13 agosto 2010

A cona da mãe do Carlos Queirós

Não, não me refiro à mãe do seleccionador nacional. Só quero justificar o que o filho alegadamente terá dito. O estágio antes do mundial de futebol foi na Covilhã, certo? Pois sabem qual é a expressão de vernáculo mais típica dessa cidade? Exactamente! «Cona da mãe». O Carlos Queirós só demonstrou respeito e gosto pela divulgação da cultura local.
Ah, cona da mãe!

História da Maria que escreve aos amantes os gritos por extenso

A todos os meus amantes parece-me que tenho dito - e algumas vezes até com palavras - não me enches, não me chegas! Mas terei eu culpa de tão grande vazio dentro de mim? E terei eu culpa que escolham os dedos das mãos e que apenas os das mãos estiquem para aqui chegar? É sempre tão curta, a carne. E aqueles que eu puxei para dentro de mim? Sentiram-se pairar no meu vazio, desamparados. Terei eu culpa que não saibam que não existem só os vazios que estão vazios? Será minha culpa que não saibam que eu estou dentro de mim? É que eu só tenho esta escolha; não tenho escolha senão viver dentro de mim. Ouve-me, este é o meu grito!


Revista humorística «Can Can»

Um exemplar do nº 45, de Setembro de 1961 e outro exemplar, o nº 111, de Abril de 1968.
Desenhos e fotos de humor generalista mas com um toque erótico-malandreco. Isto, claro, com muita decência, que os tempos eram de respeito, respeitinho...
Dos 3 exemplos de conteúdos, os primeiros dois são do nº 45 e o terceiro é do nº 111.




Animação de feira em Malta... bem animada

O Nuno de Sousa Gião sugeriu que partilhássemos este video no blog:



A slingshot ride at a fair in the Republic of Malta is delivering a lot more than your average amusement park attraction. This one delivers (allegedly) orgasms. Peter and his girlfriend hop aboard the slingshot, and while Peter is enjoying himself, his girl is having A LOT more fun. At the end, she says "Peter the orgasms I have with you are good but this was really crazy".

12 agosto 2010

O crime da vida boa (ou da boa vida)

Não compreendo as pessoas que passam a vida a queixar-se e não mexem um dedo (let alone their brain...) para mudar o status quo. Que são umas vítimas, que ninguém as compreende, que no início é que era bom, que são desaproveitadas, que não fazem por elas o que elas fariam pelos outros, que não são ouvidas nem respeitadas e patati-patatá, num chorrilho de lamúrias que me indigna e me revolve o mau feitio.

Ser infeliz, assumir-se como vítima, é fácil, indubitavelmente luso, grangeia atenções, festinhas na cabeça e amigos de circunstância, sedentos da companhia de alguém que, por momentos, os faz sentir um bocadinho menos miseráveis, por aparentar um estado de angústia ainda maior do que o seu.
Ser feliz, gostar-se da vida que se escolheu ter, dá um trabalho filho-de-uma-meretriz e não é bem aceite pelos demais, que encontram sempre mil e um motivos mirabolantes para justificar o bem estar alheio: com um emprego desses também eu!, se eu tivesse o teu corpo...!, com um guarda-roupa desses é fácil!, com uma cor/boa-vida/disponibilidade/colecção de livros (whatever) assim, também andaria sempre bem disposto/a!

Neste país de gente de alma grande (mas mal direccionada) e vidas cinzentas, a felicidade ainda é pecado. Quem não se queixa, ou prevaricou ou tem uma sorte do caraças. A responsabilidade nunca é sua (como não é responsável o desgraçadinho). Ninguém quer ouvir um "estou bestial" quando pergunta a alguém como está. Toda a gente procura o "vai-se andando" ou o "cá estamos...", o "sabes lá o que passo com o meu chefe/namorado/filho/sogra/canário/administrador de condomínio". Querem a felicidade moderada, não ostentada. As gargalhadas baixas, os olhos baços. Querem a partilha da vida medíocre e sempre inferior às expectativas (mesmo que estas nunca tenham existido, porque fazer planos e persegui-los é uma canseira). Querem permuta de queixumes, numa disputa infinita e sem vencedor.

Ser feliz dá trabalho.
Ser infeliz é inato e tão fácil como respirar.

Vida cega

Ainda te vejo dentro dos teus olhos,
ainda não te arrancaram do fundo de ti;
eu fico, eu ainda estou aqui,
boneca de madeira, saia de folhos;
sim, eu faço tudo o que nem sequer prometi.
Eu vejo-me também dentro dos teus olhos;
ainda não te arrancaram e eu não parti,
boneca de trapos, marioneta de sonhos;
eu ainda te vejo dentro dos teus olhos.
Os botões por olhos ainda me juram que te vi;
e esta boneca de papel, este brinquedo de estranhos
ainda te guarda dentro dos seus olhos.

Cona na boca

11 agosto 2010

O Livro Audacioso para Raparigas (mas que tesourinho!)


uhhh! audacioso! como isto promete! vamos espreitar?


basquetebol? ah tá bem :O


ahhh dormir ao relento já é mais... assim, como dizer... ?


agora compreendo! forrar um livro a tecido! isso sim, cabe na minha definição de audácia! oh uh oh


mas audácia a sério é fazer a roda para trás. não concordam?

Maria Última

A carne pode ser um abismo nas garras;
um abismo longo, tão fundo,
a última queda que termina as bestas,
(entre dedos, cegamente, o mundo).
Sim, sou eu, sou ela,
a prematuramente entardecida;
a pele estala-me esculpida
pelo tempo que te fecha a janela.
Sim, sou eu, sou ela,
a tua última e eterna amada
que vai sonhando nas portas
a hora do fim deste segredo;
tua derradeira e interminável madrugada,
recebe-me bem, meu amante, sem medo,
eu serei tudo e eu serei nada
de mão dada ao teu último segundo.

Lééésbicaaas!


Ah, o dinheiro…

Capinaremos.com

A principal testemunha de Queiroz

O Professor Carlos Queiroz terá aconselhado, na manhã de 16 de Maio, durante o estágio pré Mundial de Futebol realizado na Covilhã, o Director da Autoridade antidopagem Luís Horta a "ir fazer análises à c... da mãe dele"[fonte: Expresso]



HenriCartoon

10 agosto 2010

Mulheres capazes de levar qualquer um à loucura



Pintura de Bartolomeo Veneto, Lucrécia Borgia, Século XVI.


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Diálogo entre o Santoninho e a Libélula Purpurina, com a Lucrécia e nós a assistir:

Crica para veres com mais detalhe este diálogo


Libélula Purpurina: "É preciso ter olho... ainda consigo apanhar «...o destino de Roma está entre as minhas coxas». Eu ia já dizer que era tudo obras das «más línguas» mas, de facto, dito assim, é irrefutável... Ah! Mulheres poderosas!"
Santoninho: "Querem ver que o destino de Roma era um piço?! Não era isso que ela tinha sempre entre as coxas?!"
Libélula Purpurina: "Na verdade, diga-se lá o que se disser, tudo aponta para que a Lucrécia tenho sido uma verdadeira maravilha de mulher. O que custou à história engolir foi que ela gostassse de sexo e soubesse os truques todos de uma grande cortesã. Tadinha da história... engolir não é com ela. Pela minha parte: Bem hajas Lucrécia!"
Santoninho: "Os Bórgia eram uma poderosa família de Veneza, com alguns Doge no curriculum, e Lucrécia, puta assumida, serviu os interesses da família... nada de especial e que não tivesse acontecido antes e não viesse a acontecer depois (até aos nossos dias): as mulheres usarem a cona para fazerem perder a cabeça aos homens (não digo inteligência, porque - está visto - eles a não tinham) e isto aconteceu urbi et orbe (como a bênção papal...) e há-de continuar. Qualquer ser minimamente culto sabe que Lucrécia Bórgia ficou na história como puta (ou cortesã, como era hábito dizer-se...)! Quem discorda, só tem que apontar os motivos porque a história ainda a relembra...
Já agora, a propósito de ser uma mulher que conhecia as artes e blábláblá... se não tivesse o apelido de Bórgia, era mais uma puta de borda de estrada... soubesse o que soubesse! E, como é óbvio, ninguém se gaba de ter fodido a puta da recta da Venda das Raparigas, mas todos gargarejam em ter apalpado o cu a uma deputada, ou vereadora da Cultura, ou até a uma dessas infelizes apresentadoras de programas da TV... que encavam mais num mês que eu num ano, e não devo ser dos que encavam pouco...
Libélula Purpurina: "Caro Santoninho (vou atalhar… para mais informações, investiga por ti mesmo). “Puta” na origem do termo, é uma “deusa”. Na antiguidade clássica, as “putas” eram mulheres cultas, abastadas, e com estatuto social elevado. Dependendo das fontes, apenas no século XII a XIII o termo adquire uma conotação negativa (muito haveria a dizer sobre isto, coisa que tenciono fazer, mas que requer algum trabalho e estudo, pois tal como diz Confúcio: “Estudar sem meditar, é inútil. Mas meditar, sem estudar, é perigoso”). Como sabes, no Renascimento, fazem-se reviver os valores da antiguidade clássica, e só assim se concebe à época algo que hoje se tomaria por um “escândalo sexual” sem precedentes. Aonde quero chegar, é ao facto de se tornar difícil comentar o que dizes por ser de um anacronismo absurdo. Quanto a comparar a Lucrécia com uma “puta de beira de estrada”, independentemente das circunstâncias, seria sempre o que se poderia dizer: “um barbarismo”. A Lucrécia era uma aristocrata (além de uma mulher particularmente dotada de beleza e inteligência). Se mais uma vez fossemos à origem do termo, “aristoi”, logo se veria que um “aristocrata” não se vai buscar à valeta, nem se produz de um dia para o outro à custa de uns trocos no bolso e de uma carinha “laroca”. Onde quero chegar, mais uma vez, é ao facto de não de poder pensar com conceitos contemporâneos (que quanto a mim, em certos aspectos, representam uma involução de séculos), factos de tempos passados. Capiche? Quanto à Lucrécia, e para que não me alongue mais, a sobrevivência como “verdade absoluta” da história a que aludes, não serve senão para comprovar o que digo. Isto é, a sobrevivência popular de uma história nada atesta quanto à sua autenticidade. Versões há várias. Investiga, e escolhe a que mais te agradar.
Santoninho: "Não há dúvida de que a rapariga começa bem dizendo, com o saber da Wikipédia, que puta, na origem do termo, é uma deusa. Como é citação literal da Wikipédia, nem digo nada... Mas, a págs 3030 do Tomo V do Dicionário Houaiss, na 3ª coluna, em 39 linhas sobre o vocábulo «puta» ninguém se atreveu a tanto: trata-se de uma prostituta e de qualquer mulher lúbrica que se entregue à libertinagem. Tout court! Sobre a origem etimológica, diz que a mesma é controversa, mencionando-se o latim, como é regra habitual. No Lello Universal, no Vol. II, nem aparece o vocábulo e no Larousse Universal, Vol XIX, a págs. 5781, em apenas duas linhas, na 1ª coluna, tem apenas este mimo: «prostituta, mulher debochada». Sic! Portanto, sobre putas e deusas, estamos conversados. Não troco o Houaiss, o Lello ou o Larousse por essa coisa da Wikipédia. Mas a Libélula tem razão quando arrasta Confúcio para o que escreve: «Estudar sem meditar é inútil. Mas meditar sem estudar é perigoso». Só que Confúcio não é para citar, é para seguir... Logo a seguir, outra pérola : «Na Antiguidade Clássica, as putas eram mulheres cultas, abastadas e com estatuto social elevado». Pergunto-me como se chamariam as ignorantes, tesas e da classe média baixa... Se calhar nem tinham nome! Ora, é convencionalmente aceite que a Antiguidade Clássica, Era Clássica ou Período Clássico se iniciou com o primeiro registo da poesia grega de Homero (séc. 8-7 AC), percorreu o Cristianismo e o Declínio do Império Romano e finalizou com a dissolução da cultura clássica e o fim da Antiguidade Tardia (séc. 3 a 6 DC). Um aparte: a Maria Madalena era culta, abastada e de classe social elevada? A tal conotação negativa, de que se fala, só aparece 12 a 13 séculos depois? A Maria Madalena devia ficar fora deste filme. E sobre o «era mais uma puta de borda de estrada» está bem escrito, em letras maiúsculas, que «se não tivesse o apelido Bórgia»... como é por demais evidente. Só por ser uma Bórgia se fala dela. Se não fosse uma Bórgia, teria sido ou não uma vulgar puta? Aguarda-se resposta. Sobre a prostituição na Era Clássica, vou deliciar-me com um copy/paste da Wikipédia (que, desta feita, não serviu de fonte...). O copy/paste é este: «A prostituição era uma componente da vida quotidiana dos Gregos antigos. Nas cidades gregas mais importantes, e em particular nos portos, empregava uma parte não negligenciável da população, representando uma actividade económica de relevo. A prostituição não era clandestina: as cidades não a puniam e os bordéis trabalhavam à vista da população». Estou mesmo a imaginar essa tralha de mulheres cultas, abastadas e com estatuto social elevado a sairem das bibliotecas, deixarem as suas opulentas casas e todas as suas escravas e virem prostituir-se para os bordéis! A acreditar na Wikipédia... E dando o caso por encerrado, com Confúcio: «Em todas as coisas, o sucesso depende de uma preparação prévia e, sem tal preparação, o falhanço é certo». Não é que o homem tinha razão?"
Libélula Purpurina: "Xiiii! Tanta “cultura” para tão pouco raciocínio! Para que saibas, eu não faço “copy/paste”, seja de onde for, sem as devidas “aspas” e registo de referências. Isto, pela razão elementar (para o caso de ainda não te teres apercebido), de saber muito bem o que seja a minha própria propriedade intelectual, e, como tal, não conceber o desrespeito pelo pensamento do alheio. Quanto à Antiguidade Clássica, fui, em tempos, uma apaixonada por mitologia grega e li toda a obra conhecida de Homero, de Ésquilo, de Sófocles, de Eurípides e ainda umas coisitas mais… De maneira que estou bastante familiarizada com o tema. Confúcio, evidentemente, também o li… e a citação é de memória. Se estivesses mais familiarizado com estas coisas da “actividade cerebral” saberias que, quando as citações surgem naturalmente no decurso da exposição de um raciocínio, não há outra maneira, senão esta, de as fazer com propriedade. Agora, é certo, tenho alguma dificuldade em lidar com “casos perdidos”, ou debater “opiniões” com base em “definições” de dicionários. Isto, sem em nada querer desmerecer as “definições” e muito menos os “dicionários”. Até me parece que estás a ir muito bem… Só falta a “luz”. Se tivesses a sorte de ser enrabado por uma grande “puta”, mesmo de strapon, talvez o cérebro te começasse a descongelar. (Não sei é se arranjarias alguma que estivesse disposta a perder tempo com o teu caso. É precisa muita generosidade)."

Poema de amor

Às vezes gostava
de voltar aos lugares
onde me limitei a sorrir.
Outras vezes não gostava
de voltar aos lugares
onde me limitei a ser eu.

Tantas outras vezes
eu gostava de não voltar
a lugar algum
-sendo eu-,
para me poder silenciar;
e no silêncio, inventado,
escrever-te o mais belo
poema de amor.

Poesia de Paula Raposo