As mulheres também usam bigode!
20 janeiro 2010
19 janeiro 2010
Livro de Eros (Fragmentos)
por Casimiro de Brito
Quando te disse que, de ti amava tudo e tudo queria, pensei numa certa arrogância, numa certa perversidade, na beleza do sujo, que por isso não é sujo, como poderias tu pensar que jamais me sentiria ferido, que tudo seria “belo e bom”! e no entanto começaste a ferir-me com os teus lábios-rosa, mais e mais, e essa verdade tão desejada transformou-se num vício, num dos caminhos preferidos de “eros”, meu senhor e infiel servidor.
Há sumos exóticos num tornozelo ou numa axila que não pressentias nesse tempo em que tudo se concentrava na fenda nem sempre amável.
Fotos de Jacek Pomykalski
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Como conciliar estas duas plantas que se cruzam no meu corpo? Um sexo libertino e um coração de mulher. Talvez se assemelhem mais do que parecem.430
Que te apareceu a período? Coisa linda, a púrpura! Para mim, quando a mulher que está comigo é naturalmente louca, é como se estivesse num atelier de pintura. Pois não coisa mais linda do que penetrá-la quando o escarlate a visita! O menino encharcado de vermelho e depois a pincelar uns seios gloriosos e depois a abraçarem-se e a ficarem marcados pelo mesmo sangue! Coisa de deuses!Quando te disse que, de ti amava tudo e tudo queria, pensei numa certa arrogância, numa certa perversidade, na beleza do sujo, que por isso não é sujo, como poderias tu pensar que jamais me sentiria ferido, que tudo seria “belo e bom”! e no entanto começaste a ferir-me com os teus lábios-rosa, mais e mais, e essa verdade tão desejada transformou-se num vício, num dos caminhos preferidos de “eros”, meu senhor e infiel servidor.
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Fotos de Jacek Pomykalski
A fatia do... bolo
Quero correr pelo jardim
e encher-me de ar fresco;
descalça dançar por aí
e encantar-me com coisas banais.
Quero deixar o vento
despentear-me;
rolar na areia
daquela praia.
Quero partir como um corcel,
atravessar todos os desertos
esperando a tua chegada.
Quero perder-me pelos caminhos,
encontrar-te sem saber
e da virgindade oferecer-te
a melhor fatia.
Foto e poesia de Paula Raposo
Educação de adultos
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oglaf.com
Depilação
Muitas mulheres reclamam da dor que a depilação com cera proporciona. Seja ela feita nas pernas, braços ou nas partes íntimas. Eu considero toda essa choradeira uma vergonha.
Vocês vão em salões especializados, recebem todo tratamento adequado, com creminhos e loções e ainda reclamam?
E se vocês fossem punks? Sabem como punks se depilam? Assim:
Deve ser divertido.
E agora parem de chorar. E vão me fazer um sanduíche.
Capinaremos.com
Vocês vão em salões especializados, recebem todo tratamento adequado, com creminhos e loções e ainda reclamam?
E se vocês fossem punks? Sabem como punks se depilam? Assim:
Deve ser divertido.
E agora parem de chorar. E vão me fazer um sanduíche.
Capinaremos.com
18 janeiro 2010
Inanimada
Só existe o cigarro que está a ser fumado. Os outros estão no maço, à espera de existência. Sabem, como eu - até as rochas sabem - que só se existe quando se vai dos teus dedos para dentro de ti.
Excerto da entrevista ao Vitorino na revista «Visão» de 7/1/2010
Vitorino, cantor alentejano do Redondo, tem uma criação de burros.
Têm todos nomes de pessoas conhecidas...
"Sim, o Rui Veloso, o Jorge Palma, a Cinha Jardim, que já é velhinha e, como não consegue fugir dos machos, está sempre prenha. (...) "
Soberano e meu senhor
Deixaste-me ver a tua alma
Para me mostrastes o verdadeiro amor.
Deste-me uma nova razão para existir
Quando através dos teus olhos
Me mostraste que um amor como o nosso
É bem mais forte do que qualquer lei.
Um olhar teu é suficiente para iluminar o meu dia,
Tal a intensidade do nosso amor.
Na tua alma descobri uma nova forma de ver
O baloiçar das folhas das árvores
Que seguem ao ritmo da música
Que trago no coração;
O sol brilha mais forte com mais intensidade;
A terra acabada de regar
Tem um cheiro doce,
Mais doce do que me recordo
E as nuvens brancas em contraste com o azul do céu
Assemelham-se a montinhos de algodão doce
Que apetece morder.
Solta-se o riso desenfreado da minha boca
Seguindo o ritmo da melodia que ecoa em mim
Rendo-me deslumbrada à névoa que me entretém
Desprende-se no ar um perfume sublime
Onde este amor é soberano e meu senhor!
O Mundo é tão bonito e eu nunca tinha reparado…
Maria Escritos – 2010
© Todos os direitos reservados
http://escritosepoesia.blogspot.com/
17 janeiro 2010
A nossa Joana Well no «Correio da Manhã»
Hoje, o «Correio da Manhã» publicou um artigo sobre «Cama e companhia de luxo - A vida das acompanhantes que cobram mais de duzentos euros», complementado por uma entrevista a Bernardo Coelho, sociólogo que conta como vivem estas mulheres no livro «Corpo Adentro». E falaram com a nossa Miss Joana Well:
"SEXO E POESIA
Joana Well esconde o rosto nos longos cabelos loiros, por timidez, por delicadeza. A sua voz ao telefone soa como se cantasse palavras. Mas foi na Internet que descobriu uma (boa) razão para continuar a ser acompanhante. A poesia:
'É franco o meu corpo./ Tem franqueza nos braços que se tentam abrir,/ nas pernas que tremem para acompanhar os braços/ nos olhos que tentam não olhar mas olham./ Deixei-o ter-me...' – escreveu ela no blogue ‘Miss Joana Well’.
Só há uma forma de a conhecerem. Os clientes têm de chegar a ela através do seu blogue. Mas têm de gostar da sua escrita. Do erotismo das suas palavras. Até porque fotografias do seu corpo há poucas e estão escondidas. É o que menos lhe importa. Toda a excitação é pura poesia.
'Os homens criam em mim uma certa empatia pelo estilo de escrita com que me respondem. Mas também me cativam muito pelo sentido de humor. Um rapaz disse-me qualquer coisa do género: ‘és tão bonita pelas fotografias. Adorava conhecer-te. Espera. Tenho que ser intelectual, senão não me dás atenção. Tens uns belos poemas, umas belas metáforas.'
Se alguém estiver apenas interessado em sexo ‘mecânico’, pode esquecê-la.
'Não há um único homem que me tenha conhecido, nesta situação, que não possa dizer que esteve com uma mulher apaixonada. E esta paixão não é falsa, é induzida. Passageira.' Sabe que se não fosse por dinheiro – 150 euros por uma hora e meia, ou 200 com deslocação – não estariam juntos. Primeiro à conversa, depois, na cama. 'Mas nós podemos olhar para as coisas de outra forma, de forma às coisas serem mais bonitas.'
Quando Joana está nos braços de um cliente, concentra-se nas características dele que sejam mais apelativas. No toque, no cheiro. 'Acaba por haver uma química. Claro que não é paixão. Mas o que é?'
Joana é uma romântica, repete vezes sem conta. Gosta do quarto mais pequeno da casa. Resume-se a uma cama grande e uma tapeçaria na parede. Nunca leva um cliente directamente da porta da rua para o quarto. Primeiro conversam. Descobrem-se. 'Ninguém faz as coisas friamente, senão o sexo pode ser mau.'
O corpo dela esconde-se debaixo de roupas largas. Pouco sensuais. Confessa que não tem mais cuidados do que qualquer outra mulher que se sinta feminina. Mas é quente de afectos. 'Se o cliente pretender uma acompanhante com as medidas ‘x, y, z’ não me procura a mim. Vai escolher num portal na Net, por medida.'
Há vários sites nacionais e internacionais, com mulheres portuguesas e estrangeiras que aparecem quase sempre nuas e (muitas vezes) em posições explícitas. Os preços que cobram rondam os 150 euros por hora em apartamentos privados (250 se fizerem deslocações), uma noite mil euros, um dia dois mil e dois dias três mil. O atendimento pode ser feito a casais ou com várias acompanhantes juntas. Há locais ainda, como hotéis, onde estas mulheres estão estampadas em catálogos.
Os clientes são normalmente homens com boas condições financeiras. Muitos são empresários ou estão ligados a alguma área de negócios, descrevem. Segundo uma delas, o mesmo cliente que as procura um dia, na semana seguinte pode até recorrer a uma prostituta de rua. São casados? Nem todos. Insatisfeitos sexualmente? Se calhar também não. Mas todos têm de ter muito dinheiro para lhes pagar.
Joana Well, 30 anos, tem um apartamento no centro de Lisboa. Não mora lá. A família não sabe, não sonha. Nem pode. Se amasse alguém, essa pessoas teria de saber. O que cria tensões. Ela atende um único homem por dia. Já lhe chega para o sustento da vida – mas também não lhe dá para luxos. Prefere não explicar as razões para não trabalhar na área do seu curso superior. Escapam-lhe as explicações para tudo o que a faz manter-se oculta. Há quanto tempo o faz?
'Já não sou principiante. Chega?!'
Se a vida tem destas coisas, há uma que diariamente ainda constrange os clientes. 'Nota-se o embaraço na hora de eles pagarem.' As notas andam de mão em mão, a dançar até que aquela mulher as agarre. Pagar por alguma coisa obriga a reflectir sobre essa coisa. 'Às vezes, oferecem-me livros com o dinheiro lá dentro.'
PERFIL
Joana Well, 30 anos, está a viver momentos de alguma popularidade na blogosfera, pela sua escrita (ver em missjoanaswell.blogspot.com). Em poucos meses, escreveu cerca de 300 poemas e 90 contos. Este blogue é também o único contacto dela como acompanhante de luxo."
"SEXO E POESIA
Joana Well esconde o rosto nos longos cabelos loiros, por timidez, por delicadeza. A sua voz ao telefone soa como se cantasse palavras. Mas foi na Internet que descobriu uma (boa) razão para continuar a ser acompanhante. A poesia:
'É franco o meu corpo./ Tem franqueza nos braços que se tentam abrir,/ nas pernas que tremem para acompanhar os braços/ nos olhos que tentam não olhar mas olham./ Deixei-o ter-me...' – escreveu ela no blogue ‘Miss Joana Well’.
Só há uma forma de a conhecerem. Os clientes têm de chegar a ela através do seu blogue. Mas têm de gostar da sua escrita. Do erotismo das suas palavras. Até porque fotografias do seu corpo há poucas e estão escondidas. É o que menos lhe importa. Toda a excitação é pura poesia.
'Os homens criam em mim uma certa empatia pelo estilo de escrita com que me respondem. Mas também me cativam muito pelo sentido de humor. Um rapaz disse-me qualquer coisa do género: ‘és tão bonita pelas fotografias. Adorava conhecer-te. Espera. Tenho que ser intelectual, senão não me dás atenção. Tens uns belos poemas, umas belas metáforas.'
Se alguém estiver apenas interessado em sexo ‘mecânico’, pode esquecê-la.
'Não há um único homem que me tenha conhecido, nesta situação, que não possa dizer que esteve com uma mulher apaixonada. E esta paixão não é falsa, é induzida. Passageira.' Sabe que se não fosse por dinheiro – 150 euros por uma hora e meia, ou 200 com deslocação – não estariam juntos. Primeiro à conversa, depois, na cama. 'Mas nós podemos olhar para as coisas de outra forma, de forma às coisas serem mais bonitas.'
Quando Joana está nos braços de um cliente, concentra-se nas características dele que sejam mais apelativas. No toque, no cheiro. 'Acaba por haver uma química. Claro que não é paixão. Mas o que é?'
Joana é uma romântica, repete vezes sem conta. Gosta do quarto mais pequeno da casa. Resume-se a uma cama grande e uma tapeçaria na parede. Nunca leva um cliente directamente da porta da rua para o quarto. Primeiro conversam. Descobrem-se. 'Ninguém faz as coisas friamente, senão o sexo pode ser mau.'
O corpo dela esconde-se debaixo de roupas largas. Pouco sensuais. Confessa que não tem mais cuidados do que qualquer outra mulher que se sinta feminina. Mas é quente de afectos. 'Se o cliente pretender uma acompanhante com as medidas ‘x, y, z’ não me procura a mim. Vai escolher num portal na Net, por medida.'
Há vários sites nacionais e internacionais, com mulheres portuguesas e estrangeiras que aparecem quase sempre nuas e (muitas vezes) em posições explícitas. Os preços que cobram rondam os 150 euros por hora em apartamentos privados (250 se fizerem deslocações), uma noite mil euros, um dia dois mil e dois dias três mil. O atendimento pode ser feito a casais ou com várias acompanhantes juntas. Há locais ainda, como hotéis, onde estas mulheres estão estampadas em catálogos.
Os clientes são normalmente homens com boas condições financeiras. Muitos são empresários ou estão ligados a alguma área de negócios, descrevem. Segundo uma delas, o mesmo cliente que as procura um dia, na semana seguinte pode até recorrer a uma prostituta de rua. São casados? Nem todos. Insatisfeitos sexualmente? Se calhar também não. Mas todos têm de ter muito dinheiro para lhes pagar.
Joana Well, 30 anos, tem um apartamento no centro de Lisboa. Não mora lá. A família não sabe, não sonha. Nem pode. Se amasse alguém, essa pessoas teria de saber. O que cria tensões. Ela atende um único homem por dia. Já lhe chega para o sustento da vida – mas também não lhe dá para luxos. Prefere não explicar as razões para não trabalhar na área do seu curso superior. Escapam-lhe as explicações para tudo o que a faz manter-se oculta. Há quanto tempo o faz?
'Já não sou principiante. Chega?!'
Se a vida tem destas coisas, há uma que diariamente ainda constrange os clientes. 'Nota-se o embaraço na hora de eles pagarem.' As notas andam de mão em mão, a dançar até que aquela mulher as agarre. Pagar por alguma coisa obriga a reflectir sobre essa coisa. 'Às vezes, oferecem-me livros com o dinheiro lá dentro.'
PERFIL
Joana Well, 30 anos, está a viver momentos de alguma popularidade na blogosfera, pela sua escrita (ver em missjoanaswell.blogspot.com). Em poucos meses, escreveu cerca de 300 poemas e 90 contos. Este blogue é também o único contacto dela como acompanhante de luxo."
Fora do b(c)aralho
Hoje quero gritar.
Gritar! Gritar! Gritar!
Hoje quero mentir.
Mentir! Mentir! Mentir!
Gritar: odeio-te
e mentir, também.
Quero gritar – hoje -
que recordar-te é uma má opção:
as cartas fora do baralho
são batota.
Foste um jogo odioso,
uma má jogada, uma cartada sem trunfo.
Não perdi. Não ganhei.
Mas tu recebeste o prémio!
Foto e poesia de Paula Raposo
«Três poemas de amor - seguidos de Livro Quarto» de Albano Martins
Um livro delicioso de um «quase vizinho» meu (Albano Martins é do Telhado, nos arredores do Fundão), ilustrado com desenhos de José Rodrigues.
Deixo-vos aqui um pequeno menu de degustação:
contempla, fulminado,
a própria criação."
"Apenas um dos dedos
conhece a luva. Só uma pétala
convém à rosa."
"Para morrer não era
necessária a morte. Bastava
o teu corpo."
"Em que lugar
geométrico
do teu corpo
o vértice
se faz pirâmide?"
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