07 abril 2010
Nudismo vs Naturismo
Quando se fala em Naturismo, é habitual fazer-se imediatamente a associação com o Nudismo, como se os dois termos fossem sinónimos.
Não são.
Nudista é aquela pessoa que gosta de se despojar da roupa sempre que possível, de preferência quando em contacto directo com a Natureza.
O Naturista, por outro lado, vai mais longe e professa uma filosofia de vida que inclui atitudes naturais quanto ao seu relacionamento com o meio ambiente, hábitos de alimentação saudável, utilização de medicinas naturais, repúdio do consumo de produtos alterados quimicamente, recusa da ingestão de drogas, incluindo as que são legais, como o álcool e o tabaco, preocupações de protecção e respeito pelo meio ambiente, exercício físico e desporto, integração na natureza, respeito pela biodiversidade, enfim, tudo quanto conduz à meta ideal de possuir uma mente sã num corpo são.
O Naturismo é isso.
É, essencialmente, uma Filosofia de Vida.
É verdade que a maior parte dos Naturistas são Nudistas, mas isso deriva da sua atitude em relação à Natureza e à naturalidade intrínseca da nudez do corpo com que nasceram.
No entanto, nem todos o são.
Do mesmo modo que existem Naturistas que não se sentem à vontade com a nudez, por razões culturais, dogmas religiosos, conceitos de estética, etc. que são perfeitamente legítimos e merecem respeito, também há nudistas que não nutrem qualquer respeito pelo Natureza, de que são tão vasto exemplo aqueles que todos os anos frequentam praias públicas e por lá deixam os seus restos de “civilização”, incluindo plásticos que demoram séculos a decompor-se e contribuem para a lenta degradação do nosso ecossistema.
Os Naturistas são activos opositores destes tipos de comportamento e, quando paralelamente defendem o seu direito à nudez, fazem-no com a mesma naturalidade com que louvam a pureza de uma água de nascente.
Os Naturistas repudiam atitudes de exibicionismo ligadas à nudez pública, particularmente quando são projectadas em sociedade com conotações sexuais de provocação, que constituem um comportamento tão condenável como o seria se os seus autores estivessem vestidos, e que não se verifica entre tantos povos que por esse mundo fora vivem nus, sem que daí derivem atitudes descontextualizadas.
Há, portanto, que saber diferenciar a mentalidade pervertida daqueles que se dizem naturistas sem o serem, com o exercício dos direitos à mais intrínseca essência com que o ser humano nasceu e constitui o templo da sua vida.
Portanto, na eminência de um debate parlamentar sobre Naturismo, é oportuno recordar ao legislador que lhe cabe, também, da mesma forma que reprime a criminalidade e os comportamentos desviantes, garantir o direito a uma vida saudável, baseada em princípios naturais, àqueles que professam esses hábitos, essa vontade e essa consciência: os Naturistas.
________________________
O Imperator informa:
"Ao que parece hoje vão a votos algumas alterações à lei [a iniciativa está aqui e o Projecto de Lei Nº 23/XI está aqui].
Mas, mais que naturismo ou nudismo, importante será mesmo o que vai na cabecinha de cada um.
Libertar-nos da roupa que vestimos e receber o sol em todo o nosso corpo sabe muito bem. Libertar a nossa cabecinha de determinados preconceitos ainda melhor. A prática do nudismo ou do naturismo é uma excelente maneira de conhecermos o nosso corpo e não termos vergonha dele."
IBIZA FUCKING ISLAND
«Contactos» - Mariel y Andres Martin
06 abril 2010
No luar do meu riso dilui-se um orgasmo em astros...
Escrevo-te, da vastidão dos meus horizontes, dos confins da imaginação, onde habita e se acendem todos os tições numa manhã clara, onde o vento lateja um doce trinado, no meu sangue quente, que pulsa na ânsia, no cérebro, que em ti pensa, sôfregos pensamentos, insaciáveis...
Ardem em mim os ecos dum sonho álgido. Os teus olhos ácidos, emergem luas, fatais.
Que o tesão nunca entre nós esfrie. Faça-se sensual uma treva leve, danças carnais, altos nos traços, chuvas estreitas e atrevidas. A agitação chamo para dentro de mim. Sonho ser tudo o que em ti desejo e o meu mundo ao sonhar-te, é diferente, se transforma. Te transforma. Nos frutos da saliva, tu me apeteces, na nudez farta, um deserto ferve, onde te lanças, sempre atento, sequioso, erecto, palpitante. Corre-me o ardor, o teu sangue pelo meu espaço, como uma garra de ferro, tão suave que nunca me doí rasgar-me toda por ti.
Sabe-me a tua boca à luz sôfrega dos dias.
É o meu entusiástico desejo que te fala, que estala, rebenta-me em desejos que hão-de dar frutos, e eu deliro... numa estrada aberta, nas avenidas da minha escrita.
Amo-te na orla de um desejo, o meu.
Beijos da sempre tua
Rosa Genital
Ardem em mim os ecos dum sonho álgido. Os teus olhos ácidos, emergem luas, fatais.
Que o tesão nunca entre nós esfrie. Faça-se sensual uma treva leve, danças carnais, altos nos traços, chuvas estreitas e atrevidas. A agitação chamo para dentro de mim. Sonho ser tudo o que em ti desejo e o meu mundo ao sonhar-te, é diferente, se transforma. Te transforma. Nos frutos da saliva, tu me apeteces, na nudez farta, um deserto ferve, onde te lanças, sempre atento, sequioso, erecto, palpitante. Corre-me o ardor, o teu sangue pelo meu espaço, como uma garra de ferro, tão suave que nunca me doí rasgar-me toda por ti.
Sabe-me a tua boca à luz sôfrega dos dias.
É o meu entusiástico desejo que te fala, que estala, rebenta-me em desejos que hão-de dar frutos, e eu deliro... numa estrada aberta, nas avenidas da minha escrita.
Amo-te na orla de um desejo, o meu.
Beijos da sempre tua
Rosa Genital
[Blog Vermelho Canalha]
Canção
O mar voltou a chamar-me,
brando, azul;
ondulando
levemente de espuma e paz.
Eu regresso, de mansinho
(ao seu afago),
canto a tua canção
- num beijo inesgotável -
quando o mar me desperta
todas as ausências:
eu te chamo breve em nós.
Foto e poesia de Paula Raposo
Exposição erótica eslava
O Gato Preto enviou-me esta notícia muito interessante:
O Museu «eslavo da casca de bétula», baseado em Novosibirsk, revela a vida sexual na velha Rússia. Uma exposição com um nome estranho - «Erótica eslava: erva no fundo de um rio» - combina obras de vários artistas, especializando-se na reconstrução dos antigos símbolos eróticos e rituais. No folclore Russo, as atividades sexuais envolviam não apenas as pessoas em si, mas os pássaros e os animais, utensílios domésticos, roupas e ferramentas agrícolas. No artigo apresentam vários trabalhos de um autor: Victor Khahalin. Aqui ficam alguns exemplos, que sem dúvida ficariam muito bem na minha colecção:
O Museu «eslavo da casca de bétula», baseado em Novosibirsk, revela a vida sexual na velha Rússia. Uma exposição com um nome estranho - «Erótica eslava: erva no fundo de um rio» - combina obras de vários artistas, especializando-se na reconstrução dos antigos símbolos eróticos e rituais. No folclore Russo, as atividades sexuais envolviam não apenas as pessoas em si, mas os pássaros e os animais, utensílios domésticos, roupas e ferramentas agrícolas. No artigo apresentam vários trabalhos de um autor: Victor Khahalin. Aqui ficam alguns exemplos, que sem dúvida ficariam muito bem na minha colecção:
05 abril 2010
Maria (By: Anzio Lìthica)
Maria
costurava o seu vestido
de silêncio o tecia
para o ajustar à cintura
e oferecer ao marido
como se dá uma mulher pura.
Maria
vestido de noiva branco
de saudade o vestia
em tecido de fim de pranto
que o noivo chegaria
para quebrar o seu desencanto.
Maria
o vestido envelheceu
tecido de rugas nas linhas
fios do tempo que amareleceu
o branco e entristeceu
botões de virgens princesinhas.
costurava o seu vestido
de silêncio o tecia
para o ajustar à cintura
e oferecer ao marido
como se dá uma mulher pura.
Maria
vestido de noiva branco
de saudade o vestia
em tecido de fim de pranto
que o noivo chegaria
para quebrar o seu desencanto.
Maria
o vestido envelheceu
tecido de rugas nas linhas
fios do tempo que amareleceu
o branco e entristeceu
botões de virgens princesinhas.
Crimen Sollicitationis
Já é quase como bater no ceguinho, algo que a instituição visada jamais admitiria no âmbito dos seus princípios e valores sagrados, falar deste assunto foleiro mas depois da tirada do pregador do Papa, outro infeliz, comparando as críticas à postura da Igreja Católica quanto à pedofilia praticada por (demasiados) sacerdotes dos seus, sobra pouca boa vontade para com o esterco que começa a brotar das frinchas bafientas de uma organização que neste particular se tem comportado como uma seita.
Os padres não são todos pedófilos (bastaria haver um para o cerco se apertar, mas enfim...), nem a Igreja Católica Apostólica Romana entendeu abraçar apenas este último termo e dedicar-se ao deboche dos tempos do Calígula. No entanto, se o nojo inevitável pela revelação dos casos de pedofilia associados à Igreja deveria silenciar muitos fiéis que de repente ignoram prioridades e abrem a boca para saírem em defesa de pedófilos cobardes em vez de forçarem uma mudança radical no seio da instituição que acabe de vez com os silêncios cúmplices, a proliferação quase mundial dos factos em causa acaba por manchar a Igreja no seu todo pela forma atabalhoada como lida com a situação.
E não é de fé que estou a falar, pois mesmo sendo agnóstico entendo que Deus e os homens pouco ou nada têm em comum e a Igreja, como se vê, é composta de gente boa e de enviados do demo capazes daquilo que agora se vai sabendo e que a própria Igreja, encurralada, engasga e não só não oferece a outra face como ainda mostra não resistir à tentação de evitar perdê-la.
As críticas chovem de todo o lado e ninguém poderia esperar outra reacção perante a imensa desilusão que a soma de casos mais a prova dos seus abafos misericordiosos provoca nos fiéis capazes de distinguirem o trigo do joio e mesmo entre os agnósticos que defendem a instituição com base no valor inquestionável da sua acção social. Uma organização religiosa tem mesmo, como um tribunal, que estar acima de qualquer suspeita. Tal como na Justiça, outro bastião da virtude, é estatisticamente possível que surjam ovelhas tresmalhadas do rebanho.
Mas o problema maior nem é essa eventualidade, mas sim a forma como os tais bastiões de virtude devem dar o exemplo no modo como lidam com a coisa. E a Igreja lidou mal. E está a lidar cada vez pior, abrindo espaço às reacções fundamentalistas dos seus detractores mais acérrimos como dos seus acólitos mais fanáticos.
A verdade é que qualquer mãe ou pai terão que olhar os clérigos a quem confiam os seus filhos com uma abordagem mais atenta e cautelosa. Ou estarão a fiar-se numa virgem ofendida mas pouco santa, considerando a demora na divulgação pública destes pecados mortais no seu seio e a mal explicada opção pelo abafar dos casos conhecidos e até denunciados desde há dezenas (fiquemos por aí...) de anos. Essa será a maior derrota sofrida pela Igreja Católica na sequência do seu desacerto neste assunto medonho, caso não consigam reparar os danos no futuro imediato: a perda de confiança generalizada na instituição.
E essa nunca nasce dos problemas mas da forma como estes se enfrentam.
Os padres não são todos pedófilos (bastaria haver um para o cerco se apertar, mas enfim...), nem a Igreja Católica Apostólica Romana entendeu abraçar apenas este último termo e dedicar-se ao deboche dos tempos do Calígula. No entanto, se o nojo inevitável pela revelação dos casos de pedofilia associados à Igreja deveria silenciar muitos fiéis que de repente ignoram prioridades e abrem a boca para saírem em defesa de pedófilos cobardes em vez de forçarem uma mudança radical no seio da instituição que acabe de vez com os silêncios cúmplices, a proliferação quase mundial dos factos em causa acaba por manchar a Igreja no seu todo pela forma atabalhoada como lida com a situação.
E não é de fé que estou a falar, pois mesmo sendo agnóstico entendo que Deus e os homens pouco ou nada têm em comum e a Igreja, como se vê, é composta de gente boa e de enviados do demo capazes daquilo que agora se vai sabendo e que a própria Igreja, encurralada, engasga e não só não oferece a outra face como ainda mostra não resistir à tentação de evitar perdê-la.
As críticas chovem de todo o lado e ninguém poderia esperar outra reacção perante a imensa desilusão que a soma de casos mais a prova dos seus abafos misericordiosos provoca nos fiéis capazes de distinguirem o trigo do joio e mesmo entre os agnósticos que defendem a instituição com base no valor inquestionável da sua acção social. Uma organização religiosa tem mesmo, como um tribunal, que estar acima de qualquer suspeita. Tal como na Justiça, outro bastião da virtude, é estatisticamente possível que surjam ovelhas tresmalhadas do rebanho.
Mas o problema maior nem é essa eventualidade, mas sim a forma como os tais bastiões de virtude devem dar o exemplo no modo como lidam com a coisa. E a Igreja lidou mal. E está a lidar cada vez pior, abrindo espaço às reacções fundamentalistas dos seus detractores mais acérrimos como dos seus acólitos mais fanáticos.
A verdade é que qualquer mãe ou pai terão que olhar os clérigos a quem confiam os seus filhos com uma abordagem mais atenta e cautelosa. Ou estarão a fiar-se numa virgem ofendida mas pouco santa, considerando a demora na divulgação pública destes pecados mortais no seu seio e a mal explicada opção pelo abafar dos casos conhecidos e até denunciados desde há dezenas (fiquemos por aí...) de anos. Essa será a maior derrota sofrida pela Igreja Católica na sequência do seu desacerto neste assunto medonho, caso não consigam reparar os danos no futuro imediato: a perda de confiança generalizada na instituição.
E essa nunca nasce dos problemas mas da forma como estes se enfrentam.
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