17 agosto 2011

A posta red bull


Vontade de voar. De subir sem parar até ao ponto do céu onde nem passam os aviões, estratosfera ou ainda mais, sem fôlego perante a imagem azul do nosso espaço comum.
Vontade de me elevar até onde o mundo pare de respirar, mesmo antes do espaço que as estrelas enfeitam de luz. Lá em cima, bem alto, lá em cima onde não existe o som, na fronteira entre o espaço que sonhei um dia conhecer e falhei e um outro espaço no qual concretizei os desejos que me inspiraram os beijos teus.
A realidade tangível na ponta dos meus dedos e as asas dos meus medos que partiram quando o amor se impôs sem apelo nem agravo e com ele esta vontade de voar, de subir sem parar, dentro de ti, até ao ponto do espaço, o ponto no tempo, em que uma estrela explodiu, o teu orgasmo, e o espaço negro e vazio se iluminou em todas as cores que o universo conseguiu inventar.
O brilho nesse olhar que me sorri quando aproximo de ti a mão que passeia nesse rosto que o destino escolheu para me encantar, algures no céu onde dizem morar os divinos artesãos que moldam com as suas mãos as mais perfeitas criaturas, tão belas, tão puras, que só os eleitos conseguem entender únicas e especiais.
Vontade de amar, cada vez mais. De sentir sem parar a emoção. De poder passear a minha mão na aura da terra e depois aterrar para lhe poder tocar a pele, a tua, a pele que sentiu, e nascerem flores como sinais indisfarçáveis de um imenso arrepio.

Cronologia da pele (Pálido corpo)

Sim, estou pálida. Na pele e nos olhos,
a palidez dos envelhecidos nos minutos,
uma década perdida em qualquer hora.
Sim, preciso dos teus braços, agora,
agora, quando nada nos trago de novo
e tudo o que trago está ainda mais vivo.
Digo que estou bem, mas o olhar implora
que o vás recolher do chão lá fora.
Digo que estou bem mas, no rosto, o medo
desvela em palidez o meu segredo:
Abraça-me, a minha pele é prematura,
tudo menos eu findou demasiado cedo,
mas tu abraças-me, dás o flanco à ternura,
abraças-me e a pele é somente madura.

Modo Imperativo


O teu corpo é um parêntesis recto
erecto
que pontuo ao sabor da minha
boca
Brinco com o lume que separo por
vírgulas
e percorro cada esquina sem
reticências ...
É o nosso acordo ortografado
onde as consoantes são
mudas
e as vogais se precipitam
em ditongos de
prazer
Não há lugar para interrogações
apenas preâmbulos e
imperativos

Finalmente chega o calorzinho!

16 agosto 2011

Como dançar tango, salsa e merengue





Intervais

Escrevia eu há uns dias em comentário: “É que os "intervalos" fazem tanta falta ao sexo como os espaços e vírgulas fazem a um texto. É o momento de, a par da recuperação da "fome" e do fôlego, rir, descontrair, comunicar, trocar ideias, aferir preferências, e traçar o plano de ataque para o assalto seguinte... não vá uma pessoa, no calor no momento, esquecer-se de alguma coisa importante... (Acho que vou escrever um post sobre isto…) “

E pronto. Aqui estou. O raio é a extensão do tema, e esta minha paixão pela síntese… De maneira que, atacando à cajadada pelo menos uma dúzia de coelhos de uma só vez, alertando para trilemas, quadilemas, obstáculos, acordos, disputas, etc., demonstrando por A+B que a tradição já não é o que era, e o que devam ser regras elementares de respeito, humor, e bom senso, entendi por bem abordar a questão simulando uma sessão abreviada de três assaltos protagonizada por um casal de leões muito brincalhões. Note-se que, como qualquer pessoa poderá depreender, é um exemplo apenas, isto é, um “prato” improvisado para o efeito, entre um conjunto inumerável de ingredientes e de receitas possíveis, a determinar em função do momento e dos gostos dos respectivos intervenientes.

1º Assalto
- Então, e o que é que queres fazer? A mim apetece-me começar por lamber-te…
- Ooohhhhhhhh… Apetecia-me mais que me fodesses a boca… e ir batendo uma um bocadinho… para aquecer…
- Mas és sempre tu a escolher primeiro?? Afinal quem é que manda aqui?? Está bem, vá… não quero que te falte nada… Então vai lá chupar, que eu já te fodo…
(meia hora depois…)
- Estou doido para entrar por ti adentro…
- Ooohhhhhhhh… Só mais um bocadinho… Vá, só mais um bocadinho… só mais uma vez… está a saber-me tão bem… E também me podias pôr o dedo na cona, assim como eu gosto… Mas não vale fazer batota! Que não me quero vir! Essa coisa do “vem-te”, “vem-te”, tem que acabar!! Está aqui uma mulher à beirinha a fazer de tudo para se aguentar… não vale “empurrar”, hein?
(um quarto de hora depois…)
- Estou doido para entrar por ti adentro…
- Oh, pá! Mas eu estou morta. Vim-me tanto... Eu avisei-te!! Não valia “empurrar”!! Tu abusas!! Agora o melhor é fazer um intervalo…
- Está bem, querida. Mas na próxima volta mando eu e tu ficas caladinha…

Meia hora depois: 2º Assalto
- Então e agora começamos por onde?
- Bem… eu por mim repetia, mas num modelo mais abreviado para saltar à fase seguinte, o que achas?
- Tens uma lábia, tu! Mas está bem… eu adoro foder-te a boca…
(meia hora depois…)
- Fode-me! Fode-me! Que já não aguento mais…
(meia hora depois…)
- O que queres, querida? Queres que levante os bracinhos um bocadinho? Mas queres-te vir?
- Não. Não. Vir-me não! É só porque me apetece… E não vale fazer batota, está bem?
(um quarto de hora depois…)
- Intervalo? Que achas?
- Pois… é melhor…Custa um bocadinho sair daqui… mas é melhor, senão ainda morremos… ahahahahaha

Meia hora depois: 3º Assalto
- Adoro quando me acordas com a cona na boca…
- Ainda bem… porque eu ainda não descobri outra maneira de te despertar… ahahahahaha
- És terrível! O tesão que tu me dás! Já viste como já me puseste a picha tesa?
- Pois… já vi… e até estava a pensar aproveitar para abusar um bocadinho… pode ser?
- Claro, minha querida. Usa. Abusa. Que depois vou eu abusar de ti…
- Então agora vou eu para cima foder-te, agarrar-te pelos cabelos e dar-te beijos… Posso?
- Tu podes tudo. Eu fico quietinho. Sou todo teu. Fazes de conta que sou o teu brinquedo…
(meia hora depois…)
- Estás toda suada… Já pensaste como te queres vir?
- Oh, pá… não sei… Já há tanto tempo que não me venho a bater uma enquanto me esfrego na tua boca… tenho saudades… Mas não. Acho que não resisto ao clássico…
- Então queres que te foda…
- Pois… E tu? Como te queres vir?
- Bem… a mim apetecia-me uma mamada daquelas “pequeninas”…
- Está a apetecer-te um duplo, é? ahahahahaha
- E também me podias pôr a cona na boca…
- Lá estás tu a inventar! Na mamada mando eu, e tu estás quietinho! Mas afinal quem é que manda aqui?? Dou-te a cona à boca se quiser, se me der jeito, se me apetecer, estamos entendidos?? :)
(Posto isto, espero que toda a gente tenha compreendido a importância e a função da pausa…)

Das notas

Das tuas notas faço um poema
e do poema escancaro
as portas de mim;
posso entender-me
- enquanto eu -,
na voz que de ti emana.
Os sons ultrapassam-me
e eu deleito-me no teu corpo.
Se me cantares, mais uma vez,
eu sei que te terei
para sempre.

Poesia de Paula Raposo

A vaca decorada da minha colecção


15 agosto 2011

Edito Estrelas - Do Léxico Porno (Tomo I)

Um dos termos a que achei mais piada de entre os vários que a pornografia inventou é aquele que se aplica a mulheres maduras, quarentonas e cinquentonas: MILF.
A MILF é aquela mulher com o perfil típico das fantasias teenagers, a tia do amigo, a mãe do amigo, a professora de História ou a cabeleireira do bairro, boa como o milho e com o ar experiente que tanto alicia os mais sedentos de aprendizagem.
Contudo, a MILF também é uma aposta certeira para os que não tendo tanto para aprender gostam da aplicação prática dos conhecimentos adquiridos, do intercâmbio de sabedoria que, regra geral, só uma mulher menos jovem faculta.
Mas acima de tudo a MILF é uma gaja boa e essas, como é do domínio comum, reúnem com facilidade o consenso de quem aprecia a fruta.
Neste caso não é de fruta verde que se trata. A MILF (Mother I´d Like to Fuck – em tradução ligeira pode dizer-se que é uma progenitora a quem gostaríamos de convidar para um jantar com ceia e pequeno-almoço incluídos) não é necessariamente uma mãe mas tem idade para o ser e isso implica a experiência de vida, a quilometragem que desenvolve os atributos mais chamativos desse segmento com direito a sigla própria, o que por si só diz bem da relevância do papel das MILF na indústria cinematográfica mais naturista e, acrescento eu, na vida da pessoa comum com pila.
Da MILF espera-se o equipamento de série habitual, eventualmente com as marcas do desgaste que o tempo provoca no material circulante (embora a analogia com o sector automóvel seja desmentida, por exemplo, pelo facto de na MILF preferirmos os pneus carecas), marcas essas que são rapidamente descartadas em face da desenvoltura com que a MILF tradicional ataca o problema.
E não há problema algum quando tudo se simplifica por via do saber de experiência feito que uma MILF, por norma, ostenta. Ela sabe o que quer, como quer, quando quer.
E quer imenso, o que a torna num dos alvos mais apetecíveis para quem acima de tudo pretende um desempenho fora do alcance das TEENs (que abordarei noutra ocasião, mas adianto tratar-se de uma designação um bocado chunga e a roçar o pedófilo para as jovens adultas com mais pinta de pitinhas).

Ocaso

Um travo de ti num qualquer tapete
ou chão em que o meu corpo se deite,
eu procuro-te em qualquer amante
que o meu corpo contenha e aceite
e não encontro sequer atenuante,
nada sinto que a memória não rejeite
se estão em mim, sinto-me ausente,
se não estão, tudo em mim te sente;

Vem! Vem! Vem! Não faças caso
de mais vidas que estejam por viver
de mais almas que estejam por apreender,
aceito e submeto-te o meu ocaso,
aceita e entrega-me o teu cansaço,
pendura-o em mim e, passo a passo,
será casaco no meu peito - teu espaço
mangas compridas para melhor te aquecer.

A dança do varão - uma lição


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Crises no relacionamento


Alexandre Affonso - nadaver.com