30 março 2011

A dois tempos


Devagar.
A mão que segue o olhar, suave sobre a pele a deslizar sensações, a despertar emoções tão belas mas adormecidas.
Sem pressa.
À espera que apeteça algo mais ainda, a estudar, e a outra mão a agarrar com mais firmeza, conhecedora, alardeando a certeza de quem conhece o caminho, outros desbravou, a mão que agarrou e agora convoca a outra para a acompanhar numa dança e o ritmo marcado pela confiança na interpretação dos sinais, queres muito, queres mais, e o olhar aquecido pelo reflexo do prazer num rosto de mulher, as unhas cravadas no chão, a mudança da expressão para melhor, ainda mais bonita, o corpo que se agita e os olhares trocados na hora de procurar outro passo por dar na viagem, apreciando a paisagem com o olhar que segue o movimento da boca que fala sem nexo no delírio do sexo que parece ideal, perfeito naquele momento, guardado para sempre no tempo que a memória existir, entrelaçados os corpos que anseiam repetir o que nem pára sequer.
Um homem e uma mulher.
Devagar.
Ou mais depressa, a seguir a um longo beijo.
Tanto faz...
Se nos olhos se espelhar o desejo de que aconteça outra vez.

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