Júlia, bailarina de brincadeiras azuis no espaço a preencher dos homens, volta.
E quando regressa, com medo no coração, procura saber fechar os panos que cobrem mágoas, aos quais chama pálpebras, de cada vez que pinta uma ilusão num qualquer quadro de alguém que lhe cerra um envelope.
Júlia fecha os olhos a fugir do toque que invade o seu corpo e obriga-a a sorrir com paixão fingida a quem crê que o dinheiro aluga mais que um simples invólucro de Ser Humano. Manto que não deixa de ser dela, capa de indivíduo amolgada pelos anos de amor alugado, que hoje já pesa no seu orgulho e sobretudo no de quem a quer pelo coração e não pelo envelope.
Para o seu leito reserva a visita de apenas um amante, hoje. Aquele que lhe diz que quando priva com as curvas do seu corpo, sonha como não sonhava desde menino, duas vidas de Júlia atrás.
E satisfaz-se... desfruta o momento que apenas Júlia poderia proporcionar de forma tão falsamente verdadeira que até ela própria por vezes acredita.
24 novembro 2010
23 novembro 2010
Angústias caucasianas
Será que a escassa penetração no continente africano dos esquemas do tipo enlarge your penis tem mesmo a ver com o menor poder de compra da população masculina local?
É quando...
É quando os meus olhos de luz apagada. É quando o meu sorriso vestido de negro. É quando a minha boca ensombrada. É quando o meu sangue gelado.
É quando eu de voz calada. É quando eu de pés descalços. É quando eu com um nó na garganta. É quando as minhas mãos geladas.
É quando os meus beijos adiados. É quando os meus beijos amedrontados. É quando os meus beijos magoados. É quando os meus beijos zangados. É quando os meus beijos tristes.
É quando os meus beijos guardados no bolso, escondidos da luz, fugidos da boca, atados nas mãos, feridos de morte.
É quando eu de voz calada. É quando eu de pés descalços. É quando eu com um nó na garganta. É quando as minhas mãos geladas.
É quando os meus beijos adiados. É quando os meus beijos amedrontados. É quando os meus beijos magoados. É quando os meus beijos zangados. É quando os meus beijos tristes.
É quando os meus beijos guardados no bolso, escondidos da luz, fugidos da boca, atados nas mãos, feridos de morte.
Medeia [Infidelidades]
Impudor
Voltando da saudade
- ainda - perco o perfume
que quase senti
naquela noite;
à volta de ti
- a saudade -
volto mais uma vez
a encontrar o sabor
que desejei,
no dia azul
e era o sol que aquecia
- por isso -
o impudor do sexo.
Poesia de Paula Raposo
22 novembro 2010
Despe-te
Despe-te.
Despe-te da roupa e desses excessos que nada aí fazem.
Não estás habituada a estar viva? Habitua-te. Já não era sem tempo. Mas viva com um pouco mais que um coração que bate. Não vou perder tempo a explicar. Simplesmente vive.
Hoje não é o primeiro, nem o último ou sequer mais um dia. É aquele exacto dia em que decidiste fazer precisamente aquilo.
Por isso despe-te para o conseguires.
Falo-te em Anjos, ausências e indulgências, mas de nada serve porque nunca te despiste.
Ocupa a sensação de estar e a matéria de escape.
Despe-te!
Despe-te da roupa e desses excessos que nada aí fazem.
Não estás habituada a estar viva? Habitua-te. Já não era sem tempo. Mas viva com um pouco mais que um coração que bate. Não vou perder tempo a explicar. Simplesmente vive.
Hoje não é o primeiro, nem o último ou sequer mais um dia. É aquele exacto dia em que decidiste fazer precisamente aquilo.
Por isso despe-te para o conseguires.
Falo-te em Anjos, ausências e indulgências, mas de nada serve porque nunca te despiste.
Ocupa a sensação de estar e a matéria de escape.
Despe-te!
21 novembro 2010
Hermes
(...) Pergunta-te, várias vezes, escondida no silêncio, porque não dorme de noite. Espera que o dia chegue, espera; talvez a noite agora seja um pouco tua, talvez seja um pouco mais tua que da lua.(...) É por isso que apagou estas linhas que aqui faltam antes que chegassem ao destinatário, apagou-as até da cabeça, porque nem sequer deve imaginar o que ser poderia ser. Confuso, talvez, mas toda a gente sabe que não há forma de desamarrar linhas da confusão de palavras à toa na cabeça dos confusos.
«O primeiro beijo» - por Rui Felício
O primeiro beijo é um momento inesquecível da vida, diferente de todos os outros que a seguir se dão, por maior que seja a paixão com que se dêem.
É a descoberta de sensações muitas vezes imaginadas mas nunca antes experimentadas. É um salto no desconhecido, é um receio, é um impulso quase irracional, é um doce sabor que perdura no tempo.
Sucedeu no jardim da minha casa, já lá vão muitos anos, mas ainda o tenho presente como se tivesse sido hoje.
Foi ao fim do dia, com o sol a declinar por trás da casa em frente. Ela, ainda muito jovem, envolta por um finíssimo e aveludado vestido carmim que lhe delineava as formas perfeitas, abriu-se lentamente à aproximação da boca sedenta que a desejava, moveu o corpo insinuante, deixou-se acariciar e sentiu-se perdida na loucura do beijo que retribuiu com ardor e paixão.
Nunca mais foi a mesma. Insaciável, todos os dias ali ficava à espera da repetição daquele primeiro beijo.
Durante muito tempo, aquele zangão apaixonado aparecia diariamente para beijar a bela rosa púrpura do meu jardim, para saborear o seu néctar doce, para sentir a carícia das suas pétalas em volta do corpo…
Rui Felício
Blog «Encontro de Gerações»
O diabo em Miss Jones
Este é um dos primeiros bronzes que eu comprei. Só que ainda não o tinha fodografado.
Só vendo-o de perto e com tempo se descobrem todos os detalhes desta cena diabólica... no bom sentido...
Só vendo-o de perto e com tempo se descobrem todos os detalhes desta cena diabólica... no bom sentido...
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