ora bem, este é em especial para aqueles que vocês sabem, o poema é inteiramente da minha autoria. embora alguns digam que só faço é copiar os outros, não é verdade. acontece, por vezes, repetir o que alguém já escreveu, mas isso não é copiar. eu explico. V.Exas dirão: é cópia. eu digo: não é.
o meu cérebro tem diversas gavetas, tudo o que leio fica retido, crio gavetas, uma para a poesia, outra para a prosa, etc... é assim o meu cérebro, assimila tudo, mesmo aquela parte que dizem estar inactiva, que qualquer ser humano ainda não desenvolveu, eu já lá estou. por vezes, dizem: isto que tu escreveste é deste ou daquele, tudo autores conhecidíssimos. - isso é sobrenatural, man, deve ter sido armazenado no compartimento 12, saiu, já cá está, mas tens a certeza que foi o Virgílio Ferreira que escreveu? - dizem-me que sim.
a culpa não é minha, meus senhores, armazenei o texto, mas os autores misturaram-se todos, tanto, que não sei se é meu (original) ou meu (do armazém).
V. Exas vejam, todos os dias leio, mais que um livro, por acaso, agora só estou a ler um, é muito complicado, difícil de absorver, chama-se: O Colégio Das Quatro Torres, de Enid Blyton. conhecem? tem 167 páginas, mas transcendente! é a Ludovina, a Milú, a Diana, a miss Winter, a Alice... estou realmente embrenhado na leitura.
agora, o facto de ter entrado no blog porcalhoto, obriga-me a uma publicação mais ou menos assídua, dado que a São Rosas é uma poeta e me desafiou, tenho de não a desiludir.
vou "pôr" aqui um poema meu, mas aviso desde já:
1º - não é cópia, apesar de estar publicado no Pleasuredome. não é cópia. foi escrito por mim.
2º - aviso as senhoras que não é aconselhável fazerem o visionamento do mesmo. não é decente, não lhes fica bem. muito menos deixarem comentário, correm o risco de serem apelidadas de "putativas com cio", ou nerds,"oferecidas" não sou eu que o digo, são outros e outras. têm razão? claro que têm. eu sempre avisei.
aqui vai ele, com todo o amor sincero que sinto no peito.
passo ao poema:
ai! a arte de foder
fodes, fodo, é fodido!
foder por foder
com conas, caralhos
a foda é a foda.
boa? má?
se foderes com convicção
pode ser que tenhas um irmão...
mas esse obscuro caralho
que metes na boca, ou enfias na cona,
mesmo sem saberes, fala.
eu não quero só foder,
eu quero penetrar em ti
e fazer-te vir.e depois
e depois? amar-te! amar-te!
depois masturbar-me para ti,
se ainda não me tiver vindo.
se foderes sem amor
podes ter de ficar pelo des'amor.
masturbar-me para ti?
levar a mão à tua rata
enfiar lá os dedos, enquanto
tu me envolves com as tuas pernas.
estou duro, estou prestes a ejacular!
então tu saltas sobre mim
e esfregas, e esfregas a tua cona
no meu caralho duro. nem sequer
entro dentro de ti. ejaculo, e tu?
fodi contigo,
mas não te amei,
o meu caralho só se enfiou
na tua cona e ejaculou.
e tu, vieste-te, sem olhar
a quem enfiavas
na tua rata...
________________________
Putativa Com Cio "PCC":
"Quando entraste na minha cona
com esse teu caralho duro
Baralhaste-te da mona
Pensaste que eu era um muro
Masturbas-te-te à maluca
com o caralho na mão
Deste peido, de batuca
Mas não te vieste, não
Esgatanhaste-me a conaça
com essa unhaca feroz
Tornaste-te uma ameaça
Quizeste ser meu algoz
Agora, chorando tristezas
com esta cona toda rôta
Sou vítima das tuas vilezas
Em mim, já ninguem bota
Esse teu caralho louco
que nunca chegou a foder
Não é mais que um velho toco
Incapaz de me aquecer."
OrCa:
"com tantos rasgados folhos
tanto entrar, tanto sair
e a tremura dos olhos
a dizer: «ai, estou-me a vir!»
lembrei-me daquele utente
que o relógio lá deixou
quando deu queca valente
e quando por ele voltou
encontrou-se frente a frente
com gê-nê-erre de estalo
que num mesmo incidente
ali perdera o cavalo..."
26 outubro 2009
Adivinha o que é...
Não é dificil, querem arriscar?
________________________________
São Rosas: "É obviamente um dispensador de senhas numeradas!
Paula Raposo: "Uma ventoinha..."
Sudocu: "Trabalha a pilas?"
Bartolomeu: "Aquilo é a mais recente descoberta tecnológica! designa-se por removedor de teias-de-aranha, mas o nome científico é Lambe Pappus Rotativius. Foi descoberto e aperfeiçoado para ser comercializado pela famosa equipa de cientistas «os 3 Paco», da família dos Nassa, coadjuvado pelos seus assistentes Paco também, mas pertencentes à família dos Ninha e dos Nita. O «aparelho» encontra-se já à venda no mercado pela módica quantia de 60 xelins e duas fodas de pé. As encomendas podem ser feitas via internet para o sai-te de cima que vem gente, pesas arrobas, por isso é que ando com a coluna toda torta ponto, pronto, toma lá hoje, cámanhã não há.
São Rosas: "Eu acho que é uma nora... só não sei onde está o sogro."
o sadio de sempre: "isto é uma máquina para beber leite quente dum pires sem queimar logo a língua. teno uma comprada no tvshop da hong kong news por 9,56 us dólares, portes incluídos."
Caetano: "Aposto que isto serve para dar mobilidade aos patinhos de borracha... Ou então é um espalha-bases... vá, também pode ser uma ventoinha portátil... ... ... Aquilo são línguas?!"
shark: "Eu só imagino aquilo a trabalhar, à chapada no equipamento da malta. Da malta com pila, claro..."
raim: "Isto só poderia ter saido da cabeça de um FILÓLOGO (Diciordinário Ilustarado pág.41)"
JOTA ENE: "É fácil... um auto-estimulador genital, será?"
São Rosas: "A sério?!"
Viriato: "Isto será um verdadeiro e bem engendrado lembéconas ou lembécus... ou... não sei como se escreve!"
São Rosas: "Não sabes como se escreve mas sabes como funciona!"
pintelhinho: "Isto é um Lambe Cus de bolso. Ideal para os engraxas que trabalham na função pública e não só..."
Custou mas foi!
Andava há anos a tentar comprar alguns livros brasileiros, sem sucesso. Tentei na Submarino.com durante vários meses. Aceitavam a minha encomenda mas dava sempre um problema, que não me conseguiam explicar. Até que, depois de uma carrada de e-mails, descobri que só exportavam livros que fossem pagos por cartões de crédito emitidos... no Brasil! Putisgrila! Genial!
Quem me valeu foi a Teresinha, moça brasileira visitante do Blogotinha, que me sugeriu a Livraria Saraiva. Sumpimpa! E os livros já cá cantam. E ficou a promessa: Teresinha, tu e a tua família, quando um dia vierem a Portugal, têm um vale vitalício para um leitão à moda da Bairrada regado a espumante da mesma.
«Tesão e Prazer - Memórias Eróticas de um Prisioneiro» de Luiz Alberto Mendes
«Sex Shop - Contos de Humor Erótico» de Gisela Rao
«Catecismo de Devoções - Intimidades & Pornografias» por Xico Sá
«Stockadas» de Stocker
«História Sexual da MPB - A Evolução do Amor e do Sexo na Canção Brasileira» - de Rodrigo Faour
Quem me valeu foi a Teresinha, moça brasileira visitante do Blogotinha, que me sugeriu a Livraria Saraiva. Sumpimpa! E os livros já cá cantam. E ficou a promessa: Teresinha, tu e a tua família, quando um dia vierem a Portugal, têm um vale vitalício para um leitão à moda da Bairrada regado a espumante da mesma.
«Tesão e Prazer - Memórias Eróticas de um Prisioneiro» de Luiz Alberto Mendes
«Sex Shop - Contos de Humor Erótico» de Gisela Rao
«Catecismo de Devoções - Intimidades & Pornografias» por Xico Sá
«Stockadas» de Stocker
«História Sexual da MPB - A Evolução do Amor e do Sexo na Canção Brasileira» - de Rodrigo Faour
25 outubro 2009
Poesia do amanhecer
Abrir os olhos
Num novo idioma
Resvalando com ternura
Para um novo aroma
Suave e delicado
Como um intenso sonhar
Sentir o corpo
Que quer amar
Olhar outra vez
E ver os olhos chorar
Gotas de orvalho
Para te bem-fadar.
Maria Escritos
blog Escritos e Poesia
______________________
A Maria Escrito começa bem. Já tem uma ode do Charlie:
"E se bem fada
Esta Maria que o orvalho tem
Fada e sonha, no sonho me (e)leva
E já em sonhos, por seu sonho levado
Ai, Maria...
antes mais que uma fada
Fadar-te-ia o sonho
Antes que ele
se desfadasse
num acordar seco
numa coisa de nada..."
Coração de papel
Tenho um coração de papel desenhado;
tenho um coração de papel, por ti pintado.
Eu tenho um coração recortado de papel
um coração de papel que partirá rasgado
quando sair desses teus dedos de pincel
neles, está colado;
tenho um coração de papel
um coração de papel, do tinteiro sonhado;
frágil como o sonhar acordado.
Tenho um coração de papel esculpido
tenho um coração de papel, por ti moldado.
Eu tenho um coração trabalhado de papel
um coração de papel que quebrará corroído
quando sair dessa tua mão de frágua pastel
nela, está tingido,
tenho um coração de papel
um coração de papel, do tinteiro escorrido;
frágil, pode acordar debotado.
tenho um coração de papel, por ti pintado.
Eu tenho um coração recortado de papel
um coração de papel que partirá rasgado
quando sair desses teus dedos de pincel
neles, está colado;
tenho um coração de papel
um coração de papel, do tinteiro sonhado;
frágil como o sonhar acordado.
Tenho um coração de papel esculpido
tenho um coração de papel, por ti moldado.
Eu tenho um coração trabalhado de papel
um coração de papel que quebrará corroído
quando sair dessa tua mão de frágua pastel
nela, está tingido,
tenho um coração de papel
um coração de papel, do tinteiro escorrido;
frágil, pode acordar debotado.
24 outubro 2009
A Sentença
A função decorria normalmente, com um pouco de gel lubrificante dada a ausência de preliminares e desenvolvia-se agora num modorrento e pastelão entra e sai que era mais uma espécie de obrigação conjugal do que um acto desejado, quando ele, como se a conversa já estivesse a decorrer ou, pelo menos, como se não o estivessem a fazer, continuou – que é a palavra certa, porque a forma como ele o disse dava a entender um diálogo prévio que, no entanto, apenas ele tinha ouvido:
– E eu acho que nos falta qualquer coisa.
Satisfeita com a interrupção – o gel tinha sido pouco e o dia longo – ela não fez qualquer menção à estranheza da situação e apenas perguntou:
– O quê?
– Não sei – respondeu o homem de imediato.
Ele, sem pensar nem julgar, sentiu-lhe o movimento das ancas propondo o afastamento, e retirou-se completamente de dentro dela, erguendo-se nos braços e nas pontas dos pés.
– Mas qualquer coisa de quê? – insistiu ela, em tom quase simpático.
Ele hesitou, afinal não se tinha vindo, que era o seu principal, senão único, móbil para a função mas prescindiu sem custo da triste descarga e concentrou-se na resposta que queria dar.
– Não sei – ouviu-se repetir.
Ela olhou-o, sentiu o peso afastar-se e, por uma vez, decidiu dar-lhe tempo para se justificar.
– Acho que nos falta qualquer coisa – recomeçou ele. – Que o acto de fazermos amor… Nem sei se ainda lhe chame assim…
– Fazermos amor?
– Sim.
– Como é que lhe querias chamar?
– Não sei mas não me parece que isto que ultimamente fazemos seja fazer amor.
– Débito conjugal? – propôs ela, legalista.
– Débito conjugal – repetiu ele, deixando escapar um risinho envergonhado e fraco. – É capaz de ser mais isso.
– Mas não queres fazer?
Era notório que não queria. Que não queriam.
– Quero, claro que quero – respondeu ele, diplomaticamente mas sem conseguir dar qualquer inflexão de verosimilhança à voz.
Ela ouviu-o e concluiu que, se ele ainda estivesse encima dela, lhe tinha dado uma joelhada nos testículos cheios. Nada diplomática, é certo, mas bem mais honesta que a resposta dele. Feliz pela impossibilidade da joelhada e por se ter lembrado dela, ela imaginou-o aos gritos a contorcer-se com dores e sorriu, diluindo o “quero, claro que quero” na vasilha das bem intencionadas mas completamente falhadas respostas masculinas.
– Não digas isso… – A voz saia-lhe doce, compreensiva, ainda que ela não percebesse porquê. – Não queres, pois não?
– Assim não – confirmou ele, depois de uma pausa. – É tudo demasiado mecânico. É como se estivéssemos a cumprir uma obrigação.
– E não estamos? – troçou a mulher com um sorriso breve. – Afinal, não estamos casados?
Ele ajeitou-se na cama, com um grunhido desaprovador.
Ela respondeu à sua própria pergunta:
– O débito conjugal é um dos deveres dos cônjuges, integra-se no dever de coabitação, legalmente previsto no artigo…
– Não me vais dar uma lição de direito, pois não? – interrompeu ele.
– Não – respondeu ela, contrariada: estava a gostar de se ouvir falar. – Mas não é por eu me calar que deixa de ser menos verdade – rematou acintosamente.
– Talvez.
– E não é um simples dever – recomeçou ela.
– Não?
– É um dever e um direito – declarou a mulher, panfletária. – Todos os cônjuges, homens ou mulheres, têm direito ao prazer sexual!
– Acho que a ideia do legislador ao aprovar o Código Civil não era bem essa – replicou o homem.
– Claro que não era – reconheceu ela, de pronto. – Mas isso agora não interessa nada, meu caro, os tempos são outros e o débito conjugal tanto é um direito que nos assiste como um dever que temos de cumprir.
– Visto assim…
Ela ergueu as sobrancelhas e permitiu-se sorrir, feliz com a encolhida concordância dele.
– Visto assim até parece uma coisa boa! – concluiu ele, mostrando-lhe a língua.
A mulher emparedou o sorriso com um ar sentido e grave, semicerrou as pálpebras, fixou-o com o mesmo ar decidido e frio com que normalmente fixava os arguidos na sala de audiências e perguntou:
– Essa língua de fora é um convite ou uma participação de algo que me vais fazer?
Os olhos dele não esconderam um sorriso brilhante, a cara sim.
– Por momentos, parecia que me ias condenar – disse ele, sem lhe responder. – Que ar tão sério. – E condeno-te – aproveitou ela –, condeno-te a usares a língua para cumprimento dos teus deveres conjugais, para satisfação integral do teu dever de coabitação e para a execução imediata da pena conjugal a que te condenaste quando casaste comigo.
– Sim, Meritíssima – anuiu ele, num sussurro, lambendo-a lentamente a caminho do local do cumprimento da pena.
– E eu acho que nos falta qualquer coisa.
Satisfeita com a interrupção – o gel tinha sido pouco e o dia longo – ela não fez qualquer menção à estranheza da situação e apenas perguntou:
– O quê?
– Não sei – respondeu o homem de imediato.
Ele, sem pensar nem julgar, sentiu-lhe o movimento das ancas propondo o afastamento, e retirou-se completamente de dentro dela, erguendo-se nos braços e nas pontas dos pés.
– Mas qualquer coisa de quê? – insistiu ela, em tom quase simpático.
Ele hesitou, afinal não se tinha vindo, que era o seu principal, senão único, móbil para a função mas prescindiu sem custo da triste descarga e concentrou-se na resposta que queria dar.
– Não sei – ouviu-se repetir.
Ela olhou-o, sentiu o peso afastar-se e, por uma vez, decidiu dar-lhe tempo para se justificar.
– Acho que nos falta qualquer coisa – recomeçou ele. – Que o acto de fazermos amor… Nem sei se ainda lhe chame assim…
– Fazermos amor?
– Sim.
– Como é que lhe querias chamar?
– Não sei mas não me parece que isto que ultimamente fazemos seja fazer amor.
– Débito conjugal? – propôs ela, legalista.
– Débito conjugal – repetiu ele, deixando escapar um risinho envergonhado e fraco. – É capaz de ser mais isso.
– Mas não queres fazer?
Era notório que não queria. Que não queriam.
– Quero, claro que quero – respondeu ele, diplomaticamente mas sem conseguir dar qualquer inflexão de verosimilhança à voz.
Ela ouviu-o e concluiu que, se ele ainda estivesse encima dela, lhe tinha dado uma joelhada nos testículos cheios. Nada diplomática, é certo, mas bem mais honesta que a resposta dele. Feliz pela impossibilidade da joelhada e por se ter lembrado dela, ela imaginou-o aos gritos a contorcer-se com dores e sorriu, diluindo o “quero, claro que quero” na vasilha das bem intencionadas mas completamente falhadas respostas masculinas.
– Não digas isso… – A voz saia-lhe doce, compreensiva, ainda que ela não percebesse porquê. – Não queres, pois não?
– Assim não – confirmou ele, depois de uma pausa. – É tudo demasiado mecânico. É como se estivéssemos a cumprir uma obrigação.
– E não estamos? – troçou a mulher com um sorriso breve. – Afinal, não estamos casados?
Ele ajeitou-se na cama, com um grunhido desaprovador.
Ela respondeu à sua própria pergunta:
– O débito conjugal é um dos deveres dos cônjuges, integra-se no dever de coabitação, legalmente previsto no artigo…
– Não me vais dar uma lição de direito, pois não? – interrompeu ele.
– Não – respondeu ela, contrariada: estava a gostar de se ouvir falar. – Mas não é por eu me calar que deixa de ser menos verdade – rematou acintosamente.
– Talvez.
– E não é um simples dever – recomeçou ela.
– Não?
– É um dever e um direito – declarou a mulher, panfletária. – Todos os cônjuges, homens ou mulheres, têm direito ao prazer sexual!
– Acho que a ideia do legislador ao aprovar o Código Civil não era bem essa – replicou o homem.
– Claro que não era – reconheceu ela, de pronto. – Mas isso agora não interessa nada, meu caro, os tempos são outros e o débito conjugal tanto é um direito que nos assiste como um dever que temos de cumprir.
– Visto assim…
Ela ergueu as sobrancelhas e permitiu-se sorrir, feliz com a encolhida concordância dele.
– Visto assim até parece uma coisa boa! – concluiu ele, mostrando-lhe a língua.
A mulher emparedou o sorriso com um ar sentido e grave, semicerrou as pálpebras, fixou-o com o mesmo ar decidido e frio com que normalmente fixava os arguidos na sala de audiências e perguntou:
– Essa língua de fora é um convite ou uma participação de algo que me vais fazer?
Os olhos dele não esconderam um sorriso brilhante, a cara sim.
– Por momentos, parecia que me ias condenar – disse ele, sem lhe responder. – Que ar tão sério. – E condeno-te – aproveitou ela –, condeno-te a usares a língua para cumprimento dos teus deveres conjugais, para satisfação integral do teu dever de coabitação e para a execução imediata da pena conjugal a que te condenaste quando casaste comigo.
– Sim, Meritíssima – anuiu ele, num sussurro, lambendo-a lentamente a caminho do local do cumprimento da pena.
Tau! Tau! Tau!
«Jean Bucquet présente: La vie sexuelle de Lucky Luke» - Jeff Gazette - Hors Serie nº 2 - Bélgica, 1993
Uma delícia, esta compra recente para a minha colecção.
Alguém duvidava que o Lucky Luke não era assim um cowboy tão solitário como nos contavam?
E mais: confirma-se que nunca larga o cigarro. Nas várias aventuras do livro, em banda desenhada, só tirou o cigarro para um minete. Acho bem. É de cavalheiro!
A capa
Um pequeno exemplo do que vai lá por dentro...
Uma delícia, esta compra recente para a minha colecção.
Alguém duvidava que o Lucky Luke não era assim um cowboy tão solitário como nos contavam?
E mais: confirma-se que nunca larga o cigarro. Nas várias aventuras do livro, em banda desenhada, só tirou o cigarro para um minete. Acho bem. É de cavalheiro!
A capa
Um pequeno exemplo do que vai lá por dentro...
23 outubro 2009
O que importa
Já não importa
O quanto caminhei até aqui
Se o caminho foi de sonhos
E se os sonhos
Foram sendo desfeitos
Pelo tempo do caminho.
Já não importa
Se não caminhei
Ou se fingi que caminhava
Enquanto me enganava
Não importa mesmo
O que importa agora
Se importar for um verbo
É que as noites são quase iguais
Aos dias
E os dias só diferem das noites
Porque nos escondemos nos dias
Para que ninguém descubra
Que somos amantes.
Foto e poesia de Paula Raposo
A posta na apalpadela à tecnologia de ponta
Faço sempre um esforço para me mostrar receptivo às maravilhas que o progresso tecnológico nos oferece, nem que seja para não fazer má figura junto da malta que abraça tudo quanto é novidade como se jamais o conceito de “novo” pudesse corresponder ao de “menos bom”.
Claro que estranhei imenso a transição dos teclados das máquinas de escrever, mais o seu “tac-tac-tac” e o “plim” que me era tão familiar, quando surgiram os teclados de computador que agora não dispenso no meu quotidiano.
E por vezes quase sinto saudades das folhas de papel substituídas pela versão electrónica como aquela em que vos escrevo esta posta. Isto a propósito de (mais) uma inovação que parece destinado ao maior sucesso e que dá pelo nome de ecrã táctil.
O bota de elástico em mim desatou logo ao pontapé quando percebi de que se trata.
De acordo com os mais optimistas, o ecrã táctil constitui o golpe de misericórdia na dupla rato/teclado que boa parte da população ainda nem experimentou. Consiste, ao que percebi, num monitor onde fazemos acontecer tudo com os dedos. Ou seja, dedilhamos em vez de teclar e apontamos em vez de clicar.
Revolucionário, dirão.
Sem dúvida, mas a ideia de imaginar um grande escritório com computadores partilhados por aquele tipo de pessoa habituada a comer a sandocha toda besuntada de maionese enquanto trabalha intimida-me.
Quase consigo imaginar o cenário, tendo em conta o pó e as marcas de dedadas na maioria dos monitores, quando tento visualizar o efeito prático da digitação nos objectos de trabalho de um sector terciário onde ainda existe muita gente sem tempo (nem vontade) de lavar as mãos com a regularidade que agora se impõe.
Sim, a ideia repugna um nadinha quando pensamos nos tais ecrãs modernaços cheios de pequenos pedaços de fiambre, manchas de ketchup ou ainda pior (há malta que não dispensa uma limpeza ocasional das narinas e nem sempre o lenço está à mão...).
Claro que nos teclados esse problema também se coloca, mas por algum motivo nunca ficam com um ar muito porcalhão e hoje em dia é fácil proceder à respectiva substituição quando as teclas já só exibem um círculo cinzento onde antes existia um caractere.
Mas se estes meus receios, provavelmente injustificados, até podem nem vir a confirmar-se não consigo deixar de imaginar a figurinha dos que pela surra dão uns tirinhos no horário de trabalho. E pior ainda, quando algum desgraçado se vir apanhado pela patroa a dedilhar no seu magnífico ecrã táctil as mamocas desnudas num qualquer site erótico ou o modelo de uma peça futura de louça das Caldas num blogue atrevidote como A Funda São...
Claro que estranhei imenso a transição dos teclados das máquinas de escrever, mais o seu “tac-tac-tac” e o “plim” que me era tão familiar, quando surgiram os teclados de computador que agora não dispenso no meu quotidiano.
E por vezes quase sinto saudades das folhas de papel substituídas pela versão electrónica como aquela em que vos escrevo esta posta. Isto a propósito de (mais) uma inovação que parece destinado ao maior sucesso e que dá pelo nome de ecrã táctil.
O bota de elástico em mim desatou logo ao pontapé quando percebi de que se trata.
De acordo com os mais optimistas, o ecrã táctil constitui o golpe de misericórdia na dupla rato/teclado que boa parte da população ainda nem experimentou. Consiste, ao que percebi, num monitor onde fazemos acontecer tudo com os dedos. Ou seja, dedilhamos em vez de teclar e apontamos em vez de clicar.
Revolucionário, dirão.
Sem dúvida, mas a ideia de imaginar um grande escritório com computadores partilhados por aquele tipo de pessoa habituada a comer a sandocha toda besuntada de maionese enquanto trabalha intimida-me.
Quase consigo imaginar o cenário, tendo em conta o pó e as marcas de dedadas na maioria dos monitores, quando tento visualizar o efeito prático da digitação nos objectos de trabalho de um sector terciário onde ainda existe muita gente sem tempo (nem vontade) de lavar as mãos com a regularidade que agora se impõe.
Sim, a ideia repugna um nadinha quando pensamos nos tais ecrãs modernaços cheios de pequenos pedaços de fiambre, manchas de ketchup ou ainda pior (há malta que não dispensa uma limpeza ocasional das narinas e nem sempre o lenço está à mão...).
Claro que nos teclados esse problema também se coloca, mas por algum motivo nunca ficam com um ar muito porcalhão e hoje em dia é fácil proceder à respectiva substituição quando as teclas já só exibem um círculo cinzento onde antes existia um caractere.
Mas se estes meus receios, provavelmente injustificados, até podem nem vir a confirmar-se não consigo deixar de imaginar a figurinha dos que pela surra dão uns tirinhos no horário de trabalho. E pior ainda, quando algum desgraçado se vir apanhado pela patroa a dedilhar no seu magnífico ecrã táctil as mamocas desnudas num qualquer site erótico ou o modelo de uma peça futura de louça das Caldas num blogue atrevidote como A Funda São...
Palavras meigas após o acto sexual? A malta quer é Twitter!
Os velhos clichés pós-sexo do cigarro e da frase "Foi tão bom para ti quanto foi para mim?" parecem estar condenados. A nova moda é o Facebook e o Twitter e, de acordo com um estudo da Retrevo, 36% dos utilizadores actualizam o seu perfil imediatamente após o acto sexual.
Curioso é também perceber que há quem também actualize o seu perfil enquanto conduz e enquanto sai com a sua cara-metade ou pretendente.
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