22 fevereiro 2010

Fechamole

Já não é o primeiro desenho de Ittosan na minha colecção. Admiro a sua criatividade e a «história que cada desenho conta». E dá-me ainda mais prazer quando, além de conhecer um artista, ter um amigo.


«A fechadura»

Aguarela de Ittosan

Engolir ou cuspir?


Alexandre Affonso - nadaver.com

21 fevereiro 2010

Pequeno paraíso artificial privado

O meu amigo Bernard Perroud, escultor e fã da minha colecção da arte erótica, apresentou-me esta imagem deliciosa.
Bernard: "Petit paradis artificiel privé."
São Rosas: "Paradis artificiel?! Elle me semble bien naturelle..."
Bernard: "Et bien cachée de la vue des voisins."


Fabius von Gugel (1910-2000) e modelo

Roma - Itália - 1950
Foto de Jack Birns

Fonte: Life

Heresias: o conto dos perdidos

Naquele sítio até um sussurro ecoa - mas aquele sussurrar era tão ácido que, em vez de ecoar, quase demolia as paredes no caminho, tinha a violência de um ricochete ácido nos ouvidos. Desta vez é que era, estava perdida, estavam perdidos. Apanhados, nus, obscenos; ele - ainda - de rosto mergulhado em pernas que lhe cravavam o dorso a acompanhar os gemidos possessos do desejo de quem tinha que manter a virgindade intacta. O orgasmo estridente, abafado pelos dentes cravados na almofada; o dorso que se arqueou, lançou as mãos ao cabelo dele e esfregou-lhe as ondas vibrantes que jorravam do sexo no rosto. A porta abriu-se, o grito da mãe era um grito de bruxa, um rugido de abutre da carne de Deus, fanática na ruindade que clamava ser em nome do Senhor. Correu pela casa, gritando ao seu Deus que punisse os pecadores. O amante aproveitou e lançou-se pela janela, em fuga; a rapariga - ainda semi-nua, os seios expostos rosados, dilatados do prazer - ordenava-lhe que corresse. Depois, a ira nos olhos da mãe, desordenados escorriam para fora das órbitas, roxos e pendurados em agulhas acusatórias. As veias saltavam-lhe dos braços palpitantes como centenas de verrugas a cobrir a pele até aos dedos que a agarraram. Arrastada para ali, para o ninho dos pássaros cadavéricos chamado templo do Senhor. Agora, tentava apenas distinguir a conversa, imaginava as consequências - piores para ele que para ela; a mãe tinha visto tudo. Agora, silêncio absoluto. A mãe caminhava na sua direcção, os pés sobre chamas não fazem barulho, os demónios são assim. Cuspiu no chão à passagem e apontou-lhe o caminho do sacerdote: ele espera-te, que Deus tenha misericórdia.
Entrou na câmara. Olhou-o, trémula. E agora? Ele soltou duas risadas, irónicas. Agora, sua rapariguinha devassa e perdida? Agora, a sua mãezinha exige que eu a castigue severamente, deve redimir-se do seu pecado. Portanto, onde é que nós íamos? E apontou-lhe o caminho. O sexo ainda erecto, nu por baixo da batina, tinha abandonado a roupa interior na fuga de casa dela. Vá, ajoelhe!

Há remédio para tudo


crica para visitares a página John & John de d!o

«Kissing (bliss)» - Garm's Kiss

O meu amigo Garm's Kiss já há muito que não fazia nenhum dos seus videos de que gosto tanto e que provocam polémica a quem acha que são pornográficos. Aqui está o mais recente:



Link do video na página original
Link para download (botão direito do rato e "guardar destino como...")

20 fevereiro 2010

Joana: conto dos gestos

Um só gesto. A mão na curva do ombro, os dedos mergulhados, mornos. A mão cresceu e eu na palma. Não! Espera! Ainda não te entreguei a minha vontade e os dedos estão abertos!
Um só gesto. O rosto encostado, os lábios mendigos, pedintes. A boca abriu e eu na língua. Não! Espera! Ainda não te entreguei a minha sede e a garganta está cerrada!
Mais que um gesto. Puxa as cortinas, afasta os cabelos. Não feches as janelas, olha as minhas avenidas. Não! Espera! Mas o fantasma vermelho, de garras nas ancas, alimenta-se no baixo ventre.
Mais que um gesto. Um capítulo. Mais que um capítulo. A nossa história. Capitulei. As mãos nos joelhos, abres os braços, pássaro. Voo picado, descendente, queda. Engaiolaste o meu coração, amor. As penas nos mamilos. Gotas de chuva da noite no casaco. Pousa o orvalho na concha. O sexo, doce, a céu aberto.
Mais que uma história. Vida. Lanço eu, lanças tu. Morremos à vez. Sobrevivemos para morrer novamente. E mais uma vez. E outra. E uma vez mais. A gaiola escancarada, nua. Só a poça na cama é eterna, bebemos-lhe parte, a parte que não mancha....

Lingerie de tamanho errado não é nada erótica

Hoje apetece-me fazer serviço púbico!
Adoro comprar lingerie. E fico triste por ver tantas mulheres que não sabem as suas medidas e depois não se sentem bem usando o que compram.
Já nem consigo contar o número de vezes que tive eu de explicar a funcionárias das lojas os conceitos e o que é correcto fazer! Para o soutien, tens que saber o tamanho e a copa:
1. Tamanho: passa uma fita métrica por baixo dos braços e mede o contorno do tórax, logo abaixo do peito. Tem em atenção que existe uma tolerância de 2 cm. Por exemplo, se medes 73, 74, 75, 76 ou 77 cm, o teu tamanho é o 75 (34).
2. Copa: a copa define a configuração e o volume do peito. Mede o contorno do peito passando a fita métrica por baixo dos braços à altura do bico do peito. Por exemplo, se o teu tamanho é o 75 (34) e medes 90 cm à altura do bico do peito, a tua copa é B.
Consulta a tabela abaixo para descobrires o teu tamanho e a tua copa, bem como o tamanho de slips, cintas, bodies, cintos de ligas,...



Na página da Triumph tens uma tabela em que podes colocar as medidas e obtens de imediato o tamanho e copa de soutiens e bodies, bem como o tamanho para slips e cintas:


Ao entrares na página, crica em "Guia de lingerie" e, de seguida, em "À sua medida"

Fonte: Triumph
No Consultório de Moda da Olga Pinto também encontras sugestões interessantes.

Brigitte Bardot - "Moi Je Joue"

Alegria no trab... caralho

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19 fevereiro 2010

Prostituição: carta aberta

A propósito do texto que a Miss Joana Well escreveu no dia 18 de Fevereiro e que nos faz pensar, eu tenho algo a dizer que não disse nos comentários, mas que passo a contar – embora talvez não seja muito importante – agora:

Não será também prostituição viver com alguém que nos proporciona todos os bens materiais em troca de algumas (poucas) noites de sexo?
São as nossas escolhas.

E porque ao fim de dezoito anos me cansei desse estado, que envolve bastante agressão psicológica, mandei a pessoa em questão dar uma volta.

Passei a ter muito mais sexo a troco de nada – porque devo ser parva -, aliás até porque o P é inicial do meu nome, também.
Os anos que se seguiram não têm sido fáceis e muitas dúvidas me têm assaltado. Uma delas que se tornou bem forte foi a de que, se tudo tivesse acontecido anos antes, eu teria tido sexo a troco de dinheiro, com quem bem me apetecesse e quisesse pagar.
Mas a idade já não era para essas andanças.

Quero com isto dizer, que a prostituição não pode ser um rótulo e que admiro profundamente quem dá a cara.

Subitamente


Encontro no dia, local e hora aprazados:
eu, com um casaco vermelho,
tu, de botas à cowboy e blusão de ganga.
Um metro e oitenta (tu), de fazer perder
a respiração (não a perdi).

O hotel em frente e foi só o tempo
do check-in.

A partir daí só me lembro de ter fugido
pelas 5h da manhã,
quando tu deixaste de respirar
-subitamente-
e eu não sabia que fazer.

Não sei mesmo o que te aconteceu;
não veio nos jornais.

Foto e poesia de Paula Raposo

Tu


Teu odor embriagante
Razão do meu desejo perturbante
Percorre-me em arrepios
Suores frios
Um aroma fulgurante

O gosto da tua pele
Arranca as feromonas da paixão
Este sentido enfurecido
Prazer reprimido
De liberdade e vastidão

Teu beijo no meu corpo fremente
Doces lábios que roçam lentamente
O arder da minha pele
Teu corpo que brada por mim
A respiração em frenesim

Possui-me lentamente
Saciando meu desejo ardente
Tropeça na minha pele
Emboca dentro de mim
Traça um agora sem fim

Maria Escritos – 2010
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