Alexandre Affonso - nadaver.com
17 fevereiro 2009
16 fevereiro 2009
A desterrada
De papo para o ar macerava com uma mão a cereja do monte de Vénus e com a outra introduzia numa cadência regular o objecto filiforme de borracha dentro de si chupando nos lábios os gemidos enquanto semicerrava as pálpebras para melhor ver os esgares na cara daquele gajo etéreo que a cobria. Até o barulho chapinhado aumentar de ritmo e num estertor de todo o corpo os músculos vaginais latejarem como um farol e naquela modorra espreguiçar um sorriso.
Bendita a hora em que comprara o dildo para não estar sempre a comprar pilhas que naquela terra certamente estranhariam ser consumidora habitual. Estava quase na hora de ir jantar qualquer coisa mas o telemóvel tocou e com um sorriso brejeiro atendeu o marido a interrogar que se ainda agorinha tinham acabado como já estava ele com saudades ao que ele retorquiu que lhe queria dar mais um toque que a pusesse a vibrar e seguiram para o desfiar das coisas corriqueiras em que ele a informou que o miúdo tinha tido uma diarreia mas nada que um ultra-levur não curasse e ela repetiu a queixa das milhentas papeladas e relatórios e grelhas que tinha de preencher para além das aulas. Ele prometeu ligar no dia seguinte à hora da deita acentuando a última palavra como passe para a masturbação a dois telemobilizada que sempre encurtava os quase 200 quilómetros de distância e os dias da semana.
Foi migar alface e nozes a que juntou rodelas de queijo fresco e tomate e enquanto mastigava frente ao ecrã das notícias resmungava consigo própria a escolha da profissão que fizera que só a deixava dormir com homens ao fins de semana.
Bendita a hora em que comprara o dildo para não estar sempre a comprar pilhas que naquela terra certamente estranhariam ser consumidora habitual. Estava quase na hora de ir jantar qualquer coisa mas o telemóvel tocou e com um sorriso brejeiro atendeu o marido a interrogar que se ainda agorinha tinham acabado como já estava ele com saudades ao que ele retorquiu que lhe queria dar mais um toque que a pusesse a vibrar e seguiram para o desfiar das coisas corriqueiras em que ele a informou que o miúdo tinha tido uma diarreia mas nada que um ultra-levur não curasse e ela repetiu a queixa das milhentas papeladas e relatórios e grelhas que tinha de preencher para além das aulas. Ele prometeu ligar no dia seguinte à hora da deita acentuando a última palavra como passe para a masturbação a dois telemobilizada que sempre encurtava os quase 200 quilómetros de distância e os dias da semana.
Foi migar alface e nozes a que juntou rodelas de queijo fresco e tomate e enquanto mastigava frente ao ecrã das notícias resmungava consigo própria a escolha da profissão que fizera que só a deixava dormir com homens ao fins de semana.
15 fevereiro 2009
Ando de falas cortadas com o Orelhas de Podengo.
Minha fala, minha fala,
minha fala não é esta.
Minha fala era boa
ó meu lindo amor,
Est´agora já não presta...
(popular Alentejano)
Eh cabranagem!
Isto tá-se a compõr, tá-se, tá-se.
Nã estava a falar cá da força da verga que essa está sempre a pau de azinho.
Nã....
Era do tempo. O tempo dum cabrão que andava aí meio esquisito, ora chovia a cântaros com um cabrão dum vento gelado que se metia pelas ciroulas acima e ia até à tomatada, que nem pra mijar apetecia tirar a gaita pra fora, ora caía granizo e até ali mais adiante apareceu neve na Serra, que nem me assoma à alembradura de em Era alguma a ter visto!
O que vale aqui nessas ocasiões de má tempo, ei à noitinha, lá na taberna do Zé Manita, esse que tem umas orelhas de podengo, e que os má-linguas dizem que éi mó dos cornos que as empurram.
Como ia dizendo; na tasca do Zé Manita, a gente ajunta-se, aí uns quatro ou cinco manos e vá de copos de branquinho, a par dum queijinhito de cabra, um presuntito, uma linguicita e uma borda de pão, (já tavam a pensar que era uma borda de cona, malandros) e temos a nôite feita a contar umas partes e a mangar uns com os outros.
De modo geral a coisa nã corre mal, mas sonterdia, ele foi uma porra que mal chegui à taberna , - tinha eu acabado de fechar a cerca do gado -, e diz o Blé assim prós outros, como quem nã quer a coisa e modo que eu mal ouvisse:
-Xó... que cheiro a boi...-
Aghhhh.....que ele há coisas que um gajo nã pode ouvir sem le ferver o sangue, e já hà uns anos, quando eu lhe tinha tirado o sarro aos cornos lá na barraca das putas com duas bordoadas mó disso de me chamarem o Vintesete, ele se tinha estreado.
De modos que nã tive com meias medidas, e dando uma cachaporrada no cachaço da alimária, avancei logo com a tirada: - A mim tameim me cheirou mal entrei na porta.- E vá de rir...!
Bom moços! Quem nã gostou nada da minha saída em jeito de resposta ao Blé, foi o Manita, mó disso de dizerem que ele é cabrão, e vai daí sai de trás do balcão, arregaça as mangas e põe-se à minha frente: - Escuta lá ó VinteSete; essa conversa é pra queim?-
Pronto! Tava a merda feita. Se vossamecezes nã sabem fiquem sabendo, que nã se pode chamar cabrão a um gajo que o é. Nem sequer insinuar. Chama-lo sempre a quem nã o é.
E o bicho cum cabrão pensava que era mangação com ele, isso da minha resposta!
De modos que nã sou cá moço de mandar recado e disse-lhe logo que a conversa nã era com ele e que aviasse uma rodada.
Só que o filho dum cabrão, um cabrão daqueles, orelhas de podengo, disse-me logo que eu ali nã bebia mais nada.
Aghhh..moços! Se nã fosse o Blé mais os outros separarem tinha-lhe porrado os cornos com duas ou três bordoadas que é para ele nã ser cabrão.
Práli falaram, com o compadre Moquenco a pôr água na fervura e a coisa amainou.
No fim ainda bebemos um litrote mas as conversas com o Zé Manita acabaram nesse dia.
E é por isso que estou contente com o dia de Sol que está a fazer hoje.
Já vesti a minha roupita de Domingo, mais logo meto-me na minha motorizada até Castro Verde e depois apanho a camioneta prá cidade que isto hoje mete festa.
Soou-me que a velha tem carne fresca: Cranianas, ou Crunianas, ou Ucrunianas, ou lá o diabo que seja. Nã sei nem me interessa: O que eu quero é chegar lá, beber um copo e enterrar o vinte e sete na vinagreira.
Se querem vir, ainda tão a tempo.
Pode ser até que a gente se encontre e cá o compadre paga uma pinga.
Vá, que um dia nã são dias!
Atão: até já...
minha fala não é esta.
Minha fala era boa
ó meu lindo amor,
Est´agora já não presta...
(popular Alentejano)
Eh cabranagem!
Isto tá-se a compõr, tá-se, tá-se.
Nã estava a falar cá da força da verga que essa está sempre a pau de azinho.
Nã....
Era do tempo. O tempo dum cabrão que andava aí meio esquisito, ora chovia a cântaros com um cabrão dum vento gelado que se metia pelas ciroulas acima e ia até à tomatada, que nem pra mijar apetecia tirar a gaita pra fora, ora caía granizo e até ali mais adiante apareceu neve na Serra, que nem me assoma à alembradura de em Era alguma a ter visto!
O que vale aqui nessas ocasiões de má tempo, ei à noitinha, lá na taberna do Zé Manita, esse que tem umas orelhas de podengo, e que os má-linguas dizem que éi mó dos cornos que as empurram.
Como ia dizendo; na tasca do Zé Manita, a gente ajunta-se, aí uns quatro ou cinco manos e vá de copos de branquinho, a par dum queijinhito de cabra, um presuntito, uma linguicita e uma borda de pão, (já tavam a pensar que era uma borda de cona, malandros) e temos a nôite feita a contar umas partes e a mangar uns com os outros.
De modo geral a coisa nã corre mal, mas sonterdia, ele foi uma porra que mal chegui à taberna , - tinha eu acabado de fechar a cerca do gado -, e diz o Blé assim prós outros, como quem nã quer a coisa e modo que eu mal ouvisse:
-Xó... que cheiro a boi...-
Aghhhh.....que ele há coisas que um gajo nã pode ouvir sem le ferver o sangue, e já hà uns anos, quando eu lhe tinha tirado o sarro aos cornos lá na barraca das putas com duas bordoadas mó disso de me chamarem o Vintesete, ele se tinha estreado.
De modos que nã tive com meias medidas, e dando uma cachaporrada no cachaço da alimária, avancei logo com a tirada: - A mim tameim me cheirou mal entrei na porta.- E vá de rir...!
Bom moços! Quem nã gostou nada da minha saída em jeito de resposta ao Blé, foi o Manita, mó disso de dizerem que ele é cabrão, e vai daí sai de trás do balcão, arregaça as mangas e põe-se à minha frente: - Escuta lá ó VinteSete; essa conversa é pra queim?-
Pronto! Tava a merda feita. Se vossamecezes nã sabem fiquem sabendo, que nã se pode chamar cabrão a um gajo que o é. Nem sequer insinuar. Chama-lo sempre a quem nã o é.
E o bicho cum cabrão pensava que era mangação com ele, isso da minha resposta!
De modos que nã sou cá moço de mandar recado e disse-lhe logo que a conversa nã era com ele e que aviasse uma rodada.
Só que o filho dum cabrão, um cabrão daqueles, orelhas de podengo, disse-me logo que eu ali nã bebia mais nada.
Aghhh..moços! Se nã fosse o Blé mais os outros separarem tinha-lhe porrado os cornos com duas ou três bordoadas que é para ele nã ser cabrão.
Práli falaram, com o compadre Moquenco a pôr água na fervura e a coisa amainou.
No fim ainda bebemos um litrote mas as conversas com o Zé Manita acabaram nesse dia.
E é por isso que estou contente com o dia de Sol que está a fazer hoje.
Já vesti a minha roupita de Domingo, mais logo meto-me na minha motorizada até Castro Verde e depois apanho a camioneta prá cidade que isto hoje mete festa.
Soou-me que a velha tem carne fresca: Cranianas, ou Crunianas, ou Ucrunianas, ou lá o diabo que seja. Nã sei nem me interessa: O que eu quero é chegar lá, beber um copo e enterrar o vinte e sete na vinagreira.
Se querem vir, ainda tão a tempo.
Pode ser até que a gente se encontre e cá o compadre paga uma pinga.
Vá, que um dia nã são dias!
Atão: até já...
José Carlos Trambolica
(Zeca Tramelica, o VinteSete)
(Zeca Tramelica, o VinteSete)
14 fevereiro 2009
Adán
Estoy abonando tu jardín
excrementando entre las ramas.
Me gustaría ser como Caín
pero como Adán, me reclamas.
Un Adán sumiso
que se come la manzana,
sabiendo que el paraíso
es el cuerpo de su hermana.
El artista desnudo
CISTERNA da Gotinha
Agent Provocateur não quer que se esqueçam do Dia dos Namorados.
Eis a prova de que o Kama Sutra é para todas as criaturas à face da terra.
Jogo: descobre onde está a menina?
Bar Refaeli dá um arzinho da sua graça na revista Sports Illustrated 2009.
13 fevereiro 2009
desejo.
...
Ele sorriu em resposta, um sorriso que não se soltou dos silêncios e das dúvidas mas que lhe devolveu alguma da leveza do jantar, do ânimo do encontro, da simplicidade do desejo. Desejava-a. Queria sentir-lhe o sabor dos lábios, o calor do corpo, o cheiro da pele. Queria tê-la. Toda. Sentiu calor, uma pontada no fundo das costas e o desejo materializou-se. Fechou o sorriso e desviou o olhar fingindo que procurava o empregado. Temeu que ela o lesse. Que ela o visse tão cru, tão simplesmente desejoso, tão facilmente subjugável e censurou-se por isso.
Ela lembrou-se do último beijo que deram, do cheiro que tinha o seu pescoço e da sensação do seu cabelo curto na palma da mão e das cócegas entre os dedos. De senti-lo dentro de si, a entrar e a sair ritmicamente em estocadas pélvicas que duravam uma eternidade, uma maravilhosa eternidade, e do seu calor e das suas costas húmidas e de tê-lo na boca. Sentiu-lhe o sabor, sentiu-lhe o sabor como se o tivesse na sua boca, como se a sua língua o estivesse a lamber, a envolver, a devolver o prazer que ele lhe dava. Passou as palmas da mão na mini-saia e respirou fundo. Não se queria tão exposta mas lembrou-se de o ver deitado ao seu lado com o sexo pendente e um sorriso perfeito, e de ter desejado nunca mais se esquecer daquele momento, daquele dia, daquela tarde. E de como, sem uma palavra, sem um gesto desnecessário ou estranho, se aninhara entre as pernas dele e o chupara, beijara e acariciara até o ter duro e pronto para entrar dentro de si novamente. E que, quando se ergueu e de cócoras o tornou a sentir dentro de si, lhe viu o mesmo sorriso plácido, completo, como se ele tivesse atingido uma plenitude superior, como se ele estivesse a sentir o que ela estava a sentir. Agora, húmida e vulnerável, olhou-o e pensou no que falhara, no que falhara que os levara ali, a olhar um para o outro a esconder o desejo e a vontade de se terem. O que falhara que os afastara e os mantinha afastados.
...
Ele sorriu em resposta, um sorriso que não se soltou dos silêncios e das dúvidas mas que lhe devolveu alguma da leveza do jantar, do ânimo do encontro, da simplicidade do desejo. Desejava-a. Queria sentir-lhe o sabor dos lábios, o calor do corpo, o cheiro da pele. Queria tê-la. Toda. Sentiu calor, uma pontada no fundo das costas e o desejo materializou-se. Fechou o sorriso e desviou o olhar fingindo que procurava o empregado. Temeu que ela o lesse. Que ela o visse tão cru, tão simplesmente desejoso, tão facilmente subjugável e censurou-se por isso.
Ela lembrou-se do último beijo que deram, do cheiro que tinha o seu pescoço e da sensação do seu cabelo curto na palma da mão e das cócegas entre os dedos. De senti-lo dentro de si, a entrar e a sair ritmicamente em estocadas pélvicas que duravam uma eternidade, uma maravilhosa eternidade, e do seu calor e das suas costas húmidas e de tê-lo na boca. Sentiu-lhe o sabor, sentiu-lhe o sabor como se o tivesse na sua boca, como se a sua língua o estivesse a lamber, a envolver, a devolver o prazer que ele lhe dava. Passou as palmas da mão na mini-saia e respirou fundo. Não se queria tão exposta mas lembrou-se de o ver deitado ao seu lado com o sexo pendente e um sorriso perfeito, e de ter desejado nunca mais se esquecer daquele momento, daquele dia, daquela tarde. E de como, sem uma palavra, sem um gesto desnecessário ou estranho, se aninhara entre as pernas dele e o chupara, beijara e acariciara até o ter duro e pronto para entrar dentro de si novamente. E que, quando se ergueu e de cócoras o tornou a sentir dentro de si, lhe viu o mesmo sorriso plácido, completo, como se ele tivesse atingido uma plenitude superior, como se ele estivesse a sentir o que ela estava a sentir. Agora, húmida e vulnerável, olhou-o e pensou no que falhara, no que falhara que os levara ali, a olhar um para o outro a esconder o desejo e a vontade de se terem. O que falhara que os afastara e os mantinha afastados.
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