07 fevereiro 2010
Novo ciclo
Em tempos idos
disseste que eu não existia;
era uma miragem,
porque os meus olhos
reflectiam o meu pensamento.
Nesses tempos idos
disseste tanta coisa que já esqueci;
entretanto, perdi-me, por aí,
porque os olhos deixaram
de entender.
Os tempos são idos
e com eles a penumbra
fechou-se:
- um novo ciclo se inicia.
Foto e poesia de Paula Raposo
Diálogo sobre bigodes (e Rosas) no Facebook
São Rosas: "A um homem fica bem usar bigode de vez em quando"
Rui P.: "Sim... São Rosas, tens razão: «de vez em quando um bigode fica bem a um homem»; Eu diria mais: até numa rosa um bigode fica a matar!"
Rui P.: "Sim... São Rosas, tens razão: «de vez em quando um bigode fica bem a um homem»; Eu diria mais: até numa rosa um bigode fica a matar!"
06 fevereiro 2010
Livro de Eros (fragmentos)
por Casimiro de Brito
O teu sexo quando o orgasmo sobrevém:
Saibas tu manter-me na ignorância dos teus enigmas.
Fotografias de Luís Mendonça
967
Cuida-te, amor. Ama. Debruça-te e colhe a flor. “Carpite florem”, que se não for colhida por si mesma cairá. Sem beleza, cairá. Onda dura. Mais dura do que a rocha, se a não escava. São essas águas, tépidas e flexíveis, as do teu corpo, de que preciso para sobreviver; é o mel da tua língua e a carícia interior do teu sexo de que preciso para limar e arejar e amolecer a pedra triste do meu corpo. “Tu mihi sola places!” 993
O teu sexo quando o orgasmo sobrevém:
uma caixinha de música molhada.
1011
Amo-te porque não te conheço.Saibas tu manter-me na ignorância dos teus enigmas.
Fotografias de Luís Mendonça
Susana: um simples conto
Não, meu amor, a questão fatal não é se vamos conseguir - a vida é um novelo nosso de sucessos e insucessos; a questão que tudo pode esmagar, bastante mais escondida - os alicerces estão sempre escondidos - é se vamos tentar. E eu aqui, a olhar-te sem te conseguir tocar, presa nesta minha incapacidade de te responder... E eu aqui, atenta a ti sem te conseguir dizer; presa na falta de fé que transpiraste, de passos presos de tanto medir os teus. E chega a apatia, este saber ter-te apenas em momentos e nunca te chamar; e chega o hedonismo, este leve habitar-te num momento de sonho, sem nunca sonhar com os momentos colados, sem saber como sonhar com um amanhã. Inundas-me as horas, sim, mas as horas são estanques e não transbordam dias, nem semanas, nem meses, nem anos, nem vida. Sei abrir a porta do quarto mas não sei abrir a porta de casa e, meu amor, a janela está muito muito alta.
Dança erótica num filme de 1910
Quando o filme «Afgrunden» foi exibido pela primeira vez em 1910, esta cena com uma dança da actriz Asta Nielsen causou um grande burburinho (palavra tão gira e há que tempos eu não a escrevia).
05 fevereiro 2010
sem amar
reconheço no teu corpo
o homem que um dia amei
reconheço na tua pele
prazeres que um dia senti
revejo nos teus olhos
loucuras que um dia vivi
ainda gosto do teu corpo
da tua pele macia
do prazer que contigo sinto
das loucuras que nos guiam
e mais uma vez
me perco em ti
sem hesitar
sem amar
Corpos e Almas
o homem que um dia amei
reconheço na tua pele
prazeres que um dia senti
revejo nos teus olhos
loucuras que um dia vivi
ainda gosto do teu corpo
da tua pele macia
do prazer que contigo sinto
das loucuras que nos guiam
e mais uma vez
me perco em ti
sem hesitar
sem amar
Corpos e Almas
Noite @MissJoanaWell
Durmo. Nunca acordo.
Porque, agora, a noite vinga-se e invade-me - como um dia tu me invadiste a noite.
Durmo. Nunca acordo.
Porque, agora, a noite é cruel e toca-me, constantemente - com a mesma profundidade com que, um dia, tu me tocaste a noite.
Durmo. Nunca acordo.
Porque, agora, a noite é ciumenta e penetra-me, densamente - com a mesma paixão com que, um dia, tu me penetraste a noite.
Durmo. Nunca acordo.
Porque, agora, a noite é vazia e enche-me, completamente - com a mesma sofreguidão com que, um dia, tu me encheste a noite.
Durmo. Nunca acordo.
Porque, agora, a noite é amante e toma-me, desenfreadamente - com a mesma fome com que, um dia, tu me tomaste a noite.
Durmo. Nunca acordo.
Porque, agora, a noite é cortante e ama-me, imperativamente - com a mesma firmeza com que, um dia, tu me amaste a noite.
Durmo. Nunca acordo.
Porque, agora, a noite é liquida e afoga-me, silenciosamente - com a mesma mudez com que, um dia, tu me afogaste a noite..
Durmo. Nunca acordo.
Porque, agora, a noite é viva e acorda-me, definitivamente - com a mesma força com que, um dia, tu me acordaste a noite.
Porque, agora, a noite vinga-se e invade-me - como um dia tu me invadiste a noite.
Durmo. Nunca acordo.
Porque, agora, a noite é cruel e toca-me, constantemente - com a mesma profundidade com que, um dia, tu me tocaste a noite.
Durmo. Nunca acordo.
Porque, agora, a noite é ciumenta e penetra-me, densamente - com a mesma paixão com que, um dia, tu me penetraste a noite.
Durmo. Nunca acordo.
Porque, agora, a noite é vazia e enche-me, completamente - com a mesma sofreguidão com que, um dia, tu me encheste a noite.
Durmo. Nunca acordo.
Porque, agora, a noite é amante e toma-me, desenfreadamente - com a mesma fome com que, um dia, tu me tomaste a noite.
Durmo. Nunca acordo.
Porque, agora, a noite é cortante e ama-me, imperativamente - com a mesma firmeza com que, um dia, tu me amaste a noite.
Durmo. Nunca acordo.
Porque, agora, a noite é liquida e afoga-me, silenciosamente - com a mesma mudez com que, um dia, tu me afogaste a noite..
Durmo. Nunca acordo.
Porque, agora, a noite é viva e acorda-me, definitivamente - com a mesma força com que, um dia, tu me acordaste a noite.
Monumento à entrada da fábrica da CIMPOR em Souselas (Coimbra)
Digam lá que não é um enquadramento erótico...
04 fevereiro 2010
Sal @MissJoanaWell
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