereiro 2009

desejo.

...
Ele sorriu em resposta, um sorriso que não se soltou dos silêncios e das dúvidas mas que lhe devolveu alguma da leveza do jantar, do ânimo do encontro, da simplicidade do desejo. Desejava-a. Queria sentir-lhe o sabor dos lábios, o calor do corpo, o cheiro da pele. Queria tê-la. Toda. Sentiu calor, uma pontada no fundo das costas e o desejo materializou-se. Fechou o sorriso e desviou o olhar fingindo que procurava o empregado. Temeu que ela o lesse. Que ela o visse tão cru, tão simplesmente desejoso, tão facilmente subjugável e censurou-se por isso.
Ela lembrou-se do último beijo que deram, do cheiro que tinha o seu pescoço e da sensação do seu cabelo curto na palma da mão e das cócegas entre os dedos. De senti-lo dentro de si, a entrar e a sair ritmicamente em estocadas pélvicas que duravam uma eternidade, uma maravilhosa eternidade, e do seu calor e das suas costas húmidas e de tê-lo na boca. Sentiu-lhe o sabor, sentiu-lhe o sabor como se o tivesse na sua boca, como se a sua língua o estivesse a lamber, a envolver, a devolver o prazer que ele lhe dava. Passou as palmas da mão na mini-saia e respirou fundo. Não se queria tão exposta mas lembrou-se de o ver deitado ao seu lado com o sexo pendente e um sorriso perfeito, e de ter desejado nunca mais se esquecer daquele momento, daquele dia, daquela tarde. E de como, sem uma palavra, sem um gesto desnecessário ou estranho, se aninhara entre as pernas dele e o chupara, beijara e acariciara até o ter duro e pronto para entrar dentro de si novamente. E que, quando se ergueu e de cócoras o tornou a sentir dentro de si, lhe viu o mesmo sorriso plácido, completo, como se ele tivesse atingido uma plenitude superior, como se ele estivesse a sentir o que ela estava a sentir. Agora, húmida e vulnerável, olhou-o e pensou no que falhara, no que falhara que os levara ali, a olhar um para o outro a esconder o desejo e a vontade de se terem. O que falhara que os afastara e os mantinha afastados.
...

Já Têm Um? - Namorados 2



Beauty and the Bum