17 dezembro 2010

What What (In The Butt) de Samwell

Para usufruto e entretenimento dos leitores deste blog de autêntico serviço educativo, deixo aqui uma excelente sugestão musical que promete 3 minutos e 49 segundos de pura diversão.

De mim para vocês, eis Samwell com o sucesso do momento: "What What (In the Butt)".

Incompletar-me

Eu hei-de ser apenas quem eu não chorar, ainda parte de mim que apenas pausa quando chega ao que hei-de ser - mas não pára que eu vou incompletar-me permanentemente - hei-de estar sempre com saudades do que ainda não fui. Despedi-me do que já não sou, não apaguei e guardei-me em rascunhos; umas poucas vezes aconteceu-me assim, é quando mostro coisas que já não sou que me estranho e resolvo despedir-me, guardo essa parte em quem já fui; apagar é ilusão, seria como apagar os traços que vão formando o desenho. Guardei-me. Sou ainda a amante do silêncio, a marioneta da musa chamada Musa, vivo de mãos contra o peito, decoro os dedos que me dão, eu nunca quero ser inteira; o que me falta eu hei-de procurar e, assim, tudo o resto encontrarei acidentalmente. Terá de assim ser; eu nunca sei quais são as perguntas, não as conheço, não sei o que há para perguntar, se perguntar por mim talvez encontre as mil respostas de tudo o que não enunciei e , por isso, nunca mais bato em portas onde não sou. Eu hei-de ser apenas quem eu não chorar e ainda só parte de mim.

Um bastão em osso trabalhado (e que belo trabalho!...)

Esta é uma peça que não se consegue apreciar em pleno sem a ver ao vivo... e sem lhe tocar.
Uma delícia, este bastão chegadinho de fresco à minha colecção.

Há que tirar os pontos dos...


Webcedário no Facebook

16 dezembro 2010

há dias...

há dias
em que tudo o que quero
é dizer-te que te amo

é sentir a tua boca,
a tua língua...


há dias
em que tudo o que quero
é sentar-me no teu sexo
enquanto me enlaças...

é sentir o teu corpo,
as tuas mãos
que afagam os meus seios...


há dias
em que és tudo o que eu quero

O João aprova #2



O que eu aprovo aqui é, claramente, o prazer de conduzir. Sou favorável ao prazer da condução!

Para Maiores de Idade

A Sentidos e Sensações - Associação de Promoção e Educação para a Saúde é uma Associação sem fins lucrativos que "visa promover a saúde física e mental, sexual e reprodutiva (...)".
Esta associação criou um audiolivro no âmbito de um "projecto que visa promover comportamentos saudáveis ao nível da informação sobre sexualidade e envelhecimento adequada às necessidades em saúde sexual desta população; e promover o reconhecimento e a aceitação da sexualidade como uma componente de todo o ciclo de vida".
O audiolivro «para maiores de idade» está disponível gratuitamente aqui.
Um forte aplauso!

Primitive


Blaze Starr, famosa stripper, dança a música dos The Groupies

15 dezembro 2010

A posta que foi bom para ti também


Uma amiga arranjava o espaço, eu e um parceiro tratávamos da instalação eléctrica. Bola de espelhos, sequencial, psicadélicas, sirene e, last but not least, uma lâmpada de luz negra que foi um achado pessoal.
Era isso mais o som, sempre um problema, e as mães das amigas, ossos duros de roer.
Mas depois de instalada a festa no espaço, uma sala vazia antes e depois de horas bem vividas, tudo ganhava magia e em pouco tempo, mesmo sem abusar da cerveja, o grupo adolescente isolava-se do resto do mundo num tempo que era só nosso e onde (quase) tudo podia acontecer e ninguém permitia que acontecesse mal algum.

O respeito impunha-se pela amizade que nascia e crescia sem abalos de monta, mesmo os mais atrevidos lá fora adoptavam a prudência como conselheira e avançavam com pezinhos de lã, às vezes resultava e outras vezes ficavam a ver a sorte dos outros quando abriam os olhos a meio de um slow. Sem invejas ou ciumes, os sentimentos de posse não faziam sentido num tempo em que acordávamos acelerados com medo que o dia não bastasse para tudo quanto nos apetecia viver e vivíamos a correr, em busca do pretexto seguinte para aprendermos a ser crescidos, primeiro uns beijos na boca, depois as mãos à solta pelas peles ansiosas de sensações, mas ainda imunes a todos os estragos que depois descobrimos isso acabaria por implicar.
E depois a vida a impor outros caminhos, outros interesses que prenunciavam o surgimento das obrigações inerentes a quem já podia tirar a carta de condução. E depois a vida a tornar menos simples as emoções, a complicar quase tudo aquilo que nos parecia eterno ao som dos Ramones ou das sequências intermináveis de música para dançarmos encostados, para ficarmos emparelhados com a nossa aposta para a ocasião.
Às vezes sim e outras vezes não. Mas sem embaraços ou arrependimentos, sem tristezas ou mais do que ligeiras desilusões, equívocos que sorvíamos por entre o brilho especial de um olhar que não queria afinal dizer atracção mas apenas a vontade de prender a atenção de alguém, de conversar as coisas já feitas e as muitas mais que havia por fazer.
Sem outro sentimento que não aquela proximidade que nos arrastava cidade fora ou mesmo aos arredores para sermos meninas e meninos na fronteira que delimitava uma época de transição, à procura dos nossos limites, de glórias, de anseios, de desejo, de carinho, de sinais que desmentissem o medo de que a borbulha nascida com a manhã não nos tornasse ainda mais feios e desinteressantes do que nos sentíamos quando o corpo parecia desorientado, sem saber como crescer, e os pelos pioneiros da barba tão temida quanto ansiada brotavam na cara como outros cobriam aos poucos as zonas mais privadas que aquele tempo abria ao nosso apelo explorador a surgir.
O sexo apetecido e (a promessa d)o amor a seguir, na bebedeira da emoção.
Às vezes sim e outras vezes não.