Ficção de Alessandro Yamada - 2006 (14 minutos)
Marcovaldo é hipocondríaco e trabalha num sexshop. Numa de suas idas ao hospital, conhece o menino Michelino. A amizade entre eles fará com que Marcovaldo siga com sua vida.
Link directo para o filme aqui.
22 agosto 2010
21 agosto 2010
Nó(s)
Não quero perder (nem desatar)
este elo que nos une
-diametralmente opostos-
e nos persegue os sonhos.
O laço manso da saudade;
a fruição desinibida de nós;
os beijos e o desejo
(im)potente de futuro.
Este é o nó difícil
que de nós se alimenta,
de nós se envolverá
e de nós se reatará, sempre:
nunca perderei de nós
o nó do laço manso da saudade.
Poesia de Paula Raposo
este elo que nos une
-diametralmente opostos-
e nos persegue os sonhos.
O laço manso da saudade;
a fruição desinibida de nós;
os beijos e o desejo
(im)potente de futuro.
Este é o nó difícil
que de nós se alimenta,
de nós se envolverá
e de nós se reatará, sempre:
nunca perderei de nós
o nó do laço manso da saudade.
Poesia de Paula Raposo
20 agosto 2010
Mariana Poema
A noite dói-me um lento entardecer...
A beleza arde-me, a tua, tão infinita;
finita, para mim, sei e sempre a soube ser,
tiraste-a de mim; Mariana, o ar grita
e grita e eu ainda vou enlouquecer;
o delírio já por todo o dia se agita
e desta vez não é sol o que vai romper.
Dói tanto, Mariana, continua a doer
esta cor que me dói como negro sem tinta;
uma janela opaca, este meu ser sem ser.
Mariana, pupila minha fugida da órbita,
meu enorme vazio que a continua a encher,
uma última vez a quem já não pode ver
vem e conta-me se ainda és tão bonita;
uma última, Mariana, a dor de seres perfeita.
E essa dor, piedosa, deixas que me faça morrer
esta vez última que o corpo só teu o meu aceita?
Mariana, eu sei que sou apenas um velho poeta
e sei que, um dia, o teu doce ventre há-de crescer
por mãos de um homem forte de pouca escrita;
por isso, o amor meu, a minha Mariana é bendita,
ela concede-me a terna morte da dor de a não ter.
A beleza arde-me, a tua, tão infinita;
finita, para mim, sei e sempre a soube ser,
tiraste-a de mim; Mariana, o ar grita
e grita e eu ainda vou enlouquecer;
o delírio já por todo o dia se agita
e desta vez não é sol o que vai romper.
Dói tanto, Mariana, continua a doer
esta cor que me dói como negro sem tinta;
uma janela opaca, este meu ser sem ser.
Mariana, pupila minha fugida da órbita,
meu enorme vazio que a continua a encher,
uma última vez a quem já não pode ver
vem e conta-me se ainda és tão bonita;
uma última, Mariana, a dor de seres perfeita.
E essa dor, piedosa, deixas que me faça morrer
esta vez última que o corpo só teu o meu aceita?
Mariana, eu sei que sou apenas um velho poeta
e sei que, um dia, o teu doce ventre há-de crescer
por mãos de um homem forte de pouca escrita;
por isso, o amor meu, a minha Mariana é bendita,
ela concede-me a terna morte da dor de a não ter.
Lady Gaga com calor
Lady Gaga em Chicago, no Festival Lollapalooza de 2010, surfa meio nua por cima da assistência.
Duas revistas pornográficas...
19 agosto 2010
Sexo Ocasional
Quando se abordam temas tão delicados como o sexo ocasional, há que ter em conta possíveis barreiras de comunicação e eventuais estados depressivos... Também é má ideia abordar o assunto com alguém que esteja a comprar pastelaria local.
Nota da redàSão - sim, já tínhamos publicado aqui este video. Mas é uma pérola... e esta é uma versão legendada.
Enviado pel'O Visconde
_______________________________Nota da redàSão - sim, já tínhamos publicado aqui este video. Mas é uma pérola... e esta é uma versão legendada.
Percepção das sombras
Eu vou escrever-te a verdade. Vou assinar com o meu nome. E vou sonhar que soubeste quem sou.
Tenho uma casa pequena chamada saudade, tenho um corpo pequeno sem perfume; nem sempre lá me encontras porque nem em mim eu sempre estou.
Já não há ladrões nem pesadelos, há estradas escuras e pessoas sem luz. E nós vamos quebrando em partes desiguais, em fronteiras assimétricas: a imprecisão e a inexplicabilidade do golpe alheio nem sequer permitem a perfeição dos pontos e a cicatriz ténue de uma episiotomia piedosa no parto de cada dor.
Cada fim meu será um início mas nunca sei o que deixo para trás e o que carrego no bolso da memória, nesse bolso que rasga mas que nunca se rasga.
Eu vou escrever-te a verdade. Vou assinar com o meu nome. E depois vou. E, um dia, ainda vou saber onde estou porque nem em mim eu sempre estou ou sequer entendo o que me vem buscar.
Tenho uma casa pequena chamada saudade, tenho um corpo pequeno sem perfume; nem sempre lá me encontras porque nem em mim eu sempre estou.
Já não há ladrões nem pesadelos, há estradas escuras e pessoas sem luz. E nós vamos quebrando em partes desiguais, em fronteiras assimétricas: a imprecisão e a inexplicabilidade do golpe alheio nem sequer permitem a perfeição dos pontos e a cicatriz ténue de uma episiotomia piedosa no parto de cada dor.
Cada fim meu será um início mas nunca sei o que deixo para trás e o que carrego no bolso da memória, nesse bolso que rasga mas que nunca se rasga.
Eu vou escrever-te a verdade. Vou assinar com o meu nome. E depois vou. E, um dia, ainda vou saber onde estou porque nem em mim eu sempre estou ou sequer entendo o que me vem buscar.
18 agosto 2010
Temporal
Foi naquela altura
quando ainda não existiam tempestades
e, na praça, as palavras vendiam flores
de sílaba madura
quando ainda se escreviam as saudades
e, na praça, versos passeavam dores
de macia cintura
as palavras nem sequer tinham letras
porque todos os poetas
as sabiam encher de si.
Foi tudo naquela altura
foi quando te conheci.
Foi naquela altura
mas tu chamaste o temporal
e nas folhas que se molharam
todas as flores secaram;
agora, já, nada, sou igual
foi com letras que escrevi.
quando ainda não existiam tempestades
e, na praça, as palavras vendiam flores
de sílaba madura
quando ainda se escreviam as saudades
e, na praça, versos passeavam dores
de macia cintura
as palavras nem sequer tinham letras
porque todos os poetas
as sabiam encher de si.
Foi tudo naquela altura
foi quando te conheci.
Foi naquela altura
mas tu chamaste o temporal
e nas folhas que se molharam
todas as flores secaram;
agora, já, nada, sou igual
foi com letras que escrevi.
Pure chess
- Ó Cavalo das Brancas, porque é que a vossa Rainha não está no tabuleiro
- Ela engravidou, segundo consta, Bispo das Pretas.
- Então e isso é motivo para a afastar do jogo? Isso é uma injustiça.
- Talvez não, se tivermos em conta que se calhar levou demasiado à letra o espírito do jogo há nove meses, quando foi comida pelo vosso Cavalo e agora deu à luz um filho cinzento...
- Ela engravidou, segundo consta, Bispo das Pretas.
- Então e isso é motivo para a afastar do jogo? Isso é uma injustiça.
- Talvez não, se tivermos em conta que se calhar levou demasiado à letra o espírito do jogo há nove meses, quando foi comida pelo vosso Cavalo e agora deu à luz um filho cinzento...
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