04 maio 2009

Cara lavada

Triste cultura a nossa em que a comunicação social (no caso, o «24 Horas» de 28 de Abril) faz notícia disto:
"11 famosas assumem-se sem maquilhagem, sem retoques, sem roupa de marca e sem truques fotográficos. Veja estas mulheres de coragem, dos 20 aos 71 anos, e como elas realmente são".
É preciso coragem para aparecer de cara lavada?! Que Eros as perdoe...


A primeira página

Juram mesmo que nos dois casos que vos mostro a seguir não há por ali pestanas pintadas, postiças ou manipulação da imagem?!


Raquel Strada


Raquel Loureiro

Quem dá uma grande lição de beleza é a Simone de Oliveira. Se já a tinha em enorme consideração, com isto só confirmou que é uma grande Senhora:
"Sofri tanto para ter as minhas rugas que não quero que mas apaguem"
Botox? "Nem pensar". E citou António Lobo Antunes: "E depois, onde estava a minha alma?"


Simone de Oliveira



A beleza real (natural) é uma causa pela qual vale a pena continuar a lutar.

03 maio 2009

Salvo melhor opinião


Cruzei a perna que não fora à toa que trouxera saia justa e meias de liga e o plágio da Sharon Stone tem efeito garantido. Reparei que ele mexeu a sua cadeira ligeiramente para trás para conseguir um melhor enquadramento visual da minha profundidade. Já quando para ler em conjunto a notícia que me indicara me debruçara sobre o seu jornal percebera os seus olhos a escorrerem pelo meu decote até me ensoparem o soutien.

E parecia-me certo que a traquitana do Hi5 para encontros pingava gajos que alinhavam frases escritas e uma meia dúzia de conversas à cata de substituir a insuflável de qualquer loja da especialidade por uma de carne e osso que era um objectivo similar ao que me trouxera aquele cafezinho para não gastar o meu tempinho a fantasiar um gajo de carnes rijinhas ávido por me lamber enquanto lhe tricotava caracóis nos cabelos e depois em soluços de pénis se introduzia em mim até descarrilar como se eu fosse a linha do Tua.

Com os dedos a dar a trigésima quinta volta ao papel do pacote de açúcar ele comentou a falta que fazia um elixir do amor que poupasse tempo e um monte de sarilhos às nossas vidas agitadas e retorqui-lhe que era uma pena não me conseguir embebedar. E perante a sua interrogativa mão direita a acolchoar-se ao fecho das calças precisei que as minhas hormonas me conduziam naturalmente ao sexo puro e duro salvo se ele ali presente visse inconveniente nisso.

Tantas pérolas sobre sexualidade...


Aprende com o King!

(se tiveres as janelas de pop-up bloqueadas, o filme não abre automaticamente. Nesse caso, crica no botão "assista" na barra lateral esquerda da página do Porta-Curtas)

Uma parceria com Porta-Curtas

crica para visitares a página John & John de d!o

02 maio 2009

D. Leonor

D. Leonor (1458-1525)

Rainha de Portugal nascida em 1458 e falecida em 1525. Prima e esposa de D. João II



"Leonor... Lianor... Eleonora... Lianora... Alienora... Eulianor... Lenore... - Misericordiosa... Compassiva... " El-Nor ou !Allah nuur, ou "noor" (em árabe): "DEUS É A LUZ."
(Dr. Francisco J. Velozo)

***

Aproximando-se das vidraças, D. Leonor olha para o céu estrelado e deixa-se levar pelos pensamentos que pertencem ao seu filho e esposo falecidos. Ao seu irmão e cunhado levados pela voracidade das traições palacianas, e na sua solidão.
Junto a si, a sua aia e confidente arruma diligentemente os aprumos e tecidos dos aposentos reservados à soberana...


- Oh! Estas estrelas. Este firmamento! Que estranhos arranjos nos céus descrevem nestas noites as voltas do meu destino. Tudo está escrito nas estrelas. Ai... e como vejo de repente gravada a forma como as intrigas e o
infortúnio levaram a minha felicidade aos poucos. Estou morta para a vida, o meu filho tragicamente falecido pela queda do cavalo. O meu esposo morto em vida, levado pelo desgosto, deixou-se finar abandonando-me a esta solidão... Estou rodeada de tragédia e eu mulher só e sem a força dum homem ao meu lado, sem a sua presença quente nas noites do meu corpo, que definha sob o segredo dos desejos e que amortalha o sentir no sublimar da caridade!


- Em que pensais, minha soberana, que vejo os vossos olhos tomados desses brilhos que são o resumo gotejante das tristezas da alma?

- Minha boa aia, confidente e amiga. Faz já três anos que se finou o meu marido em desgostos, e mais de oito que quis o destino trocar as voltas e fazer com que o meu filho jamais visse as lajes que haveriam de cobrir os meus restos mortais.

- Oh minha soberana, quanto me penitencia a vossa dor de mãe e esposa neste pesar que é de todo o Reino, mas cuidai que sois vós vista pelas gentes como Rainha dos sofredores? Não é o povo que vos apelida de Princesa Perfeitíssima com todas essas obras generosas que vós tomastes em mãos, e que por isso vos ama? A recente Misericórdia que tanto tem minorado as maleitas e sofrer dos desafortunados? E o que dizer do apoio às artes, a esse novo génio do nosso sentir, Gil Vicente, e a todos que são sabedores das letras e demais artes?
E a vossa obra primeira, o Hospital das Caldas? Acalmai o vosso pesar. O povo adora-vos...


- Ai amiga, que só vós para me despertar um sorrir agora. As Caldas... Acaso sabeis como surgiu esse Hospital? Vejo um ar de interrogação no vosso olhar. Dir-vos-ei. Essa zona então desabitada, era um reduto de rituais da água e de fertilidade ancestrais e pagãos. As mulheres e homens vinham de longe amenizar, entre outras maleitas, as infertilidades das suas entranhas envoltas em símbolos e objectos representativos dos prazeres das carnes.
Pernoitavam na vila de Óbidos, enquanto nos dias certos se entregavam às forças maiores em práticas e rituais semi-obscuros e vistas como diabólicos pelo Clero. Foi graças ao meu defunto esposo, acedendo ao meu pedido, quem tomou mãos e, pela força da coroa, impôs que dessem largas ao culto de forma cristã de forma a sedar o Clero, e que se fixassem, com toda a sorte de apoios, as populações junto ao edifício que mandei erguer no sítio das termas. Foi ainda na vila de Beja que me viu nascer que decidi tomar em mãos este desígnio, por ocasião dum estranho presente que me foi ofertado por um primo.


- A julgar pela forma como tem crescido o povoado, bem podereis assentar no êxito das vossas medidas, minha soberana.

- Não sei, minha boa amiga. Não sei se teriam sido as minhas iniciativas, ou se apenas fui a visão ajuizada que deu luz e dia ao que todos na noite da alma sentiam.

- Mas, minha Rainha, o que vos fez, nessa altura, tomar em mãos semelhante tarefa, estando vós ainda em idades plenas de verduras da carne e limpidez de espírito?

- Sorrio levemente, minha boa amiga... há todo um mundo dos sentidos que nos ferve no íntimo como as palavras brotam das bocas dos poetas sem que eles saibam explicar as nascentes da alma. Mantende em segredo para todo o sempre, minha aia e, sob juramento de silêncio, isto que vos entrego em confissão; a minha devoção a obras de caridade é tudo o que me é permitido como soberana no desejo profundo dum afecto inexplicável, que me rói a alma e que me consome. Vinde aqui junto a mim e vede o que eu guardo neste pequeno cofre cujo acesso vos está vedado. Bem sei da vossa cara de espanto mas isto que vós vedes foi a oferta do meu primo de que vos falei. Este objecto de culto, este falo feito dos barros que ladeiam as terras das Caldas termais, foi o que me fez deslocar lá na primeira ocasião, e sentir após um breve contacto com as águas como esse local me fez sentir mulher e o corpo em flor... Sim, minha amiga. O meu corpo de mulher queima em desejo. Mas o recato, a minha postura e dignidade, não me permitem amar de outra forma senão com a entrega às causas que abracei. Amo o meu povo nas obras que lhe dou, na aventura das artes, com a chama com que entregaria o meu corpo ao fervor dum amante. E será em campa rasa junto ao povo que devolverei o meu corpo ao barro de que ele é feito, tal como este falo, num último gesto de amor e entrega. É este o meu segredo, e agora também o vosso. Guardai-o com a vossa vida. Que jamais saia de entre nós o que vos confiei...

Charlie
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A D. Leonor deu-nos a honra de fazer o 69º comentário a este texto:
"Ah, Plebeus, que consumis as vossas existências nestes rodeios... mas como vos compreendo. Tanto que guardo e que teria para dizer-vos. Contentai-vos contudo com este breve vislumbre. O que sei é muito mais que podereis alguma vez saber, mas sem que saia uma palavra da minha boca, calar-me-ei feliz se algum mortal as desvendar e as revelar ao mundo..."

Dos conciencias


Inyecto cuerpos
tensos y suculentos
en mi conciencia sombría
para alimentar
mi otra conciencia
inmaculada, morbosa,
atenazada, silenciosa
y niña.

El artista desnudo

São Rosas à Janela



Fetish

01 maio 2009

Tipos de gripe


Alexandre Affonso - nadaver.com

1 de Maio Dia do Trabalhador


Fotografia de KNOTAN


Já todos sabemos a importância que inovar pode ter no relacionamento dos casais, já todos sentimos a importância que a monotonia tem na nossa vida sexual, por isso a palavra de ordem é inovar! Por isso, aproveite o feriado, saia de casa, escape para um sítio calmo e permita-se relaxar. Prepare uma cesta simpática, rapte o seu parceiro/a e aproveite para praticar o amor livre! Surpreenda!

Não que seja o meu caso, AhuHauhAu



Capinaremos.com

«Star Wars» - cena de sexo apagada da saga «Guerra das Estrelas»

30 abril 2009

Uma grande verdade...


A liberdade é um risco

elementarY dear WatsOn


Petra era uma mulher citadina que rondava os 30 anos, estava "descomprometida" e continuava a julgar que um dia encontraria O eleito. No entanto isso não invalidava o facto de ser sexualmente activa e de ir mantendo as suas aventuras com diferentes parceiros. Gostava de sexo, apesar de muitas vezes não gostar do tipo de sexo que lhe davam.

Foi tendo parceiros mais novos, outros da mesma idade que ela e ainda alguns mais velhos. O sexo era sempre diferente com cada um deles. Surpreendia-se, frequentemente, pela positiva com os vintões que lhe proporcionavam longas noites de prazer e sexo tantra. Surpreendia-se, muitas vezes, pela negativa com os trintões que frequentemente fodiam com o seu umbigo apenas. Havia algo nos quarentões que lhe despertava ternura, talvez aquela forma meia indecisa de foder; ora como loucos, ora totalmente ternos como se fosses a mulher da vida deles.

Um dia perguntou-se porque é que, a passo com o seu amadurecimento, cada vez mais os homens tendiam a foder como os coelhos...
E a resposta que obteve foi que os homens teriam medo de envelhecer, e no seu mais profundo íntimo queriam ser adolescentes a vida toda (talvez também isso explicasse a adoração de certos homens por adolescentes). E será por isso que quanto mais velhos se sentem, mais sentem a sua vida de putos a desmoronar-se e será a partir de aí, quando surge esse medo, que eles começam a foder sem sentir, como máquinas, tentando recuperar a vitalidade e juventude, tentando provar a eles mesmos que são jovens, que têm vigor.
Mas de que valeria foder forte e feio como se não houvesse amanhã se esse acto tiver uma duração curta e limitada no tempo?

Petra achava triste o envelhecer masculino, ainda mais do que o feminino (que no seu corpo, para já, ainda não se manifestava).
Achava triste que vivessem à sombra da imagem do que eram quando tinham 18 anos... o que inconscientemente os fazia foder sem ritmo e sem glamour, como numa corrida desenfreada do último respirar da juventude.

Um dia contou isto a um engate pré quarentão que julgou ser de uma noite, mas que se ficou pelo aquecer dos 15 minutos de glória desenfreada, enquanto ajeitava o vestido para se ir embora, e ele lhe perguntava porque é que ela já ia.
Ao que ela respondeu:
Elementar, dear Watson. Se eu gostasse de foder com um coelho teria pedido para reencarnar nesta vida, como coelha...
Foi embora e nunca mais se viram.

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