Em quase seis anos de existência, este blog já passou por aventuras caricatas, que seriam cómicas se não fossem trágicas.
A primeira foi em Março de 2005, quando o Sapo , onde tinha alojadas as imagens que usava no blog, apagou todos os conteúdos sem qualquer aviso prévio. Tive já muito trabalho a repor nos arquivos algumas das imagens desde o início até Setembro de 2004... e quando puder terminarei a reposição nos meses que ainda faltam. Desde essa data, sou alérgica a sapos, o que deixei bem claro na imagem que esteve no cabeçalho do blog alguns meses:
Entretanto, no ano passado, o Blogger fez um disparate que ainda não corrigiu, ao obrigar os blogs de conteúdo adulto a colocarem um alerta (do próprio Blogger, quando «a funda São» tinha já uma janela de alerta) que retira os conteúdos do blog dos resultados das pesquisas no Google, além de inibir a utilização de muitas ferramentas de gestão de páginas internet. Eu e mais alguma malta de todo o mundo estamos em permanente contacto com a equipa do Blogger, que nos diz que estão conscientes do problema e que esperam resolvê-lo em breve...
Agora, estivemos 5 dias (desde 31 de Agosto) com o blog bloqueado por alegadamente não respeitar os termos de serviço. Para quem não esteja a par, nem nas letrinhas pequenas o Blogger proíbe "conteúdos adultos". Proíbe sim (e nós aqui também) conteúdos específicos, como pedofilia, incesto ou "conteúdos chocantes" (sim, sim, dá para tudo, mas eles dão como exemplo "imagens em grande plano de ferimentos de bala ou de cenários de acidentes sem contexto ou comentários adicionais", com o que só posso estar de acordo e nada tem a ver com o que publicamos aqui no blog porcalhoto, em que somos alérgicos à violência e a toda a pornografia similar).
Foi preciso um contacto directo com o gestor de produto do Blogger na empresa Google - possível pelo tal esforço de alguma malta para que resolvam o tal problema do aviso de conteúdo para adultos - para, ao fim de 5 dias, nos desbloquearem o acesso a este nosso cantinho que não faz mal a ninguém...
Deixo-vos com uma das muitas mensagens que recebi nestes dias. Nesta, o Pedro Laranjeira diz tudo com pouca tinta:
"Vivemos num mundo de fingidos, envergonhados e escondidos, regidos por normas idióticas em que se esquecem os habituais discursos de liberdade de expressão, livre arbítrio e livre pensamento... somos uma sociedade em implosão ideológica: enquanto nos afastamos da nossa pré-história ecológica para poder destruir o planeta à medida dos nossos caprichos, dela nos aproximamos cada vez mais em «termos culturais» - já estamos a chegar à regressão dos costumes morais de alguns séculos atrás. A Sociedade de Informação encontra a velha Censura a adequar-se-lhe em bom e em grande!
Zecas Afonsos e outros anarquistas que tais, precisam-se!
Já nos meus tempos de criança os senhores de antigamente nomeavam comissões encarregadas de decidir aquilo a que «o povo» podia ter acesso - assim nos «protegiam», ao mesmo tempo que (esses mesmos senhores) não protegiam as intervenientes nos «ballets rose» e iam por aí fodendo menores, acobertados pelo poder.
Agora nem sequer são os detentores do poder eleitos por nós, estúpidos votantes, são os detentores do poder blóguico!
Os nossos netos que se cuidem, estamos a construir-lhes um mundo de merda!"
E agora... "Businessex (saiu-me bem, esta) as usual!"
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Partilho aqui convosco o brinde que o Fin me fez:"Com licor de genipapo que a menina é a Eugénia e tem um bom papo."
Neste caso, que se fodesse o vinho... não, não era bem isto que eu queria dizer...
Para voltar a falar de coisas sérias , diz-nos o OrCa: "O mundo está perigoso... E ficará tanto mais quanto menos agirmos contra este tipo de atitudes prepotentes de entidades «quiméricas» das quais não se conhece rosto nem rasto.
No caso vertente, seria interessante exigir ao «senhor» Google apuramento dos motivos que levaram à tomada de decisão e, até, identificação do decisor.
Talvez não seja fácil, mas a verdade é que, estando nós perante uma situação que claramente viola um direito constitucional, o seu mentor pode incorrer em responsabilidades que não lhe terão passado pela cabecinha, aquando da atitude.
E todos sabemos que estes actos fascizantes se fundamentam num conceito de impunidade que, muitas vezes, é muito frágil e apenas se sustenta com o bom espírito dos lesados.
Quando os lesados agitam as águas, é, geralmente, uma chatice e uma surpresa para esses tratantezitos. A ver..."
Claro. Já perguntei e aguardo resposta.
O Charlie alerta: "Isto é apenas a repetição da História. Tudo se repete ad infinitum, sempre, sempre e sempre como se fosse a primeira vez. No fundo, a nosso ingénuo acreditar estarmos no momento certo da História.
E todos esquecemos que as lições que se amontoam umas sobre as outras quando, de surpresa, somos apanhados pelas atitudes.
Na verdade, apenas se trata do exercício do poder.
Quem o tem não suporta a sua posse impunemente. Experimenta-o, usa-o, tanto faz que seja um peito musculado, acompanhado dos seus respectivos bíceps, uma pistola, um carro potente, uma força militar ou um cérebro privilegiado.
Esta manifestação de poder apenas se destina a testar o que provavelmente pode estar no prelo.
A mensagem é clara:
- Quem manda somos nós, e quem quiser continuar terá de seguir o que impomos.
O Poder impõe sempre um preço a pagar a quem não o tem."
Mas, como alguém diz, as forças da natureza nunca ninguém as venceu!