O que não existe dentro de mim não existe, para mim, fora de mim. É por isso que não preciso de um tempo e um espaço ou sequer de um nome que me defina quando me toca o amor. Preciso de ser; mais nada. Porque, quando ele existe dentro de mim, existe fora de mim, em todos os momentos e em todos os lugares, por si mesmo, como o tempo e o espaço para os humanos. Ainda bem que o tempo e o espaço não existem aqui dentro, eles estragam o amor.
31 outubro 2010
«Lídia e Beatriz» por Rui Felício
A Lídia vive sozinha.
Era quase meia-noite quando chegou a casa, no meio de uma tempestade de chuva e vento. Veio de boleia no carro da sua colega Beatriz a quem convidou a entrar para tomarem uma bebida quente. Há muito que a Lídia esperava a ocasião propícia, que parecesse casual, para a levar até sua casa. Agora que a Beatriz andava zangada com o seu namorado, esta era a altura ideal que não podia desperdiçar.
Não conseguia desviar o olhar guloso do corpo sensual da Beatriz, ali na intimidade do seu lar.
Precisava de lhe tocar, de explorar todos os recantos do seu corpo debaixo das roupas que ainda o cobriam. Precisava de encontrar nos seus olhos algo mais que não fosse pudor. Aproximou-se, desapertou-lhe dois botões da blusa, roçou-lhe os lábios em volta dos olhos, passou-os pelo seu rosto e contornou com eles a boca bem desenhada da Beatriz. Sentia que o intenso desejo que a consumia era a pouco e pouco partilhado também por ela. Despiram-se... Não sentiam já vergonha, apenas a ânsia de encostarem os corpos nus, de se acariciarem.
A espera tornava-se agonizante. A Lídia não resistiu mais tempo, tomou a iniciativa, encheu as mãos com os seios da Beatriz, beijou-a sofregamente e arrastou-a para a cama. A Beatriz quase não se mexia, mas os seus suspiros, a sua respiração ofegante revelavam o prazer que lhe retesava o corpo. Abandonou-se às carícias da Lidia. Meteu-lhe os dedos entre os cabelos e agarrou-lhe a cabeça que conduziu pelo seu peito, pelo ventre, pelas coxas. Electrizada, sentiu a língua experiente da Lídia a explorá-la, a penetrá-la.
Quase no auge do prazer a Beatriz queria ir até ao fim. Pedia-lhe mais e mais...
Pedia-lhe aquilo que a Lídia, afinal, não lhe podia dar...
Rui Felício
Blog «Encontro de Gerações do Bairro Norton de Matos»
Era quase meia-noite quando chegou a casa, no meio de uma tempestade de chuva e vento. Veio de boleia no carro da sua colega Beatriz a quem convidou a entrar para tomarem uma bebida quente. Há muito que a Lídia esperava a ocasião propícia, que parecesse casual, para a levar até sua casa. Agora que a Beatriz andava zangada com o seu namorado, esta era a altura ideal que não podia desperdiçar.
Não conseguia desviar o olhar guloso do corpo sensual da Beatriz, ali na intimidade do seu lar.
Precisava de lhe tocar, de explorar todos os recantos do seu corpo debaixo das roupas que ainda o cobriam. Precisava de encontrar nos seus olhos algo mais que não fosse pudor. Aproximou-se, desapertou-lhe dois botões da blusa, roçou-lhe os lábios em volta dos olhos, passou-os pelo seu rosto e contornou com eles a boca bem desenhada da Beatriz. Sentia que o intenso desejo que a consumia era a pouco e pouco partilhado também por ela. Despiram-se... Não sentiam já vergonha, apenas a ânsia de encostarem os corpos nus, de se acariciarem.
A espera tornava-se agonizante. A Lídia não resistiu mais tempo, tomou a iniciativa, encheu as mãos com os seios da Beatriz, beijou-a sofregamente e arrastou-a para a cama. A Beatriz quase não se mexia, mas os seus suspiros, a sua respiração ofegante revelavam o prazer que lhe retesava o corpo. Abandonou-se às carícias da Lidia. Meteu-lhe os dedos entre os cabelos e agarrou-lhe a cabeça que conduziu pelo seu peito, pelo ventre, pelas coxas. Electrizada, sentiu a língua experiente da Lídia a explorá-la, a penetrá-la.
Quase no auge do prazer a Beatriz queria ir até ao fim. Pedia-lhe mais e mais...
Pedia-lhe aquilo que a Lídia, afinal, não lhe podia dar...
Rui Felício
Blog «Encontro de Gerações do Bairro Norton de Matos»
30 outubro 2010
Menina II
Amadurecer e morrer são quase sinónimos naquela estrada. Pugna mas não alcances e continua a tentar. Menina sim, mas já não tão dura nem amarga, sentimentos agora ausentes porque lhe foi mostrado o caminho por quem com ela priva, porque já não há lugar à probidade pelo desconhecido, ou porque encontrou um ser de armadura mas permeável.
Na realidade não interessa muito conhecer a pedra de toque, mas sim a doçura que de súbito se apoderou daquele ser lindo e de discurso inebriante.
Continua menina, continua ligeiramente adormecida, mas encontrou o trilho que a levará a sentir. Menina.
Na realidade não interessa muito conhecer a pedra de toque, mas sim a doçura que de súbito se apoderou daquele ser lindo e de discurso inebriante.
Continua menina, continua ligeiramente adormecida, mas encontrou o trilho que a levará a sentir. Menina.
Quem tem boas ideias, quem é, quem é?
Fui dar uma voltinha há umas semanas pelo Leroy Merlin de Albufeira.
Despertaram-me a atenção, na secção de almofadas, estas em imitação de pêlo de ovelha. Havia em branco e em negro. Comprei a de pêlo de ovelha negra...
E para quê, perguntais vós? Para pedir à Celestita, mágica destas artes, que me cortasse e cosesse a almofada em forma de triângulo. Et voilà, uma ratola gigante e, como diz a malta por aqui, com muito farfalho:
Despertaram-me a atenção, na secção de almofadas, estas em imitação de pêlo de ovelha. Havia em branco e em negro. Comprei a de pêlo de ovelha negra...
E para quê, perguntais vós? Para pedir à Celestita, mágica destas artes, que me cortasse e cosesse a almofada em forma de triângulo. Et voilà, uma ratola gigante e, como diz a malta por aqui, com muito farfalho:
Surpresa
O tempo não se detém:
passa rápido e só nos apercebemos
quando o momento já passou.
Vou descobrir uma fórmula milagrosa
de deter o tempo
- o momento de -
e a magia da luz
manter-se-á intacta
ao longo dos tempos.
Vou escrever um poema
que não fale de tempo;
que se decline lentamente
- em mim -
entre duas fantasias,
alguns verbos
e a surpresa prenhe.
Poesia de Paula Raposo
29 outubro 2010
Notícias de trás da Serra!
O nosso repórter Carlos Car(v)alho traz-nos a notícia que a PJ de Coimbra deteve um suspeito de ser o alegado autor da morte de «Jaime Ovelha», indivíduo de Proença-a-Velha (concelho de Idanha-a-Nova) que era conhecido na região por, presumivelmente, violar galinhas, ovelhas e outros animais.
O suspeito do crime, ocorrido no dia 19 de setembro, segundo a mesma fonte, será o dono de um burro, que no início do mês tinha sido sodomizado com um pau por «Jaime Ovelha».
O Car(v)alho pede para se "avisar o Bartolomeu que já pode ir a Idanha! Só quando li a reportagem no interior é que descansei: o morto não era o Bartolomeu mas sim esse tal «Jaime das Ovelhas», também ex-praticante de afagos sexuais em galinhas e não só. Desta feita exagerou e foi assassinado pelo dono de um burro que também tinha sido «afagado» (o burro, presumo), para não dizer «fodido», pelo tal «Jaime Ovelheiro». O que é certo é que haverá agora, por aquelas bandas, muita ovelhita carente... (aqui fica o aviso, caso interesse, ao Bartolonosso)."
O suspeito do crime, ocorrido no dia 19 de setembro, segundo a mesma fonte, será o dono de um burro, que no início do mês tinha sido sodomizado com um pau por «Jaime Ovelha».
O Car(v)alho pede para se "avisar o Bartolomeu que já pode ir a Idanha! Só quando li a reportagem no interior é que descansei: o morto não era o Bartolomeu mas sim esse tal «Jaime das Ovelhas», também ex-praticante de afagos sexuais em galinhas e não só. Desta feita exagerou e foi assassinado pelo dono de um burro que também tinha sido «afagado» (o burro, presumo), para não dizer «fodido», pelo tal «Jaime Ovelheiro». O que é certo é que haverá agora, por aquelas bandas, muita ovelhita carente... (aqui fica o aviso, caso interesse, ao Bartolonosso)."
(fotos também do repórter Carlos Car(v)alho, em Inzell)
Casimiro de Brito apresenta-nos Francisco de Quevedo
"Aqui têm um poema de um dos maiores poetas de língua espanhola de sempre (talvez o maior).
E que me parece adaptar-se perfeitamente ao vosso projecto.
Abraço do
Casimiro"
Desengaño de las mujeres
Puto es el hombre que de putas fía,
y puto el que sus gustos apetece,
puto es el estipendio que se ofrece
en pago de su puta compañía.
Puto es el gusto y puta la alegría
que el rato puteril nos encarece;
y yo diré que es puto a quien parece
que no sois puta vos, señora mía.
Francisco de Quevedo
1580 - 1645
Biografia e alguns poemas aqui
E que me parece adaptar-se perfeitamente ao vosso projecto.
Abraço do
Casimiro"
Puto es el hombre que de putas fía,
y puto el que sus gustos apetece,
puto es el estipendio que se ofrece
en pago de su puta compañía.
Puto es el gusto y puta la alegría
que el rato puteril nos encarece;
y yo diré que es puto a quien parece
que no sois puta vos, señora mía.
Francisco de Quevedo
1580 - 1645
Biografia e alguns poemas aqui
Quase nada
As palavras amarradas graves aos poemas agudos. Esquecer. Deixar entrar. Ouvir o que dizes e mais do que dizes e, para que tudo fales, não ouvir. Mas ouvir. Olhar pessoas que fazem coisas. Despir tudo. Vestir a pele. Ficar pequena, tão pequena, tão pequena que me deito na ponta dos teus dedos. Deixar-te ser grande. Ver-te grande. A noite com lua e a noite sem lua. Os carros passam e as horas também, parecem carros, aviões, navios, comboios, não as apanhamos mas embarcamos. Fugir antes que a manhã escorra o Sol pelos raios. Ser eu como não me sabem nem pensam. Pedir tu. Mais nada. O beco dos gatos. Falar demais, não ser demais. Espaço na nuvem. As coisas estranhas.As coisas pequenas, pequenos eus. A mão. Coca-cola. Cócegas. Ternura. Explicar o medo de todas as coisas. Querer saber. Perguntar-te tu. Café. Tudo isto te dei, de tudo isto te falei. Coisa pouca. Quase nada.
Casalinho japonês entretido em aulas práticas de anatomia
Não dá para apreciar em fotografias todos os excelentes detalhes destas três peças em marfinite.
Pode ser que um dia as possam ver ao vivo... quando houver um espaço aberto ao público com a minha colecção de arte erótica...
Pode ser que um dia as possam ver ao vivo... quando houver um espaço aberto ao público com a minha colecção de arte erótica...
O tamanho importa
Timothy Scott Clarke., habitante de Toowoomba (terra com nome de queca ), lá no pub da terra e depois de uns canecos, baixou as calças e cuecas. A animação é pouco por aquelas bandas e os presentes tiraram fotografias. Levado a tribunal argumentou em sua defesa não ter feito nenhuma indecência por ter um bilau tão pequenino que não ofendia ninguém.
Saiu apenas com uma multa e a solidariedade do colectivo.
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