01 dezembro 2009

Dias de Inverno...



Dias de chuva...
Dias para ficar em casa...
Mais aqui...

Retalhos

Bebe-me
que eu sirvo-te estremeções,
que eu sirvo-te a dor,
que eu sirvo-te rasgões,
por uma gota de amor;

as termas doces e os olhos toscos
que me sondaram;
as temperaturas que arranharam
testemunharam
o milagre dos líquidos nossos.


Hoje não me apetece escrever
porque não me apetece saber
mais do que o sabor do teu cheiro;
lembro-me de te morder para não gemer,
sinto a memória para não prever
que nem chegaríamos a Janeiro.

E se eu te der razão? A que nos condeno?
À falta de sentido que sei que existe
na ausência de pertencer a lugar em nós.
E se eu disser que sim, que entendo?
Eu entendo. Mas não entendes que eu tente
dizer que não e até perder a minha voz?



«Amours secrètes des Bourbons»

Ou, de título completo, «Amours secrètes des Bourbons depuis le mariage de Marie-Antoinette jusqu'à la chute de Charles X» par la Comtesse du C***, Paris, 1830.
A corte francesa na época era danada para a brincadeira. E o povo lá fazia os seus epigramas, caricaturas, canções... como estes versos:

"Notre lubrique reine,
D'Artois le débauché,
Tous deux, sans moindre gène,
Font le joli péché...
Eh! Mais oui-dà!
Louis trouverait-il du mal à ça?

Cette belle alliance
Nous a bien convaincus
Que le bon roi de la France
Est le roi des cocus
Eh! Mais oui-dà!
Nous ne saurions trouver du mal à ça!"



Agora, faz parte da minha colecção.


Honra


1 página

oglaf.com

30 novembro 2009

Beijo


Lembro-me perfeitamente, numa manhã, em que eu me dedicava à tarefa prosaica mas necessária de lavar a loiça do pequeno almoço e tu cirandavas na cozinha, à procura de um tempero para a carne que irias confeccionar mais tarde.

Eu tinha o cabelo apanhado num rabo de cavalo e, ambos calados, como tantas vezes que não precisávamos de falar, passaste rente a mim para abrires o armário que estava por cima da minha cabeça.

Num lapso de segundo, deste-me um beijo no meu pescoço, inesperadamente, gesto nada vulgar em ti.
Arrepiei-me.
Aquele arrepio bom que me percorreu de alto a baixo, me acariciou, e me fez estremecer de paixão. E disse : “Que bom!”.
Os meus olhos brilhavam, olhaste para mim, sorrimos um para o outro e ambos continuámos o que estávamos a fazer.

Confessa que existiram breves momentos em que me conseguiste amar... porque, eu, senti-os todos.

Foto e texto de Paula Raposo

Danae(da para a brincadeira...)


Gustav Klimt é, na minha opinião, dos pintores que melhor retrata o erotismo de todos os tempos e hoje, recebi, finalmente, a reprodução em alto relevo da minha obra favorita dele. Chama-se Danae e partilho-a convosco com um bocadinho de história à mistura.
Danae é uma figura da mitologia Grega, mãe de Perseu (o "moçoilo" que matou a Medusa - aquela com um mau penteado de cobras) por quem Zeus se enamora. Preocupado com um oráculo que dizia que seria morto pelo próprio filho, Acrísio, pai de Danae, encarcera a filha numa torre de bronze para que esta nunca pudesse gerar herdeiro. Ora como a luta era desigual - homem vs deus nunca corre de feição para os humanos - Zeus arranjou forma de possuir a sua amada transformando-se numa chuva de ouro, banhando Danae e engravidando-a por fim. O resto é "ancient history". Acrísio ordena que mãe e filho sejam deitados ao mar (para que Zeus não pudesse culpá-lo por ter tirado a vida ao seu filho e pudesse atirar as culpas para o mar) mas estes sobrevivem e, anos mais tarde, a profecia acaba por cumprir-se quando, nuns jogos em que participava o neto, Acrísio acaba por ser assassinado involuntariamente por um dardo "perdido".
São várias as representações desta alegoria na pintura e na escultura mas nenhuma delas, a meu ver, emana o erotismo desta, onde Danae abandona o aspecto virginal e inocente das representações anteriores em que é engravidada involuntariamente por Zeus, e adopta uma postura de mulher feita, numa pose que indicia a masturbação e a busca do prazer em si mesmo.

Bicicleta com bomba de ar incorporada

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29 novembro 2009

Essa mão

Essa pele que é a minha, a sensação que o corpo não estranha, familiar, essa mão que acaba de tocar esta pele que é a tua, arrepio.
Esta noite que é a nossa, toda nua, a emoção prateada pela lua, a brilhar, esta luz no teu olhar, tão quente, o amor emergente.
Já não resiste.
O frio.

Prisioneira


Surgiste em mim
Como um jacto de frescura
Apoderaste-te de mim
Com palavras de ternura

Sonhando aqui fiquei
Presa neste meu querer
Divagando entre os teus braços
Enfeitiçada pelo teu poder

O meu coração explode
Entrevendo em pensamento
A fúria do amor
Surgida naquele momento

Foi com um beijo
Essa tua fonte de doçura
Que enfeitiçaste o meu ser
E me banhaste com a tua candura

Prisioneira me fizeste
Dentro do meu coração
Agarrada ao teu beijo
Agrilhoada com paixão

Maria Escritos - blog Escritos e Poesia

À espera de investidor (como eu com a minha colecção)


crica para visitares a página John & John de d!o

28 novembro 2009

Lógica musculada

Quando o confrontaram com o facto de disputar uma amada com um verdadeiro adónis com anos de ginásio e nem um minuto de biblioteca encolheu os ombros e respondeu com serenidade:
- Não me parece que ele seja um concorrente. É que a mim bastariam poucos anos de preparação física para ficar como ele nessa dimensão e não esqueceria o que entretanto aprendi, mas o gajo teria que investir muitos mais no cérebro para se equiparar a mim. E no final desses anos sem trabalhar o corpo ficaria como eu estou agora...

Sabes bem

Sabes bem a quem me sabe
(e eu odeio o teu cabelo)
nesse saberes-me que é sabor da minha vontade
(e eu odeio o teu mundo)
sabes bem que te sei a sabor da saudade
(e eu odeio o teu apelo)
que é o sabor que antecipo como sabor da verdade
(e eu odeio o teu ciúme)
no saber da nossa verdade sabes-me com sabor a cobarde
(e eu odeio o teu nome)
sabes bem e eu sei que bem sabes
(e eu odeio a forma como me deitas em chão solene)
mas sabes tão bem que eu ando ao sabor da tua palavra
(odeio a forma como me consegues desarmar)
o sabor da tua palavra, minha, sozinha se soletra
(e eu odeio tentar e tentar e não te conseguir odiar)
sabes bem
(odeio-te)
que sabes a amor
(odeio-te)
e sabes ao amor
(odeio-te)
que é sabor de mais ninguém.


A Sauna

Ficção, Conteúdo Adulto - De Marco Abujamra - 2003 - 15 min

Com Samir Abujamra, Bruce Gomlevsky, Expedito Barreira, Fernanda Bond, Thaís Tedesco, Pedro Gomlevsky, Yasmim Gomlevsky

"Conheça o filme mais exibido no Porta Curtas em 2007: Sexo, desejo e traição mudam completamente a vida de um jovem pai de família.
Um pai de família não resiste a tentação e trai sua mulher. O problema é que ele não esperava que aquela noite de dor e prazer pudesse mudar todo o rumo de sua vida."



Link directo para o filme aqui.