29 março 2011

«Le Temps Qui Passe» - de Milleanne


A minha compra mais fresquinha para a colecção veio do lado de lá do oceano Atlântico, mais propriamente do Brasil. «O tempo que passa» é um pequeno quadro a óleo sobre tela (20 x 30 cm) da autoria da pintora Milleanne, que expõe e vende os seus quadros na Galeria Baudelaire, em S. Paulo.

A visita do Príncipe



HenriCartoon

28 março 2011

O humor da marafilha do shark

O amor é como a erva. Nasce, cresce e depois aparece uma vaca e estraga tudo.

Reparem nos Húngaros, ali no meio da Europa

Os Portugueses ficaram caladinhos. Vergonha ou excesso de modéstia?

De Nihilo Nihil

De nihilo nihil, "nada vem do nada" como Lucrécio afirmava.
E (também) por apologizar esta citação, não posso rejeitar à partida, pelo menos sem uma crítica mais profunda que me permitisse excluir o próprio conceito, a existência de uma qualquer força cósmica, sobrenatural ou energética que decida por ela própria convergir os caminhos de duas almas, unidas no passado, num único sentido.
Quando observo o teu corpo;
Quando apresto a forma perfeita como ele se encaixa no meu; ou até poética;
Quando por ocasião das tuas carícias, nenhum toque é inútil, mas cada um deles, mordaz no despoletar de emoções físicas e psicológicas;
Nesses momentos, nesses nenhures de uma vida de possibilidades e probabilidades, sinto alguma dificuldade em aceitar que tudo fora deixado ao acaso.
Há quem nomeie a vida de carrossel;
Há quem afirme que a sorte determina o encontro de dois seres humanos.
Será uma qualquer energia de aproximação capaz de proporcionar o (re)encontro de dois amantes que outrora, noutra vida, noutra realidade, já o foram?
Será que o êxtase que sentimos quando tocamos um no outro já fora sentido? Por nós; pelos mesmos indivíduos de invólucros desiguais aos do passado.
Retivemos então a forma como beijamos, tocamos, o que sentimos, o que gostamos, o que nos provoca, o que nos atrai, o que nos faz desejar...
...o que nos faz amar.

Escolham outra modelo para o anúncio de cerveja, por amor de Eros!

27 março 2011

Sai da frente ou ainda te fura um olho!

«Atracção na cidade» - por Rui Felício


Há anos que sou cliente daquela loja de pronto a vestir para homem, na Av. do Uruguai.
Não é que seja barata, mas os fatos são de boa qualidade, a confecção é perfeita e consigo sem dificuldade encontrar o tamanho adequado sem necessidade de serem feitos arranjos, nem nas calças, nem nas mangas.
Já lá conheci várias empregadas. Tanto as que saem como as que as vêm substituir, são sempre de uma extrema simpatia, cordiais, solícitas, eficazes, competentes e, normalmente, muito bonitas. Com corpos esculturais, mulheres jovens mas já maduras e de grande beleza, não se lhes consegue ficar indiferente...
Mesmo que não tencione comprar nada, às vezes passo por lá só para ver se há novas colecções. Porém, de há um mês para cá, tenho-a visitado com maior frequência do que o habitual.
Bem...porquê escondê-lo? Confesso que tenho ido à loja só por causa dela. Está na loja há pouco tempo, é nova, trigueira, salpicada por umas quase imperceptíveis manchas acastanhadas, que fazem lembrar pequenas sardas, e que lhe dão um atractivo especial, inexplicável, de sonho.
É a sensação de uma maciez aveludada, aquilo que sinto, quando, casualmente, os meus dedos lhe tocam, provocando-me um arrepio incontrolável no corpo. Suspiro baixinho, disfarço, as ideias atropelam-se-me em turbilhão e tento controlar o desejo louco de a ter. Evito que se perceba. Se calhar, sem sucesso...
Mas...
Um choque, um aperto no coração, foi o que senti no outro dia.
À porta, ainda não tinha entrado, vejo-a pendurar-se no pescoço de um homem jovem, bem constituído, que lhe sorria, que a afagava. Pelo vidro translúcido da porta, espreitava-os e adivinhava-lhes, com inveja, um ar de grande felicidade!
Nem cheguei a entrar. Dei meia volta e regressei a casa roído de ciúmes, recriminando-me pelo meu feitio inseguro e indeciso.
Pelo caminho tentei desvalorizar o inesperado episódio. Nos tempos modernos essas atitudes são triviais, as mudanças são comuns, as aparências nem sempre traduzem a realidade e, portanto, não devia preocupar-me demasiado.
Ontem decidi-me! Venci aquela estúpida indecisão, aquele marasmo, e resolvi passar pela loja ao fim do dia. Ganharia coragem e diria a verdade! Revelaria aquilo que me trazia o coração apertado. Não perdia nada com isso, monologava eu comigo mesmo... Assim acabaria com o sofrimento que me atormentava e que não tinha razão de ser!
Cheguei lá, procurei-a avidamente com os olhos. Mas não a vi!
Perguntei por ela, ansioso.
A empregada que me atendeu disse-me que aquela bela e cara gravata de seda italiana, de um padrão invulgar, era exemplar único e que a tinham vendido no dia anterior...

Rui Felicio
Blog Encontro de Gerações

Não-Despoema

E se chegar a manhã que devora os meus sonhos,
que fere e tomba as árvores nos meus caminhos,
meu amor, tu ainda serás o rio da noite
(mesmo que eu não grite, mesmo que eu não grite)
que se lança, em pranto, contra os ácidos que se espalham
no mar de luz angustiante, impiedosa, dos que acordam
apenas para o centro do pesadelos
nos olhos de princesas roubadas dos castelos;

e voltarás a adormecer--me
e a acordar-me
uma e outra e outra vez, voltarás
enquanto o meu pesadelo não for capaz
porque a noite não se dilui
(nunca termina o que não se conclui)
no frio, no medo, no calor que arde numa luz bruta
que fere os dias mais do que a dor, mar
que fere tudo o que não conseguiu levar
e pára e luta;

escuta,
e ao parar do coração, assim,
quando eu morro um bocadinho,
voltarás, tu voltarás
a bater contra o meu corpo
a cada instante do grito
voltarás pelo meu caminho
ao lado de bem dentro de mim
para me puxares até ao lado de fora do tempo.

Encontros imediatos do Chatroulette

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26 março 2011

«One Night Stand»

Meu amor

Cubro-te de beijos, meu amor,
No dia que desperta em mim
Neste desejo imparável
Que acorda em cada manhã,
Me alvoroça, me perturba
Nos braços que não são teus.

Aqueço-me ao longo do teu corpo
À volta do teu peito,
Neste abraço sem fim
Com que te adormeço cada noite,
Zelando os teus sonhos
Nestes meus olhos cansados,

Ser feliz é não olhar o tempo,
Saber que ele não passa por nós,
Saber que te posso amar
Em cada momento da minha vida.
Ser feliz é ser presente,
Nesta ausência física,
Saber que te posso beijar,
Saber que o meu amor és tu.

Ser feliz é ter-te inteiro,
Neste amor louco que te tenho
Enquanto te sentir em mim.

Poesia de Paula Raposo

Shooting Well #5

Numa pausa para tabaco, ainda assim, o obturador dispara.