21 fevereiro 2011
Imporrta-se de repetirre?
Sempre que lhe perguntavam se estava melhorzinho do seu problema com a ejaculação precoce o imigrante alemão tentava sempre minimizar a coisa alegando que o prroblema não erra constante mas apenas esporrádico...
Quando o olho de trás vê
Foi notícia ontem na televisão.
Jessie e Reanin, duas modelos neozelandesas, puseram câmaras de filmar escondidas nos rabiosques das suas calças.
Assim, conseguiram filmar os olhares de quem passava. E no YouTube já têm quase 5 milhões de visualizações.
Jessie e Reanin, duas modelos neozelandesas, puseram câmaras de filmar escondidas nos rabiosques das suas calças.
Assim, conseguiram filmar os olhares de quem passava. E no YouTube já têm quase 5 milhões de visualizações.
O Altruísmo do Mocho e da Formiga
São seres atarefados que correm de um lado para o outro.
Meio mochos, meio formigas.
São sábios e trabalhadores que se deslocam em busca - quase fuga não sabem do quê - de um próximo mundo que pretendem salvar.
Cumprimentam-se de forma estranha, olham-se com a ternura de quem se conhece há muitas vidas e ajudam-se com a vontade de quem quer mudar o mundo.
São mochos nas decisões e no intelecto.
São formigas no trabalho que se predispõem a fazer.
Eles correm de um lado para o outro para fugir da areia movediça que lá fora querem cimentar.
Correm atarefados de um lado para o outro, raramente sem direcção, raramente sem apoio, raramente lembrando a sua própria existência.
Meio mochos, meio formigas.
São sábios e trabalhadores que se deslocam em busca - quase fuga não sabem do quê - de um próximo mundo que pretendem salvar.
Cumprimentam-se de forma estranha, olham-se com a ternura de quem se conhece há muitas vidas e ajudam-se com a vontade de quem quer mudar o mundo.
São mochos nas decisões e no intelecto.
São formigas no trabalho que se predispõem a fazer.
Eles correm de um lado para o outro para fugir da areia movediça que lá fora querem cimentar.
Correm atarefados de um lado para o outro, raramente sem direcção, raramente sem apoio, raramente lembrando a sua própria existência.
20 fevereiro 2011
Carta ao Viajante (VII)
Nunca consegui sentir-me uma forasteira, uma estrangeira; em qualquer sítio ou qualquer alma a que eu chegue tenho sempre aquela sensação de familiaridade, de paz de chegar a casa, como se já tivesse habitado, como se antes tivesse pertencido ali; uma lavadeira, uma professora, uma taberneira, alguém que tinha a espada pesada que carrego ainda na mão, parece-me que em todo o lado já vivi. A imaginação é coisa poderosa, entendes do que falo, sim? Vi os teus vídeos todos, estranhamente poderia falar-te de saudades desses sítios, de nostalgia, voltei aqui para te contar.
O feio é apenas um sítio onde o belo se escondeu; tento olhar tudo e até cada um desses esconderijos, sem medo, com medo; não existe feio verdadeiramente feio, até na boca roxa do macabro se contorce a mais singular e musical gargalhada que poderá ser escrita como poesia. Vim aqui para te contar que feio mesmo feio encontra-me quando não consigo escrever; talvez logo à noite consiga, finalmente, após tantos dias, encontrar a solidão antes que a solidão se esgote em mim e me esgote as linhas; é nela que encontro a tinta preta que levo comigo para desenhar momentos, pensamentos, emoções, histórias de outras pessoas. Eu não a quero inteira, só quero um pouco dela e, nestes dias, tem sido o preço que pago, a moeda de troca para tudo o que me chega de novo. Tenho que interromper, novamente; pessoas sempre a entrar e a sair, só tive estes (poucos) minutos. Sempre que me deixem sobrar um pouco que eu possa dar à solidão, voltarei para te contar.
O feio é apenas um sítio onde o belo se escondeu; tento olhar tudo e até cada um desses esconderijos, sem medo, com medo; não existe feio verdadeiramente feio, até na boca roxa do macabro se contorce a mais singular e musical gargalhada que poderá ser escrita como poesia. Vim aqui para te contar que feio mesmo feio encontra-me quando não consigo escrever; talvez logo à noite consiga, finalmente, após tantos dias, encontrar a solidão antes que a solidão se esgote em mim e me esgote as linhas; é nela que encontro a tinta preta que levo comigo para desenhar momentos, pensamentos, emoções, histórias de outras pessoas. Eu não a quero inteira, só quero um pouco dela e, nestes dias, tem sido o preço que pago, a moeda de troca para tudo o que me chega de novo. Tenho que interromper, novamente; pessoas sempre a entrar e a sair, só tive estes (poucos) minutos. Sempre que me deixem sobrar um pouco que eu possa dar à solidão, voltarei para te contar.
«A universalidade do amor» - por Rui Felício
Em frente à sala de estar, tenho um jardim interior envidraçado que, frequentemente, observo pensativo, absorto, só com a suave música de fundo a pautar a minha placidez.
Enterrado no sofá, não dou pelo passar do tempo, deixo correr livremente o pensamento, sem peias, pelas recordações do passado, pelo rotineiro presente, pelas utopias do futuro, pela beleza do que nos rodeia.
Admiro as brilhantes gotículas da chuva a deslizarem, como pérolas, pelas folhas das plantas.
Algumas vezes, como ontem à noite, abro a porta de vidro que dá acesso ao jardim e vagueio no meio daqueles seres vegetais, imperceptivelmente sensíveis, que parecem corresponder e retribuir as carícias que lhes dou com o toque macio dos meus dedos.
Depois vou me deitar, envolvendo-os num olhar de despedida.
Esta manhã, depois de acordar e de ter ido à casa de banho, passei apressado pela sala, antes de ir preparar o pequeno almoço.
Estaquei silencioso, imóvel... Incrédulo! Surpreendido!
Um casal de jovens volteava no sofá!
Agitados, abraçados, fundidos num só, em frenéticos movimentos crescentes, obviamente deliciados, indiferentes ao mundo, no auge de uma orgia de sexo explícito, nem deram pela minha presença.
Devo ter me esquecido de fechar a porta do jardim e permiti com essa distracção, que aqueles jovens invadissem a minha casa.
Dali a pouco, aquelas duas belíssimas borboletas, já saciadas, esvoaçaram lado a lado, em direcção à rua, sacudindo as maravilhosas asas multicoloridas…
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
19 fevereiro 2011
A Polónia já tem um Museu do Sexo
A partir de agora, está aberto ao público o Museu Erótico de Varsóvia («Muzeum Erotyki w Warszawie»).
O Museu apresenta 2.000 peças de arte erótica de todo o mundo, da colecção particular de Dariusz Kedziora, que começou há 20 anos. Curioso... é o mesmo número de peças que eu tenho na minha colecção (acrescidos, no meu caso, de 1.600 livros)... e que comecei a comprar há 25 anos.
Saliente-se que a Polónia é uma nação com elevado peso da religião católica e o sexo mantém-se um assunto tabu.
A entrada para o Museu custa 30 zloty (cerca de 8 euros), com preço sespeciais para estudantes (que têm as suas necessidades prementes) e idosos (que mantêm as suas necessidades).
Informações obtidas aqui e aqui.
Desatino
Mais um desatino.
Palavras sem sentido
(repito-me, eu sei)
vagas/não vagas.
Existe - tem que existir -
um alimento para a alma;
se existe para o corpo?
Onde está o outro?
Longe....tão longe...
e a vontade de fugir.
Poesia de Paula Raposo
A arte da flatulência apresentada pelo Carlos Car(v)alho
A Arte de Todos os Tempos, Credos e Lugares...
Publicada pela primeira vez em 1751 numa edição anónima, “A Arte da Flatulência” teve tanto sucesso que o autor - Pierre-Thomas-Nicolas Hurtau - a reeditou várias vezes até à sua morte em 1791. Com o tempo, a dissertação tornou-se um clássico da literatura cómica, escatológica e pseudo-científica, existindo actualmente incontáveis edições e traduções da obra no mundo inteiro.
O que cheira verdadeiramente mal, diz ele, é o preconceito. E a incapacidade de rirmos de nós próprios, das nossas debilidades. Ou seja, o que a flatulência tem de dramático é vir lembrar-nos de que somos imperfeitos e mortais. Que algo está podre dentro de nós, mesmo antes de morrermos. E, contra isso, só há um remédio: rir, mas rir com arte.
Este falso cientista, mas verdadeiro filósofo, leva a paródia às sua últimas consequências, pois, no fundo, quer relembrar-nos que, por baixo das rendas e dos perfumes, temos vísceras, como qualquer outro animal, e não devemos envergonhar-nos do que somos, antes vivê-lo com bom humor. Tanto mais que, como afirma, a flatulência é uma necessidade da natureza, uma condição de boa saúde, que pode e deve ser assumido como fonte de prazer. E até de arte, pois “dar flatulências” não custa, custa é saber dá-las.
Não, “A Arte da Flatulência” não se limita a ser uma obra satírica. Tem uma dimensão sociológica a que só serão sensíveis os narizes mais finos e os ouvidos mais sagazes. Essa é uma das razões por que o livro não perdeu actualidade. A outra é o facto inegável de a flatulência permanecer hoje uma manifestação desconhecida da generalidade das pessoas como o era no séc XVIII. Por isso, não venham dizer que a matéria do texto é de mau gosto.
De resto, este poeta dos gases, este sábio da flatulência, deixa expresso o mais louco dos desejos: o de assistir um dia a um concerto de flatulências, concebido por um compositor capaz de transformar em música os sons mais viscerais. Em suma, decerto já o perceberam: a matéria do livro é, sem tirar nem pôr, um dos vários capítulos da mais difícil e exigente das artes: a Arte de Viver.
Post Sriptum:
Respeitando a sensibilidade dos meus queridos amigos e amigas, optei por não usar a linguagem escatológica da tradução portuguesa, sem que, no essencial, tenha havido alteração do sentido do texto. Em todo o caso, aceita-se a crítica de que o termo utilizado – flatulência - seja pouco preciso quanto ao ponto de saída da dita. Assim e para os que se preocupam com a qualidade da tradução, com a preservação e – por que não dizê-lo? – com a valorização de uma certa linguagem popular, creio que não será difícil repor a pureza das palavras originais, bastando, para tanto, substituir “flatulência” por “peido”. Ipsis Verbis.
(A Arte de dar Peidos - Ensaio teórico-físico e metódico de 1751, de Pierre-Thomas-Nicolas Hurtaut. Editora Orfeu Negro, Novembro de 2010. Texto adaptado)
Carlos Car(v)alho
Publicada pela primeira vez em 1751 numa edição anónima, “A Arte da Flatulência” teve tanto sucesso que o autor - Pierre-Thomas-Nicolas Hurtau - a reeditou várias vezes até à sua morte em 1791. Com o tempo, a dissertação tornou-se um clássico da literatura cómica, escatológica e pseudo-científica, existindo actualmente incontáveis edições e traduções da obra no mundo inteiro.
O que cheira verdadeiramente mal, diz ele, é o preconceito. E a incapacidade de rirmos de nós próprios, das nossas debilidades. Ou seja, o que a flatulência tem de dramático é vir lembrar-nos de que somos imperfeitos e mortais. Que algo está podre dentro de nós, mesmo antes de morrermos. E, contra isso, só há um remédio: rir, mas rir com arte.
Este falso cientista, mas verdadeiro filósofo, leva a paródia às sua últimas consequências, pois, no fundo, quer relembrar-nos que, por baixo das rendas e dos perfumes, temos vísceras, como qualquer outro animal, e não devemos envergonhar-nos do que somos, antes vivê-lo com bom humor. Tanto mais que, como afirma, a flatulência é uma necessidade da natureza, uma condição de boa saúde, que pode e deve ser assumido como fonte de prazer. E até de arte, pois “dar flatulências” não custa, custa é saber dá-las.
Não, “A Arte da Flatulência” não se limita a ser uma obra satírica. Tem uma dimensão sociológica a que só serão sensíveis os narizes mais finos e os ouvidos mais sagazes. Essa é uma das razões por que o livro não perdeu actualidade. A outra é o facto inegável de a flatulência permanecer hoje uma manifestação desconhecida da generalidade das pessoas como o era no séc XVIII. Por isso, não venham dizer que a matéria do texto é de mau gosto.
De resto, este poeta dos gases, este sábio da flatulência, deixa expresso o mais louco dos desejos: o de assistir um dia a um concerto de flatulências, concebido por um compositor capaz de transformar em música os sons mais viscerais. Em suma, decerto já o perceberam: a matéria do livro é, sem tirar nem pôr, um dos vários capítulos da mais difícil e exigente das artes: a Arte de Viver.
Post Sriptum:
Respeitando a sensibilidade dos meus queridos amigos e amigas, optei por não usar a linguagem escatológica da tradução portuguesa, sem que, no essencial, tenha havido alteração do sentido do texto. Em todo o caso, aceita-se a crítica de que o termo utilizado – flatulência - seja pouco preciso quanto ao ponto de saída da dita. Assim e para os que se preocupam com a qualidade da tradução, com a preservação e – por que não dizê-lo? – com a valorização de uma certa linguagem popular, creio que não será difícil repor a pureza das palavras originais, bastando, para tanto, substituir “flatulência” por “peido”. Ipsis Verbis.
(A Arte de dar Peidos - Ensaio teórico-físico e metódico de 1751, de Pierre-Thomas-Nicolas Hurtaut. Editora Orfeu Negro, Novembro de 2010. Texto adaptado)
*Texto recebido pela net, onde também pesquisei fotos.
Carlos Car(v)alho
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