04 setembro 2010

Mil e uma facetas

Desdobro-te em mil facetas
Fascinantes
Frágeis
Num jogo de escondidas
E tu deixas-te doce
Dançar a música
Deambulando
Nos meus dedos
Na dobra que desdobro
Frágil e fascinante
Talvez mil e uma facetas
Que deixas a descoberto
Quando não sorris
E a felicidade passa aqui
E a música sobe no ar
E eu te desdobro
Te arranho e te marco
E mordo os teus lábios
Quando não sorris
Desdobrando-te alucinada
Na ponta dos meus dedos.

Poesia de Paula Raposo

«Homens: olhem para as mulheres!» - crónica de Luis Pedro Nunes no «Expresso»

Alguns excertos do texto publicado na revista Única do Expresso de 21 de Agosto de 2010:

"Observar o sexo feminino não tem nada de marialva, é essencial para o bem-estar da comunidade.
(...) um sofisticado e trendy colunista de Manhattan (...) explica tranquilamente como o girl-watching (observação de miúdas) é algo que faz parte da própria cidade de Nova Iorque, da interacção entre os sexos e que deve ser recuperado com arte e bom gosto. (...) Por girl entenda-se mulher votante e ativa e por watching, diz o bom gosto, não tem piropos nhurros nem bocarras alarves associadas. É um observar ornitólogo direcionado. Sejamos francos. Aprecia-se, abranda-se a conversa para ver o que passa. Não se fica especado a babar. Nem marialvismos atávicos. Catrapisca-se a minissaia que desaparece rápida e beberica-se a Cola Light. Ou o desfilar tranquilo levado pela ondulação da anca, cabelos que decidem a direção do passeio. Detalhes. O modo como conversam em discurso direto umas com as outras. «Tu sabes como sou, e aí eu disse-lhe.» Apenas a observação sem qualquer objetivo de interacção. Não há mal ao mundo. E no Facebook muitas das fotos são de riso falsos. E falsas. Aqui são curtas-metragens, em alta definição, a rolar à nossa frente, em 4D e tudo (...)"

Vai lá ler o texto completo, que vale bem a pena, e volta aqui para comentares.

'bora lá!



Mulheres humanas


1 página

oglaf.com

03 setembro 2010

vem comigo...

vem comigo
dançar na areia
mergulhar no mar salgado

vem comigo
nesta noite de brisa suave
amar-me à beira-mar

vem comigo
fazer amor na areia ainda quente
sentir as estrelas nesta noite clara


Kylie Minogue e um urso de peluche feliz

Crica para aumentares ainda mais a felicidade do urso
Será verdade o que li, que esta foto tirada num concerto no clube nocturno G-A-Y, em Londres e publicada por um fã, foi retirada do Facebook por ser considerada pornográfica?! Terão justificado isso com a sua política contra imagens de nudez: "We do not allow photos that contain nudity, drug use or violence".
Anda tudo mesmo doido!
Aqui já nem está em causa a aversão desta malta à nudez. Trata-se de um boneco de peluche e de um microfone, por amor de Eros!

Ora tenta lá fazer isto em casa...

Jiri Kylian - «Birth-Day» (o dia do nascimento)
O «Netherlands Dans Theater» celebra Jiri Kylian

Macaco sem vergonha



Capinaremos.com

02 setembro 2010

A posta que não dá

Há muitas maneiras de sentir e de viver emoções. Aliás, essa é uma das características que nos distinguem e costuma ser determinante, por exemplo, no acerto de agulhas que cada relação implica.
Tenho aprendido que saber dosear as emoções em função do seu peso nas outras pessoas é a única forma de acautelar desilusões. Isto porque os desequilíbrios emocionais, que cedo ou tarde se traduzem em conflitos ou, no mínimo, em danos na auto-estima de uns e na pachorra de outros são impossíveis de gerir sem perdas associadas.
Há pessoas que se deixam arrastar pela emoção porque só assim sentem que vale a pena. Outras apenas se permitem um ou outro momento de desvario nesse domínio e acabam por revelar uma incapacidade latente para sustentarem níveis elevados de paixão, de amizade ou de qualquer outro tipo de ligação que as obrigue (entre aspas) a cedências ou a qualquer outro tipo de concessão que deveria ser tido como normal no contexto de uma relação séria.
Não são melhores nem piores, uns e outros, mas é inegável que só por milagre se compatibilizam um vulcão e um icebergue sem que um derreta ou o outro arrefeça.
E isto aplica-se a qualquer tipo de ligação entre as pessoas, pois tendemos sempre a impor aos outros o nosso grau confortável de emocionalidade e acabamos por acicatar as divergências que daí resultam, uns demasiado frios e distantes, centrados em si próprios e em interesses tangíveis, outros demasiado intensos e exigentes na reciprocidade que entendem albergar também um esforço de compatibilização a que pessoas mais desprendidas jamais se predispõem.
Claro que tudo isto são teorias, coisas que uma pessoa vai elaborando a partir das suas experiências pessoais, da eterna aprendizagem que a vida nos impõe, muitas vezes à bruta, como contrapartida para os fracassos com que lidamos. Vale o que vale e pode explicar uma ou duas situações que nos magoem ou irritem, de pouco vale para outras pessoas e outras relações nas quais podem estar em causa factores completamente distintos dos que a forma de experimentar emoções pode criar entre as pessoas que entendam partilhá-las.
Mas ninguém me tira da cabeça a ideia de que não é viável, excepto em honrosas excepções que derivam de um amor mais sólido ou de uma amizade mais resistente, a compatibilização entre pessoas que vivam nos antípodas da emoção, quer isso se explique pelo percurso ou pelo feitio de cada um/a.
E qualquer teimosia, na maioria dos casos em que essa incompatibilidade exista, está condenada a uma derrota que apenas depende, nos termos e na rapidez com que aconteça, de factores tão aleatórios que nenhuma estratégia, nenhum cuidado, nenhum esforço podem evitar.

Genes desvendados



HenriCartoon

Inês Poema

Inês
não queiras
quem te fez
assim. Pára; solteiras
são as mágoas
e os caminhos nossos
um e dois e três
amantes, agora destroços
que já nem vês.
Não! Inês,
uma e outra
e outra vez,
assim, foram certeiras
as lâminas cegas
e os teus pedaços
perderam-se de ti, talvez
nem voltem os passos
e a nudez,
Inês,
e a nudez dessas horas
tem as voltas dos laços
em tantas memórias;
até breves histórias
têm fortes traços
sem os cheiros
tão baços
da lucidez.


Cavalinho


01 setembro 2010

Cientistas britânicos transformam urina em electricidade



HenriCartoon

OrCa: "Neste caso, qual é o estatuto de rentabilidade versus desperdício dos incontinentes?
E quando o «chefe de família» for fazer a sua mija, poderemos correr o risco da subversão de conceitos quando, à pergunta da mãe ao filho: «John, onde está o teu pai?», ouvir por resposta: «- O pai foi dar à luz...».
Depois, queixamo-nos de que a juventude não tem referências..."
São Rosas: "E nem quero imaginar que o próximo passo seja descobrirem que podem fazer o mesmo da merda..."