07 novembro 2009

Cartas


Escreve-me um beijo vermelho
No envelope que endereças
Como naquele tempo de cartas
Em que escrevíamos folhas
E folhas e as metíamos no correio
E esperávamos ansiosamente
A resposta na volta do outro dia.

Escreve-me em beijos vermelhos
A saudade que de mim tens
E quando leres as minhas palavras
Escondidas por entre as linhas
Do meu papel rosado
Saberás o quanto ansiei

Esses beijos vermelhos salgados
Na volta do correio…

Foto e poesia de Paula Raposo
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São Rosas: "Como sabes que eram salgados? Lambias as cartas?!"
Paula Raposo: "Lambia... pelo menos os selos..."
OrCa:
"oh, como assim se compraz
o amante escafedido
tira o selo e lambe atrás
o que sabe estar lambido"

A guerra dos sexos

Ele há critérios para tudo. E qualquer critério pode ter uma explicação, mesmo que esta seja apenas a vontade de um dono daquilo a que o critério se aplica.

O Blogómetro possui um critério. Tem uma lista global em que qualquer blogue pode entrar e uma lista editada onde só entram os que passam pelo crivo do tal critério.
Cagativo, pensará a maioria da malta que até nem liga aos contadores (claro, claro...), não registou o blogue na cena ou está-se mesmo nas tintas para isso das tabelas de popularidade da blogosfera.
Eu não estou. E por isso gosto de entender os tais critérios.
Comparei as duas listas que linco acima e percebo facilmente que o critério é só um: blogues com sexo mais explícito do que o dono é capaz de tolerar saem da editada, a todo-poderosa. Presumo que a intenção é ter uma tabela séria e uma outra badalhoca, para que os não sei quantos porcas e outros blogues demasiado visitados para o gosto criterioso não abafem a concorrência.
Até aí tudo bem. É uma questão de critério. Podiam implicar com os blogues de wrestling, ou com os ligados a clubes de futebol, mas não, são os de sexo que ficam de fora da lista politicamente correcta. Quem tem o poder usa-o.
Eu respeito critérios. Mesmo os dos outros. Mesmo os que entendo imbecis.
Mas gosto de entendê-los.
E não há maneira de o dono do Blogómetro me explicar um critério que edita ESTE blogue e assim o exclui da lista purificada mas deixa ficar ESTOUTRO.
Alguém consegue dar-me uma mãozinha como se eu fosse muito louro?

Viagra provoca visão azulada...

Portugueses queixam-se que...

Sofia Loren num espartilho preto

Sophia Loren despe-se para o seu médico, interpretado por Peter Sellers. Do filme "A Milionária" (1960).

06 novembro 2009

Amigos

Deitamo-nos na tua cama,
nas eventuais confissões
de dois apaixonados
por outras pessoas
e adormecemos juntos,
quebrados pelas emoções,
que quem assim ama
entende os meus pecados
e ausência de mais assuntos.

O cérebro não funciona bem sem uma quantidade adequada de zinco

Avisam os nossos amigos Vozes da Rádio:
"Assim como a tiróide precisa de iodo, (...), a próstata não funciona bem sem uma quantidade adequada de zinco. A próstata contém mais zinco do que qualquer outro orgão do nosso corpo.
Zinco é um metal indispensável em muito pequenas quantidades mas uma deficiência pode originar graves problemas de saúde. Cerca de (...) alimentação.
Usado pelo organismo o zinco encontra-se em altas concentrações no esperma e fluídos seminais. O cérebro tem de ter niveis adequados de zinco de modo a conservar os pensamentos organizados e equilibrados.
Excessiva actividade sexual pode conduzir a uma carência de zinco que pode ser seguida por doenças da próstata e desordens menstruais.
Alimentos ricos (...) entre outros.
in
biolife.pt"
Quem te avisa, amigo da tua próstata é.
E bastam os comentários dos próprios Vozes da Rádio para se perceber que este assunto é uma mina... de zinco!
Tomi - "Agora percebo porque me sinto tão confuso e despassarado... Obrigado, João! Muito obrigado! Vou já marcar um exame."
Joca - "Espera aí!.... Isto pode dar razão a muitas teorias... nomeadamente àquela que corre dentro do grupo, quando alguns pedem para se parar a meio das viagens, para ir à casa de banho. A teoria dos menos incontinentes, é que estamos perante problemas precoces de próstata. E se é isso, então daqui se infere que há muita actividade.
Outra teoria que gostaria de desenvolver prende-se com o que eu concluí com a leitura do texto. Ora se o cérebro precisa de zinco e se ele se encontra em altas concentrações nos fluidos seminais, então há formas e processos (que neste momento não vou descrever...) do zinco chegar facilmente à massa cinzenta, certo? Se assim é, a actividade excessiva que se fala no parágrafo seguinte, passa a ser a responsável pela reposição dos níveis de zinco no cérebro, entrando assim o ser humano numa espiral de causa-consequência que não tem fim. E isto pode ser uma doença... boa, por sinal..."
Jony - "É verdade. Este pequeno texto leva-nos a reflectir. Ainda estou neste momento a pensar nas desordens menstruais. Sim, pois como ainda não tive menstruação, é sinal de que a minha actividade sexual é altíssima, e sofro de desordem menstrual. Vou abrandar, e amanhã vou ao Continente comprar pensos higiénicos."

cantinho da política

Pornográfico, sim, este remanso em que a manada que se enche à nossa custa pasta nos prados de Portugal. Nada erótica, também, esta enculade de que somos vítimas conscientes. Chulo, enfim, cada tratante que pavoneia a impunidade conferida por um sistema que criou para a si próprio se proteger e observa, impávido e sorna, a miséria que cria, mantém e agrava...

Não, parafraseando um velho dito da São que sempre me caiu no goto (não nesse, no outro...), na verdade nem tudo o que nos fode é erótico.

reflexiva alusão à face oculta
que não é culta
senhores
que não é culta
que é antropofágica
hemorrágica
e disputa
o saberem-se entre si filhos da puta
não da outra que o trottoir calcorreia
a fazer pela vida vida e meia
mas daquela
que à janela
se penteia
os cabelos cheios de ondas moralistas
e por tanto moralismo dá nas vistas
difundindo com afinco
a gonorreia
essa infame verborreia
que nos cerca
e que faz com que cada um se perca
numa teia toda feita só de treta
onde tanta besta diz de si doutor:

não será porque já usa luneta
que um olho do cu passará a ver melhor.

E ainda há quem não acredite que a Terra é redonda!

05 novembro 2009

Proteja o Buraco

Louca Paixão


Tua língua me devora
Num beijo divinal
Rodopiando humedecida
Buscando prazer carnal

Estremeço de prazer
Nesse teu beijo atrevido
Percorrendo o meu corpo
Gemido de mim sorvido

Desfaleço nos sentidos
Percorridos pela tua boca
Emanando pulsações
Fazendo de mim louca

Maria Escritos
blog escritos e poesia

«A Baldoína» do Bartolomeu

"Posso contar aquela estória em que adormeci no estábulo, numa tarde de verão e sonhei que uma das minhas ovelhas, a Baldoína, se tinha aproximado de mim, me tinha corrido o fecho da barguilha e por artes insuspeitas me retirou de dentro o «nabo» latejante, depois docemente chupou-o, tão docemente, tão persistentemente, que dentro dele jorrou o sémen da vida que a Baldoína gulosa e sofregamente engoliu. E, quando acordei daquele sonho, o meu olhar encontrou o de Baldoína que, de costas a dois passos de mim, olhava-me por cima do lombo pestanejando, como que a pedir que a fodesse.
E eu, perfeitamente inebriado pela sensualidade do sonho, ainda de moca tesa, enfiando os dedos por entre os fios finos da macia lã que cobre os quartos traseiros de Baldoína, encostei a cabeça do malho à greta palpitante de Baldoína que, num impulso vigoroso de desejo, fez com que o dito escorregasse inteirinho por ela dentro.
E assim estivemos por longos minutos, alternando ambos os movimentos de ancas, segurando o desejo de nova ejaculação para que Baldoína se satisfizesse em mim variadas vezes, até que, sem mais hipótese de me aguentar, voltei a ejacular.
Iria jurar que por várias vezes ouvi Baldoína num murmúrio pedir, suplicar... «vem-te Bartolomeu... vem-te«.
Mas... já me garantiram que as ovelhas não falam, portanto atribuo à minha imaginação.
Confesso... não tive coragem para comer a Baldoína. Mesmo depois de esfolada e esvicerada, continuava a ver-lhe estampado no olhar aquele rogo sedutor... «fode-me Bartolomeu... fode-me».
Não me considero responsável pela rejeição ao consumo de carne ovídea que algumas pessoas possam sentir a partir de hoje.
Portanto, esse pessoal da Associação de Criadores de Gado não me venha foder o juízo e pedir indemnizações por prejuízos causados à indústria.
Olhem... reconvertam o negócio e metam as fotos das vossas ovelhinhas em sites de «meninas»... oras...!
Bartolomeu"

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São Rosas:
"Longa vida à Baldoína! Isso faz-me lembrar um açoriano que estava a fazer a tropa no cont'nente e contou a um amigo meu, oficial d(aquel)e dia:
«O melhor era a minha mãe pedir-me para ir matar uma galinha para fazer o almoço. Antes de a matar, aproveitava-a. Nunca lá em casa desconfiaram que comíamos galinha recheada.»"


"A Luisa começava a ficar saturada com a fascinação
do Paulo pela pornografia na internet"

04 novembro 2009

E mais uma vez... o casamento homossexual...


(Como já diz o ditado: "vozes de burro não chegam ao céu". Mas e se essas vozes partirem dos mais altos representantes da igreja católica?)

Há posições (ditas) democráticas que têm a capacidade hipócrita de roçarem a ditadura. Foi assim com o aborto, foi assim com a despenalização das drogas leves, será assim com o futuro diploma de legalização do casamento entre homosseuxais. Em declarações prestadas ontem na Figueira da Foz, o bispo do Porto demonstrou a sua benevolência e abertura de espírito para o assunto da moda (leia-se o casamento homossexual) ao declarar o seu apoio ao referendo do tema como, e cito, "forma de promover o diálogo e a discussão aberta e alargada do tema na sociedade portuguesa".

Confesso que na primeira aproximação às declarações fiquei abismada com a abertura de espírito de um dos representantes máximos da igrega Católica no nosso país e, apesar de ser pessoalmente contra o referendo, até admiti ser um gesto extremamente positivo. Foi quando abri o jornal e li ao detalhe o artigo que me apercebi que há coisas que nunca mudam. No seu benevolente gesto de apelo à discussão do tema o bispo do Porto usou os seguintes termos: "gostaria que fosse o povo a dizer se concorda com a secundarização de uma instituição que forma e enforma a sociedade e que se baseia complementaridade masculino/feminino.".

Ora é dos meus olhos ou isto é a mesma coisa que, quando nos encontramos no meio de, suponhamos, um grupo de amigos e estamos a consumir, novamente suponhamos, uma enorme e deliciosa sandes frango e, perante o olhar esfomeado dos nossos amigos, seguindo as regras da boa educação dizermos: "queres um bocadinho? eu já lambi a sande, o frango é seco, o pão tem três dias e deixei-o cair ao chão e, para além disso, tu não vais gostar... não queres, POIS NÃO?!?" enquanto continuamos a comer delicidados aquela que, para nós, é de facto a melhor sangue de frango do mundo. A isto, meus amigos, eu chamo egoísmo puro!

Não é o casamento um acto espiritual? A ligação entre duas almas mais do que os dois corpos? Não é a igreja católica a primeira a dizer que, hoje em dia, se liga mais à cerimónia e ao espectáculo a ela inerente que ao significado da mesma propriamente dito? E acima de tudo, não é a igreja Católica que, por principio, proíbe o casamento religioso entre casais do mesmo sexo? E, sendo o estado português laico e o casamento civil um assunto (como próprio nome indica) civil e de estado? Não serão estas declarações consideradas ingerência, como foram as proferidas aquando do assunto aborto?

Somos um país que enche a boca para falar de liberdade mas, quando chega a hora do "vamos ver" a nossa liberdade de sermos preconceituosos pesa sempre muito mais que a liberdade dos outros em relação a nós. Eu só gostava que me explicassem em que é que duas pessoas do mesmo sexo contrairem matrimónio condiciona a vida de terceiros. Gostava também de entender no que é que o casa "descasa" de casais ditos normais "forma a sociedade". Como diria alguém que eu conheço muito bem, Cristo disse: "crescei e multiplicai-vos" não disse "crescei e casai-vos com pessoas do mesmo sexo para formarem e enformarem a sociedade e se der para o torto divorciam-se passados uns meses e está tudo bem porque, pelo menos, são de sexos opostos!".

Sou fervorosamente contra o referendo nestes casos, aqueles que nos representam no Parlamento bem ou mal foram eleitos por nós, para decidir por nós para governar por nós, se lhes confiamos um orçamento do estado, políticas de saúde e educação porque não lhes havemos de confiar a decisão de uma questão que para a sociedade tem a importância de um grão de areia? O facto de admitirmos o casamento homossexual vai fazer com que a homossexualidade se espalhe como um virus? NÃO! O facto de termos consciência que há pessoas do mesmo sexo que SE AMAM e querem ter uma vida em comum com os direitos e deveres inerentes a ela faz com que tenhamos de concordar com esse estilo de vida e admitir a hipótese para nós mesmos? NÃO! Então, por favor, alguém me explica esta (perdoem-me o termo) merdice toda?

Portugal é uma sociedade de bons costumes, vão uns argumentar, e eu respondo: "Tretas! Bons costumes de ficar na cama ao domingo porque dá muito trabalho ir escolher bons governantes para o país? Bons costumes de viver de futebol e fado presos a valores de há séculos atrás porque somos PREGUIÇOSOS, COMODISTAS E PRECONCEITUOSOS para mudar?" Deixemo-nos de hipocrisias, meus senhores, preocupemo-nos com os problemas que realmente o são e deixemos a liberdade de existirmos como somos (sempre com respeito pelos outros, q é essa a regra da vida em sociedade) e fazermos as nossas próprias escolhas NO QUE À VIDA PRIVADA CONCERNE para todo e cada um de acordo com a sua consciência e prestando contas somente a elas....

O casamento é um direito e não um privilégio heterossexual!


Artigo da autoria de SETE_LUAS, in Blog do Katano

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OrCa: "um apontamento a latere: o problema e questão que se me colocam é essa cena do casamento, como acto ajuramentado, comercial e jurídico, até que a morte nos separe ou a(o) vizinha(o) do lado nos bata à porta...
Casamento-instituição, a bem dizer, para quê? Para que uns rabiscos no papel ou uns pingos de água benzida de duvidosa proveniência cimentem dois afectos? Ora, adeus...
Gosta quem gosta e fornique quem possa. Acabe-se, isso sim, com a hipocrisia instituída que distingue os «casados» dos «não-casados»... e o resto são tretas.
Experimente-se referendar o seguinte, aos «hetero»: divorciar-se-ia do seu cônjuge se ficasse isento de IRS durante 10 anos? Gostava de ver quantos casais se manteriam, se o sim ganhasse.
E esses, então sim, seriam canonizados e havíamos de lhes fazer muitas procissões..."