Procura-se a companhia envolvente mexendo nas feridas que um dia inundaram o corpo de espaço. Feridas antigas ou recentes de ver partir não interessa o quê. Solidão abstracta de quem vive rodeado de pessoas. E ainda assim não vê ninguém daqueles que sempre nos observam.
São árvores sem raízes, pássaros sem asas, lanternas sem brilho. Ao amanhecer é Sol sem raios que vertam Luz e à noite, Lua nova.
Procura-se o vento para que o fogo se espalhe. O fogo que arde sozinho.
Acha-se tempo. Acha-se espaço. Encontra-se o chão vazio onde já foram quadrículas de Templo.
Procuras EU.
29 novembro 2010
E se a tua vida de repente se transformasse num filme pornográfico?
«Pornô da Vida Real» - "O que fazer quando entregam a sua pizza errada, espalham blondor na sua geladeira e platonicamente se esfregam em sua mulher?"
28 novembro 2010
De segregar-te silêncios
Silêncio é, de todas as palavras no Mundo, a palavra que mais palavras contém, talvez até a única que contém todas as outras. Porque é no silêncio que todos os segredos se escondem.
«Cura milagrosa» - por Rui Felício
Dezoito aninhos...
Na flor da idade, a curvilínea silhueta da Inês atraia os olhares masculinos pela sensualidade das formas. Porém, os que a observavam de perto, viravam a cara com um semblante de desilusão. Quase enjoo...
A sua pele parecia a superfície de um planeta cravejado pelas bolhas de inúmeros vulcões.
Experimentou de tudo, a conselho das pessoas amigas. Mel com açúcar, água de lavar o arroz, óleo culinário, sumo de maçã, tudo!... Sem resultados...
Finalmente foi ao dermatologista, jovem médico recém-formado, que lhe receitou uma enorme parafernália de pomadas para ela besuntar o corpo e a cara.
As pequenas melhoras, quase imperceptíveis, que se notavam passados dois meses, estavam longe de terem resolvido o problema. Farta de gastar dinheiro em pomadas, sem resultados palpáveis, desabafou com uma amiga que lhe disse a rir, com ar de gozo:
- Tu precisas é de arranjar um namorado! Vais ver que isso te passa em três tempos...
Voltou ao dermatologista, mostrou-lhe a ineficácia dos medicamentos e, meio envergonhada, mas disposta a tudo para descobrir a cura, contou-lhe o que a amiga lhe tinha dito.
O jovem médico que, desde a primeira vez que a viu, não conseguira esquecer a beleza escultural daquela rapariga, apesar do problema da pele, confessou-lhe como se sentia atraído por ela e que gostava que ela o aceitasse como seu namorado.
A Inês aceitou o pedido, mais como uma derradeira panaceia para o seu mal, do que propriamente porque o médico a atraísse.
Namoraram, o acne começou visivelmente a melhorar e acabaram por casar. Após os primeiros tempos de casamento, a pele da Inês estava praticamente curada!
Mas voltava a piorar sempre que o marido tinha que se ausentar por alguns dias para ir ao estrangeiro a Congressos de Dermatologia.
Quando ele regressava a pele tinha voltado a encher-se de borbulhas. Que logo desapareciam depois de alguns dias de convívio conjugal. A relação causa e efeito começava a delinear-se...
Sempre assim acontecia. Melhorava quando fazia sexo e piorava na sua ausência!
Um dia o marido avisou-a que teria que ir a um Congresso na China, mas que desta vez iria estar ausente por quase um mês!
E, no dia da partida, olhava ela o carro dele a afastar-se na esquina da rua, em direcção ao aeroporto, foi surpreendida pelo belo filho do dono do minimercado do bairro que lhe disse:
- Olá Inês, queres provar um dióspiro? O meu pai comprou umas caixas deles que tem lá no supermercado para vender.
- São uma delícia! – disse ele estendendo-lhe um que trazia na mão...
Ela puxou-o bruscamente pelo braço, meteu o rapagão dentro de casa, fechou a porta e disse-lhe, com ar ansioso e provocador:
- Sim quero! Quero! Durante um mês, quero todos os dias um, pelo menos!
Quando o marido regressou ao fim de um mês, ficou espantado:
- Desta vez, apesar da minha longa ausência, a tua pele está impecável, sem marcas, sem borbulhas! Pareces estar curada, definitivamente!
- Pois é, querido. O que me curou foram os dióspiros que diariamente tenho comido...
Rui Felício
Blog «Encontro de Gerações»
27 novembro 2010
Terminou hoje o 14º Encontra-a-Funda
Aos 22 membros e membranas que puderam estar presentes nesta Visita-a-Funda, distribuidos pelos quatro fins de semana de Novembro, a minha vénia e os meus agradecimentos pela vossa disponibilidade para visitarem a minha colecção de arte erótica. Só foi pena o espaço não permitir a vinda de toda a malta ao mesmo tempo. Foram momentos óptimos de convívio. Para quem não pôde estar presente, fica o convite para um dia fazer também uma visita.
Só espero que, dentro em breve, possamos encontrar-nos todos num espaço com as condições que todos os que viram a minha colecção acham que merece.
Natureza madrasta ou piedosa?
Ao ler esta notícia sobre um estudo que concluiu terem as mulheres que são mais sensíveis na ponta dos dedos mais sensibilidade lá por baixo e consequentemente mais orgasmos, só me lembrei de uma coisa, muito mazinha.
Será que a Natureza compensou as invisuais, que desenvolvem grande perícia para ler Braille, etc., com bastantes "alegrias" ?
E se sim, aprender Braille activa a patareca ?
domesticadores
do meu amigo Capê ou Casp e que também dá por Carlos Pedro, como vocências melhor se habituarem, que me presenteia e surpreende, a cada passo, com os seus sonoros poemas de salutar rebeldia e que julgo muito adequado que a comunidade que por aqui paira vá tomando conhecimento, aqui vos deixo uma recente pérola, com o título Domesticadores:
Quem foi que disse
não se bate a uma
mulher nem com
uma flor?
2010 e vão (39) mulheres
assassinadas pelo dito
macho latino da latrina
comilão - panascão
domesticador doméstico
criminoso ignominioso
pulha piolhoso e tudo
o mais por acréscimo
Nesta guerra silenciosa
devia sair da tumba
a Padeira de Aljubarrota
e catrapumba à pazada
toma toma arrota arrota
vai pró forno filho dum corno
Quem foi que disse
não se bate a um
pretenso homem
nem com uma pá?
25/11/2010
Casp
Lua de nós
Foste inspiração
brisa suave
beijos inesperados
e tesão.
Ficou o teu cheiro forte
nas minhas mãos,
na almofada,
nos lençóis,
pela penumbra
do quarto minguante.
Foste um verbo
de entoação
- no mar ao longe -
sob os aviões
que aterraram;
sobre mim que nos tivemos.
Poesia de Paula Raposo
Sono Alheio
Sono.
Tratado estabelecido entre o cansaço e a noite. Obra de arte com pincel de pureza pintado pela mão do Artista que traça a vida... o Milagre da Vida.
20 minutos de olhar traduzidos em décadas de júbilo. Meros segundos em vontade. Nem isso próximo de um mar de detalhes dignos de recordação.
Um sorriso leve que mostra à noite um qualquer sonho de felicidade indecifrável.
Nem um movimento.
Nem um som.
Apenas uma devoção suprema de emoções que viaja no complexo superior.
Sinapses, dizem.
Amor, falo eu...
Tratado estabelecido entre o cansaço e a noite. Obra de arte com pincel de pureza pintado pela mão do Artista que traça a vida... o Milagre da Vida.
20 minutos de olhar traduzidos em décadas de júbilo. Meros segundos em vontade. Nem isso próximo de um mar de detalhes dignos de recordação.
Um sorriso leve que mostra à noite um qualquer sonho de felicidade indecifrável.
Nem um movimento.
Nem um som.
Apenas uma devoção suprema de emoções que viaja no complexo superior.
Sinapses, dizem.
Amor, falo eu...
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