19 janeiro 2011

Do amor, segundo os meus alunos e não só

Um dos temas que os meus alunos de Pensamento Crítico em avaliação contínua mais escolhem, no âmbito dos textos argumentativos que têm de escrever, é o amor dito romântico. Sobretudo os de primeira matrícula e, dentro destes, aqueles que, porque são alunos de Direito na Universidade Católica do Porto, têm todas as certezas e repudiam quaisquer dúvidas (o que lhes vai passando, com a idade e a experiência), dissertam assertivamente sobre o que era o amor "antigamente" (mas há um "antigamente", para miúdos de dezoito anos, no que toca ao amor, ou somente um saber-por-ouvir-dizer, acrítico e heterónomo?) e o "desastre" em que se tornou hoje.
E porque as pessoas abandonam casamentos sem pensar, e que no tempo dos avós é que era em grande, porque os matrimónios eram para a vida toda (as/os amantes também, mas isso não ouviram eles dizer) e as pessoas eram felizes como tudo e não havia primos homossexuais (pois não, os que o eram tinham mulher/marido e filhos e amantes como os hetero-) e (já agora) o Natal era uma maravilha porque havia espírito familiar e consumismo zero e patati-patatá e trecolareco.
Quando leio estas atrocidades, apetecia-me fechá-los comigo numa sala e perguntar-lhes quem lhes mentiu tanto. E dizer-lhes que, se calhar, os avós e pais e tios que lhes contam estas patacoadas sonharam toda a vida em viver num país onde o divórcio fosse permitido ou numa cidade grande, onde não fosse uma vergonha trocar o marido ou a mulher por um/uma namorado/a. E que não tem mal algum pensar em amores em vez de no Amor, porque este tem várias caras e vários tempos e não dura para sempre. E (já agora), lembrar-lhe que hoje cada um vive o Natal como quer e que o espírito familiar não é inversamente proporcional ao consumismo, e que se na casa deles só sentem este último e nem réstea daquele, se calhar é melhor aproveitarem a consoada e terem uma conversa comprida, daquelas que as famílias à séria devem ter sempre que há uma chatice, com ou sem consumismo.
E, já que estava com a mão na massa, juntaria aos meus alunos um certo amigo, que acha que ficar com alguém de quem deixou de se gostar é altruismo: não se sente bem com a situação, mas tudo é melhor do que dar ao outro o desgosto de ficar sem a sua insuperável presença (porque isso seria, lá está, egoísmo, o que provavelmente constitui pecado mortal).
Fecharia a porta e deixá-los-ia a falar sem uma professora ou uma amiga a avaliá-los. Podia ser que, entre adolescentes e trintões, chegassem a uma qualquer conclusão, sem me porem com taquicardias nem vontade de lhes dar um valente puxão de orelhas.

Pure chess

- Ó Cavalo das Brancas, porque é que a vossa Rainha deu à sola quando o nosso Bispo se aproximou dela?
- Ela assustou-se, Torre das Pretas, porque ele já a comeu à grande noutro jogo e hoje os serviços secretos avisaram-na que ainda por cima agora anda a tomar Viagra ao pequeno-almoço....

Pelo Meio Sorri

Sorri.
Enquanto contigo e de mim o faço.
Pela procura e pela troca, pelo nevoeiro que me surpreende.
Pela protecção que alguém precisa. Pelo conforto que alguém me pede.
Pela segurança que alguém me exige. Pelo amor que alguém me espera.

Pelo meio sorri.
Pelo menos uma vez. Pelo menos em cada gesto.
Por ti que ainda não entendes. Por mim pela satisfação.
Por quem te espera e não sabe. Por quem te espera e não sabes.
Por momentos e por tempos. Pela face e pelo corpo.
Pela mente e pelo coração. Sorri com emoção.

Pelo meio sorri.
Porque me ensinas. Porque te mostro.
Porque explicas. Porque te vejo.
Porque é bom. Porque te faz bem.
Porque queres. Porque quero.

Pelo meio sorri.
Sempre e para sempre. Hoje, amanhã e nas memórias.
Aqui, ali e em qualquer lugar.
Comigo, contigo ou com os outros.
Por temas, por lemas ou por nada.

E por último... Sorri.

Derrotas

Nunca te disse uma só coisa. Magoa,
sim, magoa, acredita. Eram todas
ao mesmo tempo; os meus rios
nunca tiveram margens. Lisboa
sorria-me; tu, parado, só acenavas
e eu corria para ti. Mas os teus lábios
eram margens estreitas de uma lagoa
triste de lágrimas, gotas encurraladas
e agitadas por muitos dedos frios.
E agora, diz-me, quem nos perdoa,
quem nos devolve as mãos penduradas,
casacos velhos em armários?
Nunca te disse uma só que me doa
assim, esta dói mais que todas as outras,
eu vejo-te rir e os teus olhos estão sérios.


wish upon a star...



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18 janeiro 2011

Edito Estrelas

Nem todas as veias de um púbis não depilado podem ser automaticamente consideradas vasos capilares.

Facebook things (or not!)



(que eles lá no livro da face é tudo 'ssoas bué de púdicas! humpf!)

a Cova FUNDA!


com novos sabores (hummm)


pode ler-se: «no Covas sem os 23%»

tudo para se aFUNDAr sem mais não. onde? na Cova poi' claro!

Amor que faço

Quero que escrevas
no meu corpo
a mais bela
canção de amor;
que me dedilhes
incessante
todos os poros
que se abrem às tuas mãos.

Quero que escrevas
na minha boca
o mais belo
poema de amor;
que me pintes
colorindo
a boca
que se abre aos teus dedos.

Poesia de Paula Raposo

Base de copos da cerveja «L'Alsacienne Sans Culotte»

Obrigada, Daisy e Alfredo, por esta vossa prendinha que me trouxeram de Colmar. Mais um miminho vosso para a minha colecção.

17 janeiro 2011

Eu gosto de animais

Foto: Shark

- Juro, querida! Fiquei retido em Orly por causa do mau tempo e por isso tive que deixar lá a carga, fui lá agora passear com cegonhas francesas...

A carta da não-monogamia

Franklin Veaux já nos tinha surpreendido com o Mapa da Sexualidade Humana.
Agora elaborou esta análise gráfica das relações humanas. Confusa, como a própria realidade:



Mapa da não-monogamia

(crica na imagem para aumentares a coisa)