18 novembro 2010

O segredo

Quando ele terminou e lhe perguntou, sem abrir a boca, o que tinha a dizer sobre aquilo, sentiu-se a acordar de um transe. Lembra-se de lhe ter sido dito que ia ouvir algo muito especial e reservado, um segredo que muito poucos partilhavam. E que ele lhe queria contar. A ela.
E sabe que ouviu cada pormenor daquele bocado dele, a que nunca teria acesso, se ele não lho contasse. E tem noção de que a sua expressão (que lhe é independente, não vale a pena, e revela cada um dos seus pensamentos mais imediatos) foi acompanhando a surpresa do que lhe era dado a conhecer.
Mas lá dentro, naquela parte dela que nem a fisionomia revelava, não evitava questionar-se sobre o porquê de tudo aquilo. Para quê? O que quereria ele em troca daquela dádiva? Seria uma dádiva? Porquê ela, porquê agora?

Sentiu-se mais próxima dele e, ainda assim, não sabia o que fazer com isso.

Isto não devia ser chamado moliceiro...

... e sim duriceiro.
Artesanato de Aveiro, aproveitando as deliciosas figuras pintadas na proa desses barcos típicos da ria de Aveiro.
Uma prenda do Lourencinho para a minha colecção.

O monstro das bolachas... é mais bolos!

Matreiro

17 novembro 2010

Arma branca... ou preta


Carolee Bildsten, de 56 anos, é dada à borracheira e esquece-se de pagar as contas dos restaurantes. Mais uma vez fez isso, a Polícia veio e ela argumentou ter dinheiro em casa, tendo sido acompanhada pelo polícia para o ir buscar.
Aí chegada, enquanto procurava na gaveta o dinheiro sacou de "clear, rigid feminine pleasure device" tendo "approached the officer in a threatening manner".
Acho que lhe gritou "Eu fodo-te todo" . Quem se fodeu foi ela pois foi para a cadeia.

Ausência

Neste momento sinto uma ausência de mar que recua ao som Lua. As ondas que em sobressaltos iniciaram a sua travessia descendente já não envolvem e enrolam, como antes o faziam noutra qualquer fase Lunar. E hoje é Ocaso. Desígnios humanos inventados.
É um sublime afastamento. Um dormente momento prolongado na Divina forma de estar. Um pacto com o Arquitecto que começa no Inferno, leva-me ao Purgatório e termina no Paraíso.
Cenário Dantesco. Formas e cores obscuras dispostas em 7 pecados capitais que o mar não soube apagar e teimosamente insiste em recuar.
Mas creio, no Arquitecto, no Paraíso, no regresso.
Neste momento sinto uma ausência...

Sossega, sossega, marioneta

Sossega
Sossega marioneta
tu não podes cortar
cada fio que te prende é o que te faz andar
cada fio que te enrola é o que te faz dançar
cada fio que te puxa é o que te faz levantar
tu não podes cortar
Sossega marioneta
Sossega

E o fio que te cega é o que te faz olhar
a mão, o mundo lá fora é apenas uma luva preta,
imensa, em cada dedo num fio que te movimenta;
e o fio que te sufoca é o que te faz respirar

Sossega
Sossega marioneta
tu não podes cortar
cada fio que te corta.

Não é fácil

O concorrido mundo empresarial não perdoa nenhuma escorregada sua.
Hoje em dia, qualquer videozinho pornográfico seu que cai na internet pode acarretar em uma demissão… Aonde vamos parar?



Capinaremos

16 novembro 2010

Edito estrelas

Será que o acto de fazer gestos com a testa pode ser definido como testicular?

A data é esta



A data é esta, ela lembra-se. Lembra-se tanto que parece agora. Tem um diário. O seu diário tem páginas, lágrimas, socos nas paredes, sangue, cuspo. Não, não a corrijamos, não é saliva, é cuspo. Pois, nós não percebemos.
No seu diário também tem datas. E foi reler aquelas. Aquelas desta data e dos dias seguintes e dos dias anteriores. Foi reler para tentar perceber. Ele tinha dito: precisamos de um tempo. Não esperou resposta, evidentemente, não era uma proposta, a decisão era unilateral. Beijou-lhe a testa e foi viver o seu tempo. Nesse tempo em que ele foi viver e ela ficou a morrer, o homem foi-lhe dando conta de beijos. Hoje um beijo etilizado. Ontem um beijo límpido. Antes tinha sido um beijo de saudades. Depois foi um beijo sereno. Os que ele quis. A mulher não conseguiu perceber em que dia, em que beijo, ele entendeu que já não estavam juntos e se deitou noutra cama.
Escreveu o Oscar Wilde: Há sempre qualquer coisa de ridículo nas emoções das pessoas que deixámos de amar. Sim. Mas ainda assim ele mandava beijos. Etilizados, límpidos, serenos, saudosos. Beijos. Beijos como os dantes, como os de agora. Os de agora. Desta data.


Medeia [Infidelidades]

Casais

A propósito de ver um casal junto
até me inspirou:
de onde vêm esses movimentos
apaixonados
e essa tanta languidez
nas palavras sussurradas?!
Exclamo! Pergunto?
De onde chegam tantas inverdades
e tão belas cálidas imagens?
Deve ser Amor.
Digo eu - pensando -
sem saber se é ou não.
De Amor desconheço;
de casais juntos,
muito menos!

Poesia de Paula Raposo

Já tínhamos saudades do Webcedário




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