Júlia, bailarina de brincadeiras azuis no espaço a preencher dos homens, volta.
E quando regressa, com medo no coração, procura saber fechar os panos que cobrem mágoas, aos quais chama pálpebras, de cada vez que pinta uma ilusão num qualquer quadro de alguém que lhe cerra um envelope.
Júlia fecha os olhos a fugir do toque que invade o seu corpo e obriga-a a sorrir com paixão fingida a quem crê que o dinheiro aluga mais que um simples invólucro de Ser Humano. Manto que não deixa de ser dela, capa de indivíduo amolgada pelos anos de amor alugado, que hoje já pesa no seu orgulho e sobretudo no de quem a quer pelo coração e não pelo envelope.
Para o seu leito reserva a visita de apenas um amante, hoje. Aquele que lhe diz que quando priva com as curvas do seu corpo, sonha como não sonhava desde menino, duas vidas de Júlia atrás.
E satisfaz-se... desfruta o momento que apenas Júlia poderia proporcionar de forma tão falsamente verdadeira que até ela própria por vezes acredita.
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Uma por dia tira a azia