Ainda não consegui a suprema ascensão
à beleza contemplativa do platonismo,
esse júbilo do belo, ao espiritual onanismo
chamo, assanhada, infinita masturbação.
Quero ser pupila de ti, meu Mestre ancião,
sou de osso, quero carne; e tu, nesse sadismo,
queres roer as palavras, salivar o lirismo,
eu quero ser alimentada e morder-te a mão…
Mas quem és tu, afinal, mulher? Sou animal,
sou sexo, sou luxúria arfante, sou como tu,
serei como queiras, sou chão, cobre-me, nu,
e serei sempre como sou, presa e rum fatal;
Vem cá, vem sem medo, prometo fazer-te mal,
sou frágil, terna, funda, eu serei o teu abismo,
sou a pura, maternal, entrego-me em comunhão,
desmonto-te depois e condeno-te ao ostracismo…
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O Charlie ode com tusa:
"Ai, luxúria, luxúria.
Que ainda houve
quem te pegasse ao colo
e te fizesse guloseima
entalada de mão morta
entre o bigode do Adolfo e
as gulas do Canibal..."
A Joana Well ode mesmo sem musa (nem precisa dela):
"Ai, poesia, poesia,
que quem soube
enrolar-te em luxúria
fez de ti guloseima
a escorrer pela mão aberta
entre as pernas de Afrodisia e
as gulas de sua caverna..."
O Santoninho não pode ver uma poetisa sem musa que fica logo com tusa:
"Dois estilos... é à escolha da freguesa! Bai sardinha fresquinha, é das Caxinas, freguesa! Sardinha tesa, freguesa, tesa como um carapau! E como o pau do meu home, que me não deixa com fome, e todo o dia à tardinha me arruma com o carapau para cima da sardinha! Ora, tomem lá mais esta!
Amo o bronze, o cristal, as porcelanas,
Os vitrais de esfuziantes cores,
Tapeçarias pintadas de ouro e flores,
Espelhos como águas venezianas.
Amo também as belas castelhanas,
a canção dos antigos trovadores,
os corcéis da Arábia, voadores,
da Alemanha as baladas mais arcanas,
o rico piano de marfim sonoro,
o ressoar do corne na espessura,
do frasco esguio tão fragrante essência,
e o leito de marfim, sândalo e ouro,
em que deixa a casta formosura
a flor sangrenta de sua inocência.
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Desmontar... até que pode!
Se cona tem de ventosa?
Meu piço a fode, a fode,
E fêmea fodida só goza!
Ostracismo, querias tu...
E mais as ostras da São!
Eu cá... prefiro o cu,
E foder até mais não!
Onanismo... de Sodoma?
Hedonismo... de Epicuro?
O que queres é que eu te coma
O fruto que tens maduro
Que entre as pernas assoma
E deixa o meu piço duro!"
A Joana Well dá uma rapidinha, que tá com pressa:
"Que se amem as jovens damas,
de pele tão alva, a sugerir odores,
a sonhar com viris amores
a quem entregar as carnes rosadas.
Que se amem as mal amadas
e os seus mal saboreados sabores;
os seus credos são tentadores
quando à cama são jogadas!
Um forte tronco profano,
o seu vibrato rasga-lhes a armadura
e submete-as à urgência,
e num corpo de jasmim, de peito sem dono,
largarás terna loucura,
o líquido espesso da tua incandescência."