Tenho tanto, que diria ter tudo
Tenho amigos, tenho amores
Tenho a bênção da vida
E até o sangue que escorre da ferida.
Tenho o abraço da gente que me envolve
Com um beijo e um sorriso
Dão-me um ombro, dão-me a mão
Palavras quentes, sem sermão.
Mas tudo que eu quero
E tudo que eu preciso
È a louca da sorte
Que está á minha frente
E se cola na minha pele, bem rente.
Sinto o fundo do mar vazio
Precisando da chuva
E das correntes do rio
Regando esta semente
Levando-a Mar adentro
Correndo lenta num fio.
Vivo num mundo
Que simplesmente flutua
Onde as rochas são pedra
E a areia é poeira
As flores, são meros espinhos
Que adornam a rua onde caminho.
Sem aromas coloridos
Sem os teus beijos sentidos
Sem tuas carícias em meu corpo
Sem tua respiração em meu rosto
Sem teu rosto nas minhas mãos
Trilho as pedras da minha vereda
Consumida por esta labareda
Que me faz sentir totalmente só!
Maria Escritos - 2010
© Todos os direitos reservados
http://escritosepoesia.blogspot.com