15 agosto 2011

Ocaso

Um travo de ti num qualquer tapete
ou chão em que o meu corpo se deite,
eu procuro-te em qualquer amante
que o meu corpo contenha e aceite
e não encontro sequer atenuante,
nada sinto que a memória não rejeite
se estão em mim, sinto-me ausente,
se não estão, tudo em mim te sente;

Vem! Vem! Vem! Não faças caso
de mais vidas que estejam por viver
de mais almas que estejam por apreender,
aceito e submeto-te o meu ocaso,
aceita e entrega-me o teu cansaço,
pendura-o em mim e, passo a passo,
será casaco no meu peito - teu espaço
mangas compridas para melhor te aquecer.

A dança do varão - uma lição


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Crises no relacionamento


Alexandre Affonso - nadaver.com

14 agosto 2011

As 10 maiores pérolas do cinema brasileiro

Peça em relevo de Rui Vasquez para a Revigrés

Mais um azulejo muito bonito da minha colecção.

Tradução de viver

Dizem-me que eu já vivia
antes de ti
que, antes de ti,
já me viram ser
e, por isso, posso viver
depois de ti
como antes vivia
antes de ti
mas não, eu não vivia
como podem dizer
que eu vivia
como podem dizer
se, antes de ti,
eu nem sabia
o que é viver?
Viver-te é ser
Dizem que eu já vivia
que já me viram ser
mas como poderia
nunca poderia
dizer que vivia
e que voltarei a viver
se viver-te é ser
e viver e não ser
é uma morte sem morrer.

"Era para ajudar na subida, senhor doutor!"

crica para visitares a página John & John de d!o

13 agosto 2011

Flower Power



Foto: Shark


Estás sozinha num campo deserto onde de repente começa a chover e cada gota é a semente de uma flor das muitas que crescem agora em teu redor e mesmo sob os teus pés.
Estás sozinha mas olhas para cima e vês a razão desse aguaceiro no teu coração, alado pelo amor que lhe é dado por ti, em cada olhar, em cada beijar de lábios molhados de pétalas e cabelos com o mesmo cheiro das flores que te envolvem agora num abraço forte que te dou.

Êxtase

Um olhar, ternura,
um beijo, línguas,
adrenalina.
Madrugada, gritos,
silêncios, poema,
êxtase.
Entoamos a canção
do sempre querer,
soletramos o que não sabemos:
entendemos o princípio
deixado para o fim.

Poesia de Paula Raposo

Quem não gosta de gelados ponha o dedo (ou algo similar) no ar


Joya Nestle from Gravity on Vimeo.

Revista Miriam - número sobre o namoro (1962 - 2ª edição)

Miriam - publicação mensal de orientação religiosa e órgão do culto de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Número sobre o tema do namoro.

Só um excertozinho, das 112 páginas:
"O sentido sagrado do amor no namoro e no matrimónio não pode ser colocado em subir pelas escadas do templo, entre grupos de fotógrafos, com um vestido rico e de muita cauda - insulto muitas vezes ao amor e ao pobre."
Um dos artigos tem como título "Uma palavra estrangeira - «o Flirt»" em que se conclui que "não basta, portanto, suprimir a palavra, é preciso banir também o costume estrangeiro que a introduziu."

12 agosto 2011

Tragédia na Praia do Meco

A vítima, um nudista brincalhão que se tinha deitado na areia depois de um mergulho, resolveu brincar com a sua companheira meio mouca e muito distraída e quando lhe disse querida, toma lá que é um croquete ela terá percebido querida, come lá que é muito crocante.

O Tapete

Foi uma cena de filme: dois indivíduos param o automóvel, abrem a mala, tiram com algum esforço um grande tapete enrolado e atado com uma corda em volta, que parecia embrulhar qualquer coisa com a forma de um corpo, e lançam-no, com inesperado à vontade, às águas acastanhadas do Tejo. Fizeram-no com tal descontracção que quem viu a operação – atletas de fim de tarde, namorados de principio de noite e velhos babosos interessados em ver as atletas e as namoradas (e um que via os atletas e os namorados) – ficou espantado mas sem acreditar verdadeiramente no que via.
E, quando os dois homens se meteram no carro e se afastaram calmamente, os mais esclarecidos e os menos distraídos com as atletas que continuavam a correr e com as namoradas que continuavam a passear – o que apreciava os atletas e os namorados não pensou em nada, ou melhor, censurou os homens por deitarem fora um tapete com tão bom aspecto e uma corda nova – procuraram câmaras de filmar e tomaram atenção para ouvir um “corta” gritado. Só que nada aconteceu, ou melhor, aconteceu o que tinha de acontecer da forma mais prosaica que seria imaginável: o tapete afundou-se e desapareceu, os homens sorriram a quem os olhava e seguiram sem deixar rasto, matrícula ou algo que ajudasse à sua identificação e os atletas continuaram a correr, os namorados a namorar e os velhos (alguns não eram assim tão velhos) continuaram a tomar atenção aos corpos em que estavam interessados.
Para variar, a polícia chegou um pouco depois, o que causou um certo burburinho e expectativa entre os presentes, reconheça-se, mas o agente vinha buscar um dos velhos que, sem mostrar os genitais, se masturbava e gritava palavras de incentivo quando as corredoras passavam – as palavras eram de incentivo ao seu acto e não aos dotes atléticos das corredoras, o que, provavelmente, provocava os indignados telefonemas anónimos efectuados por vozes ofegantes para a policia – e, por isso, o burburinho e as expectativas esmoreceram e desapareceram logo que o agente em vez de se dirigir ao rio se dirigiu, como habitualmente, ao velho indecente.
– Ó Artur, pá, sabes bem que tenho uma grave micose na virilha – resmungou o idoso, justificando-se sem tirar a mão direita de dentro das calças quando o agente o abordou.
O agente riu-se e, agarrando-o cuidadosamente pelo braço esquerdo, disse-lhe:
– Vamos lá embora, senhor Anselmo.
O velho levantou-se e, após um longo suspiro, murmurou:
– Estava quase, pá. Quase! Hoje é que era…
– Mas porque é que você grita, homem?
– É mais forte do que eu – reconheceu o velho onanista encolhendo os ombros. O agente sorriu, condescendente. Picado pelo sorriso, o velho ergueu o braço e num gesto largo que abarcava todos os mirones resmungou injustiçado: – E eles?!
– Eles não gritam – informou lacónico o agente, abrindo a porta do pendura do veículo com o dístico de “Escola Segura” para o velhote entrar.
O velho aceitou a resposta, que sabia ser verdadeira, pediu ao agente que o deixasse em casa e contou-lhe a estranha história de dois tipos que levavam um tapete na mala do carro e que, sem mais, o tiraram do carro com esforço, porque o tapete estava pesado e parecia enrolar qualquer coisa, e depois o deitaram ao rio mas o agente – tal como vocês – não acreditou.