a notícia não é de agora. mas foi hoje que a li no facebook. aqui fica:
«Norrie May-Welby tornou-se a primeira pessoa do mundo que se tem conhecimento a ser reconhecida oficialmente como não pertencente a nenhum dos dois gêneros.
O caso aconteceu na Austrália, onde o governo do Estado de New South Wales emitiu a Welby, que é ativista do grupo Sex and Gender Education (Sage), uma certidão de “Gênero Não-Específico”. As autoridades, assim, reconhecem sua pessoa como não sendo nem homem nem mulher.
Norrie May-Welby, hoje com 48 anos, é natural da Escócia. Em seu registro de nascimento constava como do sexo masculino. Quando tinha 23 anos submeteu-se a tratamentos hormonais e iniciou procedimentos médicos para cirurgia de redesignação sexual, mas decidiu interromper o processo, por insatisfação com os resultados, denominando-se desde então “neutro”. Em meio aos procedimentos para mudança de sexo, entretanto, obteve na Austrália, para onde se mudou, alteração em seus documentos para o sexo feminino.
O grupo no qual Welby milita, o Sage, luta pelos direitos de pessoas com identidades sexuais diferenciadas. “Esses conceitos de homem e mulher simplesmente não se encaixam no meu caso, eles não são a realidade e, se aplicados a mim, são fictícios”, explicou Norrie, que luta há anos pelo reconhecimento agora concedido, ao site The Scavenger na semana passada.
Segundo a imprensa australiana, os médicos que examinaram Welby teriam concluído, em janeiro passado, ser impossível determinar seu sexo, quer seja fisicamente ou por seu comportamento. E um relatório da Comissão de Direitos Humanos da Austrália já tinha recomendado ao governo, no ano passado, a lhe conceder a certidão de gênero não-específico.
A decisão do governo de New South Wales foi comemorada por ativistas australianos e britânicos. Tracie O’Keefe, do grupo Sage, ressaltou a importância da vitória para todos aqueles que não se identificam com nenhum dos dois sexos. O porta-voz do grupo britânico Gender Trust também parabenizou o reconhecimento governamental.»
FONTE: Instituto Adé Diversidade
01 setembro 2010
nada do que disseres...
- porque ele há amores assim, que não são imortais porque são chama mas que são infinitos enquanto duram, como nos dizia Vinícius de Morais…
nada do que disseres faz mais sentido
que o segredares muito junto ao meu ouvido
um sorriso que me dás sem mais aviso
um sorriso de que tu és toda feita
e que meio adormecido me desperta
me acalenta
me seduz
me leva à certa
e me lembra de ti sempre meio à toa
coisa boa de um desejo que me cresce
quase afronta
que me nasce
que me acresce
que me aponta as veredas de outra vida
onde a vida que a todos é devida
cresce em mim sem ter peso
passo ou monta
e és tu toda nesse ardor o mais intenso
num sussurro de pele
que sorvo
tenso
porque a vida me impele
e é sempre tempo
de sorver da vida o mel
do mel o vento
no eterno turbilhão de se querer tanto
nem que seja no infinito de um momento.
31 agosto 2010
Calma
Uma calma invade
Os meus sentidos,
Amolece os meus gestos,
Torna-me lânguida
Na suavidade que encontro.
Na onda que se espraia
Docemente em espuma,
Que me beija,
Alimento no meu peito
As vagas que me alteram.
Som ritmado,
Imperceptível
Num azul verde
Profundo ao longo da praia.
Pés descalços
Balanceio
Em movimentos subtis,
Em água que desfaço
Sob o meu corpo entregue.
Olhar e sorriso ao vento
Permaneço nesta paz,
Com a calma que me invade
Numa manhã de Inverno.
Poesia de Paula Raposo
Os meus sentidos,
Amolece os meus gestos,
Torna-me lânguida
Na suavidade que encontro.
Na onda que se espraia
Docemente em espuma,
Que me beija,
Alimento no meu peito
As vagas que me alteram.
Som ritmado,
Imperceptível
Num azul verde
Profundo ao longo da praia.
Pés descalços
Balanceio
Em movimentos subtis,
Em água que desfaço
Sob o meu corpo entregue.
Olhar e sorriso ao vento
Permaneço nesta paz,
Com a calma que me invade
Numa manhã de Inverno.
Poesia de Paula Raposo
«Pedrinho, esse desconhecido...»
Revista que andou por aí em vários números nos anos 70 ("distribuição em Portugal: Agência Internacional"). Eram aventuras de um bebé que tinha a característica de não haver fralda que lhe servisse, para gáudio das amas e das amigas que tomavam conta dele.
Encontrei este "número especial de Ano Novo". Uma delícia.
Encontrei este "número especial de Ano Novo". Uma delícia.
30 agosto 2010
fantoches
Tu julgas que as palavras são as tuas marionetas; eu sei que sou apenas uma marioneta das palavras. Qual de nós é fantoche de si?
29 agosto 2010
Corre, Maria Madrugada, corre!
Adeus, o som é breve e o gesto fui eu que te dei. Os cavalos ainda correm, os cavalos gritam pelos cascos a pressa de correr por correr. Maria Madrugada, que mulher és tu? Os cabelos voam, giram, são de vento; não são cabelos, são o vento que te dá pelos ombros e a ventania faz-se amante do furacão; finge que tens cascos, anda correr com os cavalos, Maria Madrugada. A um desses cavalos chamarás Sol e ele há-de levar-te pendurada nas crinas se lhe afagares os raios que te escorrem pelas mãos. Maria Madrugada, tu vais montar o Sol, gritar pelos cascos de palácio em palácio, à procura de água e de coração. Corta mais que o raio, grita mais que o trovão, inunda-te de tempestade, passa pelas montanhas que não passam por ti: elas são a vida. Adeus, o som é breve e o gesto fui eu que te dei. Corre, Maria Madrugada, corre!
28 agosto 2010
Canção de amor
Gosto das canções de amor
Embaladas na tua voz
Como se a música
Chovesse prateada
Em torno do meu corpo
Emudecido
Gosto de te ouvir
Nas canções de amor
Que a tua vida não calou
E que cantas ainda
Sob um feixe de luz
Na madrugada aquecida
De um quarto de hotel
Adormeces-me em desvario
Quando assim me embalas
E a chuva é prateada
E o vento se torna poema
Na tua canção de amor.
Poesia de Paula Raposo
Embaladas na tua voz
Como se a música
Chovesse prateada
Em torno do meu corpo
Emudecido
Gosto de te ouvir
Nas canções de amor
Que a tua vida não calou
E que cantas ainda
Sob um feixe de luz
Na madrugada aquecida
De um quarto de hotel
Adormeces-me em desvario
Quando assim me embalas
E a chuva é prateada
E o vento se torna poema
Na tua canção de amor.
Poesia de Paula Raposo
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