30 março 2011

Postalinho de Espanha

"Para a tua colecção, São.
A foto foi-me enviada por amigos meus em Espanha, mais propriamente perto de Lepe, uma casa rural muito gira e que tem cenas giras!
Conceptus Nus"


Entretanto, nos comentários:
Libélula Purpurina: "Assim, sim!"
São Rosas: "Há ali um que não dá para cabide."
Libélula Purpurina: "Aquilo com um estimulozinho ia lá..."
shark: "Ai sim? Por exemplo?"
Libélula Purpurina: "Queres que te faça um desenho?"
São Rosas: "Sim! Sim!"

E ela fez o desenho:

A dois tempos


Devagar.
A mão que segue o olhar, suave sobre a pele a deslizar sensações, a despertar emoções tão belas mas adormecidas.
Sem pressa.
À espera que apeteça algo mais ainda, a estudar, e a outra mão a agarrar com mais firmeza, conhecedora, alardeando a certeza de quem conhece o caminho, outros desbravou, a mão que agarrou e agora convoca a outra para a acompanhar numa dança e o ritmo marcado pela confiança na interpretação dos sinais, queres muito, queres mais, e o olhar aquecido pelo reflexo do prazer num rosto de mulher, as unhas cravadas no chão, a mudança da expressão para melhor, ainda mais bonita, o corpo que se agita e os olhares trocados na hora de procurar outro passo por dar na viagem, apreciando a paisagem com o olhar que segue o movimento da boca que fala sem nexo no delírio do sexo que parece ideal, perfeito naquele momento, guardado para sempre no tempo que a memória existir, entrelaçados os corpos que anseiam repetir o que nem pára sequer.
Um homem e uma mulher.
Devagar.
Ou mais depressa, a seguir a um longo beijo.
Tanto faz...
Se nos olhos se espelhar o desejo de que aconteça outra vez.

O gato Félix numa campanha contra a SIDA

Ele tem nove vidas...





Shooting Well #6

São precisos dois para a cumplicidade.

Dias dos 2



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29 março 2011

T(r)ocar

Eu nasci no mês de Agosto mas só devo ter nascido metade. Desde então tenho sempre muito frio e saudades; estou sempre ansiosa pelo retorno embora saiba que esse mês me vai matar, todos os meses de Agosto me mataram e ficaram a ver-me morrer. Durante esses dias vivo ao contrário do resto do Mundo: o frio nos dedos e a morte instalada como visita exigente, convidada de honra, no quarto de hóspedes dos olhos são muito mais estranhos quando toda a gente ferve e agita a luz. Acabo por nascer atrasada, sempre com um ou dois meses de atraso, em Setembro ou em Outubro, já com saudades e frio e este desejo sempre demasiado intenso por falta de direcção, uma espécie de fome dolorosa que não se sabe de quê e que sempre me comeu quando fiz amor com todos os estranhos a quem abri a porta e o corpo. Continuo a nascer só metade, os dias adicionais de gestação nada acrescentam que eu não tenha de dar em troca, se recebo mais sossego, tiram-me um olhar e, mais tarde, percebo que fiquei cega para determinado ponto do horizonte; nem sempre percebo logo o que recebi e o que dei em troca. Este ano também morri em Agosto mas o parto tem sido incomparavelmente mais lento, ainda não nasci. Dói, sim, o parto dói sempre, mas comigo vai nascendo o sossego e contigo perdi o frio. Em troca? Dei-me.

Momento musical

PSYCHE GRIND 2: THE VULVA UNDERGROUND from Django's Ghost on Vimeo.


01. “Dark Eyed Woman” - Spirit
02. “Sitar Ride” - Madlib
03. “I’m Your Witchdoctor” - Noel Deschamps
04. “Satanic Sessions” - The Rolling Stones
05. “Girl, You’ll Be A Woman Soon” - Neil Diamond
06. “That’s All I Know (Right Now)” - The Neon Boys w/Richard Hell
07. “Easy Lovin’ Girl” - Roy Head
08. “The Ballad Of Bertha Gutz” - Amos Boynton
09. “The Edge Of Nowhere” - The Sunday Group
10. “She Got Me” - Masters Of Reality
11. “Dreambox” - The Frogs
12. “Love’s The Thing” - Smoke Rings
13. “Stop And Listen” - The Shags
14. “Mr. Bulldog” - The Mebusas
15. “The Man With The Golden Arm” - Barry Adamson
16. “Why” - The Wanted and Co.
17. “Marie Douceur, Marie Colere” - Marie Laforet

Sim hoje

Hoje trouxeste a grande angular
Para me apanhares
Naquela expressão
Estúpida e indefesa
De espanto e ódio
Quando girei
Sobre mim mesma
E me esforcei
Por sobreviver
Nasci numa grande angular
Com rictos de horror
Nos lábios
E tumefacções no rosto
Não devias ter trazido
Isso hoje, meu amor...


Poesia de Paula Raposo

«Le Temps Qui Passe» - de Milleanne


A minha compra mais fresquinha para a colecção veio do lado de lá do oceano Atlântico, mais propriamente do Brasil. «O tempo que passa» é um pequeno quadro a óleo sobre tela (20 x 30 cm) da autoria da pintora Milleanne, que expõe e vende os seus quadros na Galeria Baudelaire, em S. Paulo.

A visita do Príncipe



HenriCartoon